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1 Reis 07:50

Leitura: 1º Reis 07:13-51
Texto: 1º Reis 07:50

Queridos irmãos em Jesus Cristo,

Acabamos de ler o relatório sobre a construção do templo. E logo quero perguntar: vocês gostaram desta leitura, irmãos? Provavelmente não. O relatório é longo e detalhado. O texto é uma parte da planta da construção do templo. Como já disse: uma lista das coisas que Hurão devia fazer. E com certeza esta lista foi bem interessante para Hurão, pois ele ganharia muito dinheiro com este trabalho. Foi uma obra importante, pois se ele fizesse um bom trabalho, o nome dele ganharia uma boa fama.

Mas o que este texto significa para nós, irmãos? Quero que vocês pensem um pouquinho sobre isso. Imagine que você tem o costume de ler todos os dias uma parte da bíblia. E num certo momento você chegará a este trecho. Você começa a ler, mas logo descobre que este trecho é longo, seco e cheio de detalhes. O que fará: continuar ou pular?

Quando cheguei a este trecho na minha casa. Eu li uma parte grande, mas foi claro que não foi interessante. Então, alguém perguntou: “nós não podemos pular esta parte?” Por que encontramos uma descrição tal detalhada do templo na Bíblia? Devemos ler este trecho? Estes detalhes são importantes? Talvez para os construtores, mas também para nós? O templo não existe mais; E nós não precisamos construir o templo de novo.

Então! O que fazer com estes trechos na Bíblia que falam detalhadamente sobre a construção do tabernáculo, sobre as roupas dos sacerdotes, sobre os desenhos nas paredes, sobre as cores que foram usadas. Estes detalhes fortalecem a nossa fé? Estes detalhes enriquecem o nosso entendimento sobre Deus?

A minha primeira reação foi essa: “então posso rasgar esta página da bíblia?” Foi uma reação extrema, admito. Mas também, a outra reação é rigorosa. Pois se eu vou pular esta parte da palavra de Deus, porque não parece ser interessante para mim, posso também pular outras partes. Por que lemos a história de Absalão sim, e da construção do templo não? O templo não existe mais, nem Absalão. Se pudermos pular as partes que nós não entendemos, ou as partes que não nos interessam, podemos pular uma grande parte do Antigo Testamento. Ou até rasgar essas páginas da Palavra de Deus.

Todo mundo sente que isso é rigoroso demais. E ninguém quer fazer isso. Então o que fazer? Que fazer com os textos que falam sobre a construção do Tabernáculo ou do Templo? Que fazer com as listas de genealogias? Que fazer com as leis extraordinárias? Pular, porque ninguém entende? Ou parar, estudar e explicar o texto?

Devemos fazer a última opção, irmãos. Se não entender o texto da bíblia, é melhor parar e estudar o texto e tentar explicar o que está escrito. É isso o que eu quero fazer hoje. Vou pregar sobre um detalhe do templo; sobre o detalhe menor que podia encontrar. Quase parece um absurdo, mas não é. Nada é absurdo na bíblia. Jesus já disse (Mateus 5: 18): “em verdade vos digo que , até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma só virgula da lei, sem que tudo seja realizado”. Se até uma só vírgula da lei é importante, quanto mais o conteúdo da bíblia, até sendo um detalhe. Então, vamos ouvir hoje:

O evangelho da dobradiça do templo

A dobradiça é um pequeno detalhe no total da construção do templo. Normalmente não prestamos atenção a um detalhe tão pequeno. Quando visitamos um prédio, prestamos atenção ao interior, aos móveis, ao ambiente interno. Queremos saber como viveram os habitantes. Estamos inclinados a dar atenção ao total da construção. Somos mais interessados na história da construção, do que nos pequenos detalhes da construção. Isso fica claro se começa a ler esta história em casa. Até capitulo 6 todo mundo consegue seguir a história, mas quando começa a ler sobre os detalhes da construção, as pessoas só agüentam a ler os primeiros versículos, e depois disso elas não agüentam mais.

Quem começa a ler a história dos reis de Israel, ele entende a pré-história do templo. Davi não podia construir o templo, pois ele era um rei que tinha sangue nas mãos. Ele era um guerreiro. Ele lutou contra todos os inimigos. Ele estabeleceu um ambiente para a construção do templo; o filho dele devia construir o templo. O filho dele precisava de um período de paz para construir-lo, pois durante sete anos ele precisaria de mais do que 100.000 homens para construir o templo. 100.000 homens para curvar as pedras pesadas; não foram tijolos, mas blocos lavrados nas pedreiras. Paralelepípedos enormes. 100.000 homens para cortar as árvores do Líbano e para transportar tudo isso para Jerusalém. Uma obra enorme! E a outra parte desta obra foi o instrumentário para o templo. O texto fala sobre o instrumentário de bronze, que foi usado na parte exterior do templo e sobre o instrumentário de ouro, que foi usado na parte interior do templo: no santuário e no Santo dos Santos.

E quando lemos este capitulo, fica claro que eles estavam construindo as coisas conforme um plano detalhado. E este plano detalhado foi baseado na planta que Deus revelou a Moisés no monte Sinai. Deus deu uma planta a Moisés para construir o tabernáculo. Este tabernáculo foi um santuário ambulante: uma tenda, que funcionava como santuário. Esta tenda funcionava na época em que Israel estava viajando pelo deserto para Canaã. Mas agora eles chagaram no país prometido e chegou a hora para construir uma casa para o Senhor Deus, um lugar fixo: um templo.

Este templo teria o mesmo objetivo que o tabernáculo: era o local para adorar a Deus. Os Israelitas não tinham uma igreja em todas as cidades, mas eles construíram um só templo, que estava em Jerusalém e este templo foi o local central para adorar a Deus. A tribo de Levi foi apontada por Deus para servi-lo no templo durante dia e noite. E todo o povo devia se direcionar ao templo nas suas orações diárias.

Então, Deus deu a planta a Moisés e em concordância com esta planta Salomão começou a construir o templo. Conforme as regras que Deus lhe deu. E estas regras nos ensinam que Deus não é um Deus de desordem, mas de paz (1 Cor. 14, 33). E por causa disso tudo devia ser feito com decência e ordem (1 Cor. 14, 40); Sempre foi assim, tanto no Antigo Testamento, quanto no Novo Testamento.

Paulo também, quando falou sobre o culto no Novo Testamento (1 Cor. 14), ele falou sobre muitos detalhes: como os irmãos e as irmãs deviam se comportar no culto; o que eles deviam fazer e o que não podiam fazer. Paulo falou sobre pedras vivas! E quando ele falou sobre isso ele disse, assim deve ser feito: “Pois o nosso Deus não é Deus de desordem, mas de paz (1 Cor. 14,33). E por causa disso tudo deve ser feito com decência e ordem (1 Cor. 14, 40); Paulo fala sobre pedras vivas, mas ele deixa bem claro que a casa de Deus é uma casa de paz e de ordem. E nós recebemos a mesma impressão quando observamos a construção do templo no Antigo Testamento: tudo foi feito em paz e em boa ordem. Existia paz nas fronteiras e com os vizinhos e existia paz dentro do país. Tudo era bem organizado e tudo andava conforme uma planta detalhada, que o Espírito de Deus revelou a Salomão.

E tem mais uma coisa que fica clara: DEUS DECIDE COMO ELE DEVE SER ADORADO. Não somos nós que decidimos sobre isso, conforme os nossos pensamentos perversos, mas é Deus mesmo que deixou claro como ele deve ser adorado. O segundo mandamento mostra isso claramente. Não podemos fazer nenhuma imagem para adorar a Deus. Imagens foram proibidas no santuário. Apesar disso, sabemos que havia várias esculturas no interior do templo: imagens de querubins, de tamareiras, figuras entalhadas de frutos e figuras de flores abertas. Estas imagens não serviam para a adoração, mas estas imagens ofereciam uma lembrança do paraíso. Deus estava no meio do seu povo no paraíso. Deus andava no Jardim do Éden e falava diretamente com o homem.

Mas esta situação mudou depois da queda. Adão e Eva desobedeceram a Deus e Ele os expulsou do jardim; eles não podiam ficar na presença do Deus santo. Eles deviam se afastar. E Deus colocou um querubim na entrada do Jardim para evitar que o homem e a sua descendência voltassem para o Paraíso. Este caminho foi fechado. Um querubim estava na entrada do paraíso com uma espada na mão e ninguém podia mais entrar. O acesso ao Deus Santo era vigiado.

Esta mensagem era importante. E podemos ver que Deus queria transmitir esta mensagem através da construção do templo. Pois quando lemos o capitulo 6 nós descobrimos que todo o santuário foi protegido por QUERUBINS! Eles esculpiram querubins nas paredes externas do templo (1 Reis 6, 29); Eles esculpiram querubins nas portas internas do templo (1 Reis 6, 31-32); Eles esculpiram querubins nas paredes internas do santuário (1 Reis 6, 29); e eles esculpiram dois querubins enormes (de uma altura de mais do que 4 metros), que deviam proteger a arca, o trono de Deus, que estava no Santo dos Santos. Estes querubins serviam para avisar o povo de Israel: até os homens mais santos, até os sacerdotes, não podiam se aproximar ao trono de Deus. Este caminho estava fechado. Os querubins alertavam os sacerdotes para não entrar no Santo dos Santos. Só o sumo Sacerdote recebeu licença para entrar no lugar mais santo do templo (Lev. 16), uma vez por ano no dia da expiação: só naquele dia ele podia entrar, se levasse consigo o sangue do sacrifício para fazer expiação para os seus pecados e para os pecados do povo. Só uma vez por ano. Só o sumo sacerdote. Mas o resto do povo, ninguém podia se aproximar.

Os querubins funcionavam como guardas que alertavam os sacerdotes. Mas houve mais um detalhe que servia para proteger o lugar mais santo do mundo. Deus mesmo colocou isso na planta da construção: foi um detalhe, um pequeno detalhe, mas foi um detalhe muito importante. Pois o que é uma porta sem dobradiça? Uma porta sem dobradiça não é uma porta. Uma porta sem dobradiça não pode funcionar como uma porta. Se uma porta não pode abrir e fechar, não será mais uma porta.

Então, este detalhe é importante. E nós podemos entender isso, pois se nós construirmos uma casa e o arquiteto apresentar uma planta da casa sem portas, só paredes. Ninguém vai dizer: ah, isso não é importante. É só um detalhe. O que é mais importante é a construção total da casa. Tenho certeza que ninguém aqui aceitará tal planta. Esta planta não é completa se não haverá portas na casa.

Então o arquiteto fará uma outra planta e agora ele colocou algumas aberturas na casa. Só aberturas, sem portas. Mais uma vez, ninguém vai dizer: ah, isso é só um detalhe. Pois não é. Quem quer morar numa casa que não é protegida? Uma casa com várias aberturas, mas sem portas. Qualquer pessoa pode entrar: até ladrões.

Agora, imagine que isso aconteceria no templo! Que qualquer pessoa pudesse entrar no templo! O que aconteceria? Como Deus reagiria? Salmo 15 já deixa bem claro: “Quem, ó Senhor, pode morar na Tua casa, no teu monte? Que homem pode habitar e para sempre ali ficar contigo em teu templo santo?”

A resposta deste salmo mostra que ninguém pode morar perto do Senhor. Só aquele que é perfeito. Só o homem que é perfeito pode morar na casa do Senhor, pois Deus é perfeito e santo. Ele é santíssimo. Até os sacerdotes não eram perfeitos. Eles podiam morar perto do Senhor, mas só pela graça de Deus! Eles podiam morar na casa de Deus, mas eles deviam fazer sacrifícios pelos os seus pecados. Só pela graça podiam se aproximar a Deus. Os ímpios, os injustos não podiam se aproximar a Deus. Nem podiam entrar no templo. Se isso acontecesse, eles iam profanar a aliança de Deus e provocar a ira de Deus sobre toda a congregação.

Então, para proteger o povo de Deus contra tal pecado, Deus colocou um detalhe na planta. Um pequeno detalhe: deveria ter dobradiças nas portas internas do templo. As portas que deram acesso ao Santo dos Santos tinham dobradiças. E estas dobradiças serviam para abrir e fechar as portas.

Este detalhe é significante, irmãos! Se prestar atenção à construção das casas em Israel naquela época, uma pessoa descobrirá que não houve portas nas casas. Houve uma cortina na entrada da casa, mas não uma porta. As portas de madeira foram para os ricos. Só o palácio e os casarões dos ricos tinham portas de madeira. Todas as casas onde estavam guardadas as riquezas. Estas casas tinham portas, que podiam abrir e fechar. Mas a casa do pobre não tinha portas de madeira com dobradiças. Só a casa do rico, só a casa do Rei, só a casa do Senhor Deus.

O tabernáculo, o santuário ambulante, tinha uma cortina para proteger o Santuário, mas a casa de Deus, que Salomão construiu, teve portas. Portas de madeira com dobradiças. Portas que podiam abrir e fechar. Não houve um livre acesso ao trono de Deus! Pois Deus é santo, santo, santo e todos os homens são filhos de Adão, quer dizer: miseráveis pecadores. Não se podia entrar no santuário como se fosse uma casa.

Não podia: este acesso estava fechado.

Mas sabemos que até as dobradiças serviam ao Senhor. Quem decidia sobre o acesso ao Santuário era o Senhor. Ele deu os seus mandamentos sobre isso. As dobradiças serviam no Antigo Testamento, mas eles eram submetidos à autoridade de Cristo.

As dobradiças perderam a sua função quando Cristo chegou. Pois Cristo decide sobre o acesso ao trono de Deus. Em Apocalipse 3, 7 está escrito: “Assim diz o Santo, o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, o que abre e ninguém mais fecha, e fechando, ninguém mais abre”. Foi Jesus Cristo que disse isso. Ele recebeu toda a autoridade no céu e na terra. É Ele que abre e fecha. Ele deu as ordens aos apóstolos para pregar que a porta está aberta. E Ele deu ordens aos apóstolos para fechar a porta para os ímpios e os injustos. Todos que não querem viver conforme os mandamentos do Senhor. Para àqueles o acesso está fechado. Mas quem segue Jesus Cristo, ele pode entrar.

Em Hebreus 10, 19-23 lemos sobre isso: “Sendo assim, irmãos, temos a plena garantia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus. Nele temos um caminho novo e vivo, que ele mesmo inaugurou através do véu, quer dizer: através da sua humanidade. Temos um sacerdote eminente constituído sobre a casa de Deus. Aproximemo-nos, então, de coração reto e cheios de fé, tendo o coração purificado de toda a má consciência e o corpo lavado com água pura.” Cristo nos dá livre acesso ao trono de Deus.

E quando você ler os últimos capítulos da Bíblia que falam sobre a nova Jerusalém, descobrirá que não haverá dobradiças na cidade santa. Nem haverá um templo nela (21,22), pois o seu templo é o Senhor. E o Senhor dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo.” Cristo nos receberá com braças abertas. As portas estão abertas. A dobradiça era de ouro na época de Salomão; Tudo era de ouro; as portas, as paredes, tudo! Mas nós consideramos tudo isso como lixo, pois Cristo chegou.

Amém!

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Pr. Abram de Graaf

Abram de Graaf

O pastor Abram de Graaf é “Doctorandus” (Drs) em Teologia e um dos professores do Instituto João Calvino (Aldeia, Camaragibe-PE). Ele é pastor da Igreja Reformada de Hamilton, Canadá, enviado como missionário às Igrejas Reformadas do Brasil, desde o ano 2000. É Diretor do Projeto Dordt-Brasil. Ele mora em Maceió e também desenvolve projetos nessa cidade. Acesse o site graafeditora.com

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.