Leitura: Jó 32 e 33
Texto: Jó 32.01-04; 33.08-12; 23-24
Amada Congregação de nosso Senhor Jesus Cristo,
Com o capítulo 32 nós entramos em um novo estágio do conflito entre Deus e o diabo. Um conflito no qual Jó desempenha um importante papel. Uma nova pessoa aparece em cena! Um jovem homem por nome de Eliú, cuja o nome significa: Ele é o meu Deus! De agora em diante não mais ouviremos os três amigos de Jó. E também o próprio Jó não falará mais, exceto no fim do livro quando se arrepende de suas palavras ousadas e, com isto, pede a Deus que o perdoe.
Ao contrário, nós seremos confrontados com as palavras de Eliú, depois dele é o próprio Deus quem responde a Jó e leva o livro à sua conclusão. Quem é Eliú? De onde ele vem que chega de repente? E o que ele diz? Qual é a sua intenção? Qual a contribuição dele para a questão central deste livro?
Muitos comentaristas não falam bem de Eliú. Eles o chamam de alguém meio orgulhoso, que não tem nada de novo a dizer. Um representante da geração de jovens que pensa que sabe demais a respeito do assunto. Que começa suas palavras com muito gosto, mas se atola em seus enfadonhos discursos, sem realmente ajudar em nada. Tudo o que ele faz, alguns comentaristas afirmam, é repetir o que tem sido dito ao longo de todo o livro.
Mas esperamos ver, irmãos e irmãs, que isto não é verdade! Eliú tem alguma coisa a dizer! Como uma questão de fato, Deus o usa para iniciar a solução do problema enfrentado por Jó. Sim, meus irmãos, esta solução se tornará totalmente diferente daquilo que eu e você estamos esperando. E está solução chegará onde Jó queria que chegasse.
Jó queria que Deus desse a ele uma prestação de contas de suas ações. Jó se tornou obcecado gradualmente com uma questão! Por que Deus está me tratando como um pecador? Por que Deus o estava punindo como um criminoso? Será que Deus não é justo e reto? Será que ele não é um socorro para ninguém? Será que não faz diferença para Ele se uma pessoa o ama ou não? Se uma pessoa vive nos seus caminhos ou em seus próprios caminhos?
Isto se tornou o tema principal para Jó! Deus pode ser crido? Em qualquer tempo? Deus é bom para seus filhos? Sempre? E a respeito da pobreza de Jó? Sua terrível doença? Sua solidão? Sua batalha espiritual? Por que Deus não explica nada do que está ocorrendo? E por que Ele não dá a Jó uma visão por dentro de seu governo e cuidado providenciais? Como poderia Deus esperar que Jó ainda o amasse se todas não faziam mais sentido para ele? De que vale amar a Deus quando parece que Ele é o seu inimigo? E o pior, sem razão nenhuma!
E são estas questões que Eliú procura solucionar. Certamente está não era a questão central levantada no livro de Jó. A questão central foi o desafio do diabo que afirmava que Jó somente amava a Deus porque Ele pagava muito bem. Porém quando Deus permitiu que o diabo roubasse a Jó de todas as suas bênçãos, Ele o fez para afirmar o contrário do que o que o diabo estava afirmando.
Mas Jó não era sabedor disto! E também o mesmo com os seus amigos! É por isto que aparece este elemento secundário no conflito. Pois se o diabo conseguir colocar a dúvida em Jó sobre a bondade de Deus, se ele puder convencer a Jó de que a vida não faz nenhum sentido, se o diabo puder fazer Jó acreditar que Deus é um Deus caprichoso e seu governo é arbitrário, então Jó dirá adeus ao Senhor. Mais cedo ou mais tarde. Pois nenhuma pessoa no mundo amaria um Deus que não pudesse ser crido.
E é por isto que esta questão ardente tem que ser tratada antes que o livro chegue ao seu clímax. Antes que seja mostrado que todos os que crêem no Senhor não crêem em vão. Pois Ele ama a todos os seus filhos com um amor eterno. E, não importa o que aconteça, o Senhor sempre tem a felicidade de seus filhos em seu próprio coração.
Em outras palavras, Eliú é usado por Deus para justificar a si mesmo em seu governo e cuidados para com aos homens. Eliú é o mensageiro de Deus, para falar e defender a Deus! Pois Ele é o meu Deus, como diz o seu próprio nome. E fazendo isto, ele ajuda a Jó ao mesmo tempo. De um jeito que não tinha sido feito antes. Eu proclamo a vocês o evangelho de Jesus Cristo no nosso texto sob o seguinte tema:
Tema: Eliú defende Deus com o objetivo de confortar e ajudar Jó a manter no Senhor a sua fé.
Ele faz isto:
- Em sua ira contra os três amigos de Jó;
- Em seu julgamento das palavras de Jó;
- Em sua referência ao mediador vindouro.
- Em sua ira contra os três amigos de Jó
Irmãos e irmãs, Eliú se aproxima como uma pessoa polida, educada, e um jovem simpatizante. A Bíblia não explica sua entrada. Ele simplesmente aparece e depois de dizer o que tem para dizer, desaparece silenciosamente. E não ouviremos mais sobre ele nos capítulos finais. Isto nos diz que este homem não é importante em si mesmo. Ele serve para um propósito. Ele tem uma mensagem para entregar e quando o faz, sua tarefa está terminada.
Porém algumas coisas particulares são dadas sobre este homem. Ele é filho de um homem chamado Barakel, cujo nome significa: abençoado por Deus. Que junto ao seu próprio nome: Ele é o meu Deus, ressalta que os dois fazem parte de uma família onde Deus era amado e servido. Ele era um descendente de Buz, que de acordo com Gênesis 22:21 era um dos filhos de Naor, irmão de Abraão. E pertencia à família de Rão, que é mais uma pessoa desconhecida da Bíblia. Mas estes detalhes que são mais particulares que os detalhes dos três amigos de Jó, são suficiente para sabermos que Eliú servia ao mesmo Deus de Jó. Como um descendente de Sem, perto do pai Abraão, é um homem temente a Deus. E isto é muito forte em nosso texto.
Pois quando é que ele aparece em cena? Quando ele decide abrir sua boca? Quando o diálogo entre Jó e seus amigos chega a um fim muito triste. Nós devemos imaginar Eliú estando presente em tudo desde o começo. Ele deve ter ouvido o debate teológico. E ouviu os argumentos pró e contra. E ele deve ter ficado terrivelmente frustrado! No que diz respeito à lógica dos amigos de Jó. Pois pelas palavras deles ele não podia reconhecer o Deus que amava. E na arrogância de Jó e nas suas palavras duras ele sentiu uma dor na espinha.
O debate chegou a um empate. As duas partes recusaram –se a ceder. Cada um estava convencido de que seu lado estava certo e o outro completamente errado. E é aí que Eliú começa a falar. Para quebrar o impasse, para colocar um fim na profunda questão de por quê Jó sofre como ele está sofrendo.
Ele entra muito irado. Literalmente é dito: seu sangue ficou quente! Ele se manteve em silêncio, que ele ficou em ebulição, explodindo. No verso 19 do capítulo 32 ele compara a si mesmo a um vinho que está prestes a explodir por causa da fermentação que começou do lado de dentro dele. E sua ira vai contra Jó e seus amigos. Contra Jó porque ele está convencido de sua inocência, ao ponto de culpar a Deus. E em seus amigos pela teologia barata com a qual torturaram a Jó. E pela completa falha em solucionar o mistério do sofrimento de Jó, condenando-o em todo o tempo.
Sim, Eliú vem parecendo simpatizante de seus amigos e não somente por causa de sua educação. Isto já é alentador. Ele fala depois que a geração mais velha fala primeiro. Pois idade e sabedoria não andam necessariamente juntas. A Bíblia é bastante pertinente ao afirmar que há uma conexão muito próxima entre estas duas coisas. Comparado com o nosso tempo onde muito barulho tem sido feito pelos jovens e adultos imaturos, nós podemos aprender algumas lições de boas maneiras aqui. Mas isto é somente um lado observado.
O que dá ao capítulo 32 um começo alentador é que Eliú está pensando a respeito de seu Deus e não em seus amigos! Certamente que aqueles três amigos de Jó estavam pensando em Deus quando falavam. Até mesmo usando palavras ou argumentos extensos para defender a Deus. O problema é que, durante o processo, eles parecem ter esquecido de que tinham vindo para confortar a Jó. As palavras deles estavam cheias de ortodoxia, porém, morta. Literalmente! Eles falaram em doutrinas fora do contexto. E trouxeram um monte de conclusões lógicas. E estas conclusões humanas, não importa o quão saudáveis possam parecer, nunca beneficiarão seu amigo. Elas somente o farão entrar em profundo desespero e pisar na areia movediça da dúvida.
Mas Eliú vem com a verdade de Deus enquanto ao mesmo tempo está pensando em Jó. Somente ouçam o que ele diz em 33:6,7: “Eis que diante de Deus sou como tu és, também eu sou formado do barro, por isso não te inspiro terror, nem será pesada sobre ti a minha mão”. É deste tipo de pessoas que precisamos, irmãos e irmãs, pois tais pessoas não ficam em seus pedestais, mas descem até junto de você. Tentando se colocar em seu lugar. Não tendo nenhum outro objetivo a não ser ajudar e confortar as pessoas.
Claro, irmãos, que isto não significa que a verdade tenha que sofrer. Algumas pessoas têm esta noção de que em uma hora como esta devem dizer o que os necessitados querem ouvir. Mas definitivamente este não é o caso aqui. Verdadeiro consolo, o consolo cristão, sempre vem pela verdade de Deus, em sua Palavra. Ela sempre e antes de tudo fala a respeito de Deus como Ele é! Mesmo quando isto não nos agrada. E estas verdades não são para matar mas para curar! Pois é somente quando você fala verdadeiramente a respeito de Deus que você pode também ser uma ajuda para o seu próximo.
E é isto o que Eliú faz. Antes de tudo, em sua ira contra os amigos de Jó. Ele está tomado! Ele está fumegando! Que tipo de amigos eles são? Como eles ajudaram Jó? Com sua barata e superficial solução? Na insistência deles de que Jó era um grande pecador diante de Deus de outra forma Deus não o teria punido? Eles não ouviram o que Jó tem dito em todo o tempo? Eles não vêem que Jó não é um hipócrita? Eles não estão cientes de que Jó sempre amou a Deus e sempre andou em seus caminhos?
Por que continuam eles a tocar a mesma tecla? Então, por que eles estão cansando a Jó dizendo que ele é um mentiroso? Que ele é um pecador que tem um pecado secreto? Que tipo de religião é esta, que mantém que Deus recompensa o bem e pune o pecador quando no caso de Jó o que se vê é o contrário disto? É por isto que Eliú se vira irado para os amigos de Jó. A teologia deles é mais importante do que Deus. A explanação dos fatos na visão deles são mais verdadeiras do que o que eles podem ver. Jó, o amigo deles, um homem e esposo temente a Deus, um sacerdote em sua família, uma benção para o seu próximo, e nos termos do Velho Testamento, uma carta legível de Jesus Cristo, sendo acusado de ser um pecador fraco. Um hipócrita. Um homem mal que somente colheu o que plantou. Mas que faz de Deus uma personificação do pote da sorte. Um cruel tirano que trata seus filhos dependendo do modo de como Ele está.
Você quase pode ouvir Eliú dizer para os três: vocês e esta teologia! Vocês e esta tão chamada sabedoria! Vocês não vêem isto, pessoal? A vida é muito simples e você é quem a faz! Você tem tentado provar que Jó é um grande pecador! Mas vocês não têm sido hábeis em provar isto. Exceto pela teologia pobre de vocês. Que corre dos fatos para a Bíblia, e não o contrário; ou seja, da Bíblia para os fatos. Vocês não podem provar que Jó é um hipócrita, ainda assim vocês podem condená-lo. Este é o consolo que vocês têm. Esta é amizade de vocês! Mas o deus de vocês não é o meu nem o de Jó. O deus de vocês é algo inventado por vocês, alguém que nem mesmo ama os seus filhos, especialmente quando eles sofrem.
- Eliú faz isto julgando as palavras de Jó
Entretanto Eliú não está irado somente com os amigos de Jó. Sua ira é também dirigida a Jó! Nós ouvimos isto no capítulo 33:8-12. Não, ele não tem nenhum problema em que Jó mantenha sua inocência das insinuações de seus amigos. Nenhum problema que Jó recuse a atender a teologia de seus amigos. Mas Eliú vê que Jó está ficando obcecado com a sua inocência. Que o próprio Jó está acusando a Deus de injustiça! No capítulo 32:2 diz deste jeito: este pretendia ser mais justo do que Deus! Que significa: durante as longas conversações com seus amigos, Jó preocupou-se com um único problema! Ele sabia que era inocente! Ele não guardava nenhum pecado secreto! E isto se tornou como um tema instigante para ele, tão instigante que veio a ser destrutivo, mesmo Deus e sua justiça ficariam em segundo lugar.
E é este sentimento de superioridade que Eliú ataca. Eu ouvi o que você disse, Jó! Você mostrou sua inocência com uma extensão que você se atreveu a questionar a justiça de Deus. Você está tão envolvido em mostrar que não cometeu nenhum pecado, que você trata Deus como seu inimigo. Você o tem como um Deus que está pronto a lhe golpear ou lhe cortar. Você diz que Ele lhe trata como um adversário ao invés de um amado filho. Mas isto não está certo, Jó! Você não deve falar deste jeito! Deus, meu Deus não é deste jeito! Você não pode chamá-lo a prestar contas. E você não deve ter este tipo de tratamento com Ele. Nem mesmo quando está tentando entendê-lo. Mesmo quando todas as coisas vão de encontro às suas expectativas.
Irmãos e irmãs, este é o consolo bíblico! Isto não compromete a verdade! Nem mesmo é uma mensagem que agrada aos ouvidos de todos que somente querem ouvir o que já determinaram de antemão. Mas, o real consolo fala, antes de tudo, corretamente a respeito de Deus. E somente quando isto é feito trará um benefício para os filhos dEle. É isto o que Eliú tenta dizer quando expressa: Deus é maior que o homem! Que significa: Ele deve ser exaltado! Ele nunca pode ser contido previamente em uma bolsa e termos uma dimensão que o adapte às nossas expectativas. Pois Ele é Deus! O todo-poderoso! Soberano. Santo e majestoso. Acima de sua criação! Incomparável com qualquer coisa ou pessoa.
E este contraste vem mais fortemente quando você considera a palavra para “homem” no verso 12 do capitulo 33. Ela fala do homem em sua fragilidade e fraqueza. Em sua completa dependência. Jó, diz Eliú, quem é você para responder a Deus? O que faz de você tão especial para questionar a justiça de Deus?
Irmãos e irmãs, Eliú está irado e indignado. Também com Jó! Oh, ele deveria saber que Jó estava gradualmente sendo dirigido a este ponto. Que o conflito estava tão terrivelmente difícil para ele. Que o assalto do diabo por meio de seus três amigos o deixou severamente frágil. E a intensidade desta batalha interna o trouxe a um sofrimento mental e físico, levando-o a dizer estas palavras, as quais ele nunca deveria ter pronunciado. Mas isto não é uma desculpa! Eliú ataca a Jó em defesa de seu Deus! Que, sendo incomparável a qualquer coisa ou pessoa, não deve ser desafiado por um pobre homem e ser chamado a prestar contas de seus feitos.
E este foi o pecado de Jó! Oh, isto é incompreensível, nós dizemos. Isto é propriamente humano, e nós concordamos. Mas esta é exatamente a questão! Somente porque não é compreensível, não nos deve levar a estas atitudes! Somente porque é propriamente humano, não se deve levar isto adiante! Não, não joguemos pedras em Jó. Quem ousa se comparar a ele? O mais reto e íntegro homem que viveu naquela época? Mas agradecemos a Deus por ter enviado Eliú, que botou o dedo na ferida. Que defendeu a Deus, não porque Deus precisasse, mas por causa de Jó e da Igreja de todas as eras.
A batalha de Jó contra a Providência de Deus e sua agonia em não conseguir entender que Deus está sempre certo e justo, poderia muito facilmente ter guiado Jó a abandonar a Deus. Que aparentemente não toma conta da vida de seus filhos. Que parece estar indiferente a respeito dos choros e do destino de seu povo. Mas Eliú é usado por Deus para defendê-lo com a finalidade de ajudar a Jó. E que todos nós pudéssemos ser ajudados. Não, não com respostas prontas. Mas com a verdade bíblica de que Deus está acima do homem.
Oh, irmãos, alguém pode dizer que tipo de consolo é este? Isto é tudo o que Jó deve ouvir? Será isto suficiente? E nós? Com nossos problemas e batalhas? E o que dizer a respeito de todos os filhos de Deus que sofrem muito por causa de Cristo? Muitos torturados e abusados e até mortos? Ou pense naqueles que estão lutando contra um pecado que não conseguem vencer? Pais vendo os filhos abandonando o Senhor enquanto os seus joelhos continuam dobrados? Tentado viver com problemas que parecem que nunca deixarão você! Lutando contra a providência de Deus, com o por quê dEle enviar isto para você suportar e por que ele não o tira de você?
Sim, irmãos e irmãs! Pois quando você confessa que Deus é soberano, e uma vez que você se entrega a esta verdade de que Ele nunca deve ser chamado a prestar contas de suas atitudes, você esta onde o Senhor quer que você esteja. Onde Ele quer ser crido ao invés de entendido, amado ao invés de provado! Isto é tudo o que o Senhor quer! Fé nEle, que cumpre todas as suas promessas. Crer nEle, que através das tormentas e do fogo trará seus filhos a salvo para o paraíso vindouro. Não por causa de sua inocência, nem por causa de seu amor, nem por causa de seu comprometimento ou devoção a Ele, mas pela graça e misericórdia e do seu amor paternal em Jesus Cristo. Tudo isto por Jó e para todos os seus filhos.
Mas é exatamente isso que Jó falha em ver. E é isto que facilmente nos esquecemos. De que somente isto é a única base pela qual podemos ser aceitos por Deus. E é por isto que Eliú não terminou ainda. Passemos ao terceiro ponto.
- Eliú faz isto fazendo referencia ao mediador vindouro
Os versos 23 e 24 do capítulo 33 formam o centro das palavras de Eliú. E eles nos dão a solução para a questão mais importante de Jó. Nos versos anteriores Eliú diz que Deus fala ao homem! Jó se sentia abandonado e solitário. Ele pensou que Deus não podia mais se ocupar com ele. Mas disse Eliú: não, Jó, este não é o caso! Deus fala ao homem. Em visões e sonhos. Meios que se adaptam ao período do livro de Jó. Com datas do período de Abraão ou um pouco depois. Quando não havia Bíblia. Quando o Senhor tinha se revelado diretamente. Hoje nós dizemos: Deus revelou a si mesmo nas Escrituras Sagradas! É lá que você encontra como viver em paz e alegria.
Deus também visita o homem com sofrimentos e tribulações. Este é um outro jeito que Ele usa para chamar o homem de volta para ele e encontrar descanso em seu amor e misericórdia. Mas no caso de Jó podemos pensar que isto é suficiente, Eliú chega ao clímax! “Se com Ele houver um anjo intercessor, um dos milhares, para declarar ao homem o que lhe convém, então Deus dirá ao anjo: redime-o para que não desça à cova, achei resgate!” E é nestas palavras que encontramos o que Jó precisava ouvir. Mesmo numa linguagem difícil e vaga, e mesmo sem um entendimento claro.
Nestes versos temos uma das velhas referências ao salvador vindouro, irmãos e irmãs! Ou seja, sobre Jesus Cristo, que é chamado de anjo de Deus no Velho Testamento. Vejam o texto: “um dos milhares” é uma expressão hebraica, a qual também encontramos em Eclesiastes 7:28. E isto denota um caso raro. Pois há somente um anjo! Aqui chamado de intercessor (“mediador”, na versão internacional)! Que não somente declara ao homem o que é justo para ele, ou como também pode ser traduzido, o que sua justiça é, mas que também conseguirá esta justiça pelos meios de um resgate, o qual pagará no devido tempo.
Agora, o que isto significa? Como está adequado às palavras finais de Eliú? E como pode isto consolar Jó enquanto ele está enfrentando sérias questões? Bem, irmãos e irmãs, ao defender a Deus, Eliú ressalta a graça e a misericórdia que seriam reveladas no Messias prometido! Que, como filho de Deus, aparecerá no devido tempo como o mensageiro ou o anjo de seu pacto para pagar o preço exigido pela justiça de Deus antes dEle aceitar os pecadores como Jó e a nós como seus filhos amados.
Em outras palavras, Jó é tanto instruído quanto consolado ao mesmo tempo. O Deus que é exaltado sobre o homem e de quem Jó nunca pode cobrar uma prestação de contas, diante dos olhos de quem a justiça e a pureza de Jó continuam contaminadas pelo pecado e injustiça, somente poderão causar alegria quando o resgate for pago por Cristo um dia. Pois este resgate será a única base na qual os pecadores viverão. O único pagamento que poderá aplacar a ira de Deus e levá-lo a salvar o homem do sofrimento e da morte.
Jó precisava ouvir isto, irmãos e irmãs! Por mais de uma razão. Mas especialmente porque ele é um mortal correndo o risco de confiar em sua própria justiça. Como se esta pudesse lhe dar um tíquete para a saúde, o bem estar e salvação. Mas o Senhor mostra quem de fato é por meio de Eliú. O longo debate com seus amigos sobre seus sofrimentos deixou Jó em pedaços. Ele quase chega ao ponto em que escreve o apóstolo Paulo em Romanos 9:20 e 21 (LER ESTES VERSOS).
Jó precisava ouvir isto, pois nada que fazemos pode nos tornar aceitáveis diante de Deus. Somente a justiça imputada de Jesus Cristo pode nos deixar diante de Deus. Somente o resgate pago pelo seu precioso sangue pode resistir ao escrutínio dos olhos santos de Deus. Os três amigos de Jó nem mesmo vagamente se referiram a isto. Eles estavam absolutamente mudos a respeito da reconciliação que seria firmada pelo precioso sangue de um mediador. Para eles havia um caminho barato. Faça o seu melhor! Viva bem e tudo irá bem!
E mesmo Jó falando muito a respeito de sua justiça, mesmo no capítulo 19, onde ele confessa o seu redentor, ele estava preocupado com sua própria inocência. Que seu redentor tinha de pagar um resgate, também por ele, não estava tão claro até então. Mas Eliú veio com o evangelho da pura graça! Ele foi além de todos os argumentos humanos. Também contra os argumentos religiosos. E fazendo isto, ele estava realmente ajudando seu amigo. E foi um real consolo para ele. Porque vindo com o evangelho da graça, realizando a morte cara do único filho de Deus, ele deu a Jó um argumento forte para nunca dizer adeus ao Senhor.
Era por isto que o diabo estava esperando. Mas quem pode dizer adeus ao Senhor quando ouve o evangelho da graça? Quem pode deixá-lo, quando vê seu maravilhoso amor demonstrado na doação de seu filho, seu único filho, para receber a maldição que nós merecemos? Olhando para o nosso tempo, o Senhor continua exigindo nossa total atenção para este resgate! Isto é o central para todo o sermão. Central para todo o batismo. Central para toda a santa ceia. Nestas coisas Deus nos deixa ouvir, ver e provar o que Cristo fez por nós. Pois este resgate, pago pelo anjo do Senhor, por pecadores como Jó e Eliú, você e eu, nos mostra o amor de Deus! Esta é a razão, a base, o único motivo pelo qual Deus diz: redime-o, redime-a, da cova! Ou seja: da morte! Da morte eterna.
Não, o sofrimento não teve um fim instantâneo. Havia mais a ser ensinado, mas a chave da solução foi dada a Jó nestas palavras de Eliú. E o mesmo se aplica a nós, irmãos e irmãs! Para você e para mim. Verdade, nós não sofremos como Jó. E temos do que ele teve. Mesmo quando ele estava rico e saudável. Mas isto não significa que não podemos também ter nossas questões e problemas. Nossas dificuldades e tribulações. Freqüentemente sem saber de onde eles vêm.
Então nossos porquês são lançados ao alto. O horizonte se torna em trevas e nós falhamos em ver alguma luz. Então algumas vezes até o desespero pode vir sobre nós. E um senso de “qual o propósito de tudo isto?” pode nos alcançar. E então o diabo começa a trabalhar em todo tempo… deixe o seu Deus, ele diz. O que ele pode fazer por você? Como você pode dizer que ele te ama? Somente olhe para tua vida com toda a tribulação e problema. Onde está ele agora? Quando você precisa dele desesperadamente? Quando você mais precisa estar seguro do seu amor?
Qual o beneficio, o ganho, o consolo quando você serve a Ele em amor? Quando você compromete a si mesmo e a sua igreja? Quando você luta contra seus pecados e crucifica sua velha natureza? Quando você quer obedecer a Ele em toda a sua vida? E somente a Bíblia determina o que está certo e errado? Isto é como o diabo fala e deseja. Algumas vezes gritando em seus ouvidos.
Mas nos entreguemos à palavra de nosso Deus, amados! A única resposta que nos dá certeza e segurança. A cruz do gólgota. Onde o resgate foi pago. Por você e por mim. E por todos que crêem em Jesus Cristo. Um Deus que deu seu único filho nunca deixará seus filhos entregues a si mesmos. Pois o preço de sangue de nosso mediador é tão precioso que Deus diz: redime-os da cova! Livra-os da morte! Pois eles são meus filhos. E eu os amo com um amor eterno.
Qual o nosso consolo na vida e na morte? Que eu, com corpo e alma, pertenço ao meu fiel salvador Jesus Cristo, desde agora e eternamente, se doente ou saudável, rico ou pobre, jovem ou velho, com problema ou livre deles, não importa, eu sou dEle! Pois ele é o meu resgate, e o meu resgate foi pago! ALELUIA.
Amém.
Garrelt Wieske
O pastor Garrelt Wieske nasceu na Holanda em 1939. Foi ordenado Ministro da Palavra em 1985, e serviu às igrejas em Lincoln, Ontario; Neerlandia, Alberta; Chatham e Spring Creek, Ontario. Desde sua aposentadoria, em 2003, tem se dedicado a auxiliar igrejas no Canadá e Austrália que estão temporariamente sem ministo. Ele é pai do pastor Kenneth Wieske, que serviu muitos anos como missionário nas Igrejas Reformadas do Brasil.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.