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Êxodo 20:16

Leitura: Salmo 15; Efésios 04:17-05:21
Texto: Êxodo 20:16

Amados em nosso Senhor Jesus Cristo,

Os mandamentos como guia da vida nova

Quando Jesus salva, ele salva completamente. Nas semanas passadas, ouvimos várias pregações tratando a santa lei de Deus. Vimos que, para aquele que está morto em seus delitos e pecados, a lei de Deus é um testemunho acusatório: deixa bem claro que, sem a perfeita obediência à lei de Deus, sem a perfeita santidade, o homen nunca pode ter comunião com Deus. A lei de Deus proclama a alta voz: você é pecador! Você é rebelde contra Deus! Você permanece sob a ira de Deus.

Portanto, não é surpresa que as igrejas liberais não valorizam a Lei de Deus. É muito incômodo ouvir a Lei de Deus se você está vivendo uma vida imunda, pensando ser uma pessoa boa e cristã. É bastante incômodo ouvir, porque a Lei tira os trapos sujos da própria justiça do homem e lhe mostra seu estado miserável perante Deus.

Mas para aquele que tem o dom da fé, a Lei se torna algo diferente. Não aponta apenas a sua miséria, mas o impulsiona a buscar a sua justiça, a sua vida, fora de si — em Cristo. E para aquele que pela fé tem a certeza da sua salvação pela graça, a Lei de Deus se torna UM guia para a nova vida, um guia para uma vida de gratidão.

Devemos notar que esta Lei, este guia para a vida nova, mostra como é completa e total a redenção que Cristo ganhou para nós. A vida nova alcança todos os aspectos da nossa vida. A salvação não é restrita ao lado chamado “espiritual” do homem! Jesus redime os seus escolhidos corpo e alma. A salvação muda a vida inteira.

Muda a sua relação com Deus: o Cristão só quer adorar o único Deus. Só quer buscar a vontade de Deus; ele não deseja servir a nenhum outro. Não quer mais servir a seus próprios desejos; não quer mais servir ao diabo, só quer adorar e servir ao único Deus — primeiro mandamento.

Muda o seu culto, a sua adoração: o Cristão deseja adorar a Deus somente segundo a vontade dEle! — segundo mandamento.

Muda seu tratamento do nome de Deus: o Cristão não consegue blasfemar o nome do seu Pai, seja por palavras, seja por atos que trazem vergonha ao nome de Cristo — terceiro mandamento.

Muda sua atitude em relação ao uso do seu tempo: o Cristão não busca uma vida que só visa trabalhar nas coisas desse mundo, mas observa os devidos períodos de descanso, se alegre nas oportunidades de participar nas santas convocações e assembléias solenes do povo de Deus. Ele está ansioso para entrar no descanso eterno, e já desfruta dos momentos de comunhão com Deus e o seu povo — quarto mandamento.

Muda sua atitude em relação com as autoridades. Autoridade não é mais uma palavrão, como é para os pecadores rebeldes que odeiam todo autoridade além dos seus próprios desejos pecaminosos. Cristo redime as relações entre filhos e pais, entre empregados e empregadores, entre cidadões e governos — quinto mandamento.

Muda como você valoriza a vida. O Cristão busca proteger a vida do seu próximo, e também cuida bem da sua própria vida. O Cristão nem quer odiar, se irar, ou pensar em se vingar contra o seu próximo, porque estes são os primeiros passos do homicídio — sexto mandamento.

Muda a relação mais íntima que existe entre seres humanos: a relação entre marido e esposa. O Cristão valoriza a fidelidade, e consagra a sexualidade no seu lugar devido, dentro do casamento — sétimo mandamento.

Muda a relação entre o Cristão e os seus bens materias. Os redimidos não buscam juntar riqueza duma maneira anti-Bíblica; e não buscam usar seus bens por fins egoístas. Querem usar seus bens para a glória de Deus, para cuidar das suas famílias, e para prover os verdadeiros necessitados — oitavo mandamento.

Cristo redime também nosso falar

E, a salvação em Cristo muda até as palavras que saem da nossa boca. Em Cristo, o crente deseja mostrar sua gratidão, mostrar publicamente que ele é uma nova criatura, também pela sua maneira de tratar a verdade. Cristo redime até nossa comunicação. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”

O nosso falar por natureza é mentiroso

Esse é um mandamento muito prático, muito atual, porque a natureza caída do homem só procura falar mal do seu próximo. O homem perdido, no seu falar, reflete o seu próprio pai: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” — João 8:44

Tiago nos ensina qual é a tendência do homem pecador: sua língua “é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.

Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.”

Observemos bem que a Bíblia ensina que ninguem é perfeito no seu falar (Tiago 3:8). Observemos também que não é apropriado quando os filhos da luz têm um palmo de língua (Tiago 3:12). Não é bem assim quando estamos louvando o nome de Deus no culto, e logo quando chegamos em casa usamos a mesma língua para ferir os nossos amados, ou para fofocar e falar mal do nosso próximo?

A força destrutiva do falso testemunho

Porque o homem pecador gosta de dar falso testemunho? Porque ele gosta de destruir seu próximo; de colocar os outros para baixo para se elevar; de jogar a reputação dos outros no lixo, para se proteger.

Quantas vezes você já experimentou isto em sua vida ou na vida da sua família? Alguém, para se vingar, ou para evitar seu devido castigo, ou por pura crueldade e ódio, dá falso testemunho contro uma outra pessoa. As crianças já nascem espertas nisto. “Eu não toquei; foi Fulano que quebrou!”

O homem pecador também é muito esperto para espalhar coisas ruins sobre os outros. Por natureza, gostamos de ouvir algo terrível sobre uma outra pessoa.

Provérbios 18:8, BRP “As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados; elas descem ao íntimo do ventre.”

Gostamos de ouvir coisas ruims sobre os outros, porque isto nos deixa feliz, sabendo que há outras pessoas piores e mais pecaminosas do que nós. Não perdemos tempo para logo comunicar para outras pessoas. Por quê? Porque por natureza odiamos nosso próximo e não buscamos seu bem!

Imagine que eu veja o irmão Fulano de Tal na cidade, com uma outra mulher que não a sua. O natural é que eu diga isto à minha esposa; para que ela fale isto para muitos outros, antes de falar com o irmão Fulano de Tal. Por quê? Porque minha natureza pecaminosa ódeia meu próximo e não busca seu bem, não busca manter sua boa reputação. Minha natureza caída não quer logo falar com o irmão, para mostrar meu amor e minha preocupação. Se eu sigo minha velha natureza, vou fofocar e destruir a reputação do meu irmão em Cristo. Se sigo a nova natureza, e busco o bem do meu irmão, vou primeiro falar com ele, antes de mais nada. E ele vai explicar logo que era simplesmente sua mãe, que chegou de viagem!

Sim, o falso testemunho busca a destruição do nosso próximo. A coisa mais triste é que, por natureza, nós gostamos bastante desta coisa tão destrutiva.

O nosso falar deve manifestar nossa vida nova em Cristo

Você é crente? Você é membro do corpo? Você está unido com Cristo pela verdadeira fé? Isto tem conseqüências para seu falar. Será que você está refletindo seu Salvador pelo teu amor à verdade?

Efésios 5:8, BRP “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”

Andai como filhos da luz! A Palavra de Deus nos chama a VIVER na nova vida que nos já temos. Se estamos EM CRISTO, por conseqüência, Cristo deve ser manifestado EM NÓS!

Ele é a verdade: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. ” (Jo 14:6). Por isto, a Bíblia fala dEle: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.” (1 Pe 2:22)

O que pertence a Cristo, deve ser refletido também no seu corpo. Apocalipse 14 descreve os redimidos assim: “E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.” (Apocalipse 14:5)

O que é falar a verdade?

a. Não é meramente falar fatos
Devemos deixar para trás a idéia mundana de que podemos cumprir o nono mandamento só falando fatos reais, e não falando o que não é um fato real. É isto que o homem pecador faz, quando ele diz, “Sou honesto! Nunco minto! Sempre falo o que acho!” E assim, se ele está chateado com você, ele vai falar, até gritar! Se ele te odeia, vai falar! Se ele te acha feio, ele vai falar! E o pior é que ele se acha muito honesto e reto, porque ele está “falando a verdade”.

b. É falar em amor, para edificação
Não é bem assim que o nono mandamento está nos orientando. Podemos falar um fato real, e ainda pecar contra o mandamento. Deus nos chama a falar a verdade por quê? Para amar Deus e o nosso próximo! Assim, Paulo (Ef. 4:15) nos ensina que devemos seguir (literalmente: falar, proclamar) a verdade em amor!

Isto em primeiro lugar na comunhão dos santos, no meio do corpo de Cristo: Efésios 4:25, BRP “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.”

Mas isto não é restrito às relações com os irmãos. Todas as nossas palavras devem visar a verdade.

Efésios 4:29, BRP “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.”

Nenhuma palavra torpe! Jesus nos ensina: “Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” (Mateus 12:36)

Cristo que todas as nossas palavras promovem a edificação do nosso próximo. Como isto é diferente da nossa tendência natural: por natureza, buscamos promover nossos interesses com toda palavra.

c. É falar a verdade, mesmo quando dói
— cumprindo sua palava —
É muito fácil falar duma forma edificante, irmãos, quando isto não traz prejuizo contra nós. Como nós, por natureza, somos espertos em torcer e mentir e achar qualquer jeito para tentar negar um comprimisso que não queremos mais admitir!

O Salmo 15 fala sobre o santo de Deus, e diz que ele sempre cumpre sua palavra! Se ele prometeu algo para você, ele não vai mudar de idéia, mesmo se a situação mude e ele tenha prejuízo cumprindo sua promessa.

— buscando justiça e verdade —
Além de cumprir nossa palavra, não negando as nossas promessas e os nossos compromissos, existe uma outra aplicação muito importante. Imagine que você viu alguém sendo assassinado, e você sabe o nome do assassino. Quando a polícia chega para investigar, qual é a reação comum em nossa sociedade? “Não vi nada! Só ouvi os tiros.”

Por quê? Infelizmente, o nosso natural não é falar a verdade, porque amamos nossa segurança e conforto e vida mais do que a justiça e a verdade. Valorizamos nossas próprias vidas mais do que valorizamos uma sociedade com lei e ordem para nós e nossas crianças. Se temos de escolher entre mentir para nos proteger, ou falar a verdade para promover justiça e uma sociedade melhor, nós vamos escolher os nossos próprios interesses.

Irmãos, isto é pecado! É meramente egoísmo! Em lugar de falar a verdade para promover uma sociedade mais justa e menos violenta para nós e nossas crianças, escolhemos o caminho mais conveniente para nós, porque não queremos falar a verdade se possivelmente isto nos incomodar.

Esta atitude não é apropriada para o filho da luz. O fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade, diz o apóstolo (Efésios 5:9). Para o filho da luz, justiça e verdade valem mais do que seu conforto e conveniência! A nova natureza não aguenta mentir e fingir e impedir a justiça para nos proteger. Efésios 5:11: “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.”

Condenemos as obras das trevas, para sermos aprovados por Deus. “O amor não folga com a injustiça, mas folga com a verdade” (1 Coríntios 13:6).

Conclusão

Estas são algumas aplicações deste mandamento em nossas vidas. Lembremos que uma vida mudada por Cristo consequentemente mostrará frutos do Espírito. Uma consequência natural da vida nova é um crescente amor à verdade. Falar e promover a verdade é amar o nosso próximo, e assim, amar Deus.

Falara a verdade para edificação é muito mais profundo do que sempre dizer da boca pra fora o nome do Senhor e outras palavras religiosas: “Paz do Senhor!”, “Graça e paz!”. Qualquer pessoa pode dizer muitas palavras religiosas, mas somente o verdadeiro filho da luz pode amar a verdade, e promovê-la em todo o seu falar!

Portanto, vamos pesar com cuidado cada palavra que sai das nossas bocas: quando falamos ou ouvimos falar dos outros, quando devemos cumprir um comprimisso, quando devemos testemunhar em favor da verdade e da justiça para o bem da nossa sociedade.

Provérbios 12:18, BRP “Há alguns que falam como que espada penetrante, mas a língua dos sábios é saúde.”

Que “a nossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal” (Col. 4:6), para a edificação do nosso próximo, e para a glória de Deus. E que desta forma, a obra de Cristo em nós seja manifestada.

Amém.

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Kenneth Wieske

Pr. Kenneth Wieske é ministro da Palavra e dos Sacramentos das Igrejas Reformadas Canadenses. Tendo servido como missionários por mais de 15 anos nas Igrejas Reformadas do Brasil.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.