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Êxodo 19:03-06

Leitura: Êxodo 19
Texto: Êxodo 19:03-06

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

Israel havia saído do Egito. A jornada em direção à terra de Canaã havia começado. A caminhada do povo de Deus havia iniciado pelo deserto. Os egípcios haviam sido mortos pelas águas do Mar Vermelho. Moisés e o povo entoaram um cântico de louvor ao SENHOR. Era imensa a alegria do povo. Miriã e as outras mulheres saíram atrás cantando e dançando de alegria. O povo de Israel era um povo muito abençoado. Dia após dia o povo podia ver a coluna de fumaça durante o dia e a coluna de fogo a noite. Os israelitas podiam saber que estavam sendo protegidos pelo SENHOR dos Exércitos. Oh, como é maravilhoso saber que Deus zela por nossas vidas. Oh, como é maravilhoso saber que em meio ao vale da sombra da morte, Deus está nos guardando.

O SENHOR fez sair água de pedra para saciar a sede de seu povo. Guerreou contra o rei de Amaleque e venceu pelo seu povo. Eram eventos como esses que estavam na mente do povo. Era impossível Israel esquecer. Foram acontecimentos recentes na vida do povo. Eles podiam sentir a fidelidade de Deus. Eles podiam sentir a presença da glória de Deus no seu meio. Os seus corações queimavam de alegria por causa desta fidelidade do SENHOR entre eles. Como pode alguém se esquecer do favor de Deus? Como pode alguém não ver a fidelidade em sua vida? Como pode alguém desprezar ao Deus da aliança eterna? Como pode alguém se rebelar contra o SENHOR querendo viver fora da aliança e da sua Igreja amada? No texto da pregação de hoje vamos ver como o SENHOR é fiel e vamos ver o que exige de seu povo.

Tema: O SENHOR Proclama a Sua Aliança no Monte Sinai

Nesta proclamação da Aliança, o SENHOR quer nos lembrar de duas coisas:

Ele lembra ao povo a Sua fidelidade
Ele nos lembra da nossa obrigação

  1. Ele lembra ao povo a Sua fidelidade

O que é uma aliança ou pacto? Aliança ou pacto é um tratado entre duas ou mais pessoas, no qual as partes que entram em aliança têm iguais responsabilidades para cumprir o estipulado na aliança. Deus fez uma aliança com seu povo no monte Sinai. Só que a aliança não é que o homem e Deus têm as mesmas responsabilidades. Porque não foi o homem que procurou Deus para estabelecer uma aliança. A humanidade caída em seus delitos e pecados não quer saber de Deus e nem de sua aliança. Mas foi o próprio Deus quem quis fazer uma aliança com um povo sobre a terra. Deus entrou em um relacionamento íntimo com seu povo escolhido. Não porque Israel fosse melhor e mais numeroso do que os outros povos da terra. Pelo contrário, era o menor de todos os povos. Mas Deus fez uma aliança onde Ele se compromete em ser o Deus de Israel e conceder muitos benefícios a este povo. Ele fez uma aliança baseada em seu próprio nome. Assim, Ele obrigou-se a manter a sua aliança. Nesta aliança o SENHOR promete uma terra que mana leite e mel. Uma terra mui fértil. Deus iria expulsar os habitantes da terra de Canaã e entregar a seu povo. O povo só precisa ter fé e ser obediente ao SENHOR. Assim, havia uma garantia de que Deus iria abençoar seu povo. Porém, se Israel se desviasse não obedecendo a seus estatutos, receberia a maldição da aliança. Seria castigado severamente por não ter permanecido fiel ao seu SENHOR.

Deus está no monte Sinai proclamando o seu pacto aos filhos de Israel, a descendência de Abraão. Veja o verso 3: “Subiu Moisés a Deus, e do monte o SENHOR o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel”. Olhe a linguagem pactual que o SENHOR utiliza falando a Moisés. Deus está ordenando que Moisés fale à casa de Jacó e aos filhos de Israel. Quem era Jacó? Era o neto de Abraão, ao qual Deus disse em Genesis 17.2: “Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente”. Deus procurou Abraão e entrou num relacionamento pactual com Abraão. E Jacó é um descendente direto de Abraão. Esta linguagem mostra o Deus da Aliança. Por isso encontramos várias vezes na Bíblia: “O Deus de Abraão, Isaque e Jacó”. Esta linguagem mostra a fidelidade de Deus em manter a sua aliança ou pacto com seu povo. E Israel não é um novo povo. São os descendentes de Abraão. O SENHOR disse que iria multiplicar grandemente a descendência de Abraão como a areia do mar e as estrelas dos céus. E Deus cumpriu. Os descendentes de Abraão são agora uma nação numerosa. É o Deus do pacto buscando os seus filhos. Buscando aqueles que estão em aliança com Ele. Lembrando que Ele é fiel em manter a sua aliança, quando o povo de Israel estava sofrendo no Egito por causa da servidão. Então nós lemos em Êxodo 2.23-25: “os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição”. Ele foi libertar seu povo da escravidão. A aliança não terminou. Essa é uma aliança perpétua, ou seja, uma aliança que permanece para sempre.

Isto nos consola e nos anima dia após dia. Porque sabemos que o nosso Deus é fiel em tudo o que faz. Tanto em conceder bênção como em enviar maldição em virtude da infidelidade de seu povo. É sobre a sua fidelidade pactual que Ele está falando ao povo de Israel no monte Sinai. Ele não quer que o povo se esqueça disto em sua vida. Por isso Ele está lembrando a sua aliança com Abraão e a sua descendência. Veja o verso 4: “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim”.

O SENHOR lembra a Israel que Ele não se esqueceu de Sua Aliança com a casa de Jacó. O SENHOR se refere neste verso aos eventos no Egito. Quando Israel era tratado como escravo. Vivia sendo oprimido. Sofrendo com a crueldade dos egípcios. Porém, o SENHOR lembrou-se de Israel e de sua Aliança e enviou Moisés para libertar a seu povo pactual. Naquela libertação os israelitas puderam ver a mão de Deus pesar sobre os egípcios, enviando pragas e matando os primogênitos dos egípcios. Ele também fez Israel passar pelo mar vermelho e matou os egípcios. Foi um ato maravilhoso da parte de Deus para com Israel. Todos estes acontecimentos estavam na mente do povo, porque só havia passado três meses desde que eles tinham saído do Egito. Foi fidelidade de Deus visitar seu povo no Egito e resgatá-lo com mão poderosa e braço estendido. O povo de Israel não apenas podia ouvir Deus falando, mas também podia lembrar-se de tudo o que passou e viu. E Deus fez o povo caminhar pelo deserto. Por que tudo isto?

Tudo isto que o SENHOR fez a Israel não foi apenas para libertá-lo da escravidão com seu poder divino. Foi à adoção de Israel como filho. Como diz Êxodo 4.22: “Israel é meu filho, meu primogênito”. Foi isto que aconteceu com Israel. Deus conduziu para si mesmo aquele povo. Como diz Gênesis 17.7: “Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência”. Deus diz que levou Israel como uma águia leva seus filhotes sobre as asas. Mas Ele não os levou para um lugar longe de sua presença. Ele mesmo diz que os levou para si. Para perto do seu coração. Para tornarem-se um povo achegado. O SENHOR diz que seria o Deus da descendência de Abraão. Sabe o que isto significa?

Significa que a Aliança de Deus com seu povo é de essência espiritual. Porque estar em aliança com o SENHOR significa comunhão com o Deus da vida. Deus graciosamente habita com seu povo. Ele faz morada no meio do seu povo. E o que o SENHOR está fazendo no monte Sinai é falar com seu povo. Ele desce dos céus dos céus e vem ao monte Sinai falar diretamente com seu povo. Há uma comunhão nisso em Deus vir falar a seu povo. Mesmo sem o povo poder subir o monte, Deus providencia um mediador entre eles, que é Moisés. O povo podia sentir a presença de Deus de uma forma visível e poderosa — e espiritual. Com esta comunhão o povo deveria demonstrar fé no SENHOR Deus. Deveria estar agradecido a Deus por Ele entrar em aliança com um povo pecador. Isto é aliança. Isto é um relacionamento pactual entre Deus e um povo escolhido por Ele próprio.

Israel viu a fidelidade do SENHOR, o Deus pactual. Israel não apenas podia ver a fidelidade do SENHOR como também podia senti-la em seus corações. Uma fé que arde por dentro em sentir a presença de Deus do seu lado, cuidando na caminhada pelo deserto. Uma fé que ansiava pela presença de Deus, que ansiava em viver em aliança com um Deus santo, e em ter comunhão com o SENHOR do pacto através de Jesus Cristo. Porque é em Cristo Jesus que podemos ver mais claramente a fidelidade de Deus em manter a sua aliança. Enviando seu Filho como cumprimento de todas as exigências da aliança. Morrendo em nosso lugar e abrindo as portas dos céus. Nos levando ao trono santo de Deus. O próprio Senhor Jesus Cristo ainda mandou o Seu Espírito para fazer habitação em nós que pertecemos a sua aliança. O Espírito Santo testifica a fidelidade em Cristo Jesus. Ele nos capacita a viver em comunhão com um Deus Santo. Isso nos leva ao segundo ponto.

  1. Ele nos lembra da nossa obrigação

O SENHOR é um Deus fiel! Ele cumpre as suas promessas mesmo que demore mil anos. Pois pelo seu nome é que Ele jura. Não há nada mais santo do que o seu próprio nome. E nós vimos que o SENHOR cumpre a sua aliança feita com Abraão, quando disse que seria o seu Deus e da sua descendência. Agora Ele está mostrando isso a Israel no monte Sinai. Ele lembrou o povo de sua fidelidade. Seu amor pelo povo da aliança, em cuidar dele e protegê-lo. Isto é maravilhoso demais para lembrarmos em nossas vidas. Porque a aliança do SENHOR não muda. Permanece a mesma ontem, hoje e para sempre. Porque é imutável! Deus não pode volta atrás em suas promessas. E, foi exatamente isto que Ele lembrou à casa de Jacó no monte Sinai: a sua aliança é aliança perpétua.

Porém, existe um propósito em nos escolher. Ele não entra em aliança sem exigir nada de seu povo. O que Ele requer de seu povo? O que Ele requer de você que está em aliança com Ele? A primeira coisa é OUVIR a sua voz e GUARDAR a sua aliança. O SENHOR quer que seu povo ouça o que Ele tem a dizer nas Sagradas Escrituras. É nas Sagradas Escrituras que o SENHOR revela a sua vontade ao seu povo pactual. Esta não é uma palavra comum, mais as palavras da aliança de Deus. Esta palavra é viva e eficaz. Ela transforma vidas. Ela ensina como o povo da aliança deve andar diante do Deus pactual. No capítulo 20 do livro de Êxodo encontramos os Dez Mandamentos. Os Dez Mandamentos são as estipulações da aliança que Deus exige de seu povo pactual. Esses Dez Mandamentos não são para oprimir o povo santo do SENHOR. Mas são para conduzir o povo nos caminhos do Deus pactual. Ele quer proteger o povo de seus próprios pecados. Os Dez Mandamentos são também chamados de “As Dez Palavras de Amor”. Por quê? Porque eles estão mostrando o cuidado de Deus pelo seu povo amado. Guardando os mandamentos, o povo estará ouvindo a sua voz e guardando a aliança. Quando o povo não dá ouvido à sua voz, ele quebra a aliança do SENHOR. Ele desobedece ao SENHOR da aliança. Por isso recebe a maldição estipulada na lei.

Quando Israel guardasse a aliança, ele seria a propriedade exclusiva do SENHOR entre todos os povos da terra. Israel será um tesouro do SENHOR aqui na terra. Um povo separado das demais nações para servir ao SENHOR Deus. A resposta do povo deve ser uma resposta de fé nas promessas do SENHOR. Esta é a atitude de quem ama a Deus acima de qualquer coisa. Um amor que é expresso em obediência à aliança do SENHOR. Não como fazem os gentios que desprezam ao SENHOR. Por isso Deus chama seu povo a ouvir a sua voz. A ouvir a voz daquele que é misericordioso. Deus está construindo uma nação conforme a sua vontade santa. Veja Êxodo 19.5-6: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa”. O que é que estamos ouvindo aqui? É o evangelho do reino de Deus! Uma nação pactual! Veja que no verso 6 Deus usa os nomes “reino de sacerdotes e nação santa”. O que isto tem a ver com Israel? E o que tem a ver conosco hoje? Um sacerdote era alguém separado para o serviço de Deus no templo. Ele era separado para um serviço especial de oferecer sacrifício pelos pecados do povo. Ele não poderia ser impuro, mas um homem santo dedicado ao SENHOR. E uma nação santa se refere a Israel, que foi separada dentre todas as nações do mundo para servir ao SENHOR. Israel foi tirado dentre as nações para ser um povo santo, consagrado ao SENHOR. Ele deveria espelhar o seu Deus, a santidade do SENHOR. Quando Israel se comportasse como um povo pactual, as nações veriam a quem ele servia. A luz de Israel irradiaria para todas as nações. Deus separou Israel para ser seu próprio povo. Exclusivamente seu. Para viver como sacerdote e em santidade. Isso mostraria o relacionamento especial de Deus com Israel. Pois Deus escolheu exclusivamente a Israel para ser seu filho primogênito. E Israel deveria lembrar-se de sua obrigação de andar como Deus prescreveu em sua lei. Viver como um povo espiritual que conhece a seu Deus. Que O ama acima de qualquer coisa. Porque Deus salvou Israel, não apenas da escravidão do Egito, mas também da escravidão do pecado. O seu povo deve ser uma bênção para todas as nações.

Mas este pacto é uma bênção também para nós. Porque em Cristo nós fazemos parte deste pacto. Em 1 Pedro 2.9 lemos: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Nós somos a raça eleita de Deus. Sacerdotes reais ao serviço de Deus. Uma nação santa, separada do mundo, afastada do pecado. Para proclamar em alta voz para todo o mundo as virtudes de Deus. Tito 2.14 diz: “o qual [Jesus Cristo] a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”. Cristo nos redimiu com o seu sangue na cruz do Calvário. Purificando-nos de toda iniqüidade. Para sermos um povo zeloso de boas obras. Um povo que quer fazer boas obras dá prova de sua gratidão. Um povo que pratica boas obras é um povo que reconhece a sua salvação em Deus. Não fazendo boas obras para salvar-se, mas para mostrar que é grato.

Amém.

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Alexandrino Moura

É formado pelo Centro de Estudos Teológicos das Igrejas Reformadas do Brasil. Serve à Igreja Reformada do Grande Recife (PE) como Ministro da Palavra e dos Sacramentos.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.