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Gênesis 01.04-05

Leitura: 2 Coríntios 04.01-06

Texto: Gênesis 01.04-05

Amada Congregação do Nosso Senhor Jesus Cristo:

O quarto e quinto versículos de Gênesis 1 nos leva ao cerne de uma das controvêrsias centrais no relato Bíblico da criação. A pergunta é: Deus realmente criou esse universo no espaço de seis dias? Realmente houve um primeiro dia, um segundo dia, etc., e aqueles dias – eles foram como os dias que conhecemos – períodos de luz, seguidos por períodos de escuridão, num ciclo regular, equivalentes aos dias da nossa semana? Ou esses “dias” foram épocas, períodos longos de tempo? Ou o relato desses seis “dias” é realmente uma estrutura literária, uma técnica usada pelo autor de Gênesis para explicar a obra da criação de Deus para nós, criaturas limitadas?

Ou, alternativamente, esse relato é mito, não baseado na história verdadeira? Alguns argumentam que este é o caso. O relato da criação de Gênesis é escrito como polêmica, como argumento contra outras religiões, que não fala de história real – que a história da criação de Gênesis foi escrita pelos judeus como argumento para a preeminência de seu Deus, em oposição aos deuses das nações ao seu redor.

Isto é mais do que apenas uma discussão ao longo de dias, e quanto tempo levou Deus para criar a terra. A importância desta questão não se limita a uma decisão sobre a idade da Terra – seja seis mil ou dez mil ou milhões de anos. A questão não é o que Deus poderia ter feito – Agostinho, por exemplo, argumentou que Deus criou o universo num instante, que Ele não precisou de seis dias para fazer seu trabalho criativo. Outros argumentaram que Deus poderia ter levado milhões de anos para realizar Seu trabalho criativo. E poderíamos dizer, “Sim, Deus poderia ter feito isso. Ele é Deus. Ele é todo-poderoso. Ele pode fazer o que quiser.”

Mas como eu disse, a questão não é o que Deus poderia ter feito – a questão é, “O que Ele fez?” Como lemos essa parte das escrituras tem impacto em como lemos todas as Escrituras. Não podemos separar o relato da criação em Gênesis 1 do restante das Escrituras, lendo o primeiro capítulo da Bíblia de uma forma que nunca leríamos o restante da Bíblia, sem causar dano irreparável ao pleno significado de toda a Escritura.

Nossa hermenêutica, nosso método de interpretar as Escrituras, é importante. É algo que a maioria das pessoas nem considera quando elas lêem a Bíblia, mas é uma questão que deve preocupar todos nós – não somente os teólogos mais educados. E se nosso método de interpretar Gênesis 1 é errado, isso vai bagunçar a maneira como entendemos o restante das Escrituras.

Vamos começar com o problema ou dificuldade que alguns vêem nesses versículos. Deus separa a luz das trevas. Lembre-se, nos versículos 2 e 3, Deus cria a luz no primeiro dia da criação. Mas não é mencionada a fonte daquela luz, ou a criação daquela fonte. Não há sol, que conhecemos como a fonte da nossa luz. O mundo foi criado, mas é sem forma e vazio. Não é o mundo como o conhecemos. Mas aqui em versículo cinco, Deus chama a luz “dia” e a escuridão “noite.” Temos a noite, temos a manhã, o primeiro dia.

Mas nós medimos dias em segmentos de 24 horas, por causa da rotação da Terra em sua órbita ao redor do sol. Se não houvesse sol, causando o nascer e o pôr do sol, como podemos falar de um dia como o conhecemos neste contexto? Não poderiam estes dias ter um comprimento indeterminado, ou não poderiam ser apenas simbólicos? A falta de luz solar nos primeiros três dias não poderia significar que esses dias, no mínimo, não eram como os últimos três dias da semana da criação?

Alguns argumentam que a palavra “dia” nas Escrituras nem sempre significa um dia literal, como o entendemos. E é verdade – às vezes a palavra “dia” não significa um único dia, um dia que experimentamos em 24 horas. Gênesis 2.4 é um exemplo desse tipo de uso da palavra “dia” – “Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou” – no dia em que o SENHOR Deus os criou, literalmente.

Gênesis 1 havia descrito seis dias, agora Gênesis 2 fala sobre “o dia” em que Deus criou. Isaías 30.26 nos dá outro exemplo desse uso da palavra “dia” – “A luz da lua será como a do sol, e a do sol, sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o SENHOR atar a ferida do seu povo e curar a chaga do golpe que ele deu.”

E há outros exemplos na Bíblia desse uso da palavra “dia.” Assim – “dia” nas Escrituras nem sempre significa um único dia como o conhecemos. Mas o contexto é sempre determinante do significado. Nós usamos a palavra “dia” de muitas maneiras diferentes. A questão é: qual é o contexto? Nós versículos que citei, a expressão, “No dia,” significa “no tempo,” ou “quando.” “No dia em que Deus criou” significa, como temos em nossa tradução, “quando Deus criou.” Não está falando de um dia literal. O mesmo vale para “o dia” em que Deus libertou seu povo. Simplesmente significa “quando” Deus faz isto.

Mas nunca nas Escrituras a palavra “dia” costumava significar outra coisa senão um dia normal quando os dias estão contados, como em Gênesis 1. Aqui em nosso testo temos o relato da obra de Deus sobre o primeiro dia – está numerado, assim como os outros seis dias da criação. Também temos os marcadores de tempo usados – tarde e manhã. É claro que este versículo está falando de um dia real – não um período de tempo desconhecido, não um símbolo, mas um dia real. Os três primeiros dias da criação, antes de o sol nascer, são descritos da mesma forma que os últimos três dias da criação. Assim, os primeiros três dias foram os mesmos que os últimos três dias – manhã e noite, num ciclo definido, com o mesmo comprimento. Um dia é um dia. Estes foram dias reais, registrados num relato histórico, que nos dá a história da obra real de Deus no espaço e no tempo.

Como foi que tudo isso funcionou? Como poderia haver dia e noite, como conhecemos dia e noite, se a criação do mundo não estivesse terminada, se o sol não tivesse sido criado, e muito menos ter a Terra orbitando o sol e girando em seu eixo como faz agora? Simplesmente: não sabemos. Não somos informados. Uma teoria diz que poderia ter havido uma fonte de luz temporária que iluminou a Terra por um período de tempo nos primeiros três dias, algo que seria substituído pelo sol no quarto dia. Nós não sabemos como Deus fez isso, mas temos o registro escrito perfeito que nos diz que Ele fez isso.

Ele teve que fazer isto desta maneira? Não, claro que não. Ele poderia ter feito o que Agostinho acreditava que Ele fizesse – Ele poderia ter falado a palavra, e o universo como o conhecemos poderia ter sido criado num único instante. Mas se Ele tivesse feito isso, nosso Deus não nos teria desviado, dando-nos uma narrativa histórica da sua obra de criação.

Qualquer tentativa de explicar que esses dias de criação, incluindo o primeiro, como sendo algo diferente de dias normais, dias que conhecemos de nossa experiência, não faz justiça ao texto da Escritura. E isso não é nada menos que um jogo perigoso – brincando com a Palavra de Deus. Se diz que houve várias opiniões sobre essa questão na igreja ao longo dos séculos, que nenhuma opção foi aplicada como sendo a única opção ortodoxa. Por causa disso, argumenta-se, nós devemos permitir várias opiniões sobre essa questão também. Mas os fatos da história contam uma história diferente.

Martinho Lutero. Hugh Latimer. João Calvino. Teodoro Beza. Os homens que escreveram as anotações na Bíblia de Genebra de 1562. Pedro Mártir. Zacharias Ursinus, um dos autores do Catecismo de Heidelberg. Os homens designados pelo Sínodo de Dorte para escrever anotações sobre toda a Bíblia. William Ames. William Perkins. Vinte e três dos divinos de Westminster e os próprios padrões de Westminster. Francisco Turretini. Thomas Boston. William Beveridge. Os autores de quase todos os comentários usados pelos cristãos até a década de 1830. Eu posso continuar.

Todos esses homens, grandes homens na história da igreja, argumentaram que os seis dias da criação foram seis dias – nada mais, nade menos. Não foi até meados do Século 19 que os cristãos começaram a procurar maneiras de harmonizar o relato da criação bíblica com as teorias que estavam sendo desenvolvidas na nova disciplina da geologia. E então, quando Darwin chegou com sua teoria da origem das espécies, o caminho já havia sido liberado para uma grande parte da Igreja abandonar a crença que tinha sido quase universalmente aceita na igreja por mais de dezoito séculos.

E é aqui que a real importância desse problema se torna mais clara. Este não é um argumento pequeno sobre um ponto menor das Escrituras. Não é uma discussão sobre coisas periféricas, sobre questões indiferentes sobre as quais podemos concordar em discordar. É uma questão de fundações. A questão é esta: onde é que eu começo na minha busca para entender o mundo? Qual é a base para minha cosmovisão? Onde está meu ponto de partida? Eu começo com a Palavra de Deus, e então olho para tudo através das lentes daquela Palavra? OU eu considero a “criação” como um segundo livro, de igual valor com a Escritura, ou ainda pior, com maior autoridade do que a Escritura? Eu tenho que fazer com que meu entendimento da Escritura seja contingente em como eu entendo as evidências que vejo no mundo ao meu redor, ou as teorias de geólogos e biólogos? Ou a minha compreensão do mundo deve ser moldada pela Escritura?

Alguns argumentam que é o texto que leva às perguntas que eles têm sobre os dias da criação. A alegação é que as pessoas estão começando com as Escrituras e que o estudo das Escrituras está levando a esse tipo de pergunta. Mas se fosse esse o caso, por que essas visões alternativas só se tornaram aceitáveis em meados do século 19, quando as teorias científicas populares começaram a questionar o relato bíblico? E considere esta passagem por um momento (Josué 6.11-16):

“Assim, a arca do SENHOR rodeou a cidade, contornando-a uma vez. Entraram no arraial e ali pernoitaram. Levantando-se Josué de madrugada, os sacerdotes levaram, de novo, a arca do SENHOR. Os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas de chifre de carneiro diante da arca do SENHOR iam tocando continuamente; os homens armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia após a arca do SENHOR, enquanto as trombetas soavam continuamente. No segundo dia, rodearam, outra vez, a cidade e tornaram para o arraial; e assim fizeram por seis dias. No sétimo dia, madrugaram ao subir da alva e, da mesma sorte, rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam a cidade sete vezes. E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos entregou a cidade!”

Então… por seis dias os homens de Israel marcharam ao redor dos muros de Jericó. No sétimo dia, eles marcharam pela cidade sete vezes. Foram aqueles… dias literais? Ou foram épocas? Eles andaram por uma época, depois outra, depois outra, e então, depois de um período indeterminado de tempo, eles finalmente andaram pela cidade sete vezes?

É interessante, e diz muito, que esse tipo de pergunta não surgiu com respeito à história da queda de Jericó. Claro, há muitos críticos e cada vez mais estudiosos da Bíblia, que gostariam de afirmar que a toda a história é mito, que nunca aconteceu na verdade, que é uma história destinada a ensinar algo ao povo de Israel, e que não tem base na história. Mas ninguém argumenta que esses sete dias de marchas registrados pelo autor de Josué não foram, pelo menos, entendidos por esse autor como sendo sete dias reais e literais.

Se é realmente o próprio texto que guia nossa teorias, e não as teorias científicas que são tão proeminentes em nossos dias, você não imaginaria que as pessoas teriam o mesmo problema com os sete dias de Josué do que com a semana da criação?

James Barr era teólogo liberal que criticava os evangélicos conservadores como J.I. Packer, que afirmaram a inerrância das Escrituras. A visão de Barr sobre as Escrituras foi seriamente deficiente, mas no mínimo ele foi honesto. Isto é o que James Barr disse em seu livro Fundamentalism:

“Quando a abordagem científica veio a ter cada vez mais consentimento dos próprios fundamentalistas, eles mudaram sua interpretação do texto Bíblico de literal para não-literal a fim de salvar a inerrância da Bíblia.” A fim de evitar as consequências de uma Bíblia errante, o fundamentalista, “usou qualquer abordagem possível ao texto além da literal… Na verdade, a única exegese natural é literal, no sentido de qui é isso que o autor quis dizer.”

No momento em que colocamos a revelação “natural” de Deus no mesmo nível que a revelação de Deus em Sua Palavra, no momento em que tentamos subjugar o relato claro das Escrituras às areias instáveis das teorias científicas, entramos em grande dificuldade. Se os dias fossem figurativos, Adão e Eva eram figurativos? A serpente no jardim – era figurativa? A queda no pecado – um evento figurativo? Ou real?

Se a ciência provou que o relato bíblico da criação em seis dias não é realmente verdade, o que dizer de todas as outras histórias contadas nas Escrituras sobre coisas das quais não temos experiência? Poderíamos falar sobre muitos dos relatos na Bíblia, mas vamos apenas olhar para o ministério de Jesus Cristo agora. Ele realmente transformou a água em vinho? Sabemos que é impossível – você precisa de uvas. Precisa de tempo para fermentação. Precisa de um processo inteiro para produzir vinho. A ciência prova que essa história é fictícia? Afinal de contas, todo mundo bebendo o vinho teria assumido que tinha sido envelhecido. Como poderia ter sido apenas alguns minutes quando as pessoas achavam que estavam bebendo o melhor vinho de todos os tempos, guardado por anos?

E mais uma coisa: Jesus realmente andou sobre a água? Sabemos sobre a tensão superficial da água. Conhecemos a lei da gravidade. Ninguém jamais provou cientificamente que qualquer ser humano poderia andar sobre a água. Por que devemos acreditar no relato bíblico, se ele não estiver de acordo com nossa compreensão científica atual sobre como as coisas funcionam?

E Jesus realmente acalmou a tempestade? Sabemos sobre sistemas de alta pressão e de baixa pressão na atmosfera, e padrões climáticos e tudo mais que produz as tempestades. Não há registro verificável de qualquer ser humano falando com uma tempestade e fazendo com que pare – então como podemos acreditar que Jesus fez isso?

E Jesus realmente ressuscitou Lázaro? Ou a filha de Jairo? Afinal, a ciência tem provado, não é verdade, que pessoas, animais e plantas morreram há milhões de anos, então como podemos reconciliar as descobertas da ciência com o que a Bíblia tem a nos dizer sobre essa questão?

Ah, mas eles dirão: “Essa é uma questão diferente. Esse é um relato de um milagre, o funcionamento milagroso de Deus. A crença na ressurreição é um dos princípios não negociáveis da fé cristã, e nós temos que aceitar isso pela fé.”

Mas o fato é: a questão não é diferente! “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11.3). Nós confiamos na Palavra de Deus. E onde existe conflito entre as descobertas da ciência moderna e a verdade estabelecida da Palavra de Deus, confiamos que a Palavra de Deus é verdadeira e que o atual entendimento da comunidade científica está errado.

Talvez não temos todas as respostas. Talvez não somos capazes de explicar, ou mesmo entender, todas as evidências científicas. Mas isso simplesmente não importa. Confiamos que a Palavra de Deus é verdadeira, que é sem serro, que não contém nada além de verdade, e confiamos que, mesmo que não entendamos como ela se alinha com os entendimentos atuais das evidências ao nosso redor, um dia tudo será esclarecido.

E a questão mais importante de todas é esta: Jesus realmente ressuscitou dos mortos? Os céticos dizem que é impossível. Vai contra tudo em nossa experiência, tudo o que sabemos de nossa observação e estudo. O apóstolo Paulo enfrentou os céticos em seus dias. Quando ele pregou no Areópago, os filósofos ouviram o que ele tinha a dizer sobre a ressurreição do corpo, e zombaram dele. E mesmo entre os coríntios, havia pessoas que não acreditavam que os mortos fossem ressuscitados.

Paulo respondeu em 1 Coríntios 15.12-19:

“Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”

Nossa fé está enraizada na história. Nossa fé não tem a ver apenas com ideias – a idéia da criação do nada, a idéia de pecado, a idéia da ressurreição. Nossa fé é diferente de todas as outras religiões do mundo, porque é baseada em fatos históricos, na obra de Deus no tempo e no espaço, na história real. E é aí que a tarde e a manhã do primeiro dia se ligam com a ressurreição do Senhor Jesus Cristo no primeiro dia da semana. Negue o primeiro, e você pode inconsistentemente ser capaz de manter o segundo,  mas é como se tivesse chutado uma pedra do alicerce debaixo do seu prédio.

A história mostra o que acontece quando as pessoas começam a negar uma das verdades das Escrituras porque outras evidências parecem fortes – eventualmente, e geralmente rapidamente, as pessoas verão as inconsistências em seus argumentos e abandonarão tudo completamente. Há muitos exemplos – estudiosos da Bíblia e cristãos comuns que abandonaram a fé porque permitiram algo diferente da Palavra de Deus tivesse a última palavra em sua compreensão do mundo. Mas se a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, se os homens impelidos pelo Espírito Santo falaram de Deus, como Pedro afirmou em 2 Pedro 1.21, precisamos dar a última palavra à Bíblia.

Então, pode ver que estamos falando de questões de importância central para nossa fé. O Deus Criador revelou a Si mesmo a Sua obra, Seu plano, em Sua Palavra. Os céus declaram Sua glória, os céus proclamam a obra de Suas mãos, mas Sua Palavra nos diz como os céus foram criados, Sua Palavra nos diz como os céus foram feitos, e Sua Palavra nos diz como nós temos a habilidade de ver e experimentar essas coisas. E desde a queda no pecado, precisamos nos lembrar, a maneira natural da humanidade de ver o mundo foi distorcido. Não podemos esquecer o impacto horrível da Queda. Desde a criação do mundo, os atributos invisíveis de Deus, Seu poder eterno e natureza divina, foram claramente percebidos nas coisas que foram feitas. Então os seres humanos não têm desculpa. Por natureza, temos conhecimento inato de Deus, mas por natureza não o honramos como Deus, nem damos graças a ele. E quando não fazemos isso, nos tornamos fúteis em nosso pensamento, e nossos corações tolos são obscurecidos. Podemos alegar ser sábios, mas nos tornamos tolos.

Assim, precisamos da Palavra. Precisamos da Palavra para explicar o que é a criação. Precisamos da Palavra para corrigir nossos mal entendidos. Precisamos da Palavra para nos dar entendimento – de absolutamente tudo. A Palavra de Deus não apenas nos diz que Deus criou o universo, mas também nos diz como Ele criou. Ao longo dos primeiros seis dias, o Deus Todo-Poderoso formou todo este universo, pela Palavra do Seu poder.

A Palavra de Deus nos revela nosso problema – pecado, o resultado da queda de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no jardim que Deus graciosamente lhes deu para cultivar e guardar. A Palavra de Deus nos diz quem somos – seres humanos, criados à imagem de Deus; e o que somos chamados a fazer – viver para a Sua glória, a louvá-lo e serví-lo. A Palavra de Deus nos diz que precisamos de salvação, que precisamos de reconciliação, que o relacionamento entre Deus e nós precisa ser reparado e restaurado. E a Palavra de Deus nos diz como ele possibilitou tudo isso – enviando Seu Filho unigênito para este mundo, para que todos que cressem nele pudessem ter a vida eterna.

E a Palavra de Deus também nos diz como devemos responder a esta mensagem de criação e queda e redenção – confiando nele, dando graças a ele, servindo a ele, e somente a ele, com todo o nosso coração. Precisamos desta Palavra, de Gênesis ao Apocalipse. Não só nos dá a informação que precisamos, mas também tem poder, o poder do Espírito Santo, que opera através desta Palavra.

Portanto, meus irmãos, confiem nesta Palavra, porque esta Palavra significa vida. Acredite. Humilhe-se diante o Deus que nos deu. O mundo pode protestar contra ela. As pessoas podem questionar sua autoridade e sua veracidade. Mas a Palavra de Deus é a verdade. Confie em Deus. Confie em sua Palavra. Acredite nele. Ele nos amou o suficiente para nos dar a Sua Palavra, para nos dar vida e esperança e tudo mais. E ele nos amou o suficiente para enviar seu Filho, o Verbo, a Palavra, feita carne, para nos tornar novas criaturas, através da fé nele. Este é o único caminho para a vida, e esta é a única esperança que temos. Que ele nos dê força para nunca abandonar essa esperança, independentemente da oposição que possamos enfrentar.

Amém.

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Jim Witteveen

Pr. Jim Witteveen é ministro da Palavra servindo como missionário da Igreja Reformada em Aldergrove (Canadá) em cooperação com as Igrejas Reformadas do Brasil. Atualmente é diretor e professor no Instituto João Calvino.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.