Leitura: Gênesis 1, Romanos 1.18-25
Texto: Dia do Senhor 9
Irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo,
Com esta pequena frase, nós começamos o Credo Apostólico, que é o resumo mais básico da fé Cristã. Com esta primeira linha do credo, os antigos cristãos introduziram a sua fé. Diante de um mundo de pagãos, os Cristãos proclamavam o Deus verdadeiro: “Cremos em Deus Pai todo poderoso, Criador dos céus e da terra.” Escutamos aqui na primeira linha do credo os ecos de Moisés em Deuteronômio 6: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.” Lembramos das vozes dos adoradores fieis durante o antigo Testamento que proclamavam diante de um mundo idolatra: “O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra” (Sal 124:8) e “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.” (Sal 115) Lembramos da voz poderosa de Deus falando por meio de Isaías: “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus. Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.” (Is 45:5,7).
A nossa fé começa aqui. A doutrina do único Deus, que criou os céus e a terra, é o fundamento de toda a nossa fé.
E hoje em dia, numa cultura apóstata, nós vemos as profundas consequências de abandonar o conhecimento do verdadeiro Deus. Todas as antigas abominações pelos quais Deus exterminou as nações de Canaã, estão voltando.
O que fica claro é que igreja precisa voltar para suas raízes. A igreja precisa conhecer novamente os fundamentos da sua fé, para poder proclamá-la corajosamente para nossa cultura pagã.
Assim, o tema do sermão desta tarde é: Criação: o fundamento da fé cristã. Deixe-me primeiro mostrar de onde vem isso nas Escrituras, e então queremos dedicar um tempo para considerar o desafio mais sério a essa doutrina e à fé cristã em pelo menos 300 anos, que é a teoria da evolução apresentada por Charles Darwin.
1. A importância de estabelecer esse fundamento
A doutrina da criação é simplesmente esta: que Deus criou o céu e a terra e todas as criaturas neles do nada, por Sua Palavra, em seis dias; que Ele também criou o primeiro homem do pó da terra no sexto dia, e a primeira mulher de uma das costelas daquele homem, e que tudo o que Deus criou era bom.
Você pode ver quão fundamental é essa doutrina pelo fato de que as primeiras palavras das Escrituras são dedicadas a ensiná-la. Gn 1:1: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. É aí que a Palavra de Deus começa, e é aí que nossa fé começa.
Não é de surpreender que a fé cristã comece aqui, porque isso chega à pergunta mais fundamental que os seres humanos tem de perguntar: Quem somos nós? De onde viemos? E para que estamos aqui?
Entre todas as religiões humanas, existem muitas respostas diferentes para essa pergunta. Muitas religiões são dualistas: dizem que o universo sempre existiu em uma luta constante entre o bem e o mal, e nenhum lado realmente leva vantagem, e nós nascemos e renascemos no meio dessa luta. Outros são panteístas, dizendo que o universo é Deus, que tudo é uma manifestação de Deus, e que nós mesmos somos realmente pedaços de Deus, com o material que compõe nossos corpos e almas existindo desde a eternidade. Há também materialistas que dizem que tudo o que existe é matéria, e estamos aqui simplesmente pelo tempo e pelo acaso, a colisão aleatória de moléculas, e Deus e nossas almas são nada mais de que uma ilusão.
E todas essas respostas têm um impacto em como vemos o mundo e como vivemos nossas vidas. Em uma visão de mundo dualista, não há esperança de que as coisas melhorem, e meu único objetivo na vida é encontrar algum tipo de equilíbrio. Em uma visão de mundo panteísta, até mesmo o mal é uma manifestação de Deus e, portanto, nada é objetivamente mal. Em uma visão de mundo materialista, nada importa em última análise, porque o bem e o mal são categorias espirituais e, portanto, são apenas uma ilusão.
A palavra de Deus nos ensina algo totalmente diferente dessas cosmovisões. Deus se revelou para nós em sua Palavra, e nos ensina na primeira sentença que há uma diferença profunda, categórica, entre Deus e a criação. A criação não é Deus, nem uma parte de Deus. Deus é eterno. Gênesis começa com as palavras: “No princípio, Deus”. Não há explicação de onde Deus veio. Ele simplesmente é, porque Ele é eterno, enquanto a criação não é. A criação é dependente. Sem Deus para criá-lo, e sustentá-lo a cada momento, não haveria universo: nenhum espaço ou tempo ou matéria ou qualquer coisa além de Deus.
Assim, Deus criou o universo, e sustenta o universo. Isso significa que nosso significado e propósito são derivados de Deus. Como Criador, Ele nos fez quem somos e nos deu nosso propósito. Se perguntarmos: “para que estamos aqui?” somente podemos encontrar a resposta em Deus. Se perguntarmos o que é bom e o que é mau, somente encontramos a resposta em Deus.
Toda a fé cristã começa com estes princípios fundadores. Não podemos confessar que Cristo é nosso salvador a menos que saibamos do que somos salvos, que é o pecado; e não podemos entender o que é pecado a menos que entendamos que Deus nos criou e, portanto, Ele determina o certo e o errado.
Irmãos, e todos os visitantes entre nós: Deus criou você. Você não tem o direito de estabelecer as regras do certo e do errado para sua própria vida. O certo e o errado não depende de você para determinar; quer as pessoas respeitem ou não, o padrão moral de Deus é que irá nos julgar, e não nós a ele. Deus determina as leis, e ele tem todo o direito de fazê-lo porque Ele criou você. Você não tem escolha; e graças a Deus por isso, porque todas as vezes que os seres humanos se tornam uma lei para se mesmos, é miséria e desastre.
Você pode ver como isso é fundamental não apenas pelo fato de que a Bíblia começa com o fato da criação; mas este é também o ponto de partida para todas as missões e evangelismo. Foi onde Paulo começou quando foi para os gregos; para os judeus, que já confessavam esta mesma verdade, Paulo sempre tratou a identidade de Jesus; mas quando se dirigiu aos gentios, aos pagãos, ele nunca começou com Cristo, mas começou com Deus Pai e a criação. Por exemplo, o sermão que ele pregou em Atenas, para uma audiência totalmente gentia e pagã: e ele diz, em Atos 17:24: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas…” e então ele começou a contar a eles sobre como Deus criou Adão e todas as nações da terra dele, e como, portanto, nós devemos adorá-Lo e Ele ordena que todos nos arrependamos. O livro de Romanos começa da mesma forma com a Criação: Paulo diz que a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, porque desde a criação do mundo, seu poder eterno e natureza divina foram claramente percebidos nas coisas que foram feitas, de modo que são indesculpáveis. Sem a Criação, você não tem o Evangelho.
Mas não é apenas a distinção entre o Criador e a criação que é fundamental para a nossa fé. Os detalhes do relato da criação em Gênesis 1 também são importantes. É essencial para a fé cristã acreditar que Deus criou Adão e Eva por um ato especial de criação, com uma dignidade especial, e que eles são os únicos ancestrais de toda a raça humana. Isso é tão claramente ensinado em Gênesis que você precisa de acrobacias impossíveis para tentar fazer Gênesis dizer qualquer outra coisa. E isso importa: os seres humanos não sãoanimais evoluídos; fomos criados especialmente para o relacionamento com Deus. Como diz Gênesis, fomos feitos à imagem de Deus. Isso não significa apenas que eles receberam capacidades especiais que os animais não possuem, mas significa que fomos feitos com uma dignidade singular de ser chamado os seus filhos, criados para viver em relacionamento com Ele.
Isso também é fundamental para a nossa fé. Cristo não veio para salvar macacos evoluídos, nem qualquer outro animal, nem anjos, nem árvores, nem qualquer outra criatura, mas seres humanos: os descendentes de Adão e Eva, por causa de sua queda no pecado. É porque eles pecaram, que nascemos em pecado; é por causa do pecado deles que a criação está quebrada do jeito que está; e é por causa do pecado deles que Cristo veio e morreu. Então entenda isso: sem um Adão e Eva históricos, sendo feitos por um ato de criação especial, como os únicos ancestrais da raça humana… você não pode ter o cristianismo.
2. Erosões atuais dessa fundação
Agora, podemos perguntar, que tal a ciência? O que vamos fazer se a ciência mostrar que a Terra é muito antiga e que a raça humana evoluiu de outras espécies? Será que tem como harmonizar estas coisas com a revelação bíblica, para que não ignoremos a ciência?
Primeiro, devemos entender corretamente que nem toda ciência é conduzida da mesma maneira. Tem ramos da ciência que envolvem experimentos que podem ser repetidos, testados e medidos. por exemplo, química, física, medicina, ciência de computação. Outros ramos da ciência envolvem apenas a explicação da evidência que foi deixado por trás de um evento singular que não pode ser repetido—por exemplo, a forense e a paleontologia. A dificuldade com este tipo de ciência—como seus praticantes bem sabem—é que depende em muitas pressupostas, e as conclusões são muito mais influenciadas pelo viés do cientista. Ninguém é neutro. E ainda mais quando trata algo tão fundamental como a existência de Deus.
De fato, o Charles Darwin, quando propôs uma explicação científica para a teoria da evolução, não chegou a suas conclusões por causa da evidência. Tanto ele como seu pai e seu avô, e muitos de seus amigos, já estavam ensinando a teoria da evolução antes mesmo de ter uma explicação científica por ela, por que já tinham abraçado esta cosmovisão. A teoria da evolução tem impossibilidades e contradições fundamentais, mas os cientistas ateus continuam a aceitá-la, não por causo do peso da evidência, mas porque cabe à sua cosmovisão. Senão, eles teriam que dar outra explicação pelo Criação. Então propõem argumentos, explicações, racionalizações, incoerentes, para suprimir o conhecimento do seu Criador.
Então voltando para nossa pergunta: Os cristãos precisam rejeitar a ciência para manter sua fé?
- Em primeiro lugar, a Palavra de Deus precisa ser a autoridade suprema da nossa vida, mesmo que pareça conflitar com a evidência. Quando Deus disse a Abraão que deixasse seu lar e país para uma terra que ele não conhecia, e prometeu fazer dele uma grande nação, Abraão foi, apesar da evidência que sua esposa era estéril e velha demais para ter filhos. Não podemos pesar a Palavra de Deus contra a evidência pra assim decidir qual que vamos seguir. Aceitamos humildemente a Palavra de Deus.
- Mas em segundo lugar, precisamos lembrar que nós vivemos no mundo que Deus criou, e veremos a evidência disso ao todo o nosso redor. Quando praticamos a ciência, mantendo os olhos da fé, e o temor de Deus em nosso coração, descobriremos que a criação fortemente testemunha do seu Criador. De fato, os fundadores de praticamente todos os ramos modernos da ciência eram cristãos que acreditavam na Bíblia.
Os cristãos não precisam rejeitar a ciência para crer na Palavra de Deus. Pelo contrário, os cristãos deveriam ser melhores em ciência do que os incrédulos, porque conhecem o Criador do mundo.
Tome por exemplo a criação do olho. A bíblia diz que Deus formou o olho. É um exemplo do que se chama “complexidade irreduzível” porque um olho somente é útil quando tem todas as suas centenas de partes no lugar certo e funcionando. Não tem como evoluir segundo a lei da seleção natural através de milhões de anos, porque até que o olho esteja completo e funcionado, o órgão inútil seria uma desvantagem, e seria eliminado. Os evolucionistas propõem diversas sugestões de como é que isso poderia ter acontecido, mas não tem plausibilidade nenhuma. Os cristãos que sabem que a criação foi feita com sabedoria e propósito para glorificar o Criador esperam estes fenómenos, e estudam estes fenómenos com a expectativa de descobrir mais maravilhas ainda.
Mas temos que nos preparar, ao participar na ciência, a enfrentar uma comunidade científica muito hostil à fé cristã. A ideologia do evolucionismo é bem financiado, sendo promulgado em todas as escolas e universidades públicas, programação de televisão pública, etc. E o cristão que entra no mundo acadêmico precisa estar preparado para ser desprezado, ridicularizado, ou até expulso por sua fé. Não deveria ser uma surpresa. Romanos diz que os homens injustos suprimem a verdade. Muitos cristãos entram em um ambiente deste, despreparados para todos os argumentos que o mundo tem arrumado em defesa de suas teorias, e acabam se rendendo à pressão social e abraçando a teoria da evolução.
Como os Israelitas que viviam no antigo oriente médio e viram todas as nações ao seu redor montando ídolos, ou ensinando ideias sobre astrologia e filosofia, e os Israelitas começaram a imitar as nações ao redor, incorporando estas ideias pagãs na sua vida e no seu estilo de culto; também muitos cristãos que entram na area das ciências acabam fazendo as pazes com a teoria da evolução.
Daí que começa as explicações como a “evolução teísta,” que propõe harmonizar a Bíblia com a evolução darwiniana. Existem diversas teorias que procuram fazer isso, mas o que todos tem em comum é que eles começam com o pressuposto de que o problema não está com as conclusões da ciência moderna, mas com a interpretação do texto bíblico. Então eles procuram reinterpretar a bíblia.
Mas por quão ingênuo que sejam as teorias, não tem como harmonizar a Bíblia com o Darwinismo sem fazer violência ao texto bíblico e tratá-la desonestamente.
Nós lemos a história de Gênesis 1, e até uma criança pode reconhecer que Gênesis 1 e a evolução darwiniana estão contando duas histórias radicalmente diferentes sobre como viemos a existir. Eles são incompatíveis em dezenas de lugares diferentes.
- Gênesis 1 ensina que o mundo foi criado em seis dias, enquanto a evolução teísta requer milhões de anos.
- Gênesis 1 diz que Deus criou as diferentes espécies de plantas e animais de acordo com suas espécies, e que cada uma se reproduziria de acordo com sua espécie; enquanto a evolução teísta diz que um tipo se torna outro tipo, e todas as diferentes espécies têm um ancestral comum.
- Gênesis 2 diz que o homem foi criado em um ato separado de criação, do pó, enquanto a evolução ensina que o homem evoluiu de espécies animais já existentes.
- Gênesis 2 ensina que Adão e Eva foram os ancestrais de todos os seres humanos na terra, enquanto a evolução teísta ensina que, se eles existiram, eles foram apenas um dos muitos ancestrais.
- Gênesis 3 ensina que a morte é o resultado da queda, enquanto a evolução teísta ensina que ela já existia no mundo há milhões de anos antes que os humanos existissem. De fato, é o maio, segundo a lei da seleção natural, pelo qual a evolução é avançada.
Então, em primeiro lugar, o maior problema de conflito com a evolução teísta é que é claro para qualquer observação objetiva que ela conta uma história muito diferente daquela que encontramos nas Escrituras, e assim é, quer eles admitam ou não, uma história rejeição das Escrituras. Se a Palavra de Deus não pode ser confiável aqui, então por que devemos confiar nela em qualquer outro lugar?
Mas não é apenas o problema que a evolução teísta apresenta à confiabilidade da Palavra de Deus. É também o que a evolução teísta faz com o Evangelho:
- Em primeiro lugar, diz algo sobre o caráter do próprio Deus. Gênesis diz, sete vezes, que Deus viu tudo o que havia feito, e era muito bom. De acordo com a evolução teísta, Deus está dizendo isso sobre um mundo que está cheio de todo tipo de sofrimento e dor e morte e crueldade. O que isso diz sobre o caráter de Deus? De fato, a evolução teísta ensina que Deus dirigiu a evolução para produzir a espécie humana: matando os fracos ou deixando-os morrer. Se esta é a ferramenta que Deus usou para criar o mundo, então que tipo de Deus é Ele, e como Ele agora chamar coisas como assassinato, negligência ou fome forçada de mal, se esses são os mesmos meios que Ele usou para nos criar?
- Isso leva a outro problema muito sério: se a morte existia antes do pecado, então do que Cristo veio para salvar ? Por que Cristo morreu, se a morte não é o castigo pelo pecado? Que tipo de Evangelho nos resta? 1 Coríntios 15 diz que assim como em Adão todos morreram, assim em Cristo todos serão vivificados. Mas se a morte já existia antes de Adão, então como Cristo nos vivifica? Do que sua morte realmente nos salva?
- Há mais problemas: o que acontece com a imagem de Deus de que fala Gênesis 1? O que acontece com a santidade da vida humana? Somos realmente mais valiosos do que os animais, se o homem é simplesmente um animal evoluído?
Acho que o ponto está claro. As Escrituras e a evolução darwiniana contam duas histórias muito diferentes e levam a conclusões muito diferentes. A criação é fundamental para o cristianismo, assim como o darwinismo é a primeira e mais fundamental doutrina do ateísmo. Se rejeitarmos o relato bíblico da criação, perdemos o Evangelho e perdemos Cristo. Como Cristo disse em João 3:12: “Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
Por mais que alguns cristãos desejem o contrário, a Palavra de Deus e a evolução darwiniana não se alinham, e qualquer tentativa de persuadir alguém de outra forma por nova interpretação do texto Hebraico ou por Análise Literária ou qualquer outra coisa é apenas um auto-engano e, pior, zombaria das Escrituras. Não se harmonizarem. E isso importa, porque se alguém insistir em harmonizá-los mesmo assim, ele de fato está rejeitando as Escrituras. Ele forçaa Palavra de Deus em um molde que não se encaixa, e demonstra que não se importa se encaixa ou não.
A evolução darwiniana é o fruto de uma cosmovisão diferente da fé cristã. Não é uma questão científica, mas religiosa. Embora ela utiliza a ciência, ela não é ciência, e o cristão não pode se enganar sobre este ponto.
Então, será que o Cristão precisa seguir a outra alternativa, e rejeitar a ciência a favor da Bíblia? De modo nenhum. Vivemos no mundo que Deus criou. Se estamos dispostos a olhar com a perspectiva da fé, veremos a sabedoria e majestade do Criador em tudo que ele fez. Mas temos que estar dispostos a sofrer por nossa fé. Não lemos Romanos 1, e ele não diz que o homem “tolera” ou “discorda respeitosamente” o conhecimento do Criador. Ele suprime este conhecimento. O Cristão que pratica a ciência precisar estar disposto a sofrer o opróbio e desrespeito deste mundo.
É por isso também que é muito importante os pais e as escolas cristãs preparassem os nossos filhos para este conflito. Temos que estar capazes de distinguir entre a evidência—que todos podem observar—e a interpretação da evidência, que é sujeita ao viés e preconceito da pessoa.
Temos que viver pela fé. Mas esta fé não é cega. Pela fé, o Cristão consegue praticar a ciência com integridade. E o cristão que assim faz dará glória a Deus por sua Criação, e dará testemunho ao mundo sobre o Criador, o conhecimento de quem eles estão fugindo.
E isso é necessário se queremos falar pra eles sobre o evangelho de Cristo.
O maior consolo pra o ímpio é que a ciência já refutou a existência de Deus. Mesmo que ele vê com seus olhos a majestade da criação que clama com alta voz, e mesmo que ele se sente o testemunho interno do conhecimento de Deus que foi escrito no seu próprio coração, sendo feito na sua imagem; ele se consola de que não será julgado, e pode continuar vivendo sua vida ímpia, porque a ciência já refutou a existência de Deus. O ateísmo não nada novo—salmo 14 diz, “O insensato diz no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação.” Então não é nada novo. Mas o ateísmo explodiu durante os últimos 300 anos. E o motivo é que agora tem, supostamente, uma explicação para a maior dificuldade para o ateísta—a criação.
Se nós queremos falar com nosso próximo sobre o evangelho de Cristo—as boas novas que ele mais precisa ouvir—talvez temos que começar, como Paulo fez, com Deus o criador. Temos que expor a mentira do evolucionismo pelo que é, roubando-lhe o seu conforto, e assim fazendo que ele finalmente, pela primeira vez, levasse a sério a sua condição miserável diante do seu Criador. Assim se prepara o solo fértil para o evangelho. Não é que precisamos conhecer todos os argumentos científicos contra a evolução—mas temos que demonstrar com a nossa vida a nossa convicção de que fomos Criados pelo Deus todo-poderoso, e teremos que prestar contas a Ele.
Então irmãos, conhecem seu criador. Não juntem a suas vozes com as vozes da incredulidade do mundo, mas juntemos as nossas vozes com as da igreja primitiva, ecoando a voz de Deus na Lei e nos profetas, declarando diante de um mundo ímpio e idolatra: “O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra.” Não deixem a cegueira do mundo obscurecer a sua visão do Seu Criador. Não deixe a rejeição deles da verdade ser a causa da sua incapacidade de vê-la. Escutem a voz de Deus em Sua palavra, a voz do seu Criador, e, em Cristo, seu Salvador. “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Is 45:22)
Jonathan Chase
O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.