Dia do Senhor 50

Leitura: Salmo 145, Lucas 11.1-13, Tiago 4.13-17
Texto: Dia do Senhor 50

Irmãos e irmãs em nosso Senhor Jesus Cristo,

Com a quarta petição, chegamos a um ponto de viragem na oração do Senhor. As três primeiras petições da Oração do Senhor, que temos estudado nas últimas semanas, são todas sobre os propósitos e planos de Deus. “Seja santificado o Teu nome, venha o Teu Reino, seja feita a Tua vontade.” Mas agora, nas últimas três petições, o foco da oração muda: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje; perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; Não nos deixes cair em tentação.” As três primeiras petições focam nos grandes planos e propósitos de Deus neste mundo; e agora as três últimas petições são todas sobre nossas preocupações imediatas.

Orando com perspectiva

A primeira coisa que devemos fazer é lembrar do contexto da oração dominical. O Senhor Jesus está nos dando aqui um modelo para nossas orações. Os discípulos pediram a Jesus: “Senhor, por favor, ensina-nos como orar”, e esta é a oração que ele ensinou – não para que eles simplesmente repetissem esta oração palavra por palavra – esse não era o ponto – mas para que este serviria de modelo para suas orações e para nossas orações. E então queremos perguntar, o que o Senhor Jesus está nos ensinando ao estruturar a oração desta forma, com as três primeiras petições focadas nas preocupações de Deus e as três últimas focadas em nossas necessidades.

A lição que não devemos tirar disso é que Jesus está simplesmente nos ensinando, comece com as preocupações de Deus, e então, uma vez que você tenha terminado com as preocupações dEle, você pode chegar às suas preocupações. Como se tudo o que Deus deseja que façamos é colocar as coisas dEle  primeiro, e depois disso tudo bem se queremos pedir outras coisas para nós.

Se formos honestos, podemos admitir que muitas vezes nossas orações são exatamente assim. Sabemos que devemos orar pelas coisas de Deus, então pensamos que se começarmos com essas coisas, então estamos livres para pedir as coisas que nós queremos. Talvez até pensemos que assim teremos uma chance melhor de Deus nos ouvir quando chegarmos às nossas preocupações, porque começamos com as Dele.

Mas não é isso que o Senhor Jesus está nos ensinando aqui. Se levamos a sério o que o Senhor nos ensina por meio dessas três primeiras petições, percebemos que essas três primeiras petições transformam radicalmente o resto de nossa oração. O objetivo dessas três primeiras petições é que, antes de chegarmos às nossas preocupações, paramos para meditar nos planos e propósitos de Deus, e o resultado disso é que nossas próprias preocupações serão diferentes. Assim, ao chegarmos à quarta petição, que tem a ver com nossas necessidades físicas e terrenas imediatas, reconhecemos que é isso que a maioria das pessoas está preocupada, e é isso mesmo que até leva a maioria das pessoas a orar: pedindo a Deus só pelas coisas de que nós precisamos ou pensamos que precisamos; mas ao colocar esta petição aqui na Oração do Senhor, Jesus está nos ensinando a orar por essas coisas com um senso de perspectiva. Não estamos na terra só pra consumir comida ou roupa ou outros bens. Não estamos na terra só pra viver. Mas Deus nos colocou na terra, e nos redimiu em Cristo, para viver por Ele. 

Portanto, se tudo o que fizermos for “cumprir” as primeiras petições a fim de chegar à quarta, para que possamos apresentar a Deus nossas necessidades terrenas imediatas, então já perdemos o objetivo desta oração; e realmente, nós perdemos o objetivo de orar. O objetivo da oração não é apenas pedir a Deus as coisas de que precisamos, mesmo que isso seja importante. Mas é principalmente para passar tempo com Deus, permitindo que Ele nos ajude a ver nosso lugar neste mundo com um senso de perspectiva, lembrar o que é importante para Ele e, então, a partir dessa perspectiva, apresentar nossas circunstâncias imediatas diante Dele com um senso correto de sua real importância e um senso correto de nossos motivos para desejá-los. E se fizermos isso bem, vamos descobrir que nossos desejos e nossos motivos e as coisas que pensamos que precisamos vão mudar. E é por isso que esta petição está aqui, na segunda parte da oração do Senhor. Então não é “primeiro as coisas de Deus, depois as minhas,” mas “primeiro as coisas de Deus, e só então saberei como orar por minha própria situação”—e provavelmente irei orar por isso de maneira muito diferente do que faria de outra forma.

Então esse é o nosso primeiro ponto: orar com perspectiva, entendendo nossas vidas curtas e passageiras dentro dos planos de Deus.

Em segundo lugar, ao olharmos agora para esta petição como Jesus nos ensinou, “dai-nos hoje o pão de cada dia”, queremos reconhecer que esta é uma oração humilde. É uma oração humilde.

Quando Jesus usa a palavra “pão”, ela representa todas as nossas necessidades terrenas e físicas: comida, bebida, roupas, abrigo, saúde, renda e assim por diante. Mas, embora Jesus pudesse ter substituído qualquer uma dessas coisas na oração, ou simplesmente generalizado para dizer: “dê-nos hoje tudo o que precisamos na terra,” Jesus nos ensinou a orar pelo “pão de cada dia,” e devemos notar a simplicidade que está implícita nessa oração. Não estamos fazendo solicitações elaboradas aqui. Existem seitas que ensinam exatamente isso. Eles dizem que quando oramos devemos nomear e reivindicar o que desejamos; devemos pensar de forma grande; devemos declarar que Deus vai nos dar o que nós desejamos; e assim, quando pedirmos com fé, Deus vai dar para nós aquilo que pedimos. Mas vê aqui o contraste com a oração que Cristo nos ensinou, que é simples e humilde. Não se encontre este tipo de oração em nenhuma página das escrituras. É mais invenção de nossas mentes gananciosas e eloístas do que ensino bíblico. E assim, tratamos Deus como um meio para obter aquilo que realmente desejamos. Não é assim que Cristo nos ensina a orar. Jesus nos ensina a tornar nossas orações modestas. Deus conhece suas necessidades. Deus sabe o que você precisa para servi-lo, mesmo antes de você pedir a ele. Oração não existe só pra você dar a Deus uma lista de todas as suas necessidades, nem menos nomear e reivindicar tudo o que você deseja; é vir diante de seu Pai, que o ama, e encontrar seu lugar dentro de Seu Reino. Assim, humilde e grato, você poder falar pra seu Pai celestial sobre todas as suas preocupações. Então é uma oração modesta.

Isso não significa que não podemos levar nossas preocupações específicas a Deus, sejam elas um trabalho específico ou uma oportunidade específica, mas significa que nos colocamos aos cuidados de Deus e confiamos que Ele proverá, e por isso não precisamos fazer nossas orações elaboradas, mas podemos, em vez disso, focar em Seus planos por nós. Aprendi com as três primeiras petições que Deus me colocou aqui para conhecê-lo, amá-lo e compartilhar Seu amor com aqueles que estão ao meu lado; e posso fazer isso em abundância, mas também em pobreza e aflição. Você pode pensar no que Paulo escreveu a Timóteo em 1 Tim. 6:6–8: “Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Lembramos o que Jesus nos ensinou: onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração. Se o seu tesouro está contida na terra, é onde seu coração também estará, e não é onde Cristo nos ensina que nossos corações deveriam estar. Fixamos nossos olhos no céu e no reino de Deus. Tudo o que temos aqui está passando. Aviões e carros enferrujam. As casas mais luxuosas irão apodrecer e desmoronar. As traças vão consumir as melhores roupas. Não é aqui que está o nosso tesouro. Portanto, que nossas orações, no que diz respeito às coisas desta terra, sejam modestas, para que não nos preocupemos em juntar tesouros na terra e nos esqueçamos de nosso Deus.

A palavra “pão” também nos ensina que mesmo as coisas mais simples ainda são bênçãos das mãos de Deus e não devem ser tomadas como garantidas. Em tempos de prosperidade, podemos esquecer de orar por nosso pão de cada dia, porque já o tomamos como garantido. Mas nossa vida aqui na terra é frágil. Nossos rendimentos e a segurança da nossa situação e do nosso país são frágeis.

E nossas vidas sempre estão por um fio. A qualquer momento, acidentes de carro, câncer e uma série de outras coisas podem repentinamente tirar nossas vidas. E assim, ao nos ensinar a orar por nosso pão, o Senhor Jesus nos lembra que mesmo as menores e as coisas mais simples são bênçãos das mãos de Deus que não devem ser tomadas como garantidas. É o que o Salmo 104 expressa:

Psa. 104:27–29: “Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo.

 Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens.

 Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó.”

Portanto, esta oração simples pelo pão de cada dia nos ensina humildade, não apenas nas coisas que pedimos, mas também no reconhecimento de que mesmo para as coisas mais simples, somos totalmente dependentes da provisão de Deus. Somos criaturas que dependem de nosso Criador.

Talvez você ja ouviu a data, “não existe ateus nas trincheiras.” Se refere aos buracos que os soldados cavam para se esconderem durante um bombardeio de artilharia do lado inimigo. Você cava esses buracos e se agacha dentro deles para que, à medida que as bombas caem ao seu redor, você esteja protegido dos estilhaços que explodem – a menos, é claro, que eles caiam bem em cima de você e explodam dentro da trincheira. E é um momento terrível e desmoralizante, porque é completamente aleatório. Não há nada que você possa fazer, exceto esperar e rezar para que a próxima bomba não caia diretamente em cima. E é nesse momento que cada soldado é reduzido ao mero mortal que ele é; todas as pretensões e todo senso de segurança são despojados; e assim mesmo o ateu mais orgulhoso clama a Deus em oração. Por que nós fazemos isso? Porque quando nos reconhecemos como os mortais que somos, de repente a oração se torna o reflexo natural do coração. Quando nos vemos como as criaturas frágeis que somos, e percebemos que estamos à beira da eternidade, orar torna-se um reflexo imediato do coração – mesmo que seja para um Deus que nunca conhecemos.

——

Permanecendo neste ponto de humildade por apenas mais um momento, devemos também pensar sobre essas palavras, “hoje e “de cada dia”. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Não estamos orando pelo pão de amanhã. Não estamos orando pelo pão deste ano. Estamos orando pelo pão de hoje porque tudo o que precisamos para servir no reino de Deus agora é o pão de hoje. Confiamos que Deus estará lá amanhã para cuidar do pão de amanhã e deixamos que Ele se preocupe com os detalhes.

Não estou sugerindo, é claro, que não planejemos e pensemos no amanhã, conforme a necessidade surgir. Claro que sim, e isso pode ser parte do que Deus colocou diante de nós hoje. Mas isso sim significa que, uma vez que tenhamos feito nossos planos, deixamos esses planos nas mãos de Deus e vamos em frente com o que Deus colocou diante de nós hoje. O que costumamos fazer, em vez disso, ficar tudo preocupado sobre amanhã, porque não confiamos em Deus para cuidar de amanhã. E certamente uma das razões por isso é porque muitas vezes nossos próprios corações estão cheios de planos, desejos, e ambições que tem mais haver com nossos reinos  as coisas que nós queremos independente dos planos de Deus. O livro de Eclesiastes fala muito sobre este tema, chamando isso de “correr atrás do vento,”—tentando estabelecer nosso pequeno reino e dar conta de todas as eventualidades possíveis de que pode ameaçar nosso próprio reino. E o resultado é uma vida cheia de ansiedade e vaidade. Não paramos de nos preocupar com todas as coisas que podem ameaçar nosso reino; e pior, em todos os nossos planejamentos, não levamos em conta a eternidade. Lembre-se de que sua vida é uma neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Lembre-se de que tudo o que temos na terra, temos que eventualmente perder. Leve isso em conta em todos os seus planos, para que planeje à luz da eternidade.

Então, faça sim seus planos, assim como Deus lhe dá oportunidade de fazê-lo; mas então deixe esses planos nas mãos de Deus, que pode mudá-los; e então concentre-se no que Deus lhe deu e o chamou para fazer hoje. Como Jesus nos ensinou em outro lugar, “não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.”

Então, faça esta oração com perspectiva. Faça esta oração com humildade.

E, finalmente, faça esta oração com confiança.

Quando chegamos diante de Deus com humildade, pedindo nossas necessidades imediatas para hoje, também lembramos que estamos vindo antes de nosso Pai celestial, que nos adotou em Cristo e que nos promete que pertencemos a Ele e Ele a nós, e que Ele ouve e atende a todas as nossas necessidades.

Agora, às vezes fazemos a pergunta: Deus realmente responde a todas as orações? Às vezes você lê as promessas que o Senhor Jesus faz, por exemplo em John 16:23: “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.” E nos perguntamos, como Jesus pode dizer isso? Deus realmente promete nos dar tudo o que pedirmos?

Bem, isso vai contra a realidade se interpretamos isso como Deus se fosse um gênio em uma lâmpada, ou se pensamos que a oração funciona como a lâmpada de Aladim. Apenas esfregue a lâmpada e o gênio aparecerá e você fará o seu desejo.

Mas não foi isso que Jesus quis dizer. Não é isso que a oração é. Não estamos orando para um gênio, estamos orando para nosso Pai. Essas promessas de Cristo precisam ser entendidas dentro deste contexto.

Um bom pai ama seus filhos e gostar de lhes dar tudo o que eles pedem. Quando seus filhos vêm até você com pedidos, você gosta de atendê-los. Isso é o que Jesus está ensinando aqui. Se você pertence a Cristo, você é adotado por Deus como Seu filho, e é assim que Deus o vê, e a promessa de Jesus é, seu Pai ama dar as coisas que você pede a Ele quando você chegar ao Ele como seu pai.

Mas todo bom pai também sabe distinguir entre os pedidos de seus filhos e as necessidades deles. Se meu filho vier de um passeio de bicicleta ao ar livre sob o sol quente e disser: “Estou com sede, posso tomar uma coca?” então, como um bom pai, vou reconhecer que meu filho está com sede, mas uma coca pode não ser o melhor para servir essa necessidade. Estou fazendo uma distinção entre sua necessidade – ele está desidratado – e seu pedido. Então vou respondê-lo de acordo com sua necessidade, mas não sua interpretação dessa necessidade. Então talvez eu vou insistir para que ele beba um copo de água. Mas isso é só porque eu O amo e quero o que é melhor para ele.

Como pais, se amamos nossos filhos, nem sempre damos a eles a coisa que eles desejam, mas sim atendemos a necessidade.

Quantos de vocês, pais, gostariam de dar a lâmpada de Aladim ao seu filho de cinco anos? Que tal uma criança de dez anos? Que tal um garoto de 15 anos? Não, definitivamente não é um garoto de 15 anos.

Ah, mas nós dizemos, agora eu tenho 30 anos. Agora eu sei do que eu realmente preciso. Pergunte alguém que tem 60 anos se seria bom pra eles se tivessem uma lâmpada de Aladim quando tinham 30 anos de idade. Acredito que a resposta vai ser “não, ainda bem que eu não tinha. Eu pensei que eu sabia o que eu precisava, mas Deus sabia melhor o que eu precisava.”

Então a oração não é uma lâmpada de Aladim, ou apenas uma forma de obter o que desejamos. Não é isso que o Senhor Jesus quis dizer quando falou de “tudo o que você pedir a Ele”. O que Ele está falando é que Deus é o seu Pai. Como ele disse em outro lugar: “Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?” (Esse versículo nunca fez sentido para meu irmão mais novo, que teria gostado de nada mais do que meu pai dar a ele um escorpião – mas os irmãos entendem o que Cristo está dizendo.) Ele diz: “se vocês, pais, que são maus, sabem dar boas dádivas para seus filhos que lhes pedirem, quanto mais seu Pai Celestial dará coisas boas para aqueles que Lhe pedirem!” Essa é a questão. Deus é seu pai. E assim, quando você vier a Ele, como alguém adotado em Cristo, pedindo o pão de cada dia para realizar a obra que Ele lhe deu para fazer em Seu reino, você pode pedir com confiança, sabendo que Ele o ouve e responderá ao seu oração. Talvez não de acordo com a sua interpretação da necessidade, mas Ele atenderá à necessidade e responderá com algo melhor. Então pede ao seu pai.

É interessante, neste sentido, que o autor da carta aos Hebreus fala de como Cristo orou ao Pai, e ele diz em Heb. 5:7:

“Ele, Jesus, nos dias da sua carne, ofereceu, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e foi ouvido por causa da sua piedade.”

Pensem por um momento. O que ele quis dizer quando ele diz que Jesus, pendido ser livrado da morte, foi ouvido por causa da sua piedade? Jesus clamou a Deus: “Pai, deixa este cálice passar de mim” — referindo-se à Sua crucificação e morte. Como Jesus foi ouvido? Deus não deu a Ele o que Ele pediu.

Não, não em espécie. Mas Ele sim o sustentou através da morte, e depois o ressuscitou da morte em glória e triunfo sobre a morte. Embora a carne de Jesus estivesse clamando “salve-me da morte,” o que Jesus precisava naquele momento era ser capaz de ser fiel até a morte e pela morte, e Deus ouviu e respondeu a essa oração.

E então, isso volta ao ponto sobre humildade. Orar com fé não é pensar de forma “grande” para reivindicar coisas grandes, do gênio divino na lâmpada; orar com fé é vir diante de nosso Pai com o reconhecimento de que somos filhos, e talvez não vemos o que nós precisamos tão claramente quanto Ele vê o que precisamos; orar com fé é confiar nEle para ouvir nossos pedidos e atender nossas necessidades, como um bom pai, sim. É confiar que, mesmo enquanto oramos por pedidos específicos, se houver algo maior de que realmente precisamos, nosso Pai saberá disso e ouvirá nosso pedido e compreenderá nossa necessidade.

E não é isso que uma criança humilde também reconhece? As crianças cujos pedidos mais temos prazer em atender são aquelas que nos procuram com a consciência de que são crianças. Quanto mais humilde uma criança, mais ela entende e aceita que “não a minha vontade, mas a Tua vontade” está por trás de todos os seus pedidos. Ironicamente, nesse sentido, quanto mais uma criança sabe que é uma criança, mais madura ela é e mais alegremente seu pai tem prazer em atender seus pedidos – às vezes em espécie mesmo, e às vezes de acordo com suas necessidades. É assim que nós chegamos diante do nosso Pai – com confiança e humildade.

Portanto, irmãos e irmãs, façam sim esta oração. Criem o hábito de orar todos os dias a Deus pelo pão de cada dia, sem considerar nada garantido, visto que ele vem das mãos de seu Pai. Façam esta oração com um senso de perspectiva, tendo começado com as três primeiras petições e, assim, reorientado a si mesmo e a seus desejos. Orem com humildade e modéstia, pois seu Pai conhece todas as suas necessidades. E orem com confiança, se você pertence a Cristo e depositou sua confiança Nele, sabendo que Deus o adota como Seu próprio filho e o ama com um coração de Pai.

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Jonathan Chase

O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020. 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.