Salmo 95

Leitura: 1ª Coríntios 10:01-06
Texto: Salmo 95

Amada Congregação do Senhor Jesus Cristo,
O Salmo 95 é um chamado a adoração solene no dia de descanso. O culto no sábado era especial. Era um dos cultos festivos estabelecido pelo SENHOR (Lv 23.3). Deus desejava lembrar o Seu povo do Seu poder criador e do Seu poder redentor, como no quarto mandamento. Deus quer que santifiquemos esse dia parando nossos trabalhos, para meditar no poder criador e redentor do Senhor. Então, a criação revela a glória de Deus. A redenção revela a glória de Deus. Então, criação e redenção são motivações para nos apresentarmos no culto.

Veja que bonitas palavras ouvimos no Salmo. Contudo, somos tomados muitas vezes por relaxamento, desânimos e nem sempre estamos dispostos a deixar nossas camas, ou nossos afazeres para irmos para o culto solene. Creio que muitos de nós, senão todos nós, já tivemos essa experiência. Mas, o SENHOR é bom e quer manter sua comunhão conosco, seu povo. Por isso, Ele deseja nos falar a Sua verdade para nos estimular a sermos sinceros e fiéis adoradores dEle. Por isso, para sermos encorajados a nos apresentarmos a Deus, no culto, então, prego a mensagem de Deus no seguinte tema:

Tema: O Senhor chama Seu povo a se apresentar diante dEle para louvar o Rochedo da nossa salvação.

As motivações para nos apresentarmos no culto
A advertência para não nos afastarmos do culto
O culto é um chamado de Deus: Vinde! O culto é uma santa convocação. O povo é chamado a ir ao encontro de Deus no culto com muita alegria, louvores e com ofertas de gratidão (ações de graças) ao SENHOR (v. 1,2). O culto é uma festa grande. Os cânticos são alegres e em alto som de júbilo. As ofertas de gratidão são muitas e não poucas. O culto tem um só alvo de adoração: o SENHOR, Ele é o Rochedo da nossa salvação. Sendo assim, temos a visão de Deus sobre o culto: santa convocação e festa de adoração ao SENHOR, o Rochedo da nossa salvação.

O salmista, depois de nos convocar para o culto, deu os motivos para nos apresentarmos com alegria diante do SENHOR. O primeiro motivo para nossa ida alegre para o culto está nos v. 2-3 (veja). O SENHOR (Yahweh) é Deus supremo. Ele reina sobre todos os deuses. Esses deuses são os falsos deuses.

Os falsos deuses são criações da imaginação do homem. O homem depois da queda criou falsos deuses. O homem tem feito falsos deuses pois necessita de algo, para dar certa segurança para sua vida presente e futura. Na época do Salmo haviam os baalins, os falsos deuses que, na imaginação dos idolatras, dominavam a criação: a fertilidade dos animais e do solo, a chuva, a seca, o mar, as tempestades, etc. Hoje os homens modernos tem o deus dinheiro, a deusa falsa ciência, o deus estado, outros falsos deuses. Esses são os baalins modernos. Mas, o Salmo 95 chama o povo de Deus a adorar o único e verdadeiro Deus. O SENHOR é o Deus Grande! Ele é Rei acima dos falsos deuses. Ele mostrou que os deuses dos egípcios e das outras nações eram falsos deuses. Eles não impediram a libertação de Israel e nem impediram a tomada da terra de Canaã. Só o SENHOR é Deus Supremo!

O Salmista passou a revelar a soberania de Deus na criação. O SENHOR é o autor, o dono e governador de toda criação. As profundezas da terra estão na mão do SENHOR, as alturas dos montes pertencem a Ele, o grande mar foi o SENHOR que fez. Os continentes são obras das mãos do SENHOR. Todas essas palavras nos lembram o quarto mandamento: “Em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há”. Toda criação está sujeita ao SENHOR. Nada foge ao seu controle. Veja que Deus maravilhoso em poder é o nosso SENHOR! Esse é o Deus que nós adoramos nesse culto. O Deus que revela sua soberania nas obras da criação.

A soberania de Deus na criação não é o único motivo para adorarmos a Deus. A soberana graça de Deus em nossa salvação também é o motivo para irmos adorarmos o SENHOR (vs. 6,7). Nesse versos o salmista nos lembra que somos criaturas de Deus. Mas, que temos um privilégio maior que os demais homens. Que privilégio é esse? Deus nos fez Seu povo. Deus nos fez ovelhas do Seu pastoreio.

Nos tempos bíblicos os reis eram também chamados de pastores do seu povo. Deus nos elegeu para sermos Seu povo. Mas, como um pastor lidera, protege e alimenta suas ovelhas, assim nosso Deus provê para nós tudo que precisamos. Tudo que necessitamos para o nosso corpo e para a nossa alma.

Agora imagine: Esse privilégio de sermos povo de Deus não é baseado em nossos méritos. É um privilégio que recebemos por pura graça. Deus por pura graça nos escolheu para sermos Seu povo, ovelhas do seu pastoreio. A graça de Deus é exaltada aqui. Encha sua mente com a graça de Deus, pois, quando a nossa mente se enche da graça de Deus, então, nossos joelhos se dobram por causa do peso da nossa gratidão a Deus.

Amados irmãos e irmãs, quem entende a graça de Deus correrá para a presença de Deus no culto. Quem entende a graça se prostrará na presença Dele em adoração. Não tem como ficar em casa nos domingos. Os crentes que compreendem a graça de Deus desejam adorar, com alegria, ações de graça, com reverência, o Rochedo da nossa salvação. Essa adoração será manifestada, especialmente, no culto solene.

Agora, vamos para o final do v. 7 e sigamos os versos finais. No final do verso 7 encontramos um chamado de Deus para que Seu povo não seja insincero, ingrato e não se comporte conforme a eleição. O chamado é: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração”. A pedra é dura e não sente nada que lhe toca. Derrame água sobre uma pedra. Ela vai escorrer. Não vai entrar na pedra. Um coração duro é um coração insensível a voz de Deus. Deus fala, mas as palavras de Deus não são recebidas. Então, endurecer o coração é tornar a mente insensível para a voz de Deus.

A advertência é para o tempo presente: “Hoje”. Então, no culto, Deus nos adverte a termos um coração de servo fiel e de ovelha dócil. O servo fiel e a ovelha dócil atendem a voz dos seus senhores e dos seus pastores. Assim nós, quando ouvimos o chamado de Deus para o culto, então, necessitamos nos dirigir a presença de Deus com coração dócil e submisso.

Agora, o SENHOR reforçou seu alerta dando um exemplo de quando a igreja endureceu seu coração a voz do SENHOR (vs. 8,9). O SENHOR trouxe à memória a história que encontramos em Êx 17.1-7. O povo começou a blasfemar contra Deus porque faltou água. Eles diziam que o SENHOR os havia retirado do Egito para que eles morressem de sede no deserto. O povo tentou ao SENHOR Deus, dizendo: “Está o SENHOR no meio de nós ou não?

O povo esqueceu dos milagres que Deus operou quando retirou seu povo do Egito, da passagem pelo Mar Vermelho, da transformação da água em Mará, do maná, das codornizes. Quando faltou água em Refidim faltou fé, faltou gratidão, faltou reverência ao SENHOR Deus. Mas, sobejou incredulidade, blasfêmia e rebelião no povo em Refidim.
O que aconteceu?

O SENHOR Deus ouviu a blasfêmia do Seu povo. O SENHOR se colocou sobre a rocha e mandou Moisés golpear a rocha, ferir a rocha. A rocha golpeada gerou água. A Rocha ferida se tornou a fonte da água que providenciou vida, salvação para o povo.

Mas, mesmo diante de toda a manifestação da Providência de Deus e da graça de Deus, o povo continuou reclamando, idolatrando os bens desta terra, mostravam um coração desviado, duro que não amava o caminho do SENHOR. Isso durou os quarenta anos da peregrinação. Deus é paciente demais. Mas, a paciência de Deus também tem limite.

Qual foi a consequência da dureza do coração do povo?

A consequência foi que o SENHOR Deus jurou: “não entrarão no meu descanso”. Não entrar no descanso, ou seja, na terra prometida, não foi uma falha na promessa de Deus. Mas, foi o resultado da incredulidade e da obstinação dos rebeldes. O pagamento da dureza de coração e da incredulidade é o juízo de Deus. Foi dura a sentença de Deus. Mas, o SENHOR é amor e é justiça. Por isso, somente a geração de Josué e de Calebe entram na terra prometida. O restante pereceu no deserto por causa da sua incredulidade.

Notem: Deus não dá esperança a hipócritas e a pecadores impenitentes. No culto Deus adverte a toda a igreja. O SENHOR mostra assim sua paciência inclusive para aqueles que estão se endurecendo e não ouvindo a voz de Deus. Se alguém não abandona Seus pecados, não rompe nessa vida com os seus pecados, despreza a voz de Deus, então, não conte com a misericórdia de Deus. Não espere entrar no descanso de Deus. Por isso, hoje, se você ouve a voz do SENHOR, não endureça o seu coração. Atenda ao chamado de Deus. Seja um sincero adorador do Rochedo da nossa salvação.

Conclusão:

Meus irmãos e irmãs, a advertência do Salmo 95 não é para pôr em dúvida a nossa salvação. Não é para tirar a alegria do povo de Deus no culto. A advertência é para nos afastar de todo mau que possa nos afastar do culto a Deus.

O SENHOR Deus é quem nos criou e nos fez Seu povo. Ele nos ama com a amor eterno. Deus não abandona Seus amados. Por isso, Ele nos adverte, pois, Deus conhece nossas fraquezas. Por diversos motivos podemos ser assaltados por desânimos que tiram nossa alegria de estarmos nos cultos. Por causa de nossa velha natureza nossos corações são preguiçosos, lentos, negligentes e até resistentes para atendermos o chamado de Deus, a voz de Deus. Mas, hoje o SENHOR nos chama. Ele nos chama para o Seu culto e aqui nos revela a Sua soberania e graça salvadora. O SENHOR nos dá os motivos para celebrarmos o rochedo da nossa salvação.

O Rochedo de nossa salvação é Cristo Jesus. Como o apóstolo Paulo disse (1 Co 10.4): Jesus era a rocha espiritual que seguia o povo de Deus. Jesus foi a rocha que foi ferida por nossas transgressões. Jesus foi ferido para nos dar a água da vida. Assim, no culto de hoje, pelo evangelho de Cristo, temos maiores motivos para estar no culto de domingo. Hoje temos maiores motivos para nos dobrarmos diante de Deus, a fim de adorá-lo por sua graça salvadora em Cristo Jesus. Hoje temos maiores motivos para não resistirmos a voz de Deus. Por isso, amados precisamos buscar em Cristo Jesus a força para sempre estarmos na presença de Deus com júbilo, muita alegria, ações de graças. Especialmente, nos cultos no dia do Senhor. Portanto, por causa de Jesus Cristo, venha de coração cantar, venha celebrar com muita alegria, venha com ações de graças, venha adorar ao Rochedo da nossa Salvação, Jesus Cristo.

Amém.

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Adriano Gama

Ministro da Palavra das Igrejas Reformadas do Brasil (IRB). Mora em Curitiba e serve como missionário na Igreja Reformada Ebenezer (Colombo – PR)

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.