Oseias 11

Leitura: Oseias 11
Texto: Oseias 11

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo

A Bíblia revela Deus como um pai. O Pai do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pai que nos adotou como Seus filhos, por meio de Cristo. Deus é um pai amoroso e fiel. Um pai que nos ama e que cuida de nós. Um pai que tem todo seu prazer nos filhos de seu amor.

Esse amor de Deus para conosco nos leva a amá-Lo de todo coração. Esse amor de Deus faz de nós filhos obedientes. Esse amor nos leva a desejar a companhia desse pai maravilhoso. Uma das passagens bíblicas que nos ensina sobre isso é Oseias 11.

No Antigo Testamento, Israel era o povo de Deus. Israel era um filho a quem Deus amava (Ex 4.23). Deus chamou Israel do Egito e o conduziu pelo deserto até a terra prometida. Deus escolheu Israel para ter com ele um relacionamento pactual.

Como Israel se comportou na condição de filho de Deus?

Israel conseguiu ser um filho obediente a Deus?

Israel foi um filho em quem Deus teve todo o prazer nele?

Como essa passagem cumpre o propósito de Deus?

Como essa passagem alcança vocês?

A pregação desta manhã vai mostrar que o amor de Deus revelado a Israel, alcança o seu cumprimento em Jesus Cristo, o Seu Filho amado. Veremos também que o amor de Deus alcança a igreja por meio de Cristo.

Tema da pregação: O Pai celestial tem todo o prazer em vocês, por causa do Seu Filho amado, Jesus Cristo

Este capítulo 11 de Oseias funciona como uma queixa formal de um pai amoroso contra seu filho desobediente.

O pai amoroso chama seu filho quando ele ainda era muito novo. Ensina-lhe a andar.

Quando o filho cai, o pai o toma nos braços; quando ele se machuca, o pai cuida dos ferimentos da mesma forma como o dono de um animal tira o jugo do pescoço do bicho para que ele consiga comer bem. O pai tem todo cuidado com seu filho, não deixando que nada o atrapalhe de ter a melhor das refeições. O pai carinhosamente se abaixa para dar de comer a seu pequeno filho.

{Os pais presentes podem refletir sobre essa cena, pois eles agem assim com seus filhos}

Deus fez para Israel tudo que um pai amoroso faria para conquistar o coração do seu filho. Deus tirou Israel da escravidão do Egito e o guiou em segurança pelo deserto, e o fez morar na terra que mana leite e mel. Que amor, meus irmãos! Apesar disso, Israel agiu como um filho rebelde e ingrato.

Observe nos quatro primeiros versículos desta passagem como é forte o contraste entre o ato de Deus chamar Israel para si e a atitude de Israel de se afastar cada vez mais de Deus. Até o uso das palavras mostra esse contraste (LER vs. 1-4).

Deus continuava chamando Israel, mas Israel não atendia ao chamado; Deus ensinava Israel a obedecer, mas ele se mantinha rebelde; Deus cuidava de Israel, mas ele não dava a mínima atenção a esse cuidado; Deus fazia tudo por Israel, mas Israel se

mostrava ingrato com o seu Pai, preferindo dar a honra para outro que não era seu pai (versículo 2 – LER).

O que um pai faria, vendo o seu filho indo por um caminho mau como esse que vemos aqui? Você ficaria assistindo o seu filho se perder nesse mundo, sem fazer nada? Um pai ou uma mãe que haja assim não mostra amor pelo seu filho.

Veja o que diz Provérbios 13.24 (LER). Deus faz isso com Israel. Deus ameaça castigar Israel porque ele se recusa a atender ao chamado amoroso do seu Pai. Mas Deus não vai mandar Israel de volta para o Egito por causa dessa desobediência. Deus não quer abandonar o seu povo; o Pai não quer desprezar o seu filho. Apesar disso, um castigo severo ainda é necessário para o filho rebelde. Deus não vai mandar Israel de volta para a escravidão do Egito, mas ameaça mandá-lo para a Assíria (versículo 5).

Lendo o livro de Jonas, você vai aprender sobre a crueldade dos assírios.

Se enterrar alguém vivo no deserto, deixando apenas a cabeça do lado de fora para ser devorado pelos animais selvagens e aves de rapina, parece ser uma coisa terrível.

E o que se dirá sobre arrancar a pele de uma pessoa viva? Pois essas e outras crueldades eram praticadas pelos assírios.

Deus ameaça Israel dizendo que os assírios invadiriam as cidades de Israel e provocariam destruição completa. Suas espadas derramariam rios de sangue e os prédios seriam destruídos. Essa ameaça era para fazer o povo tremer de medo e se voltar arrependido para Deus. Mas o capricho de Israel era grande. Os versículos 6 e 7 mostram que não havia entre o povo quem desse ouvido ao chamado de Deus; não tinha entre o povo quem se voltasse para Deus; não tinha entre o povo quem levantasse os olhos ao céu e clamasse a Deus.

Tal qual o pai que ama a seu filho, Deus vai castigar Israel com justa medida. Mas mesmo recebendo um castigo tão severo, Deus não vai destruir Israel. Israel tem um

Pai que o ama.

Esse amor começa aparecer na primeira parte do versículo 8 (LER). Vocês sabem o que aconteceu com Sodoma e Gomorra! Essas cidades foram destruídas completamente pelo fogo que caiu do céu (Gn 19) – Admá e Zeboim eram cidades vizinhas a Sodoma e Gomorra que também foram destruídas totalmente (Dt 49.18). Deus não vai fazer com Israel o que fez com essas cidades. Apesar disso, seu coração está triste, transtornado (versículo 8b). Os pecados que o povo de Deus comete entristecem a Deus. Por isso, a Palavra de Deus chama você a não entristecer o

Espírito de Deus, no qual você foi selado para o dia da redenção (Ef 4.30).

Porém, Israel ainda tem esperança. A esperança de Israel está no fato de que o coração de Deus não é como o coração do homem (versículo 9). Ninguém pode esperar misericórdia de pecadores, quando seus corações estão ardendo em ira. Até mesmo um pai humano pode chegar ao ponto de não suportar mais a rebeldia do seu filho e abandoná-lo completamente.

O rei Davi sabia muito bem que isso é verdade. Quando Deus mandou que ele escolhesse o castigo que teria de receber por ter feito algo que o SENHOR não gostou, ele preferiu ser castigado por Deus, porque ele conhece que Deus é um Pai misericordioso com Seu povo (1 Cr 21). Davi sabia que se caísse nas mãos dos homens, não teria nenhuma certeza de que contaria com a misericórdia deles.

{Filhos, é melhor receber o castigo dos pais do que cair nas mãos de estranho -porque até o castigo dos seus pais está cheio de amor e misericórdia}.

No final do versículo 9, lemos o seguinte: “O Santo no meio de ti; não voltarei em ira”.

O texto hebraico diz literalmente assim: “O Santo no meio de ti; não entrarei na cidade”.

Deus está dizendo o seguinte: Eu Sou Santo e manterei a minha palavra. Vocês não serão totalmente destruídos. Mas porque Eu Sou Santo não posso suportar os pecados de vocês. Porque Eu Sou Santo, não esperem que Eu esteja em seu meio para livrá- los quando os assírios chegarem para atacá-los.

Deus não deixaria que seu povo fosse de todo destruído. (porque Deus mantém a promessa feita a Abraão – a promessa de que a salvação estaria em Abraão e na sua descendência). Mas Israel era um filho que causava desgosto a seu Pai. Quanto mais

Deus mostrava o seu amor por Israel, mais Israel O desprezava e O desonrava.

A passagem inteira ensina que Deus castiga o filho rebelde que não obedece ao chamado do Pai. Mas Ele não vai destruir completamente Israel, porque Israel ainda é o Seu filho.

A história mostra que Israel não se corrigiu e que Deus cumpriu a ameaça de castigo.

Deus espalhou Israel pelo mundo: Assíria, Egito e outros lugares. Apesar disso, o Senhor mantém a promessa de restauração. Ele promete que fará o Seu povo voltar para a sua terra.

Nos versículos finais da passagem (versículos 10,11), a esperança de Israel volta com força total. Estes dois versículos tomam uma imagem do mundo animal para ensinar sobre a conversão do povo de Deus.

O SENHOR diz que vai agir como o leão que ruge e faz todos os animais correrem trêmulos diante dele. Deus fará com que os filhos de Israel voltem para a sua terra, diante deles. De todos os lugares, os filhos de Israel voltarão para sua casa como os pássaros que voam para o seu ninho.

Assim Deus cumpre a promessa de tornar a congregar o Seu povo. Quando chegamos ao Novo Testamento, encontramos Israel reunido. Lá estavam os sacerdotes da tribo de Levi, os descendentes de Judá; a profetiza Ana, da tribo de Aser (Lc 2.36); o apóstolo Paulo, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5). Todas as tribos de Israel estavam novamente reunidas na Palestina.

Mas a promessa ainda não havia sido cumprida totalmente. Israel estava reunido, mas continuava esperando a sua salvação. Pois nem depois do castigo do exílio, nem do novo êxodo de volta à terra prometida, Israel havia se mostrado um filho obediente a Deus.

Mas a salvação chegou. O Pai foi fiel a Sua promessa. Ele enviou Jesus para ser o filho obediente e o salvador do Seu povo. O velho Simeão viu a salvação. Ele pegou o menino Jesus nos braços e gritou (Lc 2.28-32 – LER).

Muitos israelitas não entenderam isso. Eles não foram capazes de compreender que nunca poderiam obedecer perfeitamente a Deus como o Pai amoroso que Ele é. Eles também não entenderam que, apesar da sua desobediência, eles mesmos serviam como tipo do Filho de Deus, que viria ao mundo.

Por meio da história de desobediência dos israelitas, Deus estava ensinando ao Seu povo sobre a necessidade de um Filho que Lhe obedecesse, em tudo. Mas os israelitas não entenderam isso. Ao contrário, eles perseguiram o Filho de Deus.

Quando Herodes soube da notícia do nascimento do Rei-Salvador de Israel, ele se enfureceu. Mandou matar todas as pequenas crianças de Belém e de seus arredores na esperança de matar o Filho de Deus. Mas Deus livrou a Seu Filho amado enviando-

O ao Egito.

A ida de Jesus ao Egito poderia ser contada como uma mera consequência da perseguição de Herodes contra as crianças de Belém, mas essa história revela ser mais do que isso. Ela é parte da história da redenção.

É nesse sentido que o evangelista Mateus cita Oseias 11.1 (Mt 2.15) como uma profecia que se cumpriu em Jesus. Jesus é o Filho de Deus. O Filho de Deus que atende ao chamado do Pai; o Filho obediente que faz a vontade do Seu Pai; o Filho querido que, por duas vezes, arrancou da boca de Seu Pai as palavras mais bonitas que um pai pode dizer sobre seu filho: “Este é o meu Filho amado, em quem tenho todo prazer” (Mt 3.17; Mc 9.7).

Jesus é o Filho amado de Deus. A semente de Abraão (Gl 3.16), o descendente de Davi; o Messias prometido.

O êxodo do Egito, o segundo êxodo da Assíria, o êxodo dos israelitas retornando de todas as partes do mundo para Canaã, não foram suficientes para corrigir a desobediência de Israel.

Mas “Do Egito chamei o meu filho”. Jesus refaz a história do êxodo de Israel para ser Ele mesmo o verdadeiro Israel de Deus. O filho obediente e amado. As palavras do profeta Oseias pareciam lembrar o povo acerca da antiga história de Israel saindo do

Egito e peregrinando no deserto, mas as palavras de Oseias 11 significam muito mais do que isso. Oseias 11 é uma mensagem profética que ensinava o povo a esperar pela vinda do Filho de Deus.

Quando o Filho de Deus viesse ao mundo, Ele salvaria o Seu povo dos pecados dele

(Mt 1.21). Não apenas os israelitas crentes, mas todos os que creem em Jesus, em qualquer lugar do mundo (Gl 3.29).

Mas a salvação que o Filho de Deus conquistaria para os crentes seria dramática.

Jesus fez tudo que Israel não tinha conseguido fazer, mesmo assim Ele foi castigado como um filho desobediente a Deus.

Ele foi castigado não porque tenha pecado contra Deus, pois Ele sempre foi obediente a Deus, em tudo (Jo 4.34). Mas o Senhor Jesus revelou o amor de Deus pelo Seu povo, sofrendo Ele mesmo o castigo em favor do povo de Deus.

Amados irmãos, Deus revelou o grande amor que tinha por Seu Filho Jesus. Mas o amor Dele por vocês não é menor do que o amor Dele por Cristo. Ele fez o que nenhum pai no mundo faria. Ele entregou Seu amado Filho, Seu querido Filho, o Seu

Filho único, o Filho do Seu prazer. Deus entregou Jesus para morrer na cruz por amor a você (Jo 3.16).

“Do Egito chamei o meu filho” – Jesus já completou o êxodo. Ele já está com o Pai, no céu. Ele foi na frente preparando o caminho para a igreja. Você deve confiar em Jesus e se unir a Ele por meio da fé. Você deve confiar que a obediência perfeita Dele – que incluiu morrer na cruz por você, sofrer o castigo em seu favor – conquistou um lugar para você como filho do Pai celestial.

Por causa e por meio de Jesus, o Pai adota vocês como Seus filhos. Ele dispensa a vocês o amor que nenhum pai neste mundo é capaz de dispensar a seus filhos.

Portanto, mesmo que você reconheça tantas fraquezas em sua vida; mesmo que você experimente na prática que obedecer a Deus é uma tarefa tão difícil, não se esqueça de que o Pai se satisfaz com a obediência de Seu amado Filho Jesus Cristo.

Em Jesus, suas fraquezas são aperfeiçoadas; em Jesus, seus pecados são perdoados.

Em Jesus, você também é filho do amor de Deus; em Jesus, você já está nos braços do Pai celestial.

Você pode agradecer por esta bênção agora cantando louvores a Deus. Mas você terá oportunidade de declarar seu amor a Cristo, pessoalmente, no céu.

Amém.

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Pr. Lúcio Manoel

Lúcio Manoel

Pr. Lúcio Manoel é bacharel em Divindade pelo Instituto João Calvino, colaborador do Projeto Dordt-Brasil. Missionário da Igreja Reformada do Grande Recife trabalhando na congregação em Caruaru-PE. 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.