Leitura: 1 Reis 8.10-66
Texto: 1 Reis 8.22-61
A Inauguração do Templo
Irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo,
Uma das coisas que queremos observar ao estudarmos o livro dos Reis é que, embora muitas coisas sejam diferentes entre aquela era – 3000 anos atrás – e agora, Deus mesmo não mudou, e a mensagem do Evangelho, que naquela época era proclamada sob as sombras e agora se manifesta em Cristo, é a mesma mensagem do Evangelho. Mesmo que estejamos em um capítulo muito diferente na história da redenção, é um capítulo diferente na mesma história: a história de Deus reunindo um povo para Si mesmo e estabelecendo Seu Reino na terra. E isso é muito importante para reconhecer. Os cristãos às vezes falam como se o Deus do Antigo Testamento e a mensagem do Antigo Testamento fossem de alguma forma diferentes do Deus e a mensagem do Novo Testamento. E isso mostra uma grave falha em compreender não apenas o Antigo Testamento, mas também o Novo. Deus não mudou e Sua missão não mudou.
Um bom exemplo desta dificuldade que nós temos com o Antigo Testamento é a questão do templo. Encontramos Salomão aqui na inauguração do templo. E isso imediatamente nos leva a uma das grandes dificuldades que nós, cristãos modernos, temos com o Antigo Testamento. O que o Deus Todo-Poderoso, Eterno, tem a ver com templos? O templo é tão proeminente no Velho Testamento, e nossos grandes heróis como Davi e os profetas dão tanto valor ao tabernáculo e, mais tarde, ao templo; mas para nós, é um conceito estranho. O que que nosso Deus tem a ver com templos? Será que Deus realmente se importava tanto com uma construção de madeira, pedra e ouro?
Para responder a essa pergunta, vamos considerar a oração de Salomão.
Todo o discurso de Salomão (v. 14-61) é composto de três partes básicas: Primeiro, vemos sua bênção (dirigida ao povo) nos versículos 14-21. Depois, vemos sua oração (dirigida a Deus) nos versículos 22-53. E finalmente vemos sua bênção final (dirigida ao povo novamente) nos versos 54-61.
Abordaremos brevemente as outras partes do discurso de Salomão (a bênção antes e a bênção depois), mas quero focar na oração de Salomão nos versículos 22-53.
Olhando então para a oração de Salomão, vocês podem ver que tem uma introdução (22-30) e uma conclusão, e então sete petições (vss. 31-51) no meio.
Então essa é a estrutura da oração.
Então, qual a substância da oração? Salomão está pedindo o que?
A ideia principal na oração de Salomão – o pedido principal – é que Deus faça seu nome habitar (vamos falar sobre o que isso significa) no templo – para que sempre que alguém orasse no templo ou mesmo em direção ao templo, que Deus iria ouvi-los.
- Você pode ver isso bem no início da oração, nos versículos 28-30:
- 1 Reis 8: 28-30: “Atenta, pois, para a oração de teu servo e para a sua súplica, ó Senhor, meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que faz, hoje, o teu servo diante de ti. Para que os teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar. Ouve, pois, a súplica do teu servo e do teu povo de Israel, quando orarem neste lugar; ouve no céu, lugar da tua habitação; ouve e perdoa.”
- Então Salomão está dedicando o templo a Deus, e sua oração é que sempre que ele ou qualquer pessoa do povo de Deus orasse em direção a este templo, que Deus ouvisse no céu e perdoasse.
- Você pode ver isso de novo e de novo:
- Por exemplo. vss 31-32
- Por exemplo. vss 33-34
- E em cada seção da oração, é a mesma ideia.
- Agora eu mencionei que são sete petições específicas na oração de Salomão. Eles começam no versículo 31 e vão para o versículo 53.
- Se você olhar para estas sete petições, você pode ver que Salomão está tentando descrever todas as diferentes circunstâncias de vida em que o povo de Deus pode se encontrar, e está orando para que Deus ouça seu povo naqueles momentos, quando oravam dentro ou em direção ao templo. Eles incluem:
- Momentos em que eles precisavam de sabedoria e orientação para tomar decisões difíceis
- Momentos em que foram derrotados por inimigos
- Tempos de seca
- Tempos de fome, pestilência, gafanhotos e outras coisas que destroem a economia
- Orações de pessoas individualmente, cada uma com suas próprias preocupações em seus corações
- Orações de estrangeiros que aprendem sobre Deus e desejam servi-lo.
- Momentos em que o povo de Deus acabam no exílio
- São sete petições no total, porque, como acredito que vocês já ouviram antes, na Bíblia Hebraica, o número sete é sempre usado como o número de plenitude ou perfeição. Portanto, a ideia é que, em cada situação, em qualquer situação, que Deus ouça seu povo quando orar por este lugar, e perdoe e responda suas orações.
- É bom perceber que a maioria dessas situações são referências às maldições da aliança que Moisés advertiu que aconteceria – guerra, seca, fome, inimigos, exílio – se eles abandonassem o Senhor. Portanto, Salomão reconhece que isso é uma coisa provável de acontecer. E isso é verdade no resto do livro dos Reis.
Em suma, quando pensamos sobre o propósito do templo, o templo era o lugar onde o nome de Deus habitaria: isto é, o lugar onde se poderia ir para orar a Deus e saber que sua oração foi ouvida.
Mas isso ainda nos deixa com a pergunta: por que Deus precisava do templo? Deus não está presente em todos os lugares? O povo de Deus não poderia orar a Ele onde quer que estivesse? Salomão fala sobre construir uma “casa” para Deus. Deus realmente morava em um templo?
- Realmente o conceito do templo é um dos aspectos do Antigo Testamento que são muito estranhos para nós. Talvez até pareça “primitivo” para nós. Talvez outros deuses pagãos precisassem de templos, mas nosso Deus não. Ele governa todo o universo, não é não?
E realmente, no Novo Testamento, o apóstolo Paulo deixa isso muito claro. Em Atos 17, ele falou com os pagãos gregos na frente de um de seus templos e disse:
- Atos 17: 24–25: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;”
Então, o que está acontecendo aqui? Temos um Deus diferente no Antigo Testamento do que no Novo?
Claro que não.
E Salomão entendeu isso muito bem:
- Vss. 27-29: “Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.”
Então Deus “habitou” no templo? Salomão diz enfaticamente: NÃO!
Então, qual era o propósito do templo? Observe a frase que Salomão usa.
Vs. 29: “Para que os teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.”
Você vê essa mesma frase nos versos 17, 18 e 19 também.
O templo não era um lugar para Deus morar. Era o lugar para o nome de Deus habitar. Em outras palavras, era o lugar onde as pessoas podiam ir para encontrar Deus. Este é o lugar onde ele prometeu que seria encontrado, e aqueles que o buscassem seriam ouvidos.
Desde o início do Evangelho, quando Deus chamou Abrão de Ur, para ser o pai de uma nação escolhida, o propósito de Deus ao chamar Abrão foi exatamente isto: para estabelecer em Israel um lugar na terra, em contraste com todas as outras nações, onde o a verdadeira adoração a Deus poderia ser encontrada. Este era o propósito de Deus: que em Israel, o verdadeiro Deus pudesse ser encontrado, e lá Ele pudesse ser adorado.
Assim, no Antigo Testamento, a adoração a Deus era centralizada no templo em Jerusalém, como o lugar onde a verdadeira adoração a Deus poderia ser encontrada em contraste com toda a falsa adoração das nações vizinhas. É por isso que era um pecado tão grave adorar a Deus em qualquer outro lugar – como nos lugares altos, que se tornou um pecado perene da parte dos reis de Judá. Rejeitar o templo era rejeitar a verdadeira adoração a Deus. Era adorar a Deus de acordo com as preferências da pessoa, e não como Deus ordenou a Seu povo que O conhecesse e O adorasse.
——
Agora, tem uma outra coisa que nós deveríamos observar neste texto. Observem como o templo foi ligado ao trono de Salomão.
Já no versículo 13, Salomão diz: “Na verdade, eu edifiquei uma casa para tua morada, lugar para a tua eterna habitação.” Ele repete o mesmo ponto várias vezes: “a casa que eu edifiquei.” E na oração também, Salomão gasta bastante tempo agradecendo a Deus por teu abençoado seu reino. Por exemplo, versículo 20: “Assim, cumpriu o Senhor a sua palavra que tinha dito, pois me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como prometera o Senhor; e eu edifiquei a casa ao nome do Senhor, o Deus de Israel.” Na verdade, ele repete essa conexão várias vezes mais em sua oração nos versos 22-26.
Agora, alguns comentários dizem que Salomão está sendo apenas um político aqui, aproveitando este momento para promover seu próprio reino.
Mas Salomão estava certo em fazer essa conexão, porque essa era exatamente a promessa e o propósito do Senhor desde o início. Na verdade, este era o propósito de Deus desde que Ele chamou Abrão de Ur: que Israel não fosse apenas um lugar onde o nome de Deus pudesse ser encontrado (onde a verdadeira adoração a Deus poderia ser encontrada), mas também onde, como resultado, O Reino de Deus seria centralizado. A adoração a Deus e o Reino de Deus sempre andam de mãos dadas. Eles não podem ser separados.
Só pra definir os termos:
- A adoração a Deus existe onde Deus é verdadeiramente conhecido e adorado.
- O reino de Deus existe onde quer que Deus seja obedecido: onde corações e vidas, empresas, escolas, arte, política – em suma, toda a sociedade é levada à obediência a Deus.
Você não pode ter um sem o outro. Você não pode ter uma sociedade onde Deus é corretamente conhecido e adorado, mas todas as leis e instituições do país permanecem neutras ou em oposição a ele. Não. O que foi que Cristo nos ensinou a orar? “Santificado seja o teu nome” – essa se refere a adoração a Deus. E então, “venha o teu reino, seja feita a tua vontade” – esse é o Reino de Deus.
E, inversamente, você nunca pode chegar ao Reino de Deus sem começar com a verdadeira adoração a Deus. Você não pode chegar à segunda petição “Venha o teu reino” sem começar com a primeira, “Santificado seja o teu nome”.
Portanto, se queremos ver nosso país reformado – suas leis, suas instituições, sua vida pública – comece com a igreja.
Então não é apenas por razões “políticas” que Salomão ora não apenas para que Deus estabeleça e abençoe o templo, mas também Seu trono. Os dois deveriam ir juntos.
Agora, nós não lemos o capítulo 9, mas se você olhar para o capítulo 9, você pode ver que Deus respondeu à oração de Salomão. Ele prometeu fazer tudo o que Salomão pediu – fazer com que Seu nome habite lá no templo – mas observe que Ele o prometeu isto sob a condição da fidelidade de Salomão e seus filhos. Vamos ler isso juntos.
1 Kings 9:3–8: “e o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica que fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias. Se andares perante mim como andou Davi, teu pai, com integridade de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei e guardares os meus estatutos e os meus juízos, então, confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca de Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel.
Porém, se¸ vós e vossos filhos, de qualquer maneira, vos apartardes de mim e não guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos, que vos prescrevi, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e os adorardes, então, eliminarei Israel da terra que lhe dei, e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença; e Israel virá a ser provérbio e motejo entre todos os povos. E desta casa, agora tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará, e assobiará, e dirá: Por que procedeu o Senhor assim para com esta terra e esta casa?”
Bem, como foi que a história terminou?
Aquele templo em Jerusalém é um montão de ruínas até aos dias de hoje.
A resposta de Deus é ominoso e sóbria. Você já poder sentir que as coisas não vão acabar bem. E realmente, não foi. No final das contas, Salomão mesmo abandonou o Senhor, assim como o restante de Israel e Judá.
E aqui está a coisa. Nós acabamos de ver que o Reino de Deus e a adoração a Deus devem andar de mãos dadas. Você não pode ter um sem o outro. E assim, se Salomão e seus descendentes não pudessem ser os reis de que o povo de Deus precisava, então o templo também não poderia ficar lá para sempre.
Portanto, embora este texto descreva um belo momento na história de Israel e nos dê um belo vislumbre dos propósitos redentores de Deus para o mundo, ainda há uma nota de tristeza que obscurece todo o episódio, porque sabemos que Salomão não seria capaz de viver de acordo com sua alta vocação.
E nem mesmo nenhum dos reis que vieram depois dele.
A triste realidade que o livro dos Reis retrata é que os melhores dos homens ainda são apenas homens, e pecadores. Um após o outro, eles falham, por causa de seus próprios pecados e fraquezas.
E assim todo o livro dos reis clama por alguém maior que Davi, alguém maior que Salomão, para fazer pelo trono de Davi o que nem Davi nem Salomão poderiam fazer. Sem tal rei, o reino de Deus nunca será estabelecido, e a adoração a Deus nunca será permanentemente estabelecida no mundo.
E é por isso que Jesus Cristo precisava vir como o Filho de Davi que não falharia. E desde que Ele obedeceu a Deus, até o fim, e libertou Seu povo de seus pecados, o que nenhum outro Rei poderia fazer, Deus O colocou no trono para sempre.
No entanto, este capítulo nos ajuda, dando-nos um vislumbre dos propósitos finais de Deus. O que Salomão falhou em fazer, Cristo está fazendo agora. O que Salomão orou, Cristo está realizando. E o reino de Cristo não se limita às fronteiras de Israel, mas se estende a todas as tribos, línguas e nações. Seu reino é a obediência das nações: todas as nações se submetendo ao seu governo; o estabelecimento de justiça e retidão; a destruição da opressão e do abuso; e no centro disso, a restauração da adoração ao Deus verdadeiro: pecadores sendo reconciliados com Ele na cruz, e suas vidas sendo transformadas pela renovação do Espírito.
Este é o reino que Salomão esperava trazer, mas foi incapaz de fazê-lo por si mesmo.
——
E quanto ao templo? O que aconteceu com isso? Por que não tem mais o templo hoje?
Irmãos e irmãs, ainda há um templo hoje. Está no próprio Cristo. Assim como Salomão orou para que Deus ouvisse e respondesse a todas as orações dirigidas ao templo, agora, Cristo nos diz para dirigirmos todas as orações ao Pai em Seu Nome.
O Senhor Jesus ensinou ao povo repetidamente que Ele é o templo de Deus.
- João 1:14: diz “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória.” A palavra “habitou” é literalmente “tabernaculou”. Ele se tornou o tabernáculo, a tenda da presença de Deus entre Seu povo.
- Jesus também disse ao povo: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.”—referindo-se ao Seu próprio corpo.
- E ele nos ensina para dirigir todas as nossas orações ao Pai em Seu Nome. Ele é o templo de Deus. Assim como Deus prometeu ouvir todas as orações feitas no templo ou dirigidas ao templo, Ele agora promete ouvir todas as orações dirigidas por meio do nome de Jesus Cristo, Seu Filho a quem Ele enviou ao mundo.
- Assim também como o templo era a referência para o mundo inteiro para conhecer a verdadeira adoração de Deus, o Novo Testamento nos ensina que isto agora se encontra em Cristo. Você quer conhecer Deus? Encontre-o no seu filho Jesus Cristo, que nos ensinou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Portanto, a adoração a Deus não está mais centrada no templo em Jerusalém, e nossas orações não devem mais ser direcionadas para lá, mas isso não é porque Deus mudou, como se Ele agora estivesse disposto a ser adorado de qualquer maneira ou por qualquer nome que quisermos; Não, ainda há um templo, mas o templo está no céu, e Seu nome é Jesus Cristo.
——
Mas, você diz, não era o propósito do templo que o nome de Deus habitasse na terra, como referencia para o mundo? E agora? Cristo está no céu! Onde é que as nações irão então para conhecer o Deus verdadeiro, e para aprender a adorá-lo corretamente?
Respondendo isso, as Escrituras nos ensinam que há uma segunda parte da resposta para a pergunta: onde está o templo hoje? Está no céu, sim, na pessoa de Cristo.
Mas também está bem aqui. Desde que nós pertencemos a Cristo, nós somos o templo de Deus. A igreja é o lugar na terra onde Deus pode ser encontrado. Paulo ensina isso. Peter ensina isso. João ensina isso, e o próprio Senhor Jesus o ensina. Nós, a igreja, somos o corpo de Cristo; e assim também somos o templo de Deus. A igreja é o centro do reino de Deus e o centro de sua adoração na terra. A igreja é o “endereço” onde todas as nações da terra podem se voltar para encontrar o Deus vivo. E a igreja é o lugar onde Deus espera que seu povo se volte para adorá-Lo.
Você não o encontrará adorando sozinho em seu quintal. Você não o encontrará fazendo uma caminhada na praia. É claro que Deus está presente em todos os lugares e toda a criação testifica de quem Ele é. Toda a natureza leva sua assinatura. E Ele está ao nosso lado onde quer que estejamos. Mas Deus espera e exige ser procurado e encontrado aqui, na sua Igreja. Paulo diz a Timóteo que a igreja é a coluna e baluarte da verdade. Em outras palavras, é na igreja que o único Deus verdadeiro é encontrado. Sim, a igreja está espalhada pelo mundo inteiro; e não, não está contida em nenhuma denominação única; mas mesmo assim, onde quer que o povo de Deus se reúna para adorá-lo em espírito e verdade, é aí que Deus chama todo o seu povo e todo o mundo para encontrá-lo.
Agora são ##h (Recife + 6h) em Jerusalém, e muitos judeus (etnicamente falando) estão chorando perto do antigo muro do templo, clamando para que Deus ouça sua oração. Mas ele foi fiel à Sua palavra aqui no capítulo 9. Ele transformou aquela casa em um monte de ruínas, um provérbio e motejo entre as nações. Mas isso não significa que não haja templo, ou que Deus não habite mais entre seu povo. De jeito nenhum. Deus ainda habita entre seu povo. E ele faz isso por meio de Jesus Cristo e seu corpo, a igreja.
Vou terminar só com algumas palavras de aplicação:
- Em primeiro lugar, venha a Deus onde Ele disse que será encontrado.
- Muitas pessoas dizem: “Gosto de pensar em Deus de outra forma…” Não importa como você gosta de pensar Nele. Ele não é seu para refazer de acordo com sua imagem. Ele é o Deus vivo, que reina no céu e está chamando toda a terra para se arrepender de suas idolatrias e auto-adoração, e vir a conhecê-Lo na pessoa de Jesus Cristo enquanto ainda há tempo.
- Em segundo lugar, não desprezem a congregação física do povo de Deus aqui.
- Não caia na tentação de todos os reis de Judá, de adorar a Deus nas alturas: isto é, desprezar a igreja e adorar a Deus por si mesmo, em seus próprios termos. Deus disse que isto aqui, o corpo de Cristo, Seu povo reunido, é o templo de Deus na terra e a referencia pra o mundo. É aqui que Ele o chama e promete ser encontrado. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.”
- Em terceiro lugar, toma coragem, irmãos: nós oramos há muito tempo para a reforma deste pais, em suas leis e instituições, para que o reino de Deus venha a este país, e ainda parece que está muito longe. Mas esta reforma começa aqui na igreja, com a verdadeira adoração a Deus. Não tem como chegar na segunda petição da oração “venha o teu reino” sem começar na primeira, “santificado seja o teu nome.” A reforma política deste pais do Brasil começa com a reforma do culto. Enquanto cada um adora a Deus segundo suas próprias preferências e não de acordo com a palavra de Deus, nunca haverá reforma. Mas “não desprezes o dia das pequenas coisas.” Se pudermos chamar nossos vizinhos, colegas de trabalho, família para a verdadeira adoração a Deus (de acordo com Sua palavra), estaremos lançando a base essencial para a vinda de Seu reino.
- E, finalmente, nem o inverso pode ser verdadeiro: não podemos ter a adoração a Deus sem o Reino de Deus. Como povo de Deus, Deus também nos chama a viver como um “sacerdócio real e nação santa”. Em outras palavras, devemos ser uma colônia do céu aqui na terra.
- Isso começa em nossos próprios corações e vidas, quando confessamos nossos pecados e nos afastamos deles;
- Isso estende-se a nosso lar, onde desejamos reformar nosso lar de acordo com Sua vontade;
- Isso se estende aos nossos negócios, onde desejamos conduzir nossos negócios com justiça e veracidade
- Isso se estende às nossas escolas, nosso envolvimento na política; em suma, em tudo o que fazemos.
É o propósito de Deus que todas as nações da terra venham a conhecê-lo por meio de seu Filho Jesus Cristo, encontrado entre Seu povo congregado, por meio da adoração a Deus e da justiça de Deus em seu meio. E podemos confiar que, apesar de todas as nossas próprias fraquezas e falhas, Cristo prometeu que esta missão terá sucesso: “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Jonathan Chase
O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.