2 Reis 8.7-15

Leitura: 2 Reis 8.1-15, Mateus 23.37-24, Mateus 24.28
Texto: 2 Reis 8.7-15

Irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo,

Neste capítulo, o livro dos Reis começa a piorar. Os próximos capítulos – até o final de 2 Reis – mostram a deterioração da situação em Israel e o início do julgamento de Deus. Já fomos avisados ​​sobre esse julgamento muitas vezes, desde os dias de Elias. Neste capítulo, agora está finalmente no horizonte.

Isso torna o livro de Reis um livro muito triste para estudarmos. É um momento sombrio. Foram dias terríveis. E talvez até nos perguntamos, por que temos que estar aqui? Por que temos que estar em 2 Reis quando há muitos lugares mais agradáveis nas Escrituras para estarmos?

Mas precisamos lembrar que esses capítulos foram escritos para nós. Não são capítulos agradáveis. Mas são capítulos que nós precisamos conhecer e precisamos meditar neles e compreender suas implicações para hoje. Eles nos mostram o julgamento de Deus, e é um julgamento que precisamos entender e levar a sério.

Nisso, também devemos lembrar que Eliseu é um “prenúncio” ou uma “imagem” do próprio Senhor Jesus. Elias era uma figura do ‘Elias que vem’ (aprendemos no Novo Testamento que era João Batista); e então Eliseu era uma figura do próprio Messias.

Por causa disso, devemos prestar muita atenção ao ministério de Eliseu, porque ele nos diz muito sobre o ministério e a missão de Jesus. O ministério de Eliseu é um ministério de dois lados, trazendo vida para a comunidade da igreja recém-nascida – aqueles a quem Deus estava salvando – e trazendo morte para o resto do Israel impenitente. O ministério de Eliseu é de vida para aqueles a quem Deus estava salvando e de morte para aqueles que estavam perecendo. Somos lembrados das palavras do apóstolo Paulo, que descreveu o Evangelho de Jesus Cristo da mesma forma em 2 Cor. 2:15–16: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida.” De fato, somos lembrados das palavras do Senhor Jesus também em Mateus 10:34–35:

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.”

O Evangelho de Cristo divide entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo, e traz vida para aqueles que estão sendo salvos e morte para aqueles que estão perecendo.

Isso nos incomoda, porque queremos apenas celebrar a vida que Cristo traz para nós e para o mundo; mas a realidade é que Ele também traz a morte para aqueles que rejeitam o Evangelho e permanecem em seus pecados. Desde o início – das próprias palavras de Jesus e das palavras dos apóstolos – a mensagem do Evangelho sempre foi arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo, trazendo vida aos arrependidos e julgamento aos demais.

Por isso, fazemos bem em dar uma boa olhada no ministério de Eliseu como uma imagem gráfica do ministério de Cristo, porque, ao fazê-lo, vamos aprender sobre nosso Salvador. Assim como nos regozijamos quando vemos Eliseu trazendo restauração e cura para a igreja florescente naquele dia, também trememos quando o vemos anunciando a morte para um povo que estava perecendo sob o julgamento de Deus. Você não pode ter metade do profeta, nem de Eliseu, nem de Cristo.

Vemos novamente um breve vislumbre desse ministério de vida na história de abertura do capítulo 8. A rica mulher sunamita, cujo filho Eliseu havia ressuscitado, ficou fora de Israel durante sete anos enquanto Israel passava fome e, durante esse tempo, sua terra foi aparentemente retomada ou confiscada. Parece também que em algum momento ela perdeu o marido, porque não há nenhuma menção a ele e é ela quem vem apelar para o rei – então é possível que ele faleceu durante estes anos. 

Aconteceu que o rei Jeorão estava ouvindo as histórias dos grandes feitos de Eliseu, e aconteceu – pela perfeita providência de Deus – que naquele exato momento, a mulher apareceu diante do rei, e o rei, tão impressionado com o ministério de Eliseu, enviou ordens para garantir que a terra da mulher fosse totalmente devolvida a ela. E assim vemos Deus cuidando desta mulher através de Eliseu, e recompensando ela pelo serviço e compromisso para com o profeta Eliseu. Deus não se esquece dos Seus e dos sacrifícios deles.

Mas então, nos versículos 7 em diante, somos confrontados face a face com o outro lado do ministério de Eliseu, o ministério da morte para aqueles que estão sob o julgamento de Deus.

No versículo 7, encontramos Eliseu em Damasco – bem fora das fronteiras de Israel e, de fato, a capital da Síria – a terra dos inimigos de Israel. Não sabemos por que ele estava lá. Em todo caso, o rei da Síria estava doente, e ele ouviu que Eliseu estava na cidade. Então ele enviou seu servo Hazael a ele com quarenta camelos carregados de todos os tipos de mercadorias de Damasco. Você pode ver a alta estima que ele tinha por Eliseu, o que pode ser resultado do que Eliseu fez por Naamã. Na verdade, ele até se chama “o teu filho” para Eliseu. (De fato, Eliseu já seria idoso nesta época). Hazael foi até Eliseu e disse: “Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a perguntar-te: Sararei eu desta doença?”

Agora, a princípio, Eliseu diz a ele: “Vai e dize-lhe: Certamente, sararás. Porém o SENHOR me mostrou que ele morrerá.”. Talvez nos constringimos pelo fato que Eliseu mandou Hazael a falar algo que não era verdade. Mas Eliseu falou isso para Hazael ouvir. A lógica é, “sim, ele vai recuperar—ou pelo menos, ele iria, mas eu sei que você não vai permitir.” A doença não é fatal, mas tem outra coisa que é. E então Eliseu fixou os olhos em Hazael ao ponto dele ficar com vergonha.

Agora, não sabemos exatamente o que se passava na mente de Hazael – se ele já estava planejando assassinar o rei ou se isso só veio à sua mente depois que Eliseu colocou a ideia em sua mente. De qualquer forma, podemos entender por que Hazael se sentiu envergonhado pela maneira como Eliseu olhou para ele, e pela mensagem estranha que Eliseu mandou-lhe trazer.

Se vocês se lembram, lá atrás em 1 Reis 19, Deus já disse a Elias para ir e ungir Hazel rei da Síria. Não há registro na Bíblia de que Elias chegou a fazer isso Se for, então a semente foi implantada já, e Hazael já estava contemplando a ideia de assassinar o rei.

Mas não sabemos o que se passava na cabeça de Hazael. Se ele estava planejando alguma coisa, ele certamente não confessa isso aqui.

Então Eliseu ficou olhando para ele até que ele se sentiu envergonhado. E então Eliseu começou a chorar. Então Hazael perguntou a ele: “por que meu senhor chora?” E Eliseu respondeu:

“Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; deitarás fogo às suas fortalezas, matarás à espada os seus jovens, esmagarás os seus pequeninos e rasgarás o ventre de suas mulheres grávidas.”

Novamente, nós não sabemos a que ponto Hazael já estava planejando algo. Então talvez a resposta dele em versículo 13 é sincero: “Pois que é teu servo, este cão, para fazer tão grandes coisas?”

Mas veja também aqui a mentalidade do pagão. Especialmente naquela sociedade, a consciência da sociedade foi totalmente cauterizada a crueldade. Era uma coisa corriqueira. Você vê os relatos históricos, e estes coisas terríveis eram até comuns. Assim vai uma sociedade ímpia, debaixo do controle de Satanás por muitas gerações. Assim Satanás os controla em sua cegueira e consciência cauterizada. Então ouvindo esta terrível profecia, talvez nós imaginaríamos que ele diria, “quem sou eu, para fazer tão terríveis coisas?”—mas a pergunta de Hazael, com seu coração cheio de ambição, é “quem sou eu, para fazer tão grandes coisas?” Ela não recua diante da crueldade e perversidade, mas apenas questiona se será capaz mesmo de conseguir fazer tudo isso. 

Mas fica claro que, na hora que Hazael voltou para seu rei, ele já resolveu cumprir toda esta profecia. Ele sabia que Eliseu disse que o rei iria morrer, e ele poderia—por amor ao seu rei, ou por medo de se tornar uma pessoa tão cruel—ele poderia ter falado para seu mestre, “Ó meu rei, não vou mentir—Eliseu disse que o senhor não iria recuperar.” Mas ele aproveita a oportunidade que Eliseu deu a ele, mostrando que ele não tinha problema nenhum com toda a profecia, e ele diz pra o rei, “O senhor certamente sarará.” E então, ele tomou um cobertor, molhou-o em água, e o estendeu sobre o rosto do rei até que morreu. Assim ele não recuou diante de tamanho pecado que Eliseu havia falado sobre ele, mas regozijou na oportunidade de se tornar um homem tão “grande,” como ele disse.

Agora, irmãos, como eu disse no início, aqui estamos entrando nos dias mais sombrios de Israel. Essas coisas realmente aconteceram, tanto nas mãos do exército de Hazael, quanto em pouco tempo, até mesmo nas mãos dos próprios reis de Israel, contra alguns de seu próprio povo. Foram tempos horríveis e sombrios.

E eles faziam parte do julgamento de Deus contra Israel por abandoná-Lo, repetidas vezes.

Agora, o que devemos notar aqui é que, embora Israel mereceu este castigo, veja como Eliseu, o profeta de Deus, o precursor de Cristo, chorou ao pensar nisso.

Eliseu, o profeta de Deus, o precursor de Cristo, reflete assim a compaixão do próprio Deus. Mesmo que esta punição veio de Deus, segundo o plano e presciência de Deus, isso não quer dizer que Deus se regozija nisso. Pelo contrário, Ele lamenta.

Não vamos compreender como pode coexistir tão perfeita justiça de Deus com tanta profunda compaixão e misericórdia, mas as Escrituras deixam muito claro que é assim que Deus é. Ele é perfeitamente justo, e ainda assim lamenta a morte dos ímpios. Quando pecamos e abandonamos a Deus, Deus pune esse pecado de maneira correta e justa –mas Ele não se deleita em puni-lo.

Ezek. 33:11, Deus disse ao profeta Ezequiel: “Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?”

Deus havia advertido Israel por meio de seus profetas que coisas terríveis aconteceriam se eles O abandonassem. Deus havia avisado Acabe que sua linhagem seria cortada se ele não se arrependesse. Isso durou muitos anos. E agora, esse tempo havia chegado, e mesmo assim descobrimos que o profeta de Deus chora ao pensar sobre o julgamento que estava vindo.

Talvez nós pensamos: “mas não há outro jeito?” Em nossas mentes, queremos de alguma forma culpar Deus por tudo isso. Afinal, Deus não poderia ter forçado eles a se arrependerem? Deus não poderia ter de alguma forma impedido que esse terrível julgamento acontecesse? Sim, Ele poderia ter. Mas Deus, em Sua sabedoria e em Sua justiça, entregou o povo ao pecado. Repetidas vezes, os israelitas rejeitaram a obediência a Deus e escolheram seu pecado e idolatria, e agora Deus os entregou para experimentar o gosto tão horrível de uma vida verdadeiramente longe de Deus.

Claro, embora Deus tenha escolhido Hazael para ser uma ferramenta em Suas mãos para punir Israel, isso certamente não significa que Deus aprova tudo o que Hazael fez. Hazael assassinou o seu rei, o que era pecado. Hazael matou homens, mulheres e filhos de Israel, que foi pecado. De fato, na profecia de Amós, Deus adverte a Síria de Seu justo julgamento contra eles por estes mesmos pecados que eles cometeram contra Israel. Foi o coração maligno, cruel, sanguinário e auto-adorando de Hazael que o levou a fazer as coisas que ele fez. Deus usou isso como uma ferramenta para punir Israel por seu pecado, mas isso não significa que Hazael foi justifcado no que fez. Ele também seria punido. Este é o ciclo do pecado em uma vida que está longe de Deus. O pecado é punido pelo pecado. Os pecadores se voltam uns contra os outros e se consomem em sua busca sangrenta de auto-adoração. Em Tito 3:3, Paulo descreve a condição do homem caído e pecador como “odiado pelos outros e odiando-se uns aos outros.” Assim é a vida de quem vive por se mesmo, quem vive pela lema, “Venha o meu reino, faça-se a minha vontade.” 

Esta é uma verdade que deveria nos fazer tremer. Deus não tem obrigação de salvar ninguém. Todos os horrores, crueldades e maldades perpetradas na terra são fruto de nossa própria auto-adoração, longe de Deus e vivendo para nós mesmos. E às vezes Deus, em Sua perfeita justiça, mesmo enquanto ele lamenta, Ele entrega os homens às horríveis concupiscências de seus corações pecaminosos. Ele os entrega ao terrível poder do pecado.

Então devemos ver neste texto o profundo horror do pecado, a seriedade do julgamento de Deus e também a sua tristeza-mostrada aqui no profeta Eliseu – quando Ele entrega os homens ao seu próprio pecado.

E nisso também Eliseu é uma prefiguração de Cristo. O ministério de Eliseu também nos lembra que o ministério de Cristo era um ministério de julgamento para aqueles que, por culpa de sua idolatria e dureza de coração, estavam perecendo. Você não pode ler os Evangelhos sem ouvir as advertências repetidas vezes contra o povo de Deus que persistiu em sua incredulidade e rebelião. No Evangelho de Mateus, as advertências finalmente culminam na longa lista de ais de Jesus contra Jerusalém em Mateus 23: “Ai de vós, escribas e fariseus” — sete vezes mais.

E então chega Mateus 24, a profecia da queda de Jerusalém, parte da qual lemos juntos.

E ali, Jesus declara o julgamento sobre aquela cidade que estava, por tanto tempo, vindo sobre eles por causa de seu impenitente e coração duro.

E foi um julgamento horrível, horrível. Se o ministério de Eliseu é uma figura do ministério de Cristo, é uma figure menor em comparação. Quando você lê os relatos do cerco de Jerusalém, foi muito pior do que o que aconteceu com o povo de Israel nas mãos de Hazael. O próprio Jesus disse: “Haverá tão grande tribulação [naquele dia], como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, não, e nunca haverá.” E não estava contido apenas em Jerusalém: era uma guerra contra os judeus em todo o império romano. Muitos dos mesmos horrores que Hazael realizou foram cometidos pelos romanos também, e em maior número e maior crueldade. Não vou ler em detalhe, porque é horrível demais de ser contado, mas o Senhor Jesus exclamou: “ai das mulheres grávidas e das que amamentam naqueles dias!”

O historiador Josefo era um judeu que viveu no tempo de Cristo e descreveu a queda de Jerusalém nas mãos dos romanos, quarenta anos após a morte e ressurreição de Cristo. É tão horrível que é quase ilegível. É horrível. E ele disse sobre aquela época: “Nenhuma outra cidade jamais sofreu tantas misérias – nem nenhuma época gerou uma geração mais frutífera em iniqüidade do que esta, desde o começo do mundo.”

E assim, ao olharmos aqui para o ministério de Eliseu, podemos e devemos nos alegrar com as misericórdias de Deus para com a igreja que Ele estava reunindo, mas também devemos reconhecer, com humilde reverência, a seriedade dos julgamentos de Deus quando Ele entrega os pecadores para julgamento nas mãos de outros pecadores. Quando o vemos aqui em Eliseu, isso deve nos preparar para vê-lo também em Cristo. Devemos ficar horrorizado com isso. É horrível mesmo.

E devemos reconhecer isto como o fruto natural do pecado e da idolatria. Aqui nós vemos o que acontece que a raça humana é deixada para si. Aqui vemos a feiúra do pecado. Então devemos levar a sério as advertências bíblicas, e reconhecer que Deus cumpre sua palavra, que Ele não nos adverte sem razão. E então devemos correr para Ele, porque o mesmo Deus também é misericordioso, e não se alegra na morte dos ímpios, mas deseja o seu arrependimento.

Precisamos lembrar, e nunca esquecer, que o inferno é real, que os julgamentos de Deus que acontecem aqui na terra são uma terrível amostra da realidade do inferno, e que quando Deus chama o mundo ao arrependimento em Cristo para que não pereça, Ele chama sinceramente. Há teólogos hoje que querem negar que o inferno existe, porque acham inconsistente com o caráter de Deus. Claro, ninguém quer que seja real. Eu também gostaria (humanamente falando) que não existisse. Porque é terrível. Mas não podemos fugir das Escrituras. Deus fala para que nós levássemos a sério.  E Deus mostra a seriedade de suas advertências, também pelos julgamentos, como este, já aqui na terra e na história. São vislumbres terrenas do inferno para nos despertar para que ninguém se engane.

E devemos reconhecer, ao ver Eliseu chorando, que Deus não se alegra em entregar os pecadores ao julgamento.

Vemos a mesma coisa em Cristo, quando ele ficou diante da cidade de Jerusalém em Mateus 23 e clamou:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta.”

Quando olhamos para o que aconteceu com o povo de Israel no tempo de Eliseu, e quando olhamos para o que aconteceu com Jerusalém nos anos após a vinda de Cristo, devemos tremer. Mas devemos reconhecer que Deus não apenas nos mostra essas coisas terríveis para que tremamos. Ele nos mostra essas coisas para que corramos para o Salvador que Ele enviou.

Nos dias de Eliseu, o chamado era para que o povo de Deus se humilhasse, se arrependesse e se reunisse diante de Deus. Mesmo nessa hora tardia, ainda haveria esperança, ainda oportunidade para Deus desviar Seu julgamento. Você vê isso em outro lugares no livro de Reis. Deus responde ao arrependimento, mesmo na última hora.

E de fato, muitos israelitas correram mesmo para Deus, e reuniram-se à igreja crescente daqueles dias, e foram acrescentados ao remanescente do povo de Deus. E quando você considera o fato de Eliseu estar em Damasco, na Síria, e pensa em exemplos como Naamã, podemos dizer que não foram apenas israelitas, mas siros também, que se juntaram à igreja verdadeira de Deus, que ouviram o profeta enviado por Deus e se humilharam diante de Deus.

E esse é o chamado do Evangelho para nós também. Enquanto refletimos sobre os terríveis julgamentos de Deus, corramos para o Salvador a quem Deus enviou, porque assim como Ele é um mensageiro de julgamento para os pecadores cujo pecado chegou com limite, Ele também é um mensageiro da misericórdia de Deus para a igreja de Deus. e para aqueles que estão sendo salvos.

Os pecados do nosso país também estão sendo preenchidos. O Brasil também terá que responder por seus pecados no juízo final. Se os pecados daquele dia estavam tão cheios que estavam prontos para serem julgados, e se os pecados de Jerusalém na época de Cristo estavam maduros para julgamento… então certamente nossa nação está chegando a esse ponto também. Então nós, a igreja que está no Brasil, devemos estar orando por nossa nação. Especialmente porque nossa nação busca cada vez mais imitar o Ocidente em todas as suas imoralidades, abortos e perversões sexuais. Deus não poupou o mundo antigo de Noé por esses pecados. Deus não poupou Sodoma e Gomorra. Deus não poupou o seu próprio povo nos dias do Antigo Testamento. E Deus também não poupará nossa nação se ela persistir em seu pecado. Então vamos, a igreja de Cristo no Brasil, orar pelo nosso país. E vamos, cada um de nós individualmente, correr para o nosso Salvador por causa dos nossos próprios pecados. Nele, e somente nele, há esperança.

Assim, o chamado do Evangelho exige uma resposta de cada homem, mulher e criança: arrependa-se e creia no Salvador que Deus deu, e seja salvo, para que você não pereça com o resto do mundo sob o terrível julgamento de Deus.

Muitos pecadores simplesmente resignam-se mesmos para o inferno. Falei recentemente com um homem que me disse que já sabe que vai para o inferno e já aceitou isso. Eu não sei se ele realmente acredita isso ou não, mas que pensamento tolo! Mas muitos pecadores fazem a mesma coisa, mesmo se não admitem isso tão ousadamente. Pensando apenas naquilo que eles querem, e sabendo muito bem que Deus não aprova, eles ainda assim escolhem o pecado. Já ouviu também membros da igreja, em caminho de disciplina, dizendo: “Eu sei que é peacdo. Eu sei que Deus não aprova..”—mas ainda recusam de deixar o caminho.

Ou você não compreendeu quão terrível é a ira de Deus (eu conheci um homem que disse: “Sou um homem duro, posso lidar com isso.”) ou você não conhece o caráter de Deus. Talvez você se coloca além da esperança porque pensa que Deus tem prazer em te condenar. Ele não tem não. Ele lamenta a morte do ímpio. Ele é entristecido pelo seu pecado. E Ele chama cada pessoa, com toda a sinceridade, para se arrepender enquanto ainda respira – porque “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” (Heb 9:27)

Para todos nós individualmente que queremos fugir da condenação e ser restaurados a Deus, Deus nos deu seu filho, com a promessa de que todo aquele que nele crê não perecerá, mas terá a vida eterna. Cristo nos diz, “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” Cristo nos promete que ele “não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo.”

E para todos nós, como igreja de Cristo, embora tremamos diante do horror da ira de Deus, também podemos ter consolo de que Deus não permite que Sua igreja pereça. Embora ela sofra junto com sua nação quando Deus pune essa nação, Ele também opera por meio da disciplina para produzir arrependimento. E assim, embora oremos a Deus para não entregar nossa nação ao pecado, mas para colocá-la de joelhos em arrependimento, também podemos confiar e descansar Nele que Seu Reino e Sua igreja não falharão.

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Jonathan Chase

Jonathan Chase

O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020. 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.