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Juízes 06.01-40

Leitura: Juízes 06.01-40
Texto: Juízes 06.01-40

Amada Congregação do Nosso Senhor Jesus Cristo:

Uma maneira da pensar na vida é vê-la como uma série de decisões. Pode entender a vida como um caminho ou uma estrada. Você está andando por essa estrada, e você chega a uma bifurcação, e é forçado a considerar – devo ir para a esquerda, ou devo ir para a direita?

A vida é assim. Às vezes há muitas bifurcações. Às vezes, há muitas decisões importantes que precisam ser tomadas. Pense nalgumas das maiores decisões que enfrentamos – devo me casar? Se eu deveria, com quem? Devo ir trabalhar, ou devo ir para a universidade? E se eu escolher o trabalho, que tipo de trabalho devo buscar? Se minha escolha é estudar, onde devo ir? Quais cursos devo fazer?

Então, com essas decisões tomadas, você enfrenta outras. Devemos comprar uma casa? Devemos nos mudar para outro lugar? Deveria procurar novo emprego?

Não estou falando sobre questões de certo e errado, como, “Minha esposa e eu deveríamos ter filhos?” ou “Devo me divorciar de minha esposa porque me apaixonei por outra pessoa?” Como povo de Deus, sabemos que as respostas a essas perguntas são “Sim,” e “Não,” respectivamente, porque a Palavra de Deus nos dá orientações claras sobre esse tipo de grande escolha moral. Mas enfrentamos todo tipo de decisão que, superficialmente, não têm resposta “certa” ou “errada.” Não sabemos o que iremos encontrar no futuro. Não podemos ver o futuro, para ver quais serão os resultados de nossas decisões.

Em suma, a vida é incerta e tomamos decisões, grandes e pequenas, todos os dias, que afetarão o curso e a direção de nossa vida. Para alguns, isso leva a uma ansiedade séria e até ao medo. Como posso ter certeza de que estou tomando a decisão certa? Qual decisão seria melhor para mim e minha família? Quais são as implicações de longo prazo?

E por causa dessa incerteza, por causa dessa ansiedade que muitas vezes envolve a tomada de decisões, muitos cristão que querem tomar as decisões certas recorreram à história de Gideão em Juízes 6 como exemplo de como tomar decisões. Há uma prática desenvolvida que leva o nome da história contada no final do capítulo seis, de Gideão procurando um sinal do Senhor. As pessoas buscam um sinal de Deus – qualquer que seja, para ver se elas devem tomar tal decisão.

Talvez você fez isso no passado; felizmente essa prática é rara entre os cristãos reformados. Mas no mundo evangélico, buscar um sinal de Deus para determinar a sua vontade não é, infelizmente, uma raridade. As pessoas falam sobre “buscar a vontade de Deus” em muitas situações. Elas querem ter certeza de que não perderão a vontade de Deus para elas, como se isso fosse possível. Em última análise, o que acontece é que as pessoas querem ter certeza. A maioria das pessoas não gosta de incerteza. Estamos procurando uma coisa certa. E muitos cristãos acreditam que eles podem ter certeza, se Deus lhes enviar um sinal.

Existe um grande número de problemas com este processo. O primeiro problema é um mal-entendido da vontade de Deus. Podemos dividir a vontade de Deus em dois tipos: Ele tem sua vontade secreta, e sua vontade revelada. Deuteronômio 29.29 diz:

“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.”

Em outras palavras, há algumas coisas que não podemos saber. Não conheceremos os resultados de nossas decisões até que as façamos. Eu posso cometer um erro. Eu posso fazer uma má escolha. Pode parecer a escolha certa no momento, mas as coisas podem dar errado – eu simplesmente não sei. Deus não escolheu revelar isso para mim.

Essas são as “coisas encobertas.” Elas pertencem ao SENHOR nosso Deus e, portanto, por implicação, não a nós. Essa é a sua vontade secreta. Ele sabe o que acontecerá no futuro, porque Ele planejou o futuro, e Ele elaborará esse plano à sua maneira. Mas ele escolheu não revelar esse plano.

Mas também existem as coisas reveladas. Quando se trata de certas decisões, posso saber qual decisão que eu devo tomar, porque Deus revelou sua vontade para mim – em sua lei e em toda a sua Palavra. Devo deixar minha esposa e ir morar com outra mulher? Deveria assaltar essa pessoa? As respostas a essas perguntas devem ser óbvias para todo cristão, porque elas foram reveladas por Deus. Sua vontade para minha vida é que eu não cometa adultério e que eu não deva roubar. Essas são as “coisas reveladas.”

E como cristãos, não precisamos tentar descobrir as coisas secretas de Deus – não há necessidade. Deus se revelou em sua Palavra e na história como sendo completamente confiável. Ele nos mostrou que, se andarmos pela fé, Ele estará conosco; que se formos fiéis e obedientes, Ele guiará nossos passos. Romanos 8.28 nos diz claramente:

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”

E no contexto desse versículo, quando Paulo diz que “todas as coisas cooperam para o bem,” ele está falando sobre nosso bem eterno – não sobre as bênçãos desta vida, felicidade ou riquezas ou confortos ou prazeres – é o bem último, a salvação, a vida eterna. Assim, mesmo quando não temos certeza sobre as decisões, se tomamos essas decisões por razões que honram a Deus, e não por egoísmo ou por qualquer propósito pecaminoso, não precisamos nos preocupar.

O segundo problema é que as pessoas que falam sobre buscar sinais de Deus como Gideão hoje estão interpretando erroneamente as Escrituras – não apenas de uma maneira, mas de muitas maneiras. Em primeiro lugar, essa passagem é descritiva e não prescritiva. É uma história que descreve a interação de um homem com Deus, não uma história que prescreva como cada pessoa deve interagir com Deus. Seria improvável que alguém que copiasse Gideão em “colocar um velo,” buscando um sinal de Deus, copiasse Eúde na tentativa de encontrar um rei gordo para matar com uma espada. Simplificando, so porque alguém faz alguma coisa, e aquela ação é registrada nas Escrituras, não significa que essa ação precisa ser copiada, ou mesmo que deve ser copiada.

Este evento foi escrito para nossa edificação. Mas isso não significa que é normativo para nós hoje. Muitas pessoas querem ouvir a voz de Deus. Muitas pessoas querem que Deus fale com elas como ele falou com as pessoas nas Escrituras; e muitas pessoas afirmam que Deus fala com elas da mesma maneira. Mas precisamos nos lembrar disso: essas histórias foram registradas precisamente porque eram incomuns.

O Anjo do Senhor não aparecia todo dia para Fulano Israelita. Esse tipo de coisa aconteceu com poucas pessoas, durante um período de centenas de anos; esta foi uma ocorrência anormal, provocada por uma situação anormal. Nós simplesmente não podemos, e não devemos esperar que Deus faça isso todos os dias para um grupo de crentes comuns, e nem precisamos esperar por isso.

Também precisamos nos lembrar de quando tudo isso aconteceu e em que contexto histórico isso aconteceu. Gideão viveu bem mais de mil anos antes de Cristo. Ele foi criado numa família idólatra e, embora ele soubesse algo sobre o Senhor, certamente não é provável que ele soubesse muito. Foi uma era diferente na história da redenção de Deus, e Gideão não tinha a Palavra completa de Deus. Como cristãos da Nova Aliança, vivemos após o Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo.

Enquanto o Espírito estava operando na Antiga Aliança, e os crentes da Antiga Aliança precisavam ter o Espírito operando neles para confiar em Deus, nós, como crentes da Nova Aliança, temos uma dádiva maior; e temos a Palavra completa de Deus – temos toda a história. Se precisamos de orientação, está aqui, na Palavra de Deus. Se precisamos ouvir uma Palavra de Deus, temos nos 66 livros da Bíblia. É tudo que Deus queria que soubéssemos sobre a sua vontade, e é tudo o que precisamos.

E a última maneira pela qual as pessoas interpretam mal este texto é na compreensão de exatamente o que Gideão estava fazendo. Ele não estava buscando a vontade de Deus para sua vida. Ele conhecia a vontade de Deus. Ele sabia exatamente o que Deus queria que ele fizesse. Ele não se deparou com nenhum tipo de decisão. Ele não tinha chegado a uma “bifurcação na estrada da vida.” Quando ele colocou o velo no chão buscando um sinal de Deus, ele não queria ajuda no processo de tomar uma decisão – foi um teste da fidelidade de Deus. Deus realmente estaria com ele? É isso que Gideão queria saber – não o que ele deveria fazer.

Então, em suma, não precisamos colocar um velo de lã no chão para discernir a vontade de Deus. Não precisamos saber o que Deus não escolheu revelar. Se Deus é confiável, se a sua Palavra é verdade, se Ele se importa com seu povo, se Ele opera todas as coisas para o bem daqueles que são chamados de acordo com seu propósito, nós podemos proceder em confiança, e Gideão certamente não é um exemplo para nós seguirmos. Se tivermos decisões difíceis para tomar, certamente não devemos testar Deus, como Gideão fez. Ele recebeu um sinal quando o anjo do Senhor consumiu a sua oferta. Então ele recebeu outro sinal, quando Deus deixou o velo encharcado e o chão ao redor secou.

E até isso não foi suficiente para Gideão, então ele recebeu outro sinal, quando o Senhor deixou o velo seco e o chão ao redor molhado. Para nós, buscar um sinal como esse seria nada mais do que a presunção. Estaríamos testando a Deus. O que devemos fazer quando enfrentamos decisões difíceis é… orar! Tiago diz assim em Tiago 1.5-6, em palavras que se aplicam a todos os crentes:

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impróspera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.”

Gideão tinha fé, mas sua fé era imatura, desinformada, fraca. Gideão não conhecia o Senhor; seu pai era idólatra que não criou seus filhos no temor e admoestação do Senhor. Seus companheiros eram pagãos. Ele vivia num país que mais uma vez abandonara a fé de seus pais. Ele queria um reforço constante de que o que Deus estava dizendo era realmente verdade. Então Gideão não é exemplo para nós. O que devemos ver nesta passagem é a maravilhosa graça do Deus da aliança.

Seu povo havia feito o que era mal em seus olhos. Por sete anos eles suportaram uma opressão horrível nas mãos de nômades do oriente, como resultado do julgamento de Deus. É esse julgamento foi severo – é descrito com o maior detalhe de qualquer opressão que Israel experimentou. Eles foram reduzidos a viver em cavernas e abrigos nas montanhas. Cada vez que plantavam, esses saqueadores desciam sobre eles como uma praga de gafanhotos e destruíam tudo o que viam. As colheitas foram arruinadas. Nem uma coisa viva foi deixada. A terra foi devastado. E as pessoas estavam empobrecidas. A terra da promessa se tornará pesadelo. E as pessoas trouxeram sobre si mesmos essa situação. Foi o resultado de mais uma vez virarem as costas para Deus e se voltarem para os ídolos dos cananeus.

E levou sete anos, mas eles foram finalmente levados a clamar ao Senhor por livramento. E assim como Ele fez com Débora, a juíza anterior, o Senhor falou ao povo por meio de um profeta. Mas desta vez o profeta não trouxe uma mensagem de libertação. Em vez disso, o Senhor usou esse profeta para pronunciar uma acusação contra seu povo. O profeta lembra o povo do que o Senhor fez, sobre os atos do Senhor na história – mas o povo esqueceu tudo que o Senhor tinha feito, e esqueceu seus mandamentos.

E, pensando no que aconteceu antes, pode esperar que o profeta tenha acrescentado: “Mas eu trarei para vocês um libertador.” Mas ele não faz isso. Ele fica silencioso. É uma coisa incrível, mas esta é a sentença de um juiz, e parece que não há esperança. Deus está mostrando ao seu povo que Ele não é uma divindade mecânica – coloque a moeda no espaço certo e o presente aparece. Ele não vem correndo automaticamente quando seu povo clama por Ele, como se eles pudessem manipulá-lo para fazer o que eles querem. E Ele deixa isso muito claro. Mas… isso não significa que Ele os tenha esquecido. Ele os ouviu, ouviu seu clamor e enviou seu profeta para proclamar o evangelho. Mas Ele não levantaria outro salvador só porque as pessoas disseram a coisa certa.

Então, não sabemos quanto tempo passou entre o ministério do profeta e a comissão de Gideão. O escritor vai diretamente de uma história para outro do versículo dez ao versículo onze. Mas o espaço entre os versículos poderia ter sido dias, ou poderia ter sido anos. Independente de quanto tempo foi, é claro que Deus ouviu o clamor do Seu povo, e Ele foi movido. Ele não esqueceu seu povo, e continuaria a mostrar-se misericordioso e gracioso para com eles. Mas Ele faria isso em seu próprio tempo. Ele não é dependente de ninguém, ele não pode ser ridicularizado e quer que saibamos disso. Mas ele é tão paciente!

E assim Ele envia seu mensageiro, o Anjo do SENHOR, para aparecer a um homem chamado Gideão. Este homem exemplifica a situação patética em que os israelitas se haviam metido – quando o anjo aparece para ele, ele está debulhando trigo num lagar, a fim de manter o pouco de trigo que ele pudesse colher. O pai de Gideão é idolatra; ele tem uma imagem de Baal e um ídolo de Astarote montada em seu quintal. O clã de Gideão era o mais fraco em Manassés, e ele era o menor em sua família.

Gideão expressa dúvidas. Ele faz perguntas. Mas o Senhor chama este homem fraco, assustado e duvidoso de “homem valente” – pode ser irônico, um tipo de declaração zombeteiro para um homem que fez seu trabalho escondido em vez de lutar contra a opressão, mas Deus faria desse homem um “homem valente” na verdade – um poderoso guerreiro. O Senhor diz a este futuro homem valente, “Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu?”

Então o Senhor manda que Gideão seja seu servo. E a primeira coisa que ele precisa fazer antes de enfrentar os inimigos que vêm de fora da Terra Prometida é destruir os inimigos que se estabeleceram na própria terra. O julgamento começa com o povo de Deus, e antes que eles possam sair e lutar contra seus inimigos, inimigos de Deus, eles têm que arrepender-se. Então o Senhor ordena que Gideão destrua primeiro os altares pagãos na casa de seu pai. E ao fazer isso, podemos ver a fé de Gideão. Novamente, como Baraque antes dele, ele tem fé, e sua fé é mencionada como exemplo para nós em Hebreus 11. É fraca, com certeza – mas é fé.

Vemos isso já na oferta que ele dá – um cabrito, bolos asmos de um efa de farinha, a carne pôs num cesto, e caldo numa panela. Num país onde as plantações foram arruinadas, e nenhuma coisa viva foi deixada, foi uma oferta impressionante. E agora ele teria que pegar o boi prezado do rebanho de seu pai, usá-lo para derrubar o altar e depois oferecê-lo como sacrifício. O Senhor estava exigindo coisas grandes de Gideão, e com toda a sua fraqueza, como todo o seu medo, na situação em que ele estava trabalhando ao abrigo da noite para sobreviver, Gideão o faz. Ele derruba os altares e ídolos, edifica um altar ao Senhor e sacrifica o boi como oferta ao Senhor.

E seu pai, o ex-idólatra, é o único que vem em sua defesa. Sua cidade se tornou como Sodoma e Gomorra – os homens fora da casa do pai de Gideão exigindo que ele fosse entregado para eles – o lugar é absolutamente sem Deus, totalmente perverso, e o único que defende o servo de Deus é o homem que havia construído os ídolos em primeiro lugar. É uma bagunça colossal, mas o incrível é que Deus ainda vê essas pessoas como seu povo. E assim Gideão é defendido por seu pai; Ele recebeu um novo nome porque lutou com Baal e Baal não venceu.

E então Deus vestiu Gideão com seu Espírito. Gideão tocou a trombeta e convocou os homens de Manassés, Aser, Zebulom e Naftali a batalhar contra os midianitas e os amalequitas e seus aliados, que estavam ocupando a terra. Esta foi a obra de Deus. Não há outra explicação, especialmente pelo fato de que os abiezritas, que acabaram de ameacar matá-lo por destruir seus falsos deuses, foram os primeiros a segui-lo.

Irmãos, muitas pessoas acham que algumas histórias na Bíblia são difíceis de acreditar. Elas são geralmente as histórias que não parecem se alinhar com o que acontece normalmente no nosso dia a dia. Alguns questionam a história de Balaão e seu jumento falante, no livro de Números. Alguns questionam se a história de Jonas sendo engolido por um peixe gigante é uma história verdadeira, ou apenas um mito. Alguns têm dificuldade em acreditar que Deus poderia criar o mundo em sete dias, quando o universo parece ter bilhões de anos de idade.

Mas tudo isso é brincadeira em comparação com o que somos chamados a acreditar nesta história. O que deveria ser difícil de acreditar, o que deveria nos surpreender, é a graça de Deus! Essa é a coisa mais incrível de todas. Nós certamente não tratamos pessoas assim. Nós certamente não temos esse tipo de paciência. Às vezes agimos como se nosso senso de justiça fosse maior do que o próprio Deus! Ele dirige os corações dessas pessoas, para que elas sigam seu salvador ungido. Ele lhes dá corações de carne, onde antes elas tinham apenas corações de pedra. Ele leva uma nação de adúlteros adoradores de ídolos, vivendo como animais em cavernas e covas, se escondendo dos seus inimigos, e a transforma num poderoso exército. E ele usa um homem como Gideão para fazer isso.

Fazer um jumento falar – é incrível, sim. Causar um peixe gigante engolir um homem – é algo bastante impressionante. Mas o verdadeiro milagre é o milagre da graça de Deus, o milagre da paciência de Deus, o milagre do amor infalível de Deus.

Porque mesmo depois de Deus vestir Gideão com seu Espírito Santo, ele continua vacilando. Ele ainda não tem certeza. E assim nós começamos a história de Gideão e sua porção de lã. Ele testa Deus uma vez. “Se você fizer isso,” ele está pensando, “então eu saberei que posso confiar em você.” Deus faz. Gideão vai em confiança para fazer o que Deus disse? Não, ele não faz. Ele é apologético, mas ele não para – ele testa Deus novamente. “Não fique com raiva de mim, deixe me fazer um último pedido, permita-me mais um teste…”

E a coisa surpreendente é esta: Deus não castiga Gideão por sua impertinência. Ele não diz: “Esqueça esse cara, eu vou buscar alguém que seja um pouco mais confiante.” Não, Ele mostra a paciência que deve nos surpreender, e Ele dá mais um sinal a Gideão. Se tudo que você aprende da história de Gideão é como descobrir a vontade de Deus para sua vida, dizer que você está perdendo o ponto é eufemismo. Porque é uma história do amor de Deus, da fidelidade de Deus, do uso de Deus de um vaso fraco e pecaminoso como Gideão, o cuidado de Deus por seu povo, a obra de libertação de Deus.

É o evangelho. É a mensagem de Romanos 5 e muitas outras passagens – enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós. Enquanto éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho.

Deus escolheu Gideão, não porque ele já era guerreiro poderoso, mas para transformá-lo em guerreiro poderoso. Deus escolheu Gideão, não porque ele era tão forte e valente, mas para mostrar sua própria força e glória. Deus escolheu Gideão, não por causa de qualquer coisa que Gideão tivesse em si mesmo, mas porque Deus é misericordioso. Deus é gracioso.

A mesma coisa é verdade para a salvação. Deus escolhe as pessoas, não porque Ele vê qualquer potencial em nós, não porque Ele vê que somos algo fora do comum, algo superior aos outros. Enquanto o povo de Deus está desamparado, fraco, totalmente sem força, Deus olha para nós. Cristo morreu pelos pecadores. Deus não salva aqueles que o amam primeiro – Ele enviou seu Filho para morrer por seus inimigos, pessoas que o odiavam. Esse é o incrível presente de amor que o Pai nos concedeu – para nos chamar filhos de Deus.

É milagre. É motivo de ação de graças. É razão para se alegrar. Tudo o resto empalidece em comparação. O povo de Deus pode não saber o que vai acontecer amanhã, e está tudo bem. Mas nós sabemos disso: o amor de Deus. E isso é realmente incrível.

Amém.

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Jim Witteveen

Pr. Jim Witteveen é ministro da Palavra servindo como missionário da Igreja Reformada em Aldergrove (Canadá) em cooperação com as Igrejas Reformadas do Brasil. Atualmente é diretor e professor no Instituto João Calvino.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.