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Gênesis 11.01-09

Leitura: Gênesis 11.01-09

Texto: Gênesis 11.01-09

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,

De onde vem a “linguagem”? Essa é uma das muitas questões que desconcertam os evolucionistas. Seus pressupostos não fornecem uma resposta satisfatória… Se os humanos evoluíram dos animais, como a linguagem começou e por que existem cerca de 7000 línguas diferentes ao redor do mundo? Nem mesmo renomados evolucionistas ousam fazer uma afirmação concreta sobre isso. No entanto, a igreja tem a resposta. A origem da linguagem não é encontrada no pensamento evolucionista, mas somente nas páginas da Bíblia. E a resposta está registrada aqui na passagem que lemos em Gênesis 11. Aqui aprendemos como surgiram as várias línguas do mundo. Mas esta é uma passagem que nos ensina mais do que como temos tantas línguas diferentes. Como parte da Palavra infalível de nosso Deus, como um todo, ela nos ensina várias lições espirituais, incluindo que a humanidade, alheia da graça salvadora, sempre se oporá à vontade de Deus para ela. E é com esta consciência que quero vos pregar a palavra de Deus esta tarde.

Eu resumo o texto de hoje no seguinte tema: “DEUS JULGA A HUMANIDADE REBELDE QUE DESAFIA SUA VONTADE SOBERANA”.

Veremos:

1. Uma descrição da humanidade

2. Seu projeto arrogante

3. A reação de Deus

Vejamos em primeiro lugar, A DESCRIÇÃO DA HUMANIDADE:

Meus irmãos, nosso texto se inicia trazendo-nos uma descrição ímpar da humanidade. Temos o relato do texto sagrado com a afirmação que “em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar” (v.1). Essa é uma afirmação que não deve nos assustar! Não precisamos nos questionar sobre como isso era possível?! Basta lembrarmos que toda a humanidade que havia procedia de uma única família, a família de Noé. Foi de Noé e de seus descendentes que se compunha a humanidade naqueles dias. E, se você voltar a página de sua Bíblia, você verá que as várias nações descritas no mundo antigo (Cap. 10) descendem exatamente dos filhos de Noé.

O que temos é somente que entender que a ordem cronológica destes capítulos está invertida. No capítulo 10 temos a descrição dos descendentes de Noé e das cidades-estados que se originaram após a dispersão que ocorre no capítulo 11 (em Babel). É como se o objetivo fosse encerrar essa narrativa sobre o tema da propagação do pecado na terra destacando a incorrigibilidade da raça humana… então, aqui em nosso texto, temos a explicação daquilo que se afirmou no 10 (e segue a narração).

Mas, irmãos, o que nos chama a atenção neste cenário é a unidade existente entre o povo. Essa descrição nos faz ver que, naquele tempo havia uma unidade ímpar entre os homens. Havia uma perfeita comunicação e cooperação entre eles, de modo que eles poderiam ser promissores em seus projetos e trabalhos. A expressão “uma só linguagem” no hebraico literalmente é “um só lábio”; e a expressão “uma só maneira de falar”, literalmente, diz “um só vocabulário”. Entre todos havia uma unificação – pela linguagem e vocabulário. Mas é uma pena que essa unidade/unificação não foi usada para o bem e crescimento do reino de Deus. Eles, que eram descendentes caídos de Adão, buscaram nessa unidade agir feito seus antepassados e se rebelaram contra o Criador.

Uma vez que havia essa unificação na humanidade, nosso texto relata que eles tomam a decisão de sair e buscar um novo lugar para sua habitação. A imagem que temos gravada é a do povo “arrancando estacas para viajar”. Lembre-se que os sobreviventes do dilúvio, inicialmente, viveram como nômades em tendas e em busca de um lugar estável para sua habitação. Não sabemos em qual região eles estavam ou quais foram as razões para a decisão de partir. Sabemos somente que a arca havia atracado “sobre as montanhas de Ararate” (Gn 8.4), e, agora, o povo toma a decisão de migrar em direção ao oriente donde estava; aparentemente aquela era uma região mais fértil.

Essa migração para o Oriente os conduz a “uma planície na terra de Sinar” (v.2). Sinar se tornará um lugar importante no cenário do mundo antigo (certamente você já ouviu falar na Suméria – bem, o texto se refere aqui aos primórdios desse povo). Sinar tinha tudo pra ser o lugar “ideal” que eles tanto buscavam. Era uma região banhada por dois grandes rios, Tigre e Eufrates, região que, mais tarde, ficou conhecida como O Crescente fértil, a Mesopotâmia – e ficava ao sudoeste de Ararate, para os lados do Oriente.

Mais significativo, pra nosso objetivo, irmãos, é a menção da partida deles “para o Oriente”. Digo isto por entender que essa é uma expressão usada em Gênesis para descrever eventos de “separação”. Ao descrever que os descendentes de Noé seguem “para o Oriente”, o autor está apontando o movimento para fora do Éden, e, daí, significando uma saída da bênção divina. Vejam, por exemplo, Gn 3.24 “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida” – note a separação de nossos pais do Jardim da comunhão, seguindo para o Oriente. E em 4.16 “E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden” – note, mais uma vez, a separação de Caim indo ainda mais para o Oriente e distanciando-se do Éden, lugar da presença de Deus (por assim dizer). Esses são somente alguns exemplos, amados, mas, tem mais (Gn 13.10-12; 25.6; 29.1). De modo que quando o autor nos mostra que os descendentes de Noé partem para o Oriente ele nos deixa ver que essa migração está fora da bênção divina! Apesar de ser uma geração unificada, ela não está sob as bênçãos de Deus… É uma geração que segue em busca de melhorias, mas à parte do SENHOR. Será que a busca por essas “melhorias” afastando-se do lugar da presença de Deus será uma boa coisa?… Veremos que não!

Por agora, nosso texto diz que eles “habitaram ali”, ou seja, eles se estabeleceram naquela região, fincaram estacas, fizeram daquele lugar um centro sólido da nova humanidade pós-diluviana! E o que se dará ali nos mostrará com mais clareza as consequências desse distanciamento do SENHOR.

Uma vez que entendemos isso, devemos seguir para nosso próximo ponto (2) e entrarmos no conflito que nosso texto nos apresenta. Assim, vejamos agora a descrição do SEU PROJETO ARROGANTE:

O conflito surge por causa de uma nova invenção humana e do plano resultante dela. A invenção é a queima de tijolos em forno de olaria. Vejam o v.3: “vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem”. Essa é uma nova invenção porque o costume antigo era construir usando pedras e argamassa, mas agora, eles fazem algo diferente: “os tijolos serviram-lhes de pedras, e o betume de argamassa”. Agora, qual a finalidade dessa invenção? Lendo o v.4 enxergamos o plano. “Vinde”, dizem eles, “edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra”… Você consegue vê o projeto arrogante dos homens aqui? Mas, antes de afirmar que ‘sim’, me acompanhe em alguns pensamentos sobre o que está se dando aqui e perceba que existe algo pior ainda acontecendo.

Em primeiro lugar, quero que você perceba a imitação de Caim arraigado no coração desses homens. A construção de uma cidade é exatamente o que Caim faz quando parte para o oriente do Éden, contrariando a ordem de Deus para que ele vivesse “errante pela terra” (4.12). Mas, em 4.17 temos o registro que Caim “edificou uma cidade”, uma atitude de rebeldia declarada ao SENHOR, o que evidenciou ainda mais claramente que ele era da semente da serpente (cf. Gn 3.15). Você pode se perguntar: Mas eles estão imitando Caim só porque edificaram uma cidade? E eu respondo que não. Vejam as pretensões da cidade! Essa cidade deve ter uma torre que era alta o bastante para chegar ao céu; na verdade, o plano é mais do que, simplesmente, ter uma torre bem alta, sua pretensão é ter uma torre celestial, uma torre que ligasse a terra e o céu. Seus pensamentos eram de uma obra que pudesse dá acesso humano ao céu.

Mas, amados, essa nunca foi a vontade de Deus para a vida dos homens. Não é a vontade de Deus para nossas vidas, porque o SENHOR sabe que é impossível conseguirmos esse feito; é impossível chegar ao céu por meios terrenos. Essa rebeldia somente afasta o homem da única forma de conseguir essas coisas. Não, irmãos, não é uma torre de esforços humanos que nos fazem chegar até o céu… Todas as Escrituras deixam claro que não são por esforços feitos pelo homem. A entrada no céu não é por uma torre betumada tremendamente longa, que podemos subir degrau por degrau. Em vez disso, a entrada no céu é somente por iniciativa de Deus.

Agora, olhem comigo um pouco atrás e vejam um detalhe que, possivelmente, você não percebeu. A cidade e a torre seriam construídas com tijolos queimados e “betume”, piche. Não sei se você se lembra, mas foi exatamente com “betume” que Noé calafeteou (juntou as fendas ou buracos) entre as tábuas da arca (cf. Gn 6.14). Ou seja, meus irmãos, por trás da pretensão de construir uma cidade e uma torre há a intenção de se livrar de qualquer possível juízo de Deus contra eles. Como descendentes de Noé eles, certamente, ouviram como o mundo antigo foi destruído pelo dilúvio. Agora, eles unidos, decidem tomar medidas quanto a isso. Eles decidem tomar providências caso Deus decidisse destruir o mundo novamente com um dilúvio (veja que eles esqueceram a promessa de Deus em 9.11, onde Deus prometeu não mais destruir o mundo por meio de água). De qualquer forma, se isso fosse acontecer, dessa vez, eles tinham uma saída, um escape. Todos poderiam entrar na torre e escapar das águas, afinal, a água não penetraria por causa do betume, e como a torre era bem alta – chegando ao céu – as águas não a inundariam… . A torre era uma obra de orgulho. A torre foi construída para demonstrar a realização humana contra a vontade de Deus. Você vê a dimensão da arrogância desses homens, irmãos? É uma rebelião declarada contra Deus. Eles não querem Seu senhorio sobre eles. Eles querem ser como Ele. “Vamos construir nossa independência! Vamos dá um fim nessa passividade ante Deus. Vamos construir, nós mesmos, nossa entrada no céu. Não vamos mais ficar passivos de juízo, vamos nós adentrarmos pelos portões do céu” – dizem. Eles rivalizam com o próprio Deus! Fico imaginando seus corações movidos pelo mesmo desejo que governou o coração de Adão e Eva quando, enganados pela serpente, desejaram ser “com Deus” (Gn 3.5)!

Será que seria construindo uma torre “anti-dilúvio” e que os daria acesso ao céu que eles conseguiriam evitar o juízo de Deus? Você, como eu, sabe que não… Você sabe que só existe um meio para isso e não é por meio de obras e feitos humanos. Isso só evidencia quão rebeldes eram aqueles homens. No entanto, ao longo da história, e ainda hoje, muitas pessoas pensam que podem construir seu próprio caminho para o céu ou para escapar do juízo de Deus. Muitos acreditam que podem construir uma torre ou escada de escape por suas boas ações e farisaísmo; não se pode evitar o juízo por meia dúzia de coisas boas que se faz. Todas as suas tentativas fracassam porque são tentativas que contradizem a vontade de Deus.

Isso já é algo bem horrível, né?! Mas isso não é tudo! Vejam outra motivação daqueles edificadores. Eles pretendem construir a cidade e a sua enorme torre para tornar célebre o seu nome. Que forma melhor de tornar célebre o nome do que conseguir um feito como esses que eles intentavam? Irmãos, essas pessoas estão procurando desafiar o próprio Deus… Eles já foram para o Oriente, afastando-se ainda mais do lugar de “contato” com Deus (imitando seu pai Caim). Querem emancipação de Deus e ter vida e existência à parte dEle – em seu orgulho e segurança humanos. Agora, eles cobiçam poder e fama (um renome, talvez como o de Deus). Vejam novamente aqui a arrogância deles. Quando eles buscam tornar seus nomes célebres eles estão buscando autonomia; querem se engradecer como Deus é grande – o que é, em essência, a raiz do pecado original (cf. Gn 3.1-7). Estão vendo a dimensão do orgulho deles, irmãos?! mais uma vez eles estão tentando usurpar as prerrogativas divinas, pois, somente Deus é quem engrandece o próprio nome (cf. Is 63.12,14; Jr 32.20; Nm 9.10) ou o nome daqueles que Ele quiser, como fez com Abraão (Gn 12.2), com Davi (1Sm 7.9) e com o próprio Cristo (Fp 2.9-11). Mas aqui são os homens que querem ser como Deus e engrandecer seu próprio nome. O triste, irmãos, é que esse mesmo “espírito” de orgulho e oposição permanece até hoje. Não são poucos os que desejam fazer “seus nomes” engrandecidos, mas esquecem que só existe um nome que eles deviam magnificar e engrandecer!

Mas, você pensa que já ouviu tudo?! Ouviu não, ainda falta mais! Além da construção da cidade e da torre; além de querer autonomia e engradecer seu nome, nosso texto nos dá mais um motivo que mostra ainda mais sua afronta a Deus. Eles querem levar avante esse imenso projeto de construção “para que não sejamos espalhados por toda a terra” (v.4). Mas vocês conhecem a Bíblia e sabem que espalhar os seres humanos por toda a terra era precisamente a intenção de Deus… Quando Deus criou os seres humanos à sua imagem, Ele os abençoou e disse: “Sede fecundos, multiplica-vos, enchei a terra” (Gn 1.28). Vocês lembram disse texto? Deus queria que os portadores de Sua imagem o representassem em todo o mundo. Eles deveriam espalhar o reino de Deus por toda parte. Mas, agora, o intento é exatamente o oposto. Eles se recusam a cumprir esse mandato da criação. Mas, você pode dizer: ‘e se eles não soubessem disso? Se essa verdade não chegou a seus ouvindo?’. Bem, isso não é importante, pois, depois do dilúvio Deus a reafirmou a Noé e seus descendentes… “E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra” (9.1). Estão vendo, irmãos?! Não tem desculpas. Eles desejam desobedecer ao desígnio de Deus! Eles se firmam contra Deus. Esses pecadores presunçosos são exatamente como seu ancestral Caim em sua rivalidade com Deus. Eles não querem cumprir a vontade de Deus. Não querem se espalhar e cuidar do mundo que o SENHOR fez. É rebeldia declarada!

Quanta arrogância! Construir uma cidade com uma torre que alcançasse os céus! Achar que podiam “vencer” Deus e evitar Seus juízos! Querer autonomia e independência de Deus! Rejeitar Seu soberano desígnio de encher a terra! Mas o SENHOR reagirá…

Isso nos leva ao terceiro e último ponto: A REAÇÃO DE DEUS.

Meus irmãos, até agora vimos somente sobre os homens e seus planos. Mas o nosso Deus não estava à parte do que estava acontecendo. Ele estava vendo todos esses intentos pecaminosos e rebeldes à Sua soberana vontade. E ele reage! Nosso texto diz: “Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam” (v.5). Não é interessante, irmãos?! Os homens intentavam orgulhosamente construir uma torre que chegasse “até aos céus”, mas, para vê-la, o SENHOR teve que descer! Isso mostra como a coisa em si era insignificante… A necessidade do Senhor “descer” para ver a cidade que os homens estavam construindo, não expressa limitação em Deus (Is 40.21-23); é somente uma forma de descrever a atividade de Deus, e esclarecer que, apesar da pretensão dos homens, sua obra é apenas o trabalho de meros seres humanos limitados, não é celestial, apesar de sua pretensão de alcançarem o céu. Mas mesmo assim Ele intervirá para frustrar esse plano insensato de alcançarem independência e sua própria “salvação” à parte dEle.

Mas como? (vamos acompanhar o texto). No v. 6 o SENHOR, o Triuno Deus, expressa seu conhecimento da unidade em intenção e linguagem do povo e, que essa união é usada para desafia-Lo – uma descrição triste do que se tornou a nova humanidade criada depois do dilúvio. E pior, agora, não temos relatos da existência de nenhum Noé! Toda raça está de mãos dadas nessa atrevida tentativa de tomar seu destino nas próprias mãos e, pelos esforços centrados no homem, tomar as rédeas da história, de modo que, se fossem bem sucedidos, não haveria limites para sua rebelião. Seria uma rebelião irrestrita contra Deus de tal modo que removeria e excluiria o reino de Deus; seria a edificação de um reino de recusa a Deus e sujeição à Sua vontade. E por isso que o Senhor decide interferir!

Agora, vejam que contrate interessante! Por duas vezes (v.3-4) temos o registro da convocação do povo para se unirem em rebelião contra Deus: “vinde, façamos tijolos”, e depois, “vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre”. Mas, no v.7 é o Senhor que convoca as outras pessoas da Trindade para descer e se opor aquela rebeldia e arrogância: “Vinde, desçamos e confundamos ali a linguagem, para que um não entenda a linguagem do outro”. Estão vendo o que o SENHOR fez?! Ele neutralizou toda a “ameaça” ao Seu reino, confundindo as línguas deles, de tal modo que não entendiam mais um ao outro (se não tinham idioma comum, não tinham mais compreensão comum, e aí não tinham mais unidade nem poder) – e nosso texto não mostra isso como sendo um grande desafio para Deus. Num instante, sua unidade e cooperação rebeldes não existiam mais. Deus destroçou todos os planos deles. Seu reino anti-deus, que procurava converter o mundo num império secular unido, recebeu um ponto final.

Você pode imaginar como isso deve ter sido surpreendente para as pessoas? Num instante eles estavam juntos e compreendendo uns aos outros, no outro, não entendiam mais nada. Imagine o quão chocado os construtores da cidade e da torre não devem ter ficado quando Deus desceu e confundiu suas línguas!… Mas, para Deus, era uma coisa simples. Sua vontade e seus planos não podem ser frustrados. Ele frustra os planos das nações; ele frustra os propósitos dos povos. Mas os Seus planos permanecem firmes para sempre, os propósitos de seu coração permanecem através de todas as gerações (Sl 33.10-11). A humanidade, em sua oposição ao SENHOR, não é páreo para o Deus eterno que fez o homem à sua própria imagem e estabeleceu o mundo e tudo o que nele existe.

O v. 8 descreve simplesmente como “o Senhor os dispersou dali pela superfície de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade” porque o Senhor confundiu a linguagem do mundo inteiro. Não é irônico, irmãos! A razão para edificar a cidade e a torre era para que NÃO fossem espalhados pela terra (v.4), mas o resultado da ação do SENHOR foi exatamente aquilo que eles temiam – o SENHOR os dispersou pelo mundo! Eles que tentaram desobedecer à vontade do SENHOR de povoar a terra, agora são constrangido a fazer! Apesar da desobediência deles, o SENHOR realiza a Sua vontade Soberana.

Essa passagem se encerra com a descrição da frustação dos planos rebeldes dos homens ante a soberania de nosso Deus (v.9). O SENHOR executou seu julgamento e dispersou a humanidade rebelde, que com uma linguagem confundida, arrogância abatida e planos frustrados, enfrentam o que intentaram fugir. E, o nome engrandecido e/ou imortalizado que eles buscavam… Bem, eles receberam. Mas não como pensavam. Eles receberam o nome que se imortalizou (ao ponto de estarmos ouvindo hoje): Babel Confusão! Insensatez! Doidice! E isso descreve bem o que essa rebelião foi e o que dela se ocasionou.

Agora, irmãos, Babel também é a palavra que traduz Babilônia (em hebraico). E essa cidade é a representação personalizada do mundo em sua rebelião intencional e cheia de animosidade contra Deus. É o símbolo do orgulho pecaminoso das pessoas que se recusam a se submeter à vontade de Deus. É símbolo do império maligno de oposição a Deus entre as nações. Por isso lemos mais sobre Babel/Babilônia do que aqui em Gênesis 11; lemos sobre ela em vários lugares na Bíblia! E até em Apocalipse. O apóstolo João, em suas visões registradas em Apocalipse 17 e 18, descreve a Babilônia como a grande mãe das prostitutas e de todas as abominações da terra. Ele descreve em detalhes vívidos como Deus trará julgamento sobre ela. E por quê? Porque ela representa esse mundo rebelde, exatamente como aqui em Babel.

Irmãos, Deus julga as nações rebeldes e estabelece Sua vontade. Sua vontade não pode ser frustrada. E sua vontade é ver esse mundo cheio de Sua glória. É ver Seu reino espalhado por entre todas as nações. Aqui, em nosso texto, temos o registro de Seu julgamento sobre Babel porque os homens queriam contrariar esse Seu desígnio. Mas esse não é o fim, amados!… e a Bíblia nos diz muito mais. A Bíblia nos diz que esse julgamento foi somente uma manifestação da fidelidade do SENHOR ao Seu propósito de encher a terra com uma humanidade santa – que estava sendo ameaçada com rebeldia, arrogância e soberba de uma humanidade unificada. Então, Ele, em Sua sabedoria, os dispersa e dá um início a uma fase de Seu plano. Ele chama Abraão (cap. 12); Ele lhe engrandece o nome e lhe faz ricas e grandes promessas. Dentre essas a que, de Abraão, ele faria “uma grande nação” e abençoaria “todas as famílias da terra” (Gn 12.2-3). Essas promessas feitas Abraão se cumpriram quando o seu grande descendente Jesus veio ao mundo.

Agora lembre que ele [Jesus] não era somente o descendente de Abraão; ele era também o eterno Filho de Deus, que veio ao mundo para libertar pessoas de todas as nações dos seus pecados, sofrendo o juízo de Deus por causa das rebeliões dos homens (nossas rebeliões). Assim como o SENHOR “desceu” para dissipar os projetos humanos arrogantes e rebeldes, também Seu Eterno Filho teve descer… E desceu. E se esvaziou. E assumiu a forma de servo, foi achado em figura humana e como homem morreu uma morte maldita na cruz. Mas Sua descida foi um sucesso, pois Ele, por Seu sacrifício no Calvário, removeu os pecados dos filhos de Deus dispersos pelo mundo (nossos pecados).

Mas tem mais, irmãos! Esse Jesus não somente morreu numa cruz maldita. Ele também ressuscitou e ascendeu aos céus. E, do céu Ele dá início a promessa de abençoar todas as nações. Sim, meus irmãos, pois foi de lá, do lado direito de Deus, que Ele derramou o Espírito Santo sobre Sua igreja no dia de Pentecostes (Atos 2). Naquela ocasião estavam reunidos judeus tementes a Deus de todas as nações debaixo do céu, quando o Espírito Santo veio com poder e eles começaram a ouvir o evangelho em sua própria língua. O v.6 descreve que quando os presentes ouviram aquele som, uma multidão se uniu em perplexidade, porque cada um ouvia sua própria língua sendo falada. Surpreendidos, perguntaram: “Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos fala, cada um em nossa própria língua materna? [as grandezas de Deus]” (v.7-8, [11]). Assim começa o cumprimento da bênção de Abraão. As várias línguas ouvindo o evangelho, as boas novas do trabalhar de Deus em Cristo – o Seu filho que DESCEU para unificar num só corpo Seus filhos dispersos pelo mundo.

Irmãos, para nós que somos a igreja de Cristo, Pentecoste reverteu o juízo de Babel. Em Babel, e o que ela significou, temos a representação da autonomia e poder humanos rebeldes contra o SENHOR, mas em Pentecostes temos a consolidação da obra do Deus que DESCEU e desfez esses danos. E é esse Cristo que DESCEU, mas, que subiu também, que aguardamos voltar. E quando ele voltar, meus amados, Ele julgará Babilônia, julgará o império maligno que se opõe a Sua vontade, como descreveu João em apocalipse – julgará os seus e nossos inimigos; aqueles que O odeiam e ao seu povo; que O desprezam e ao Seu evangelho (e os portadores de Sua mensagem). Sim, amados, Ele os vencerá, pois Ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 17.14); o Todo poderoso que julga a rebeldia e rejeição de Sua vontade. E nós, que somos seus eleitos e fiéis (provenientes de todas as tribos, povos, línguas e nações), venceremos com ele, e conforme Sua promessa fiel, estaremos celebrando Sua/nossa vitória. Naquele dia, exultantes, diremos: “Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são seus juízos, pois julgou a grande meretriz [Babel/Babilônia] que corrompia a terra com sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos” (Ap 19.1-2).

Enquanto aguardamos esse dia, vamos pregar o evangelho do nosso Deus que DESCEU. Vamos dizer a todos que encontramos nessa jornada aquilo que Pedro disso por ocasião do dia de Pentecostes – o dia que os efeitos de Babel foram desfeitos. Quando Pedro se dirigiu à multidão, ele descreveu como Jesus Cristo, pelo próprio desígnio e presciência de Deus, foi morto e pregado na cruz. Ele descreveu como cada um é culpado diante de Deus, e ainda assim Deus sacrificou seu Filho e o ressuscitou para que pudessem ser aceitos por Ele, de modo que todos os que nele crerem não pereça, mas tenham a vida eterna. Esse é o evangelho que dá acesso ao céu, que livra do juízo, e que unifica a humanidade dispersa no objetivo de glorificar a Deus.

Amém.

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Elton Silva

Bacharel em Divindade (B. Div.) pelo Instituto João Calvino – IJC. Atualmente serve como Ministro da Palavra e dos Sacramentos na Igreja Reformada em Esperança-PB.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.