Leitura: Filipenses 01:12-26
Texto: Filipenses 01:21
“A Visão de Paulo para a Vida: O Viver é Cristo e o Morrer é lucro”
Amada Congregação do nosso Senhor Jesus Cristo, e caros ouvintes,
Pela graça de nosso Deus, duas pessoas hoje desejam professar a fé, e uma irmã deseja reafirmar a fé. Como milhões de outras pessoas, foram criadas em um mundo apóstata, ou infiel. Mas o Senhor Deus tem usado o testemunho de outros, o pastoreamento dos oficiais da igreja, e a Palavra, para trabalhar a fé nos corações destes irmãos. Hoje eles querem publicamente professar a fé, e receber a admissão para o uso dos sacramentos. Nós louvamos a Deus pela Sua misericordia sobre eles, e sobre todos nós neste privilégio de hoje.
Mas depois to destaque de hoje, Fabiano, Paula, e dona Antônia – a vida voltará ao normal. Vocês – assim como todos nós – vamos nos engajar novamente nas demandas da vida cotidiana. O viver será ir ao trabalho, o viver será o namoro, o noivado, o viver será ser dona do lar e a criação de filhos…. Certamente, é assim para a nossa sociedade hoje; para muitos “o viver é meu trabalho” – e o trabalho e a renda é sua obsessão. Ou: o viver é os que se faz no fim de semana – o fim de semana é a obsessão.
Diante de nós aqui hoje está a palavra de Paulo sobre viver e morrer. “O viver é Cristo”, ele diz, “e o morrer é lucro.” Não é tão fácil compreender em nossas mentes compreender estas frases, mas ao professar a sua fé é isso que nós precisamos fazer. Aqui o apóstolo revela a agenda para a sua vida, a visão que direciona a sua vida, e o Espírito Santo nos fala da visão de Paulo para que nós hoje possamos também trabalhar o triunfo de Cristo na mesma maneira que Paulo. Isso é verdadeiro não apenas para cada um de nós no ofício geral de todo crente, mas também para aqueles a quem o Senhor chamou para um ofício especial na igreja.
Ouçam a pregação do evangelho nesta noite no seguinte tema:
A VISÃO DE PAULO PARA A VIDA: O VIVER É CRISTO E O MORRER É LUCRO.
- O viver é Cristo,
- O morrer é lucro.
- O viver é Cristo.
O que será, amada congregação, que Paulo quer dizer com esta palavra incisiva, “O viver é Cristo”? A melhor forma de responder a pergunta é assim. Os pensamentos de Paulo não giram em torno do seu lar, ou do seu trabalho, ou de suas férias, mas seus pensamentos giram em torno de Jesus Cristo. Então as ações de Paulo não são motivadas pelos seus bens, ou o desejo de mais um final de mês para mais renda, ou que chegue logo as férias para curtir ao máximo. Não! Cristo é o centro, o foco, de sua existência.
Cristo: Ele é o ungido pelo Pai para ser o Salvador do mundo, o Sumo Sacerdote que revelou a pecadores o conselho secreto e desejo de Deus sobre como Deus iria nos redimir, o Único Sumo Sacerdote que entregou a sua vida na cruz do Calvário para pagar pelos pecados de pecadores, o Eterno Rei que subiu ao céu e agora governa sobre todo o mundo do seu trono a mão direita do Seu Pai. Paulo está tão tomado por Cristo e Sua obra que Cristo é a sua visão, Cristo é sua agenda, Cristo é sua vida, Cristo é quem dá a sua vida propósito e sentido.
Mas esta frase, “o viver é Cristo” ainda está vago. Só que da forma que está escrito, nos versos em volta do nosso texto, Paulo dá luz ao que ele quer dizer com a frase “o viver é Cristo”. Nos versículos 12-21 o apóstolo coloca diante de nós três exêmplos de como a sua vida é Cristo, e após os três exemplos ele declara nitidamente a mensagem dos exemplos: “Porquanto”, ele diz, “para mim, o viver é Cristo”. Nós precisamos estudar estes tês exemplos no texto para poder apreciar a cor desta frase de Paulo: “o viver é Cristo”.
O apóstolo, como se lembram, estava na prisão por causa do evangelho. Não que ele havia feito algo de errado, mas alí ele estava, trancado; foi essa a sua recompensa por pregar Cristo. Qual seria a reação humana natural? Nós entendemos que isso seria o suficiente para encher alguém de pena de si mesmo. Então os pensamentos da pessoa iriam só girar em torno de si mesma: coitado de mim, eu é que levei a pior….Cristo diz que eu tenho que pregar, mas aqui eu estou, preso entre essas paredes de pedra. E quem me visita nesses longos dias?
Ah, um visitante uma hora, outro em outra hora, mas os dias são longos, e a vida não tem propósito.
Mas vejam, amados, esse tipo de reação está tão distante de Paulo! Para Paulo o viver não é estar solto, livre. O viver não é poder ir e vir quando ele bem quiser. Não. Para Paulo “o viver é Cristo”. Quer dizer: os seus olhos estão fixos no Cristo que triunfou no Calvário e agora reina sobre o mundo. Paulo sabe: se Cristo dá um lugar pra Paulo na prisão, então Cristo tem Seu propósito soberano com isso e de alguma forma será frutífero no Reino de Cristo. E a questão é: Paulo vê o que há de bom nisso. Vs. 12: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho;” Sua captura e aprisionamento, o fato de ele terá que ser julgado: tudo, ele diz, tem contribuído para o progresso do evangelho, tudo tem adiantado a causa de Cristo.
Como é isso? De duas formas. Primeiro vs. 13: “de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais;”. O ponto aqui é que mantiveram Paulo sob guarda, e estes guardas, da forma que as coisas eram organizadas, faziam um rodízio com novos guardas no final de seu expediente. Paulo usou da oportunidade para falar com estes guardam a cada vez que eles vinham e iam, para lhes falar a boa nova do porque o Senhor Jesus Cristo morreu na cruz e o que Ele alcançou e onde Ele agora está. Quantos guardas vieram a crer não pertence a Paulo, e certamente não é uma medida do sucesso de Paulo – quantas pessoas ele trouxe a Cristo (que é usar de uma expressão moderna muito infeliz); o fato na questão é – vs. 13 – que esses guardas ouviram o evangelho e que eles sabem que Paulo está aprisionado pela causa de Jesus Cristo. Então a semente foi semeada; por meio do seu aprisionamento Deus deu ao apóstolo um certo público alvo que Deus em Sua sabedoria julgou que deveriam ouvir a boa nova. E esses guardas, por sua vez, tem falado a outros de que ouviram do Cristo crucificado, ressurreto e que subiu ao céu. E o resultado é que “se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana” e “de todos os demais;”. Ouviram o O EVANGELHO. Temos que perceber: este é um público alvo que Paulo não poderia atingir de outra forma se ele não estivesse na prisão. Mas esses guardas precisavam ouvir! Então usou o aprisionamento de Paulo para promover o evangelho.
Há uma segunda forma, vs. 14. “a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a Palavra de Deus.” A referência é aos crentes da cidade, a igreja local. A natureza humana diria: se o seu líder for preso por pregar o evangelho, os demais vão ficar em silêncio, se esconderem – pois quem quer ser preso?! Mas esta não foi a reação entre os irmãos em volta de Paulo! Eles vêem com seus próprios olhos que na prisão Paulo não é calado, não é intimidado, sim, eles ouvem com seus próprios ouvidos que a Palavra de Deus está se espalhando pela cidade por causa das conversas dos guardas do palácio. Então os cristãos da cidade agora “ousam falar com mais desassombro a Palavra de Deus”. Novamente, aqui está o avanço do evangelho!
Vocês conseguem acompanhar, irmãos, os pensamentos do apóstolo? Ele não se detem na adversidade, em suas cadeias, em pensamentos de pena por si mesmo. Ah, sim, ele fala aos Filipenses de si mesmo, mas faz isso com os olhos em Cristo. Então quando Paulo escreve sobre si mesmo, ele escreve não tanto sobre si mesmo mas sobre o que Cristo está fazendo através dele. É por isso que ele não se queixa aos Filipenses sobre seu aprisionamento, e é por isso que Paulo não está todo ocupado com si mesmo. Pelo contrário, ele analiza o seu aprisionamento do ponto de vista de Cristo, e assim Paulo tem uma perspectiva de que Cristo trabalha por meio do seu aprisionamento. O Cristo ressurreto quis avançar a causa do evangelho, e na Sua sabedoria divina determinou que este avanço do evangelho precisou do aprisionamento de Paulo – porque desta forma os soldados durões do palácio teriam a oportunidade de ouvir o evangelho e os eleitos entre eles viriam à crer. E ainda mais, através do aprisionamento de Paulo os cristãos da cidade teriam mais ousadia para falar o evangelho – e assim novamente o evangelho iria se espalhar.
Paulo tem os seus olhos em Cristo, e por isso pode estar cheio de ânimo e otimismo em uma situação em que nós poderíamos considerar tão negativo e depressivo.
“O viver é Cristo,” diz Paulo. Nós sentimos um pequeno gosto do que Paulo quer dizer. Na sua cela da prisão ele mantém os seus olhos em Cristo, e por isso consegue ver propósito no seu aprisionamento, e bençãos também. “O viver é Cristo,” e por isso Paulo pode estar contente com suas circunstâncias no conhecimento de que o Cristo triunfante não faz erros; esse Cristo tem propósito com o aprisionamento de Paulo – então a sua prisão está tudo bem.
Esse maravilhoso sabor de “o viver é Cristo” se mostra novamente em um segundo detalhe da vida de Paulo que ele compartilha com os Filipenses. Vs. 15: “Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade;” Os ‘alguns’ neste versículo se refere aos irmãos do vs. 14, os cristãos daquela cidade. Este irmãos, Paulo já havia dito, tinham se tornado mais ousados pelo aprisionamento de Paulo – para eles mesmos proclamarem o evangelho. Mas veja: a motivação de cada irmão não foi digno da mesma honra! Alguns daqueles que se tornaram mais ousados para proclamar a Palavra foi por “inveja e porfia”. As palavras que Paulo usa aqui ele inclui em Gal. 5 como obras da carne (Gl. 5:19; 1 Tm. 6:4). Em outras palavras: estes irmãos são conduzidos de forma distinta, por propósitos pecaminosos! O que Paulo fala sobre isso? Vs. 17: “aqueles, contudo, pregam Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando susitar tribulação às minhas cadeias.” Tentem imaginar isso, amados irmãos. Esses são crentes, são “irmãos”, pessoas por quem Cristo morreu. Mas estas pessoas são conduzidas por inveja e porfia, e assim procuram machucar a Paulo. E a reação de Paulo? Paulo, irmãos, se recusa a ser magoado. Ele não fica todo agitado e frustrado por causadeste irmãos que estão atirando farpas contra ele – não se sente pessoalmente ofendido. Por que não? Vs. 18: “…Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado.”
Vocês estão vendo novamente, amados irmãos, como funciona a mente de Paulo? Para Paulo, “o viver” não é que a sua integridade pessoal fique intacta. “O viver” não é que aqueles em volta dele estejam sem culpa. “O viver” não é que todos aqueles no lado correto da ‘Grande Antítese’ o trate com respeito e amor. “O viver é Cristo”, e isso quer dizer que Paulo mantém seus olhos em Cristo, que usa de motivações distorcidas e pecaminosas para fazer com que o evangelho da salvação seja ouvido nas ruas do mundo. A semente da Palavra é semeada, pela qual o Espírito trabalha fé e assim venha o reino de Cristo – isso é importante. Muito distante em segundo lugar são as motivações daqueles que pregam; o central é que a obra de Cristo continue. Estão vendo o foco central? Paulo tem seus olhos em Cristo, “o viver é Cristo”, e assim a vida quebrada deste mundo não é um peso que oprime Paulo. “O viver é Cristo”, e Paulo sabe que Cristo é capaz – e assim faz – o bem fluir dos espinhos e cardos da vida de Paulo.
Novamente, há uma terceira ilustração nas palavras do apóstolo no que Paulo quer dizer quando diz “o viver é Cristo”. Vs. 19,20: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação, segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes com toda ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, que pela vida, quer pela morte.” Paulo está na prisão, e em breve vai ser julgado. Então sim, Paulo poderá proclamar o evangelho ao juiz – e certamente assim pretende fazer – mas Paulo não faz idéia se ele vai ser absolvido ou condenado, ser libertado ou sentenciado a morte. Mas novamente, Paulo não está se detendo no que será que o juiz vai dizer. Uma coisa é importante só é importante na mente de Paulo, e isso é que Cristo seja engrandecido em seu corpo, seja na vida ou na morte. Para Paulo, “o viver” não é conquistar novamente a liberdade; “o viver” não é ser julgado inocente das falsas acusações. Para Paulo, “o viver é Cristo”, e isso significa: tudo está bem contudo que Cristo seja engrandecido. Vocês estão vendo… Paulo não está ocupado consigo mesmo. Paulo não está ocupado com as coisas desta vida. Paulo está ocupado com Cristo, e apenas Cristo.
Fabiano, Paula, e dona Antônia: hoje vocês professam a fé. Deus tem dado ricas promessas para vocês no seu batismo, e pela obra do Espírito Santo vocês abraçam essas riquezas como verdadeiras para vocês; vocês sabem que pertencem a Cristo que morreu por vocês, ressurgiu, subiu ao céu, e reina sobre o mundo. Mas vocês vão experimentar – assim como jé tem experimentado – que ser um Cristão tem suas lutas, suas decepções. Então coloco diante de vocês o exemplo de Paulo, como ele trabalhou em meio as suas circunstâncias com a realidade da soberania de Cristo. O seu foco não era si mesmo, não era na sua popularidade, não em ter as coisas que fazem a vida ser mais divertida pelos padrões do mundo, não em ter aquele emprego, aquela renda, aquele cônjuge, aquelas férias, etc. O seu foco era Cristo: “o viver” era “Cristo”, e assim ele media todos acontecimentos em volta dele à luz da obra de Cristo e à luz da vontade de Cristo para ele. Esta é a visão que você deve seguir. Em todos os altos e baixos da vida assim como você vai experimentar no dia a dia, é para você manter os seus olhos em Cristo e analizar o que acontece em volta de você da perspectiva do Cristo triunfado e soberano.
Irmãos, Fabiano, Paula, e dona Antônia: hoje o Senhor coloca sobre vocês um ofício especial em Sua igreja. Vocês podem ter uma idéia do trabalho que vem com o seu ofício, pode ver problemas específicos e responsabilidades no horizonte que você prefere não enfrentar. Então coloco diante de vocês a visão de Paulo. Haviam bastante problemas em sua vida, com os desconfortos da prisão, as contendas entre irmãos, a incerteza do resultado do seu julgamento.
Mas o apóstolo não se deteu em nada disso, não se desanimou porque ele manteve os seus olhos focados no Cristo que vive. Ele sabia, ele acreditava: o ressureto, o que ascendeu, o vitorioso Cristo etava controlando todas as coisas em sua vida e nas vidas de todos em volta dele de tal forma que todas as coisas tinham que contribuir para o engrandecimento de Jesus Cristo! Para ele, “o viver” não era ter todo tempo que ele queria com sua família, “o viver” não era ser livre de responsabilidades na igreja, “o viver” não era resolver todos os problemas nas vidas dos membros da igreja. Para ele, “o viver” era “Cristo”, fazer a vontade de Cristo, crendo no evangelho de Cristo, colocando sua confiança e todos os eleitos nos cuidados de Cristo. Assim ele estava verdadeiramente vivo e podia estar contente no lugar em que seu Salvador o colocou em Seu Reino.
Isso, meus irmãos, é verdadeiro para todos nós. Nós sabemos isso: “o viver é Cristo”, então é assim que nós falamos. Mas a tentação e a tendência é viver de outra forma. É tão fácil que a realidade seja Cristo – mais o trabalho ou o lazer ou as riquezas ou os relacionamentos, etc. E, se a verdade fosse dita, o fator do “mais”… se torna nossa primeira paixão: pois para mim o viver é a carreira, o viver é alcançar a minha justiça, o viver é ver os meus filhos crescerem, etc. etc. – e Cristo é o que se acrescenta, o seguro para o futuro. Mas o Senhor, irmãos, quer que nós adotemos uma visão de nós mesmos que é muito maior, muito melhor, muito mais consoladora, muito mais realista do que as coisas desta vida.
Focar em si mesmo, sim, é tão humano – focar no nosso próprio trabalho, em buscar justiça pra nós, em nossa família, nossos prazeres….é se armar para ser decepcionado – porque não dá o lugar devido à realidade do Calvário. Cristo triunfou, Cristo é rei, e Ele agora está ocupado ajuntando, defendendo, preservando Sua Igreja, e Ele tem prazer em nos usar para trazer glória ao Seu nome através de qualquer circunstância que Ele em sua soberana sabedoria colocar diante de nós. Trabalho, reputação, filhos: todos são secundários ao que realmente importa, e isso é Cristo e Sua glória.
Trabalho, reputação, filhos: todos estes podem acabar sendo tão diferente do que desejamos, mas isso não importa porque Cristo vai usar nossas circunstâncias para trazer glória ao Seu nome. Como esse mundo seria diferente se os crentes de hoje em dia vivessem de fato conforme o lema do apóstolo: “pois, para mim, o viver é Cristo!”. Quanto materialismo cairia dos ombros de cristãos, quantas discussões insignificantes iriam evaporar, como seriam diferentes as nossas conversas, com aquele entusiasmo nós iríamos procurar e buscar as oportunidades que o Senhor coloca em nosso caminho!
Chegamos ao segundo ponto:
- O morrer é lucro.
Novamente, amada congregação, é uma frase da qual somos tão familiar. No meio a sofrimento – seja por doença or perseguição ou algo do tipo – nós rapidamente estamos prontos a dizer que “o morrer é lucro”, e isso é porque nós vemos a morte como um alívio do sofrimento. Mas isso, meus irmãos, não é o que Paulo quer dizer. Lembrem-se: Paulo na prisão não estava sofrendo debaixo da frustração do aprisionamento ou a decepção da insinceridade de irmãos (pois ele analizava suas circunstâncias com os seus olhos em Cristo!), e assim ele também não estava a procura do ‘alívio do sofrimento que a morte trás’. Além do mais, no vs. 23 ele claramente explica porque a morte é lucro. Ele diz: o partir significa “estar com Cristo”, e é o estar com Cristo que é “incomparavelmente melhor”. Porque é melhor? Porque, meus irmãos, seu foco é Cristo!
Cristo é tudo, Cristo é o seu prazer e seu tesouro. Mas Cristo está no céu enquanto que Paulo está na terra. Aquela distância não se adequa a Paulo, ele quer estar onde o seu Salvador está! Estar com Cristo, ver a face dAquele que reina sobre todo domínio da terra: não há nada na terra tão desejoso quanto isso! Paulo sabe: “o salário do pecado é a morte” (Rm. 6:23). Mas ele também sabe que Cristo derrotou a morte para que a morte não mais fosse a punição de Deus pelo pecado, mas agora é a porta de entrada na glória de Deus.
Há um julgamento logo a seguir para Paulo, e ele não sabe se vai ser absolvido ou condenado, ser livre ou sentenciado a morte, mais o último não é problema algum para Paulo – mesmo que ele não tenha alcançado os setenta anos designados por Deus ao homem. Lutar para sobreviver, para permanecer vivo? Não. Paulo não: “pois, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” Lucro, porque então Paulo irá fisicamente estar com Cristo que é o seu tudo já hoje, agora! Ver esse Cristo face a face, e se unir a todos os santos de todos os tempos e os santos anjos cantando Sua glória em toda perfeição: o que poderia ser melhor! Entendemos, amados: este desejo da parte de Paulo é uma extensão lógica da primeira parte de sua visão. Para Paulo “o viver é Cristo”, e por isso “o morrer é lucro” porque então Paulo verá e estará com Cristo que hoje é o seu foco, seu prazer, seu tudo.
Podemos perceber: aqui está uma perspectiva bem diferente do que costumamos cultivar. Jovens professam sua fé, e nenhum de nós esperamos que eles também desejem a morte. Os ofíciais da igreja são ordenados, e nenhum de nós espera que o seu desejo seja de morte também. Todos nós temos o nosso lugar e tarefa na vida, e ficaríamos consternados em ouvir que um ente querido quer morrer. Ainda assim, Paulo diz que “o viver é Cristo”, e em uma extensão direta desta declaração ele diz que “o morrer é lucro”, lucro porque significa estar com Cristo por quem Paulo vive em primeiro lugar. Aqui, de fato, está uma instrução para nós.
Cristo: Paulo diria deve ser o foco da existência do crente, e não filhos ou aposentadoria ou casamento ou futebol. Cristo: tão grande deve ser o foco da existência do cristão que o crente prefere estar com Ele! As coisas deste mundo desaparecem em sua relativa insignificância comparadas a Cristo, e assim a morte não representa perda alguma; para o filho de Deus a morte representa apenas lucro. Veja aí o pensamento do apóstolo. E nós entendemos: se Paulo trabalha desta forma com o triunfo de Cristo na cruz, nós devemos fazer o mesmo.
Paulo então está dizendo aos Filipenses – e a nós hoje – que devemos nos distanciar totalmente de nossos cônjuges e filhos, dos prazeres e sonhos, porque queremos morrer, queremos estar com Cristo? Não, amados, este não é o ponto do Espírito Santo aqui. Pois: “o viver é Cristo”, e se Cristo tem uma tarefa para seu povo no Seu reino, então nós podemos desejar estar com Cristo mas devemos estar contentes em fazer a tarefa. É assim com Paulo. Ele deseja estar com Paulo, mas reconhece que o Senhor tem uma tarefa para ele em meio aos Filipenses. Vs. 24: “Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne.” O foco de Paulo é Cristo, e por isso ele está contente em “permanecer na carne” por causa de Cristo, como um meio pela qual o Cristo ressurreto continuaria a cuidar dos Filipenses.
Então, meus irmãos, é assim para nós. “O viver é Cristo”, e é por isso que Cristo tem prioridade na vida do cristão, acima da família e da recreação, acima do trabalho e do lar; o cristão analiza os desenvolvimentos da sua vida a partir da perspectiva de Cristo. E é por isso também que o cristão rapidamente dirá juntamente com Paulo “o morrer é lucro” – pois o estar com Cristo é que é o foco de minha existência em primeiro lugar. Mas o estar com Cristo não é a obsessão do cristão; o próprio Cristo é a obsessão, e assim a grande pergunta é: como posso servir-lo? Então enquanto Cristo dá uma tarefa no Seu reino nesta terra, o cristão de coração alegre permanece nesta terra para fazer a sua tarefa, e a fazer com tudo que ele tem. Ele sabe: em Seu tempo Cristo deixará claro que ele não precisa mais de mim. Então, aí então, receberei a coroa da glória – e ninguém vai invejar isso de mim!!!
“O viver é Cristo e o morrer é lucro.” Nós entendemos: que visão abrangente Paulo abraça para a sua vida! Isso é viver de forma Cristo-cêntrica, e coloca todos os aspectos da vida em perspectiva – incluindo profissão de fé e todos os outros detalhes de sua e minha vida.
Cristo: isso é que é vida.
Amém.
Clarence Bouwman
Pastor Emeritus na Smithville Canadian Reformed Church. Serviu por mais de 30 anos como Ministro da Palavra nas Igrejas Reformadas do Canadá e Austrália, auxiliou no trabalho missionário em outros dois continentes.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.