1 Tessalonicenses 01:02-10

Leitura: 1ª Tessalonicenses 01:02-10
Texto: 1ª Tessalonicenses 01:02-10

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo

No propósito de expandir seu evangelho entre as nações, o Senhor Jesus Cristo escolheu e chamou de uma forma especial, o apóstolo Paulo para a obra missionária que tinha separado para ele (At.9.15). Paulo pregou o evangelho ao seu próprio povo (judeus) e especialmente aos gentios. O livro de Atos nos relata que ele fez três grandes viagens missionárias a fim de pregar o evangelho em várias cidades do império romano. Em sua segunda viagem missionária, Paulo, junto com seus colegas Silas e Timóteo, levou o evangelho para a cidade de Tessalônica. Em Atos 17.1-9 encontramos o relato sobre a evangelização em Tessalônica. Com a pregação dos missionários, alguns judeus creram e também muitos gentios aceitaram o evangelho. Porém, muitos judeus incrédulos criaram grande confusão na cidade com o propósito de expulsarem Paulo e seus colegas de Tessalônica, o que realmente aconteceu.

Devido à perseguição, Paulo, Silas e Timóteo não passaram muito tempo em Tessalônica, mas, pela graça de Deus, o trabalho deles produziu frutos e ali foi implantada uma igreja de Cristo. Uma igreja ainda jovem, mas ao mesmo tempo, firme na fé. Paulo e seus colegas escreveram duas cartas àquela igreja jovem. Antes de estudarmos o nosso texto, precisamos atentar para o contexto no qual a primeira carta aos tessalonicenses foi escrita. Pouco tempo depois da evangelização em Tessalônica, Paulo e Silas, preocupados com a jovem igreja de Tessalônica, enviaram Timóteo para encorajar os irmãos na fé e trazer informações sobre a vida da igreja (I Ts. 3.1-5). Timóteo trouxe boas notícias acerca da fé dos tessalonicenses. Com base nisso, Paulo escreveu sua primeira carta à igreja dos tessalonicenses. Paulo se alegra em saber que mesmo em sua ausência forçada, além da perseguição dos judeus incrédulos, os membros da igreja de Tessalônica continuavam a viver firmes na fé cristã.

Logo no início da carta, Paulo, Silas e Timóteo expressam sua alegria e gratidão a Deus pela fé dos irmãos tessalonicenses. Após saudar aquela igreja de Cristo com a graça e a paz do Senhor (1), eles afirmam: “Sempre damos graças a Deus por todos vós…” (2). Na verdade, havia problemas na igreja de Tessalônica, como há em todas as igrejas que são compostas de pecadores. Nas duas cartas Paulo trata de alguns problemas daquela igreja. Mas apesar disso, a gratidão a Deus pela fé dos tessalonicenses era mais forte. Havia muitos motivos para Paulo se alegrar com a igreja dos tessalonicenses. Observe que no nosso texto, o apóstolo Paulo, ao dar graças a Deus pela igreja de Tessalônica, apresenta vários assuntos que constituem a razão de sua gratidão. Ele fala sobre a operosidade da fé, a abnegação do amor, a paciência da esperança (3), a eleição (4), a imitação de Cristo (6), ser exemplo para outros irmãos (7), a conversão radical (9) e outras coisas mais. Paulo fala sobre várias coisas, mas tudo isso está ligado à uma única coisa: A FÉ DOS TESSALONICENSES. A fé dos tessalonicenses é o assunto central do texto (8; tb. 3.2,5,10), a razão principal pela qual Paulo dá graças a Deus.

No nosso texto, o Espírito Santo visa não apenas nos dá informações sobre a fé dos tessalonicenses, mas principalmente fortalecer a nossa fé. A fé dos tessalonicenses serve de exemplo para nos encorajar em nossa vida cristã hoje. É verdade que aqueles nossos irmãos de Tessalônica já morreram a muito tempo; porém, o seu testemunho de fé continua vivo na Bíblia para fortalecer a nossa fé. A mensagem do nosso texto para nós é a seguinte:

Tema: Deus usa a Fé dos Tessalonicenses para fortalecer a nossa Fé

Vejamos quatro coisas em relação à fé:

  1. A Origem da Fé (vss.4,5)
  2. O Conteúdo da Fé (vss.9,10)
  3. Os Frutos da Fé (vs.3)
  4. O Exemplo da Fé (vss.6-8)
  5. A Origem da Fé (vss.4,5)

Paulo, Silas e Timóteo não chegaram à Tessalônica por um acaso, mas conforme o propósito de Deus. Ainda no início de sua segunda viagem missionária, Paulo recebeu do Senhor uma visão mostrando-lhe que ele devia pregar o evangelho na província da Macedônia, onde estava localizada a cidade de Tessalônica (At.16.6-10). Isso indica que Deus tinha os seus escolhidos naquela cidade, os quais precisavam ouvir o evangelho para receberem a fé e se converterem a Deus. Paulo e seus colegas foram os instrumentos usados por Deus para pregar em Tessalônica. Pela pregação deles, aqueles irmãos conheceram a fé.

Observe o que Paulo menciona em sua ação de graças sobre o trabalho dele e seus colegas em Tessalônica e sobre a origem da fé daqueles irmãos: “… reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (4-5). Paulo afirma que os irmãos tessalonicenses são escolhidos e amados de Deus e também relembra aos tessalonicenses como o evangelho chegou até eles. Paulo relaciona a eleição dos tessalonicenses com a maneira como eles receberam a fé pela pregação do evangelho.

Essas palavras do apóstolo nos revelam uma verdade importante sobre a origem da fé: Aqueles que Deus escolheu antes da fundação do mundo receberão do próprio Deus, por meio da pregação do evangelho, a verdadeira fé. Essa verdade nos é ensinada em vários outros lugares da Bíblia. Aos que Deus escolheu ele dá a fé (At.13.48; Rm. 8.30). Essa fé é dada pela fiel pregação do evangelho mediante a obra do Espírito Santo (At.16.14; Rm. 10.17). Deus realizou essa obra maravilhosa em Tessalônica. Deus chamou os seus escolhidos daquela cidade pela pregação de Paulo e seus colegas. Pelo poder do seu Espírito ele abriu o coração dos seus escolhidos naquele lugar e lhes deu a fé.

Paulo não tem dúvida da eleição dos tessalonicenses, pois ele sabe que fora enviado para lá pelo próprio Cristo e também sabe como o evangelho chegou até eles. Por isso ele dá graças. Ele sabe que Deus operou poderosamente na vida daqueles irmãos através do trabalho dele e de seus colegas. Eles pregaram o evangelho não apenas em palavra, mas em poder, no Espírito Santo e em plena convicção. Significa que as palavras proferidas por eles não eram um mero discurso retórico recheado de sabedoria humana, mas eram a pregação viva do evangelho de Cristo acompanhada pelo poder do Espírito (I Co.2.4). O poder do Espírito foi manifesto no meio dos tessalonicenses. Pode ser que Paulo, pelo poder do Espírito, realizou alguns milagres ali para confirmar a palavra que pregava, pois ele era um apóstolo de Cristo (2Co. 12.12; cf.Hb. 2.3,4). Não temos certeza disso. Mas o que sabemos é que pela pregação da poderosa palavra de Deus, o Espírito Santo operou o grande milagre de conceder fé e nova vida aos tessalonicenses. Paulo, Silas e Timóteo tinham plena convicção de que o Espírito estava trabalhando em Tessalônica. Eles pregaram o evangelho convictos de que o Espírito Santo iria converter pecadores. E foi exatamente isso que aconteceu em Tessalônica.

Os tessalonicenses, além de serem o alvo do poder do Espírito, foram testemunhas do trabalho dos missionários e conheciam muito bem o procedimento deles entre eles. Paulo lhes diz: “… vocês sabem do nosso procedimento entre vós e por amor de vós”. Paulo, Silas e Timóteo não eram como muitos pregadores ambulantes da época que saiam propagando suas idéias e filosofias em benefício próprio. Pelo contrário, eles estavam ali enviados por Cristo para pregar seu evangelho e também com amor pelas almas dos tessalonicenses. Eles foram fiéis ao seu trabalho, e Deus abençoou o trabalho deles dando a fé aos tessalonicenses que ele mesmo escolhera. Eles agradeceram a Deus por isso.

Nós também devemos sempre dar graças a Deus. Pois tanto a nossa eleição quanto a nossa fé não dependem de nós mesmos, mas são frutos da graça de Deus (II Ts. 2.13,14; Ef. 2.8). Somente ele, por sua graça, nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo e também nos enviou seus servos para nos pregar o seu evangelho e assim nos dá a fé pelo poder do Seu Espírito. Até o dia da sua volta, quando o número dos eleitos estiver completo, o Senhor continua realizando esta obra de chamar pecadores ao arrependimento e à fé em Cristo pela fiel pregação de Sua palavra. Nossa principal tarefa como igreja de Cristo não é definir ou dizer quem são os eleitos, pois somente Deus conhece os que lhe pertencem, mas é nosso dever proclamar o evangelho de Cristo no poder do Espírito na certeza de que Deus realizará o grande milagre de conceder a fé e o arrependimento aos pecadores.

  1. O Conteúdo da Fé (vss.9,10)

A estada de Paulo, Silas e Timóteo em Tessalônica, embora tenha sido curta, foi suficiente para provocar uma grande mudança naquela cidade. Muitos se converteram. É importante sabermos que a igreja de Tessalônica era composta em sua maioria de gentios, além de alguns judeus. Os judeus que já conheciam a Deus se converteram no sentido de crer em Jesus como o Cristo e aceitar a doutrina cristã trazida pelos apóstolos. Os gentios, por sua vez, se converteram no sentido de abandonar os falsos deuses e voltar-se para o Deus Vivo e Verdadeiro. Paulo se refere especialmente a eles nos versos 9 e 10 (ler o texto). É importante observarmos que Paulo, com muita sabedoria, pregava seus sermões levando em conta a natureza dos seus ouvintes. O conteúdo de sua mensagem aos judeus era mostrar pelas Escrituras que Jesus é o Cristo. Por outro lado, o conteúdo de sua mensagem aos gentios era que eles deveriam abandonar a idolatria e adorar apenas o Único Deus e também crer no Filho de Deus que vem dos céus para julgar o mundo.

Com a sua conversão a Deus, os tessalonicenses passaram a ter um novo conteúdo de fé. Uma mudança radical aconteceu na vida deles. Não mais estavam voltados para a adoração aos ídolos, mas para a adoração ao Deus vivo e verdadeiro. Paulo usa os adjetivos Vivo e Verdadeiro para contrastar com os deuses que eles antes adoravam, os quais eram falsos e nada podiam fazer por eles. De fato a idolatria era algo muito real na vida dos tessalonicenses. Bem perto de Tessalônica estava situado o Monte Olimpo que era a morada dos deuses gregos. Evidentemente que muitos deles se dirigiam para lá a fim de adorar seus ídolos. Porém, eles abandonaram essa prática abominável e passaram a adorar o Deus Vivo. Graças a Deus que abriu seus olhos e os fez enxergar a verdade pela fiel pregação do evangelho. Um dos elementos centrais da fé cristã é a adoração ao único e Verdadeiro Deus, o Criador do céu e da Terra. Tal elemento passou a fazer parte do conteúdo da fé dos tessalonicenses e consequentemente da vida deles.

Além da adoração ao único Deus, outro elemento importante que passou a fazer parte do conteúdo da fé dos tessalonicenses, foi o benefício da salvação que agora tinham em Jesus Cristo. Uma vez convertidos a Deus, eles passaram a aguardar dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus que nos livra da ira vindoura. Eles conheceram Cristo e sua obra de redenção e creram. Eles agora estavam cheios de alegria e esperança. Sabiam que Cristo tinha morrido por eles e que também ressuscitou dos mortos. Não estavam mais debaixo da ira de Deus. Cristo os livrou da ira. Por isso, eles aguardavam com esperança Cristo voltar dos céus para eles. Isso era um ponto forte na vida daqueles irmãos: a esperança alegre pela segunda vinda de Cristo. Como o evangelho modificou a vida daqueles irmãos. Foram libertos da ignorância e do desespero que os levava a adorar ídolos e agora estavam cheios de alegria e esperança em Deus e no Senhor Jesus Cristo.

A mesma coisa se dá conosco. O conteúdo da fé dos tessalonicenses é o mesmo conteúdo da nossa fé. É a fé bíblica e cristã que nós confessamos, por exemplo, no credo apostólico. Cremos no Deus Todo Poderoso, Criador do céu e da terra. Cremos em Jesus Cristo que morreu, ressuscitou e voltará para julgar os vivos e os mortos. Essa fé não se limita a uma mera confissão verbal, mas é algo que atinge os nossos corações e modifica nossas vidas. Crer em Deus é servi-lo com amor e confiança. Não é apenas abandonar os ídolos, mas submeter-se voluntariamente a ele em obediência aos seus mandamentos. Aguardar a vinda futura de Jesus Cristo é estar preparado para encontrar-se com ele vivendo uma vida santa no tempo presente mediante os frutos que vem da fé.

  1. Os Frutos da Fé (vs.3)

A fé que Deus dá não é uma fé morta, mas uma fé viva que nos leva a ser cristãos ativos. Vemos isso claramente na vida dos nossos irmãos tessalonicenses. Eles receberam a fé de Deus pela pregação do evangelho. Eles abraçaram a fé cristã e o conteúdo dessa fé modificou a vida deles. Eles passaram a crer em Deus e no Senhor Jesus Cristo. Pela obra do Espírito Santo em suas vidas, eles se tornaram cristãos ativos. Os frutos de sua fé tornaram-se evidentes em suas vidas. Paulo dá graças a Deus por isso também. Veja o que ele diz no verso 3: “recordando-nos, diante do Nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo”. Paulo apresenta aqui três características fundamentais na vida de todo cristão verdadeiro: fé, amor e esperança. Essas três coisas são derramadas em nossos corações pelo Espírito Santo e dão sentido à nossa vida. Os tessalonicenses evidenciaram essas três características em sua vida prática do dia a dia.

Eles mostraram operosidade da fé: Eles tinham uma fé viva que se evidenciava em obras. O trabalho deles resultava da fé que agora tinham em Cristo. Paulo não especifica que obra é esta. No entanto, observando o contexto, Paulo está provavelmente se referindo à obra da propagação do evangelho pelos tessalonicenses mesmo em meio à terrível perseguição que sofriam dos judeus incrédulos. Eles divulgaram o evangelho com suas vidas e palavras de modo que a fé deles era bem conhecida em outras cidades. Isso foi uma obra resultante da fé daqueles irmãos. Além disso, podemos até dizer que obras tais como ensinar os que não têm conhecimento, cuidar dos doentes, consolar os desanimados, suprir as necessidades dos necessitados são obras resultantes da fé. Também o nosso trabalho diário deve resultar da nossa fé. O cristão evidencia fé em seu trabalho não sendo preguiçoso ou desonesto, mas diligente e fiel. Tudo isso deve marcar nossa vida como cristãos que têm uma fé viva.

Eles demonstraram abnegação do amor: A palavra abnegação indica um tipo de renúncia ou sacrifício em favor de outros. Um amor abnegado é aquele tipo de amor que não mede esforços para buscar o bem do próximo. Os tessalonicenses observaram esse tipo de amor em Paulo, Silas e Timóteo que se esforçaram, mesmo em meios a lutas e perseguições, para pregar o evangelho a eles. Mais ainda eles viram este amor no evangelho que receberam, o qual revela o grande amor de Deus em Cristo pelo pecador. O amor de Deus foi derramado nos corações deles e eles evidenciaram este amor em suas vidas ao sofrer pelo nome de Cristo e buscar o bem uns dos outros. Eles viviam na prática do amor fraternal e Paulo até recomenda que eles cresçam nesta área (I Ts. 4.9,10) O esforço deles era motivado pelo amor. Esse amor abnegado também deve marcar nossas vidas como cristãos.

Eles demonstraram firmeza da esperança: Quer dizer que aqueles irmãos viviam pacientes e perseverantes em suas dificuldades e perseguições porque tinham sua esperança fundamentada em Cristo. A esperança que temos em Nosso Salvador, nos dá força para suportar com paciência as tribulações do tempo presente. Aquele que tem a verdadeira fé espera confiante em Cristo (Sl125. 1).

  1. O Exemplo da Fé (vss.6-8)

Já ouvimos como Deus deu a fé aos nossos irmãos tessalonicenses e como eles evidenciaram esta fé em suas vidas. Resta-nos ver ainda como a fé daqueles irmãos se espalhou rapidamente por várias regiões a ponto deles se tornarem exemplos de fé para outros fiéis, inclusive nós. Paulo expressa sua gratidão a Deus pelo exemplo da fé dos tessalonicenses nos versos 6-8 (ler o texto). A fé dos tessalonicenses se divulgou rapidamente nas províncias da Macedônia (Tessalônica, Filipos, Beréia), da Acaia (Atenas, Corinto) e por outras regiões do império. Tessalônica era um importante centro comercial e estava ligada a outras cidades por boas estradas. Isso ajudou na propagação da fé deles. As muitas pessoas de outros lugares que iam à Tessalônica testemunhavam da fé dos tessalonicenses. Os próprios missionários ouviam de outros como o trabalho deles produziu frutos naquela cidade.

Em sua ação de graças, Paulo afirma com alegria que os tessalonicenses se tornaram exemplos para os fiéis das outras cidades (7). Paulo também deixa claro que antes deles se tornarem exemplos para os outros crentes, eles foram feitos por Deus imitadores deles e do Senhor Jesus Cristo (6 a). Quer dizer: ninguém pode ser um exemplo de Cristo para outros sem antes ser seu imitador. Imitar é seguir um exemplo e para se tornar um exemplo é preciso ser antes um imitador.

A imitação de Cristo é um tema muito constante no Novo Testamento. Paulo falou muito sobre isso (I Co. 4.16; 11.1; I Tess. 2.14; Ef. 5.1). Paulo chama as pessoas a imitá-lo porque ele é um fiel imitador de Cristo. Cristo é o grande exemplo. Ele deve ser imitado por todos os crentes. Afinal de contas fomos chamados por Deus para sermos conformes à imagem do Seu Filho (Rm. 8.29). Como podemos imitar nosso Salvador? Sabemos que não podemos imitá-lo em todos os aspectos. Por exemplo, não podemos morrer na cruz pelos pecadores. Mas podemos imitar seu exemplo de fé, amor, perseverança e obediência.

O conteúdo da imitação de Cristo depende do contexto em que esse tema é encontrado na Bíblia. Por exemplo, em I Co. 11.1 devemos ser imitadores de Cristo (e de Paulo) no sentido de amar o nosso próximo. Já no verso 6 do nosso texto, os tessalonicenses imitaram o Senhor (e seus servos) no sentido de receber a palavra em muita tribulação com alegria do Espírito Santo. Eles imitaram o Senhor na maneira de Jesus ter demonstrado alegria no meio das tribulações. Jesus perseverou com alegria em meio a muitas aflições para realizar a obra da redenção (Hb. 12.3,4; Jo. 16.33). Paulo e seus colegas também evidenciaram alegria na tribulação (At.16.25; I Tess. 2.1,2.) Os tessalonicenses, imitando Jesus e os apóstolos, tornaram-se para outros fiéis exemplos de alegria e perseverança na tribulação (aflições gerais além da perseguição que sofriam).

A alegria deles para perseverar era resultado da presença ativa do Espírito Santo em suas vidas. A alegria deles no sofrimento não era uma mera emoção humana, mas era fruto do Espírito Santo que neles habitava (At.13.52; Rm.14.17; Gl.5.22). Essa alegria que vem do Espírito Santo capacita o crente a suportar o sofrimento e não ser vencido por ele. O crente se alegra, pois ele sabe que todo sofrimento passará e que Cristo o salvou e um dia voltará para buscá-lo (I Pe.4.12,13).

CONCLUSÃO:

Realmente Paulo tinha mil motivos para agradecer a Deus pela fé dos tessalonicenses. Pois ele sabia que somente pela graça e poder de Deus, a igreja dos tessalonicenses recebeu a fé, mostrou frutos dessa fé e estava servindo de exemplos para outras igrejas. O próprio Deus fez questão de testemunhar da fé daqueles nossos irmãos do passado para fortalecer a nossa fé hoje. Devemos agradecer por isso e também avaliar a nossa vida cristã. Temos mostrado frutos da fé? Nossa fé é operante? Há amor e esperança em nossos corações? Temos imitado nosso Senhor Jesus Cristo perseverando com alegria em meio às tribulações e assim sendo um exemplo para outros fiéis? As pessoas falam da nossa fé?

Irmãos. Os tessalonicenses não eram mais santos do que nós. Eles tinham seus problemas e pecados; eram fracos como nós. Mas Deus concedeu a eles a fé e a perseverança. A mesma coisa que Deus realizou em Tessalônica, ele fez em nosso meio. Ele nos deu a fé. Ele nos do Seu Espírito. Ele vai nos ajudar a perseverar. Nossa responsabilidade, portanto, é andar de modo digno do chamado que Deus nos fez, confirmando a nossa eleição por meio dos frutos da fé (amor, alegria, esperança, obediência, santificação).

Amém.

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Elissandro Rabêlo

Bacharel em Teologia pelo CETIRB – Centro de Estudos de Teologia das Igrejas Reformadas do Brasil (Atual Instituto João Calvino) (1999-2004). Fez Convalidação de Teologia na Universidade Mackenzie em São Paulo (2017). Ministro da Palavra e dos Sacramentos da Igreja Reformada do Grande Recife (PE), servindo como Missionário da Igreja Reformada em Fortaleza (CE).

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.