Eclesiastes 06.01-12

Leitura: Eclesiastes 06.01-12
Texto: Eclesiastes 06.01-12

Se você quer um pouco de leitura leve, é claro que o livro de Eclesiastes não é o primeiro lugar onde se iria. Se quer ser desafiado, se quer crescer, se você entende que para crescer você precisa ter a vontade de tornar-se desconfortável, então Eclesiastes é seu guia perfeito. Porque Salomão, neste livro, constantemente nos desequilibra. É como se ele estivesse dizendo, “Senta-se aqui um momento” – e quando nós vamos a nos sentar, ele remove a cadeira. Pensamos que finalmente entendemos algo, e ele adiciona algo novo. Isso é o desafio de Eclesiastes, e ao mesmo tempo a beleza de Eclesiastes. É um livro que nos lembra que não existem respostas fáceis.

E somos lembrados disso de novo em Capítulo 6, especialmente quando fazemos a comparação entre o ensino de Salomão neste capítulo com a mensagem do último capítulo. Capítulo 5 termina com estas palavras, que nos providenciam verdadeiro consolo:

“Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus. Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida, porquanto Deus lhe enche o coração de alegria.”

De uma forma real, esta mensagem traz grande satisfação ao povo de Deus. Apesar do nosso pecado, apesar de nosso estado caído, Deus ama os seus filhos. E Ele nos mostra aquele amor, não apenas no que Ele vai nos dar no futuro, mas nas bênçãos que ele providencia ricamente nesta vida. Não temos que nos sentir culpado por causa de riquezas, se aquelas riquezas são ganhadas honestamente. Não precisamos ficar embaraçados quando ganhamos a vida numa boa maneira, se estamos trabalhando no conhecimento que estamos trabalhando em serviço do Senhor.

Somos ditos em Colossenses 3.22-24 a fazer nosso trabalho, “não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.” Somos ditos que, “tudo quanto fazemos, precisamos fazê-lo de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que receberemos do Senhor a recompensa da herança. E Paulo nos lembra de nossa motivação básica em cada coisa que fazemos: “A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.” E quando fazemos isso, pela graça de Deus, podemos nos alegrar, nossos corações enchidos de alegria.

Esse tipo de ensino é um grande corretivo para o tipo de filosofia asceta, de negação mundial, que levou ao desenvolvimento de monastérios e seitas que abraçaram a pobreza, que rejeitaram o mundo criado, que eles acreditavam ser inferior ao “mundo espiritual.” Isso é bom. Mas, ao mesmo tempo, é também o tipo de ensino que Cristãos ricos, confortáveis, gostam. Porque este ensino parece permitir os ricos Cristãos a sentir ainda mais confortáveis sobre a sua relação com a riqueza deste mundo. Os ricos podem se alegrar porque eles não precisam se sentir culpados porque eles são ricos, e podem descansar à noite, sabendo que o Senhor realmente não espera que vendamos todas as nossas posses e que dê o renda aos pobres. Claro, todos nós sabemos que podemos, se nós realmente queremos… mas não precisamos. E realmente, quem quer, na verdade?

Mas aqui em capítulo 6, depois de falar sobre a riqueza e os bens e a honra, e o fato que podemos realmente apreciar essas coisas, Salomão prossegue a causar dificuldades no nosso pensamento mais uma vez. E é bom que ele faça isso, e é bom que Eclesiastes continue a mostrar que não existem respostas simples às perguntas da vida. Porque nada nesta vida é tão claro como gostaríamos de ser. Porque temos alguns problems dentro de nós que precisam de correção:

Temos a tendência de gostar de respostas em preto e branco. Nós gostamos de absolutos. Nós gostamos de resultados garantidos: “Faça esta ação, e este será o resultado inevitável.” “Faça essa escolha em vez disso, e essas outras coisas vão acontecer.”
Quando encontramos um ensinamento na Escritura que atrai uma parta da nossa personalidade, temos a tendência de focar neste ensinamento, e evitar outros, mais difíceis. Alguém com natureza mais austero, que naturalmente prefere um estilo de vida mais simples, agarrará aquelas passagens que nos dizem que devemos ser frugais e nos negar; mas, por outro lado, alguém que é naturalmente mais divertido e um pouco menos tenso sobre essas coisas naturalmente vai focar nas passagens que nos dizem que podemos comer e beber e encontrar a alegria no nosso trabalho.
Então, em primeiro lugar, precisamos entender que as coisas não são simples. A vida não é fácil de descobrir. Não podemos reduzir os acontecimentos desta vida a causa e efeito simples – faça isso, e você vai, com certeza, obter esse resultado. Vemos isso claramente no contraste entre os dois primeiros versículos de Eclesiastes 6 e os últimos dois versículos de Eclesiastes 5. Porque agora vemos um homem que recebe a riqueza, os bens, e a honra, todas as bênçãos mencionadas em capítulo 5. Mas ao contrário do homem em capítulo 5, ele não pode aproveitá-los.

Pense nisso: Você quer ser ator rico e famoso? Eu acho que todos nós podemos ver algo atraente nesta idéia. Agora, responda-me nisso: Você teria gostado ter sido Christopher Reeve? Talvez vocês não são cientes deste nome. Christopher Reeve era o ator que interpretou o Super-Homem no filme de 1978. Em 1995 ele caiu do seu cavalo, ele quebrou duas vértebras, e ficou paralisado do pescoço para baixo. Ele morreu em 2004.

É um exemplo do mal que Salomão viu debaixo do sol, que pesa sobre os homens: um homem a quem Deus conferiu riquezas, bens, e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja. Mas o que aconteceu? Deus não lhe concedeu que disso coma. É como possuir a coleção de discos mais incrível no mundo, e logo tornar-se surdo. Ou como comprar uma coleção de arte invejada por todo mundo, e depois ficar cego. Ou como ser chefe famoso que de repente perde a sensação de gosto e cheiro.

Mais um exemplo: Howard Hughes. Howard Hughes era um dos homens mais ricos no mundo na primeira metade do Século 20. Ele ganhou uma fortuna na indústria petrolífera, no desenvolvimento da tecnologia militar, e em companhias aéreas. Na superfície, ele apareceu a ter tudo. Ele era aventureiro, ele namorou estrelas de Hollywood – ele tinha riquezas, bens, e honra, abundantemente. Mas no ano 1966, ele se mudou a um hotel na cidade de Las Vegas. Ele recusou a sair do seu quarto no hotel, e ele comprou o hotel inteiro para ficar lá. Após nove anos, quando ele finalmente foi embora, os funcionários do hotel entraram o quarto e descobriram que ele não abriu as cortinas ao longo daqueles nove anos. Quando ele faleceu em 1976, ele pesava 40 quilos, seus cabelos e unhas não estavam cortados, e a polícia so podia identificar o corpo por uso das impressões digitais.

Mais uma vez – riquezas, posses, e honra – riqueza suficiente para comprar o hotel ao outro lado da rua da sua casa, porque a luz da placa foi incomodando ele à noite. Mas com tudo isso, o “sonho americano,” pode dizer, as únicas pessoas que desfrutaram as riquezas de Howard Hughes ao longo da sua vida, e agora, anos depois da sua morte, são pessoas desconhecidas a ele. Parece que ser um dos homens mais ricos e mais famosos no mundo não é necessariamente o máximo bem.

Salomão usa um exemplo extremo para expor o seu ponto de vista. Um homem tem cêm filhos. Deus na Sua palavra nos diz que filhos são as maiores bênçãos que podemos receber – receber cêm filhos é a maior benção imaginável. E ele vive muitos anos – e também uma longa vida é uma bênção de Deus. Mas a sua alma não é satisfeita com as boas coisas da vida. Ele tem tudo, mas ele não pode desfrutar. Ele morre. E ele nem sequer recebe sepultamento apropriado, porque ele não tem controle sobre o que acontece depois da sua morte.

E em versículos três a cinco, Salomão faz uma comparação surpreendente – ele diz que um aborto é mais feliz do que tal homem. Isso é uma passagem difícil – não podemos negar isso. Talvez nós podemos ficar chocados pelas palavras de Salomão aqui, especialmente aquelas mulheres que tiveram abortos espontâneos no passado, ou nados-mortos. Porque naturalmente nós consideramos a vida em si a ser uma bênção – e perder uma criança, antes do nascimento especialmente, é uma experiência dolorosa.

Então, talvez ficamos chocados pela mensagem de Salomão aqui, mas um pouco de choque é bom para nós. Ele comunica a mensagem com muito clareza. Ele mostra a vaidade da vida, até uma vida bem-sucedida, uma vida caraterizada com as melhores coisas deste mundo, quando uma pessoa não pode desfrutá-las, na verdade – quando a sua alma não pode ser satisfeita com as boas coisas da vida.

Lembre-se o que Salomão diz anteriormente. Em Eclesiastes 3.12-14, ele escreveu:

“Sei que nada há melhor para o homem do que regozijar-se e levar vida regalado; e também que é dom de Deus que possa o homem comer, beber, e desfrutar o bem de todo o seu trabalho. Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele.”

Comer e beber e desfrutar o bem do trabalho podem providenciar verdadeira alegria ao homem que entende que todas estas atividades são dons de Deus – alguém que entende que somente a obra de Deus permanece para sempre; alguém que “tema diante dele.” Sem esta perspectiva acerca desta vida, não há, não pode ser, a verdadeira alegria. Talvez homens como Howard Hughes são exemplos extremos, e havia muito bilionários na história do mundo que aparentemente desfrutaram vidas melhores do que ele no meio da aquisição de riquezas e prazeres – mas no fim das contas, o seu destino é o mesmo, e o verdadeiro prazer não é encontrado em nada que eles realizaram. A única coisa que permanece é a sensação que faltava algo.

A verdadeira satisfação da alma pode ser encontrada somente no reconhecimento que os prazeres desta vida são dons de Deus, no recebimento e uso destas coisas criadas para o propósito destinado por Deus. Aparte disso, há somente um mal debaixo do sol. E o aborto é mais abençoado do que aquela pessoa, até quando ela tem milhões de filhos e quando ela vive dois mil anos.

O aborto, que nunca tinha dinheiro, que nunca construiu uma casa, que nunca assistiu os filmes mais recentes ou experimentou as modas atuais, é, no entanto, em repouso. Repouso, e isso com Deus, é uma coisa que o homem rico ainda não tem. Com toda a sua riqueza, ele não tem contentamento. O aborto possui as riquezas de repouso e a provisão com Deus que o homem rico nunca conheceu.

Então, as riquezas são uma bênção? As posses são uma bênção? Sim, são, mas… sempre existe um “mas.” Sempre existe uma mosca na sopa. Então, quando nós estamos bem-sucedidos no nosso negócio, quando alcançamos uma posição confortável no nosso trabalho, se estamos experimentando sucesso, não podemos simplesmente presumir que Deus está nos abençoando. Precisamos pensar nos nossos relacionamentos com nosso trabalho, nossas riquezas, nossos posses. O nosso trabalho fica no lugar correto na nossa vida, no lugar apropriado para pessoas dedicadas ao serviço do Senhor? Ou pode ser que nosso trabalho detrai de nosso serviço ao Senhor? Entendemos as nossas riquezas como as riquezas do Senhor, entendemos que nós somos apenas administradores delas? Nós usamos os nossos recursos sabiamente? Pensamos em posses como um fim em si, ou entendemos os bens desta vida na luz da Palavra de Deus, tendo eles como servos, e não como mestres?

Todas estas coisas são destinadas a ser desfrutadas. Salomão é claro sobre isso, e a Bíblia é claro sobre isso também. No final das contas, o ponto é: Onde é que você busca o bem maior? Você busca no Senhor, ou nas coisas que Ele lhe dá? O que é o seu prazer maior? É a comunhão com o Pai, ou nos dons generosos dEle? Como está o seu relacionamento com as coisas deste mundo? Agostinho diz, com sabedoria: “Como o povo de Deus, podemos usar e desfrutar as coisas deste mundo – isso e o dom de Deus a nós. Mas temos que amar somente a Deus.”

É fácil amar o mundo e mostrar aquele amor com as nossas ações, enquanto reclamamos que amamos a Deus, enquanto proclamamos aquele amor com as nossas bocas. Mas ações falam mais altamente do que as palavras. Se nossas atividades mostram que a nossa confissão é uma mentira, então a nossa confissão é sem sentido, e só pode testificar contra nós. Uma das admoestações mas importantes que podemos receber é encontrada em 1 João 2.15-17:

“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.”

Ame o Doador, e não os dons. Desfrute aqueles dons. Use aqueles dons. Administre os dons sabiamente. Mas se você se encontra sendo escravizado por aqueles dons, se você se encontra sendo frustrado por aqueles dons, porque eles não estão realizando a sua potencialidade, mas você continua a buscar o que você nunca vai encontrar nos mesmos dons, você está amando o mundo e as coisas do mundo, e não o Pai. E aquela posição é uma posição muito perigoso, irmãos.

Então, Salomão nos lembra que não é tudo preto e branco. Você pode ser rico. Você pode ter um bom trabalho e uma linda casa e um negócio bem sucedido e dinheiro no banco. Mas isso não significa que você tenha recebido um sinal automático e inequívoco de que você está sendo abençoado por Deus. E Salomão também nos lembra que não podemos fugir de um lado do ensinamento das Escrituras e negligenciar o outro. Porque se fazemos isso, vamos encontrar problemas sérios.

As riquezas e os bens podem ser boas coisas – mas não são boas coisas sem qualificação, sem exceção, sem limite, sem seguir os padrões dados por Deus do uso deles. “Todas as coisas me são lícitas,” Paulo escreveu em 1 Coríntios 6.12, “mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” Então, a pergunta correta não é necessariamente, “É útil?” mas “Convêm?”

Porque as palavras do Apóstolo em 1 Coríntios 6 são importantes a ter em mente quando pensamos nas nossas próprias vidas na luz destas questões – “Não me deixarei dominar por nenhuma delas.” Um aborto, que nunca viu o sol, ou sabia nada, mas que agora encontra descanso, fica melhor do que o homem rico, dominado por riquezas; ou o homem com boa renda, dominado por seu trabalho, ou o homem com todos os bens que ele queria, dominado por seus posses.

Em Lucas 12.15-21, o Senhor Jesus contou uma parábola sobre um homem rico, avisando contra cobiça – porque, Ele nos diz, “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.”

“O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.”

Como o Senhor Jesus diz em Mateus 16.26, “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” Menos que um século de riqueza ou prazeres ou fama ou conforto físico é uma pequena recompensa em comparação com as glórias de eternidade – e até as glórias que vêm ao povo de Deus nesta vida, se rico ou pobre. O fato é, Salomão diz em versículo sete, “Todo trabalho do homem é para a sua boca; e, contudo, nunca se satisfaz o seu apetite.”

Você pode ter bilhões de dólares – mas você não pode comer dinheiro. Talvez você terá a habilidade a comprar algo melhor do que cereais para seu café da manhã, talvez uma refeição preparada por um chefe renomeado, mas no fim das contas, você precisará comer de novo, e toda aquela comida vai acabar no mesmo lugar. Talvez um homem tem todos os posses que o seu coração deseja, mas até veste as calças uma perna de cada vez, como todos os outros.

Talvez um homem dorme numa cama que custa milhares de reais – mas ele ainda tem que dormir, mesmo que o Africano que dorme no chão na terra num cuarto só com sua esposa e seus filhos. E aquele homem, dormindo no chão, crente trabalhador que cuida a sua família, que trabalha honestamente, que dá graças a Senhor pelas coisas que ele tem, vai dormir bem, melhor do que o rico que está entesourando para si mesmo, e perdendo a sua alma.

Irmãos, mais uma vez o ensino de Salomão é tão necessário para nós, Cristãos vivendo no Século 21, se rico ou se pobre, ou simplesmente uma pessoa média. Precisamos deste aviso. Precisamos deste lembrete que sim, as bênçãos desta vida são grandes, e sim, são destinadas a ser apreciadas – mas estas bênçãos são destinadas a ser usadas, e não adoradas. Elas são destinadas a servir, e não a ser adoradas. Elas também vão desaparecer. Não labute para coisas mundiais que vão perecer. Não se empenhe sem fim para realizar alvos mundiais que nunca vão providenciar satisfação no mundo caído. Não perca a visão do quadro geral enquanto você esta correndo para capturar algo que não pode ser capturado, correndo atrás do vento, tentando pastorear o vento, tentando capturar a névoa nas suas mãos.

“Buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33). Então, podemos criar uma lista de regras que podemos postar na entrada da igreja para nos ajudar a viver corretamente nesta esfera da vida?

Regra #1: o seu carro não pode custar mais do que R$20.000.

Regra #2: pode so ter um número de quartos na sua casa que é menor do que o número de filhos que você tem.

Regra #3: você não pode gastar dinheiro nas ferias. Só visitas locais são permitidas.

Claro, não funciona nesta maneira. E isso faz desafiador a aplicação destes ensinos. Como podemos colocar a nossa prosperidade na perspectiva certa, se estamos prósperos? Podemos fazer isso só com sabedoria nos dada por Deus. Então, mais uma vez, somos lembrados de nosso chamado para temer a Deus, porque isso é o início de sabedoria; para procurar entendimento nEle; para encontrar a nossa instrução na Palavra – não porque vamos encontrar a resposta precisa a todas as nossas perguntas na Bíblia em todas as circunstâncias, mas porque a Escritura nos dá os princípios que podemos aplicar na nossa vida, se estamos andando com o Espírito. Somos lembrados que não podemos confiar em nós mesmos – Deus organizou a vida para que os homens temerem diante dEle – e isso é o que devemos fazer.

É muito fácil esquecer, com a pressão do mundo, o diabo, e a nossa carne pecaminosa, que somos salvos por Cristo da corrida infrutífera desta vida. É muito fácil ser desviados pelas coisas oferecidas pelo mundo. É muito fácil sermos enganados pelas promessas sem sentida que as coisas deste mundo fazem e não podem realizar. Não é fácil manter o equilíbrio entre o gozo dos dons de Deus enquanto não amamos estas coisas em si. Então, precisamos olhar a Cristo. Precisamos nos lembrar do que Ele nos resgatou, e como Ele nos resgatou. Precisamos pensar no exemplo dEle, e precisamos nos lembrar que estamos sendo renovados na imagem dEle – e isso significa que não vamos parecer como o mundo. E precisamos confiar nEle, buscar Ele, e pedir que Ele nos mudar, até quando existe uma parte de nós que não quer mudança, na verdade. Isso é o tipo de foco que nós precisamos; e, em união com Cristo, podemos escapar a armadilha de correr atrás do vento, porque Ele que guarda o vento nas suas mãos é Ele que está dirigindo o nosso caminho.

Amém.

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Jim Witteveen

Pr. Jim Witteveen é ministro da Palavra servindo como missionário da Igreja Reformada em Aldergrove (Canadá) em cooperação com as Igrejas Reformadas do Brasil. Atualmente é diretor e professor no Instituto João Calvino.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.