Leitura: Romanos 12.1,2; 13.11-14
Texto: Dia do Senhor 33
Amados irmãos em Cristo e prezados ouvintes
No dia 13 de novembro do ano 354 depois de Cristo, nasceu numa pequena cidade da África chamada Tagaste, um homem chamado Agostinho. Seu pai chamava-se Patrício e era um homem pagão. Sua mãe chamava-se Mônica e era uma cristã piedosa. Ela orava todos os dias pela conversão de seu esposo e seu filho. Agostinho era um jovem estudioso. Ele gostava muito de ler. Mas ao mesmo tempo era um jovem devasso. Com 18 anos ele se relacionou de modo imoral com uma jovem de quem teve um filho.
No seu famoso livro “Confissões”, Agostinho relatou os seus pecados cometidos desde a infância e como Deus o converteu. Ele fez declarações como estas: “Eu mentia constantemente”; “eu era viciado em shows nos templos pagãos”; “eu ria da Bíblia”. Agostinho não tinha nenhum respeito pela palavra de Deus e gastou boa parte da sua vida no pecado. Nessa época, ele costumava orar assim: “Senhor, dá-me castidade e continência, mas não ainda”!
Mas um dia Deus o alcançou e mudou completamente a sua vida. No ano de 386, com 32 anos de idade, Agostinho foi convertido a Cristo. Ele encontrava-se num belo jardim próximo a sua casa. Perto dele achava-se uma cópia da carta de Paulo aos romanos. Mas ele não mostrou nenhum interesse por ela. Pouco depois alguém apareceu, tomou a cópia da carta e falou para ele: “tome e leia”, “tome e leia”. Ele pegou a cópia pra ler e a primeira passagem que veio aos seus olhos foi Romanos 13.13,14 (ler o texto). Através da sua palavra e atendendo as orações de sua mãe, Deus converteu Agostinho para si mesmo e fez dele um verdadeiro crente. Daí pra frente ele se tornou por toda sua vida um homem piedoso e grande defensor da fé cristã.
O que aconteceu na vida de Agostinho acontece também na vida de todo verdadeiro crente: uma verdadeira conversão. Foi assim com Paulo, Zaqueu, Lídia, o ladrão da cruz e é assim também conosco. As circunstâncias que envolvem a nossa conversão podem ser diversas, mas a obra é sempre a mesma: Deus muda o nosso coração radicalmente. O Dia do Senhor 33 explica o que é conversão e como ela se manifesta na vida do crente. O objetivo dessa parte do Catecismo é ensinar, à luz da Bíblia, que a conversão é uma realidade presente e contínua na vida de todo aquele que foi regenerado pelo Espírito Santo. Eu vos proclamo o evangelho de Cristo no seguinte tema:
A VIDA DO CRENTE É UMA VIDA DE VERDADEIRA CONVERSÃO
Vejamos os dois aspectos da verdadeira conversão:
1) A Morte do Velho Homem
2) O Nascimento do Novo Homem
1) A Morte do Velho Homem
Nesse momento precisamos definir o que é conversão. O que é a conversão do pecador? Converter-se é mudar completamente o pensamento e o estilo de vida. Na Bíblia, conversão aponta para a atitude do pecador de voltar-se do pecado para Deus sempre com uma atitude de tristeza por ter ofendido a Deus (Sl.51; Is.55.7; I Ts.1.9). Esse voltar-se para Deus ou converter-se a Ele envolve arrependimento e fé (At.11.18; 13.48). É Deus quem realiza essa obra de conversão no coração do pecador. E, ao mesmo tempo, o crente também está envolvido nessa obra. Deus nos converte e nós precisamos a cada dia nos converter a Deus (Fp. 2.12,13).
Agora, irmãos! Note que o catecismo fala de verdadeira conversão (pg.88). Por quê? Porque existe também uma falsa conversão e a Bíblia nos adverte sobre isso. A palavra de Deus distingue conversão verdadeira de conversão temporária ou falsa. A conversão temporária é uma conversão falsa e aparente. É como a semente da parábola do semeador que caiu em solo rochoso, a qual não permaneceu nem deu fruto, mas durou pouco porque não tinha raiz. Assim são as pessoas que recebem a palavra com alegria, mas isso é de pouca duração, pois diante das dificuldades abandonam o Senhor (Mt. 13.20,21). A Bíblia mostra exemplo de pessoas que, apesar de estarem no meio da igreja, não se converteram de verdade (a mulher de Ló; Geazi, servo de Eliseu, Simão, o mago – At.8.13,20-23; Demas – II Tm. 4.10; os falsos crentes da Ásia – I Jo. 2.19).
Por outro lado, a Bíblia fala da verdadeira conversão. É a semente que caiu em solo produtivo e deu muitos frutos (Mt. 13.23). Quem nasceu de novo pelo Espírito é verdadeiramente convertido. Pois a verdadeira conversão é a evidência externa e conseqüente da regeneração. É uma mudança profunda da mente e do comportamento provocada pelo Espírito Santo. Vemos exemplos de verdadeira conversão na vida de Naamã, Zaqueu, Levi, Paulo e muitos outros que o Senhor verdadeiramente converteu para si mesmo. Devemos fazer parte desse time.
Ser verdadeiramente convertido não significa ser um crente perfeito que não peca mais. Nossa perfeição virá quando formos glorificados com Cristo. Mas a verdadeira conversão envolve duas características marcantes na vida de todo crente: 1) a morte do velho homem que é um morrer diário para o pecado; 2) o nascimento do novo homem que é um viver alegre e constante para Deus.
Note que o catecismo entende e define a conversão como uma obra contínua na vida do crente. Ela acontece em nossa peregrinação diária até o dia da volta de Cristo. A cada dia temos de nos esforçar para não se conformar com este mundo, mas para oferecer a nossa vida em gratidão a Deus (Rm. 12.1,2). A cada dia temos de lutar para deixar as obras das trevas e nos revestirmos das armas da luz e de Cristo (Rm.13.12-14). A cada dia temos de fazer morrer nosso velho homem e fazer viver o novo homem (Cl.3.6,9,10).
Vejamos o primeiro aspecto da verdadeira conversão que é a morte do velho homem. A expressão “velho homem” indica a nossa velha natureza, ou seja, nossa inclinação natural para pecar e não fazer a vontade de Deus. Mesmo regenerados, ainda temos uma natureza pecaminosa e por causa disso, devemos lutar para não pecar. Nossa luta significa fazer morrer nosso velho homem a cada dia (Cl. 3.5). Deus nos ajuda nessa luta e somos responsáveis por viver uma vida de verdadeira conversão fazendo morrer o velho homem que ainda resta em nós.
Mas o que é a morte do velho homem? “É a profunda tristeza por causa dos pecados e a vontade de odiá-los e evitá-los cada vez mais” (perg. 89). Observe que a morte do velho homem tem a ver com a nossa atitude em relação ao pecado. Uma vez convertidos, a nossa atitude em relação ao pecado mudou completamente. Antes da conversão, o pecado era algo normal para nós e nos alegrávamos e nos divertíamos no pecado. Mas convertidos, passamos agora a nos entristecer com nossos pecados, evitá-los e odiá-los cada vez mais. A vida de verdadeira conversão, portanto, é uma vida de tristeza, abandono e ódio em relação ao pecado.
Chorar por seus próprios pecados é uma evidência da verdadeira conversão e deve ser uma atitude contínua na vida do crente. Quando o assunto é nosso próprio pecado, a recomendação bíblica é se entristecer e chorar por eles (veja Tg. 4.8-10). O crente convertido se entristece profundamente com seus pecados porque passa a reconhecer o que realmente é o pecado. Ele passa a enxergá-lo não com os olhos do mundo, mas com os olhos de Deus. Para o mundo, o pecado é algo normal e comum, um divertimento. Os ímpios se deleitam em seus pecados. Práticas como adultério, homossexualismo, suborno, mentira, embriaguez, desejo de vingança são frequentemente praticadas e até aceitas como normais em nossa sociedade corrupta. O mundo trata o pecado como uma brincadeira. Novelas, programas de TV como reality shows (BBB ou a Fazenda) usam o pecado como um meio de divertir as pessoas.
Por outro lado, a Bíblia fala do pecado para nos advertir. Ela nos revela o que o pecado realmente é. O pecado, seja ele qual for, é uma ofensa grave contra o Deus Santo, algo que o entristece e provoca a sua ira. Por que Deus destruiu o mundo no passado com o dilúvio? Por que Deus entregou seu povo para ser cativo de povos pagãos? E por que Ele entregou o Seu próprio Filho para ser crucificado? Porque o SENHOR odeia e castiga o pecado que provoca a sua ira. Devemos enxergar o pecado com os olhos de Deus para nos entristecermos com nossos próprios pecados. O verdadeiro crente não se deleita em seus pecados nem com os dos outros, mas chora por eles (ver Sl.119.136).
Devemos lidar com os nosso pecados de acordo com a instrução bíblica (confissão, ódio, abandono, fuga). Essa é a recomendação bíblica para cada um de nós. Porém, é preocupante o fato de que muitos crentes estão mais ocupados com os pecados dos outros do que com os seus próprios pecados. Mas não ocupados no sentido de ajudar o próximo a vencer seus pecados, mas de julgar os outros e justificar a si mesmo. Não foi por acaso que Jesus nos advertiu sobre a nossa tendência farisaica de ver o argueiro no olho de nosso irmão e ignorar a trave que está em nosso próprio olho (Mt.7.3).
O Espírito Santo leva o crente a se entristecer com seus próprios pecados e com os do seu irmão. Mas que tristeza é essa que o Espírito opera em nós? Não é a tristeza segundo o mundo que encheu Judas de remorso por ter traído o Senhor. Ele não se arrependeu de verdade, mas se perdeu no seu pecado. Mas é uma tristeza segundo Deus, a mesma que levou Davi a confessar seu pecado ao Senhor no Salmo 51 e que levou Pedro a chorar amargamente por ter negado o seu Senhor. Qual tem sido a sua atitude em relação ao pecado? É claro que você peca todos os dias. Mas como você encara seus próprios pecados? Acomoda-se neles? Procura escondê-los? Pior ainda: deleita-se neles? Ou será que você, arrependido e triste, confessa seus pecados a Deus? “Sacrifícios agradáveis a Deus são espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus” (Sl. 51.17).
Além de se entristecer com seus pecados, o crente verdadeiramente convertido também se esforça a cada dia para fugir do pecado. Sua vontade sincera é evitar o pecado para agradar a Deus. A tristeza pelo pecado produz o ódio pelo pecado e a conseqüência natural disso é fugir do pecado e evitá-lo. Ao se entristecer pelos seus pecados, o crente passa a abandoná-los e fugir das ocasiões em que ele possa ser atraído e tentado a pecar.
A Bíblia nos ensina que a verdadeira conversão envolve a fuga e o abandono do pecado por parte do crente. “Deixemos as obras das trevas…” (Rm. 13.12); “Fugi da impureza” (I Co. 6.18); Abstenham-se das paixões carnais” (I Pe.2.11); “Foge das paixões da mocidade” (II Tm.2.22). Você tem se esforçado para seguir essas exortações? Examine o seu coração. Há algum pecado consentido em sua vida, por menor que seja? Não se demore em atacá-lo. Determine pela graça de Deus fugir das ocasiões em que ele pode ser praticado e arranque-o da sua vida o mais rápido possível. Lembre-se das sérias e urgentes palavras de Cristo que disse: “Se o teu olho ou mão te fazem tropeçar, arranca-os e lança-os para longe de ti” (Mt.5.29,30). Em outras palavras: “Seja radical com o pecado e corte-o da sua vida”.
Um crente convertido é uma pessoa sábia. Ele vai evitar as situações em que pode facilmente ser tentado ao pecado. Sobre as tentações na vida do crente, Lutero disse: “Não podemos impedir que as aves voem sobre nossas cabeças, mas podemos impedir que elas façam ninhos sobre nossa cabeça”. Ser tentado é uma coisa, mas se colocar facilmente em situações de tentação é outra. Pense nisso. Como você tem gasto o seu tempo? Que livros e revistas você tem lido? O que tem visto na TV e na Internet? Com quem você tem andado? A que lugares você tem ido? O crente convertido é uma pessoa sábia. Ele vai evitar situações, pessoas e lugares que possam facilmente atraí-lo ao pecado.
Seja encorajado com o exemplo de José. Ele não só recusou as investidas sedutoras da mulher de seu patrão, mas também demonstrou prudência em recusar estar com ela (Gn. 39.10). Ele podia ter cedido à tentação, pois poderia aliviar seu sofrimento e solidão ali no Egito. Mas ele não o fez. Por quê? Porque o SENHOR era com ele e porque ele amava a Deus (Gn. 39.9), ou seja, José era verdadeiramente convertido. Para o mundo, José foi um bobo. Mas para Deus, ele foi sábio. Meus irmãos, quando o assunto é o pecado, a melhor coisa a fazer é evitá-lo, fugir dele. Pense nas tristes conseqüências que o pecado pode trazer pra sua vida se você se entrega a ele. Muitas pessoas facilmente se entregam ao pecado porque só pensam na curtição do momento, mas se esquecem das conseqüências tristes e terríveis que o pecado traz consigo (desonra ao nome de Cristo e da sua igreja, quebra de relacionamentos, destruição da nossa integridade, doenças graves, etc.). O salário do pecado é vergonha e morte.
Meus irmãos! Não adianta orarmos a Deus: “Não nos deixes cair em tentação”, a menos que haja cautela da nossa parte para correr da tentação. Não adianta pedir a Deus que nos livre do mal, se não somos determinados a nos manter afastados do mal. A fuga e o abandono do pecado é uma característica do verdadeiro crente e o melhor caminho a ser seguido (ver Pv. 4.14,15,24). O crente se entristece, foge e abandona o pecado, porque ele quer viver para agradar a Deus.
Na verdade, todo crente verdadeiramente convertido vive uma luta intensa e diária contra o pecado (ver Rm. 7.18,19). A carne e o Espírito lutam dentro de cada crente (Gl.5.17). Lutar contra o pecado é um trabalho duro e diário. Lutero afirmou que o pecado é como a barba que está sempre aparecendo de novo. Em Hebreus 12.1 lemos que o pecado tenazmente nos assedia. No entanto, Deus exige de nós que nos desembaracemos dele e o abandonemos (Pv.28.13; Is.55.7)! Afinal de contas, o Senhor tem nos dado todos os recursos que precisamos para lutar nesta guerra contra o pecado e sair vitoriosos (Palavra, Espírito, oração, comunhão dos santos – Ef.6.10-20). Cristo não nos chama para a guerra sem nos equipar com a armadura da fé e nos dá a garantia da vitória, pois ele é o nosso Capitão que vai à nossa frente e está sempre conosco. Firmados em Cristo e armados com sua Palavra e Espírito nós podemos resistir e vencer o nosso pecado.
2) O Nascimento do Novo Homem
A verdadeira conversão envolve não só a tristeza pelo pecado, mas também alegria em viver para Deus na prática de boas obras (Pv.4.25,26). Vida cristã não é somente deixar de fazer o que é mal, mas também ser ativo em fazer o bem (Sl.34.14). Quando confessamos nossos pecados a Deus, ele não só nos perdoa, mas também restitui a nós a alegria da salvação e a disposição de louvar o seu nome, proclamar suas obras e oferecer-lhe sacrifícios de ações de graças (Sl.51.12,13,15).
Este é o segundo aspecto da verdadeira conversão: o nascimento do novo homem. “O que é o nascimento do novo homem? É a alegria sincera em Deus, por Cristo e o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras” (perg. 90). O crente convertido manifesta, em primeiro lugar, uma alegria sincera em Deus por causa de Cristo. A base da alegria do crente é Cristo e sua obra de redenção. O crente se alegra pela obra de Deus na sua vida. Ele se alegra no perdão que Deus lhe oferece e garante em Cristo. Ser um crente é ser uma pessoa alegre. A vida cristã deve ser uma vida de verdadeira alegria. Alegria sincera. Alegria em Cristo. “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos” (Fp. 4.4). A Bíblia nos chama a alegrar-se no Senhor. Alegrar-se pelas bênçãos que temos em Cristo (perdão, nova vida, vida eterna). Davi se alegrou em Deus ao receber o perdão dos seus pecados (Sl. 32.1,11).
Alegrar-se em Cristo não é deixar de enfrentar aflições nesta vida, mas é desfrutar do consolo e da paz que temos nele. O crente alegre confessa: “Cristo morreu por mim, pertenço a ele, ele cuida de mim, ele me garante a vida eterna e nada vai me separar do seu amor”. É essa alegria sincera que temos em Cristo que nos leva servi-lo com prazer em todas as coisas. Você é um crente alegre? Tem prazer nos cultos? Na leitura da palavra e na oração? Seu desejo é o mesmo do salmista que disse “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl. 122.1). A verdadeira conversão nos leva a servir a Deus com alegria (Sl. 100.)
Por causa da obra de Cristo em seu favor, o crente convertido alegra-se em viver conforme a vontade de Deus na prática de boas obras. Ele passa a ter um forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras. As coisas de Deus que antes você desprezava, agora você tem prazer nelas. Os mandamentos do Senhor que antes eram chatos e pesados pra você, agora se tornaram agradáveis e prazerosos na sua vida. Você tem prazer na lei do SENHOR (Sl.1; Sl.19; Sl.119). Não seguir os seus próprios caminhos, mas fazer o que agrada a Deus é agora o seu maior desejo. Pensar nas coisas do alto, buscar primeiro reino de Deus, revestir-se das obras da luz e manifestar em seu viver o Fruto do Espírito Santo é agora seu estilo de vida e sua prioridade. Nada lhe dá mais prazer do que viver para Deus.
Tem sido assim a sua vida? Você tem experimentado a obra do Espírito Santo? Sua vida é uma vida de verdadeira conversão? Você tem prazer na lei de Deus, em guardar os seus mandamentos? Meus irmãos! Vida cristã é vida de verdadeira conversão. É vida de mudança profunda e radical em todas as áreas da nossa vida. No lugar de mentiras, fofocas e palavras torpes, agora falamos a verdade em amor e palavras que edificam o nosso próximo. No lugar de sermos infiéis e desonestos no trabalho, passamos a ser fiéis em nossas tarefas, sejamos patrões ou empregados. No lugar de avareza e cobiça, passamos a ser contentes com o que Deus nos dá. No lugar de ódio e vingança, passamos a amar nossos irmãos e até nossos inimigos. No lugar de sermos filhos rebeldes, passamos a ser filhos obedientes aos nossos pais. No lugar de desonrarmos o casamento, passamos a honrá-lo como Deus quer, sendo um esposo amoroso e uma mulher submissa.
Louve a Deus em perceber essa profunda mudança em sua vida. Pois a conversão é uma obra da graça de Deus em nossa vida. O Seu Espírito nos capacita a praticar boas obras conforme a sua lei, com verdadeira fé e para a sua glória (P&R 90). Boas obras devem ser feitas de acordo com a lei de Deus. Essa é a norma ou padrão absoluto. Somente a lei de Deus determina ou regula o que é bom e o que é mal e não a opinião ou a tradição dos homens. Não é o que pensamos ou determinamos que é bom ou ruim, mas o próprio Deus. Pense no rei Saul, por exemplo. Deus o ordenou fazer uma coisa, mas ele fez outra e ainda achava que estava agradando a Deus. O Senhor ordenou-lhe que destruísse os amalequitas completamente. Porém, ele poupou a vida do rei e ainda manteve o melhor do gado dos amalequitas para oferecer um sacrifício ao Senhor. Ele pensava estar fazendo uma boa obra para Deus. Mas o profeta Samuel o repreendeu duramente por sua desobediência (ver 1 Samuel 15:22-23).
Nosso problema é que, assim como Saul, temos a tendência de atribuir ao nosso comportamento egoísta uma conotação piedosa. Mas se você quer que sua conduta seja aceitável a Deus, então, submeta-se completamente ao padrão da lei de Deus e não à sua opinião e nem de outro homem qualquer. Importa obedecer a Deus e não aos homens.
Meus irmãos! Vivamos vidas de verdadeira conversão a cada dia de nossas vidas. Andemos de modo digno do evangelho, fazendo morrer o nosso velho homem e revestindo-nos do novo homem. Que Deus nos ajude a conformar nossa vida segundo a sua palavra e a viver cada dia para sua glória como crentes verdadeiramente convertidos. Amém.
Elissandro Rabêlo
Bacharel em Teologia pelo CETIRB – Centro de Estudos de Teologia das Igrejas Reformadas do Brasil (Atual Instituto João Calvino) (1999-2004). Fez Convalidação de Teologia na Universidade Mackenzie em São Paulo (2017). Ministro da Palavra e dos Sacramentos da Igreja Reformada do Grande Recife (PE), servindo como Missionário da Igreja Reformada em Fortaleza (CE).
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.