Leitura: Hebreus 10.1-25, Romanos 5.1-11, 8.31-39
Texto: Dia do Senhor 29 e 30
Congregação do nosso Senhor Jesus Cristo,
Nas últimas semanas, temos estudado os sacramentos da igreja cristã. O objetivo deste estudo é para que possamos entender corretamente o que esses sacramentos significam e para que fim Cristo os destinava para que possamos melhor apreciá-los e nos beneficiar deles em nossa vida cristã aqui nesta igreja.
Na semana passada começamos a olhar para a Ceia do Senhor em termos gerais, tentando responder às perguntas básicas: (1) o que significa? E (2) por que isso importa – por que é importante na vida cristã?
Nesta manhã, queremos focar em algo muito específico, que é: qual é a diferença entre a Ceia do Senhor, como celebramos na Igreja Reformada, e a Missa Católica Romana?
Esta é uma questão importante hoje, já que provavelmente o nome mais comum pelo qual a Ceia do Senhor é chamada no mundo é “Missa”. A maioria de nossos vizinhos, se souberem alguma coisa sobre a fé cristã, presumirão que a Ceia do Senhor (como nós a chamamos) é basicamente uma forma da missa. E se você disser: “ah, não, não é a mesma coisa”, eles podem muito bem perguntar: “por quê? Qual é a diferença?”
Agora, ao fazer isso, quero primeiramente responder a uma objeção que pode estar por aí: por que precisamos falar sobre as nossas diferencias com a igreja Católica Romana? Isto não acaba só provocando discórdia? Não seria melhor concentrarmo-nos nas áreas em que concordamos?
É verdade que há muitas áreas em que podemos concordar com os católicos romanos e trabalhar ao lado deles. Nosso objetivo ao estudar as Escrituras a respeito desses assuntos não é alimentar velhas divergências ou julgar outras pessoas. Mas a fé cristã é tal que a doutrina importa. A verdade importa. O Evangelho importa. Grande parte das Escrituras — a maior parte do Novo Testamento — é dedicada a ensinar e defender a verdade do Evangelho e as doutrinas que sustentam essa verdade. Essa é apenas a natureza do Evangelho e a natureza das Escrituras. É verdade que a graça de Deus nos ensina a ser graciosos e misericordiosos com os outros, e queremos praticar isso também com todos os católicos romanos. Mas isso não quer dizer que devemos deixar a doutrina de lado. Queremos chamar cada um a estudar a Palavra de Deus com humildade e reverência, e finalmente chegar em acordo, como o Apóstolo Paulo nos ensina (Fil. 2:2) “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.”
E é o caso aqui também. Acabamos de ler o Dia do Senhor, e é claro que nossa confissão diz que esta é uma questão que importa. Essa é uma questão pela qual vale a pena lutar.
E de fato, a própria Igreja Católica Romana afirma o mesmo. A decisão do Concílio de Trento – que a Igreja Católica Romana ainda defende hoje – também diz que esta é uma questão importante. Ele também reconhece que estamos lidando aqui com visões fundamentalmente diferentes do Evangelho, e a Igreja Católica Romana até condena (anatematiza) aqueles que defendem a posição reformada.
Portanto, precisamos ser fortes aqui e não ter medo de defender a verdade do Evangelho, de forma respeitosa e humilde.
Então a questão que está na nossa frente é, a Missa Católica Romana é a mesma coisa que a Ceia do Senhor, apenas com um nome diferente, ou é algo completamente diferente?
Quero dividir esta discussão em dois pontos principais: (1), a questão da transubstanciação – a crença católica romana de que o pão e o vinho literalmente se transformam no corpo físico e no sangue de Jesus; e (2) a natureza da Ceia do Senhor como um “sacrifício”.
1. A questão da transubstanciação
A primeira questão que queremos examinar, então, é a questão da transubstanciação. Pode parecer uma questão secundária, não particularmente relevante, mas na verdade é essencial para a compreensão católica romana do que é o sacramento e o que acontece lá. Assim, a Igreja Católica Romana mantém a visão de que o pão e o vinho literalmente se transformam nocorpo e sangue físicos de Jesus no momento em que as palavras da instituição são ditas (e elas tipicamente tocam um sino para marcar este momento). É assim expresso no Catecismo Católico Romano:
O Concílio de Trento resume a fé católica declarando: «Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação.»
Agora, novamente, isso pode parecer para alguns de nós apenas uma estranha peculiaridade da doutrina católica romana, mas na verdade é essencial para a visão católica romana da Ceia do Senhor, porque, como resultado dessa mudança, o pão e o vinho são realmente adorados lá no altar. Assim, os congregados vão para a frente, curvam-se diante e adoram o pão e o vinho como Deus, porque eles acreditam que estes elementos realmente são o corpo literal de Cristo. Mais uma vez, o Concílio de Trento declara assim:
O Filho unigênito de Deus deve ser adorado no Santíssimo Sacramento da Eucaristia com o culto de “latria”, incluindo o culto externo. [Esse é a forma de adoração mais alta no sistema católico romano, o tipo de reverência e adoração que somente pode ser dirigida ao próprio Deus.] O Sacramento, portanto, deve ser honrado com extraordinárias celebrações festivas e solenemente levado de um lugar para outro, em procissões segundo o louvável rito universal e costume da santa Igreja. O Sacramento deve ser exposto publicamente para a adoração.
Isso já é uma diferença enorme. Aqui na igreja reformada, nós afirmamos que a Ceia do Senhor é fundamentalmente uma refeição memorial, onde Cristo lembra de Sua morte por nós e promete que pertencemos a Ele e Ele a nós; mas não tomamos as palavras de Jesus, “isto é o meu corpo; faça isso em memória de mim” literalmente para significar que o pão ou vinho literalmente se transforma no corpo físico de Cristo. Ele estava falando em linguagem sacramental, assim como vemos nos sacrifícios e cerimônias do Antigo Testamento. Por exemplo, quando o Novo Testamento chama Cristo de nosso “cordeiro pascal”, não está sugerindo que Cristo é literalmente um cordeiro; é linguagem sacramental.
Esta doutrina da transubstanciação faz uma grande diferença, porque, de acordo com a visão católica romana, uma vez que o pão e o vinho se tornaram literalmente o corpo físico e o sangue de Cristo, eles devem ser literalmente adorados.
É por isso que o catecismo fala aqui da Missa como uma “idolatria maldita”. Isso pode soar como uma linguagem muito forte (e é!), mas está simplesmente abordando os fatos do caso. Se você está adorando algo como Deus que não seja Deus, é idolatria.
De fato, Peter Kreeft, um conhecido estudioso católico romano e defensor do catolicismo romano, diz o seguinte sobre a questão da transubstanciação:
“Se a doutrina da Presença Real de Cristo na Eucaristia não fosse verdadeira, essa adoração seria uma idolatria muito grande: curvar-se ao pão e adorar o vinho! E se a doutrina for correta, então recusar-se a adorar é igualmente monstruoso.”
Esses são os fatos da questão. Se é o corpo de Cristo, então deve ser adorado como tal (assim como os discípulos adoraram Jesus em Seu corpo); e se não for, então seria idolatria fazê-lo. Essas são realmente as duas únicas opções, é uma ou outra. É por isso que o Concílio de Trento não apenas declara que é correto adorar o pão e o vinho, mas também condena como apostasia aqueles que se recusam a adorá-lo. Muita coisa depende dessa pergunta.
E é por isso que mantemos nossa afirmação, mesmo séculos depois, de que o que a Igreja Católica Romana está fazendo não é certo. Não temos prazer nem orgulho em dizer isso, mas dizemos isso com sinceridade, com a esperança de que eles se arrependam.
Nos dias dos reis de Israel, um dos grandes pecados das dez tribos do norte foi que eles construíram para si mesmos esses dois bezerros de ouro em Dã e Betel, para adorar a Deus. E eles deixaram bem claro para seus irmãos de Judá que eles não estavam adorando outro Deus, mas adorando o Deus Verdadeiro, o mesmo Deus, através do bezerro de ouro. Mas por 800 anos, Deus continuou a chamá-lo do que era: uma idolatria condenada. Nossa reverência, nossa sinceridade e nossa devoção não podem mudar os fatos do caso. Devemos ser fortes aqui. Devemos ouvir a Palavra de Deus. Devemos chamá-lo do que é.
2. A natureza da Ceia do Senhor como um “sacrifício”.
Isso nos leva à segunda questão: a natureza da Ceia do Senhor como um “sacrifício”. Aqui, o que queremos ver é que a doutrina da transubstanciação muda radicalmente o que a Ceia do Senhor realmente é e o que ela faz. Este é realmente o cerne da diferença, e é por isso que dizemos que não são apenas duas “versões” do mesmo sacramento, mas duas coisas fundamentalmente diferentes.
De acordo com a doutrina católica romana, é necessário que Cristo esteja fisicamente presente em seu corpo no pão e no vinho, porque a missa não é apenas uma refeição memorial, mas é um sacrifício de Cristo para o perdão dos pecados. Escute novamente o Concílio de Trento sobre isso:
O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: “A vítima é uma e a mesma: o mesmo agora se oferece pelo ministério dos sacerdotes, que antes se ofereceu na cruz; apenas a maneira de oferecer é diferente”.
Em outras palavras, a única diferença entre o sacrifício de Cristo no Calvário, há dois mil anos, e o sacrifício da missa, semana após semana, é a maneira pela qual Cristo é sacrificado. A doutrina Católica Romana ensina que a Missa é necessária para trazer o sacrifício de Cristo que aconteceu há dois mil anos, para o presente– caso contrário, nossos pecados no presente não poderiam ser perdoados. Escuta isso novamente. A missa é necessária para trazer o sacrifício de Cristo para o presente; caso contrário, nossos pecados presentes não podem ser perdoados.
É isso que nós, como a igreja reformada, dizemos: isso é um falso evangelho. As Escrituras nos dizem que Cristo morreu uma única vez para a remissão completa dos pecados de todos os que pertencem a Ele, e assim retirando deles completamente o julgamento de Deus—tanto temporal como eterno. Assim, pelo sacrifício de Cristo no Calvário, nós somos reconciliados definitivamente com Deus. Nas palavras de Hebreus 10:12, “Cristo ofereceu para sempre, um único sacrifício pelos pecados.” Ou, nas palavras de Romanos 5:10: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Ou novamente em Rom. 8:1: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”
Nós afirmamos que Cristo morreu uma vez, dois mil anos atrás, e que aquele sacrifício pagou o preço por nossos pecados, de uma vez por todas, e removeu para sempre o julgamento de Deus contra todos os pertencem a Ele e crêem nele; e portanto, nós não precisamos mais nada para ser reconciliados com Deus.
Agora, geralmente a resposta da Igreja Católica Romana a isso é que Ela concorda com isso, e que a Missa não é um “novo” sacrifício pelos pecados, mas apenas uma espécie de-apresentação do sacrifício, que literalmente toma o sacrifício de Cristo na cruz há dois mil anos, e o traz, por assim dizer, para o presente, para que também expia os pecados presentes.
Mas o problema ainda permanece: é pode ser formulado como uma simples pergunta: Ainda temos pecados pendentes, que ainda precisam ser perdoados por Deus, pelos quais o sacrifício de Cristo precisa ser reapresentado ou não? Vivemos sob o julgamento de Deus ou não? A alegria da fé cristã é que nossos pecados são verdadeiramente perdoados e lavados em Cristo, de uma vez por todas. Assim são, ou não são?
Assim, o Concílio de Trento chama a missa de “sacrifício propiciatório” – ou seja, um sacrifício que paga pelos pecados e afasta a ira de Deus. Isso claramente implica significa que nós precisamos de um novo perdão por nossos pecados, regularmente, que não podemos obter exceto pela missa.
Precisamos reconhecer que esse é um Evangelho diferente. Precisamos deixar claro que essa doutrina é uma negação do sacrifício de Cristo. Não dizemos isso porque nos apressamos em condenar. É porque amamos o Evangelho e toda a paz e alegria que o Evangelho pode trazer, e que toda religião de obras destrói. Se nós não vivemos em cada momento verdadeiramente reconciliados com Deus, então não tem alegria nenhuma na vida Cristã.
Agora, a Igreja Católica Romana será rápida em apontar diferentes passagens das Escrituras que falam de um “sacrifício” que continuará a ser oferecido mesmo na era do Novo Testamento. Por exemplo, em Malaquias 1, Deus fala sobre a era vindoura que virá com o Messias, e diz, “desde o nascente do sol até o poente meu nome será grande entre as nações, e em todo lugar será oferecido incenso a meu nome e uma oferta pura.” Então, este texto não diz que ainda haverá um sacrifício contínuo na era da igreja?
Agora, por um lado, devemos ter cuidado com textos como esses, porque os profetas do Antigo Testamento sempre descreveram a era do Novo Testamento nos termos do Antigo Testamento. Assim Isaías 2, por exemplo, diz que na era vindoura, todas as nações subirão a Jerusalém, ao monte do Senhor. Acreditamos que essa profecia está se cumprindo, através da propagação do Evangelho, as nações cada vez mais conhecendo o SENHOR Deus, mesmo se nunca vão literalmente para Jerusalem. A era do Novo Testamento é descrita nos termos da era do Antigo Testamento, e o mesmo é verdade quando fala das nações trazendo “tributos” e “sacrifícios”.
Mas tem outra explicação ainda mais óbvia para esta profecia. Pois não havia apenas um tipo de sacrifício no Antigo Testamento – a oferta pela culpa e o sacrifício de expiação – mas também havia ofertas de graças e ofertas de paz . No Novo Testamento, a adoração da igreja é descrita exatamente nesses termos. Paulo diz em Romanos 12: “apresentem os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto espiritual”. Obviamente, quando Paulo escreve isso, ele não quer dizer que devemos apresentar nossos corpos como um sacrifício expiatório – para cobrir nossos pecados – porque esse sacrifício já foi oferecido em Cristo; mas sim, como sacrifício de adoração e graças. Você vê a mesma coisa quando os filipenses ofereceram um presente de apoio a Paulo, e Paulo diz: “Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.” Então sim, haverá sacrifícios ofertados ao senhor em toda a terra, e até a nossa participação na ceia do senhor pode ser descrito nestes termos—mas é um sacrifício de louvor e de gratidão, não um sacrifício expiatório. É exatamente nestes termos também que muitos pais da igreja durante os primeiros séculos falaram sobre o culto em geral e a missa em particular. Eles muitas vezes usavam a linguagem de sacrifício, mas não se encontra em lugar nenhum a idea de que é um sacrifício propiciatório.
E nós oferecemos esse sacrifício, justamente porque temos a alegria de saber que o outro sacrifício já foi oferecido completamente. Damos nossas vidas a Deus em gratidão, justamente porque sabemos que Deus nos reconciliou consigo mesmo pela morte de Cristo, de uma vez por todas, fazendo a paz entre nós e Deus.
Se você seguir o fluxo de pensamento do livro de Romanos, também poderá ver isso. Nos primeiros quatro capítulos, Paulo fala sobre nosso pecado e culpa, e como nada pode nos livrar disso a não ser o sacrifício de Cristo a quem Deus apresentou como propiciação por nossos pecados. Então, o capítulo 5:1 é o grande ponto de virada. Lá, Paulo escreve, Rom. 5:1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo…” Aí, nos capítulos 5-8, Paulo explica a experiência de viver agora como um povo reconciliado com Deus – terminando com as palavras: “nada pode nos separar do amor de Cristo”.
Os capítulos 9-11 tratam da questão das promessas da aliança de Deus, à luz do fato de que a maioria do povo judeu rejeitou a Cristo – e Paulo fala sobre a eleição de Deus ao escolher um povo para a salvação.
E então, finalmente, os capítulos 12-16 falam sobre o sacrifício de ação de graças que o povo de Deus oferece a Ele com suas vidas. Assim o capítulo 12:1 começa com estas palavras:
Rom. 12:1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
E então ele passa a descrever como isso fica na prática. A renovação de nossas mentes. Servindo uns aos outros com amor. Alegrar-se na esperança, ser paciente na tribulação, ser constante na oração. Contribuir para as necessidades dos santos. Mostrar hospitalidade. Retornar o bem pelo mal. E assim por diante. Esse é o sacrifício das nações que os profetas do Antigo Testamento esperavam.
Então, ao encerrarmos isso, queremos realmente lembrar pelo que estamos lutando. Não é nosso propósito julgar ou condenar os outros. Mas é nosso propósito defender a verdade do Evangelho, e é importante que tenhamos coragem e convicção para reconhecer onde ele está sendo corroído, e assim lutar pra defendê-lo.
Deixe-me encerrar, então, com apenas algumas palavras de aplicação:
#1, é claro, vamos nos certificar de que de fato nós celebramos a Ceia do Senhor com o propósito para o qual Cristo a instituiu, em memória Dele, como um memorial constante de Sua graça para nós, e uma garantia constante de que nós pertencemos a Ele, e Ele a nós. Não adianta defender isso na doutrina, mas não viver isso na prática.
#2, vamos abraçar todas as oportunidades que temos para construir relacionamentos com nossos amigos, vizinhos, colegas e familiares que são católicos romanos, e fazê-lo com sinceridade e sem malícia nenhuma em nossos corações. Embora detestemos as doutrinas que a Igreja Católica Romana ensina, pelas quais acreditamos que elas realmente distorcem o Evangelho da graça, de modo algum guardamos malícia em nossos corações para aqueles que permanecem dentro dessa igreja; mas nós os exortamos a se separarem dela; e exortamos os líderesdessa igreja a se arrependerem e se afastarem desses erros.
Nossa esperança e nossa oração não é a eliminação da Igreja Católica Romana. É a Reforma da Igreja Católica Romana. Assim era também o objetivo dos primeiros reformadores. Nunca foi separar-se da Igreja Católica Romana, ou criar uma nova igreja, mas reformar a igreja de Cristo. Esse continua sendo nosso objetivo.
Podemos agradecer a Deus que muitos daqueles que conhecemos que pertencem externamente à Igreja Católica Romana, entendem e crêem no Evangelho muito melhor do que as autoridades daquela Igreja que impõem essas distorções do Evangelho. Agradecemos por isso.
Mas oramos para que Deus também imprima em seus corações que o que eles praticam não é a Ceia do Senhor, mas uma distorção do Evangelho e uma idolatria que Deus condena. Nós não usamos essa palavra casualmente. Queremos dizer isso com a mais sincera sobriedade.
E, finalmente, #3, Para aqueles de nós que têm amigos, colegas ou vizinhos católicos romanos, talvez não existe melhor testemunho ao entendimento bíblico do sacrifício de Cristo do que mostrar em sua própria vida a paz que temos com Deus e o amor que temos por nosso Pai. Nosso Pai que não nos condena— nem nos ameaça com o Purgatório — mas com quem temos paz perfeita e imerecida por meio de Cristo que morreu por nós. O melhor testemunho é aquele cântico alegre que vem do coração de um cristão perdoado, que canta: “Estou convencido de que nada pode nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.
Esse Evangelho traz uma alegria que nenhum outro Evangelho é capaz de trazer.
Jonathan Chase
O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.