Dia do Senhor 07

Leitura: João 15.01-08
Texto: Dia do Senhor 07

Amada igreja do Senhor Jesus.

Irmãos, no domingo 6 do catecismo de Heidelberg, nós aprendemos que o Senhor Deus, enviou o seu Filho amado ao mundo para nos salvar dos nossos pecados. Ele ofereceu o que tinha de mais precioso por pessoas miseráveis como nós. O que Ele prometeu outrora, cumpriu no seu Filho Jesus Cristo. Isto nós vemos no seu santo evangelho. Ele fez questão de nos revelar quem era o salvador que deveríamos buscar. Ele fez questão de colocar uma seta indicando quem era que deveríamos buscar. Desde a queda de Adão e Eva, Ele fez isto. Até que cumpriu sua promessa enviando seu Filho para morrer por nós.

Irmãos, em Hebreus 11.6 diz: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. A Escritura Sagrada é bem clara quando diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Quem não crer em Deus não tem fé. A fé é necessária para crermos nas promessas de Deus. E, é exatamente esse o assunto que o domingo 7 fala. Ele fala da fé que devemos ter no Senhor Jesus. Mas, que fé é essa?
Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: A Fé Que Nos Salva dos Nossos Pecados

É Uma Fé Que Nos Unem a Jesus Cristo.
É Uma Fé Que Nos Faz Confiar nas Promessas de Deus.

  1. A Fé Que Nos Salva dos Nossos Pecados – É Uma Fé Que Nos Unem a Jesus Cristo

Irmãos, o domingo 7 pergunta se todos os homens se tornam salvos por Cristo. Ele quer saber se todos os homens são trazidos de novo à comunhão com Deus. Porque todos os homens são em Adão amaldiçoados. Isso mesmo, todos os homens em Adão são amaldiçoados. Há uma maldição em seus ombros. Há uma ira sendo derramada diariamente sobe o homem em Adão. Porque Adão era o representante de toda humanidade. Quando ele caiu, toda humanidade caiu com ele no pecado. Por causa disso ele traz uma maldição sobre si mesmo e que também está em seus descendentes.

Mas Cristo veio para salvar a humanidade de seus pecados. Ele veio ser o salvador do mundo. Ele veio para libertar o homem de seu cativeiro de pecado e do domínio do diabo. Porque Jesus é o segundo Adão. Ele veio fazer o que o primeiro Adão não conseguiu fazer: satisfazer a justiça de Deus. Por isso que o catecismo pergunta: “Todos os homens, então, tornam-se salvos em Cristo, assim como pereceram em Adão?”. As Sagradas Escrituras afirmam claramente em Mateus 22.14: “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”. As boas novas são pregadas todos os domingos. As pessoas passam pela frente do prédio da igreja com as portas abertas. Mas ninguém entra para ouvir. O evangelho é pregado desde a queda de Adão e Eva no paraíso. Muitos foram chamados pelo evangelho. Mas daqueles muitos chamados, poucos foram escolhidos por Deus para a salvação. Nem todos que entram na igreja são crentes em Cristo. Porque Jesus Cristo disse em Mateus 7.14: “Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. O caminho que conduz a vida é apertado e difícil de caminhar por ele. Existe muitos obstáculos a ser enfrentado e vencido. É um caminho de sofrimento e angústia. Um caminho de auto-negação. Desprezar os seus desejos e caminhar sem transgredir a vontade de Deus. Por isso muitos fracassam e desistem durante a caminhada. Porque não estão dispostos a renunciar tudo para seguir o caminho de Cristo. Quem já leu o livro “O Peregrino”, viu os perigos que aquele homem cristão sofre para chegar até Cristo. Eu recomendo que os irmão leiam este livro. Assim é a vida do cristão. Uma vida cheia de dificuldades. Além do caminho ser apertado, a porta que conduz a salvação também é estreita para passar muitos. Porque até os escolhidos entram por ela com dificuldades. A porta é estreita porque nem todas as pessoas passam por ela. Porque muitos querem o caminho largo e espaçoso. Mas esse caminho largo e espaçoso leva a perdição. Leva ao inferno.

Contudo, Deus não tem prazer na morte dos homens. Como diz 2 Pedro 3.9: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julga demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Os irmãos para quem Pedro escreveu, estavam sendo motivo de escárnios pelos escarnecedores. Os escarnecedores estavam dizendo que a segunda volta de Cristo nunca iria acontecer. Pois já se passaram muito tempo e Jesus não havia ainda retornado para buscar os seus. Eles diziam que a volta de Jesus Cristo é um fracasso. Assim muitos irmão estavam sofrendo porque Jesus ainda não tinha voltado. Mas, Pedro diz para eles não se preocuparem com isso. Porque Deus não retarda sua promessa, como os escarnecedores estavam dizendo. Pelo contrário, ele é paciente para com os eleitos. Deus não quer que nenhum dos seus eleitos morram. Ele quer que todos cheguem ao arrependimento. Ele quer que seus eleitos cheguem a fé. Porque Deus não tem prazer na morte do ímpio. Ele espera até que o ímpio se volte do seu caminho de maldade. Não é demora, mas é paciência. Porque o desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos, como diz 1 Timóteo 2.4: “O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. Isto não significa que Jesus morreu por todos os homens. Mas, significa que Ele quer que todos os tipos de homens sejam salvos, ricos e pobres; importantes e não importantes; negro ou branco. Deus não faz acepção de pessoas. Contudo, muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Muitos são chamados pelo evangelho, mas não se arrependem nem crêem em Cristo. Por isso morrem na sua incredulidade. Isso não ocorre por fraqueza e insuficiência do sacrifício de Jesus na cruz. Mas pela culpa do próprio homem. Porque a morte de Jesus Cristo tem força e, é suficiente para salvar todos os homens do mundo. Mas, isso não ocorre. Porque não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus usar de sua misericórdia.

Irmãos, foi através do sacrifício de Jesus Cristo que fomos reconciliados com Deus. O seu sacrifício foi para nos salvar. Foi para nos libertar da escravidão e nos garantir a salvação eterna. Mas como nos apossamos das bênçãos de Cristo? O catecismo de Heidelberg diz que é através da verdadeira fé que, os crentes são unidos a Cristo e aceitam todos os seus benefícios. Todo aquele que crer em Jesus Cristo será salvo. Mas aquele que se manter rebelde será condenado. Porque a ira de Deus permanece sobre ele. É através da verdadeira fé que somos implantados em Jesus Cristo. A fé é o instrumento usado por Deus para nos unir a Cristo. É com a fé que abraçamos a Cristo como nosso Salvador e Senhor de nossas vidas. E assim aceitamos os seus benefícios através da fé. A fé é como uma mão vazia. Ela por si só não é nada. Por si só não salva ninguém, mas é por meio dela que Deus faz com que nos apropriemos das bênçãos espirituais. Nessa mão vazia, que é a fé, Deus coloca todos os benefícios que Jesus conquistou na cruz. Assim nos tornamos unidos em Cristo, por meio da fé.

João 15 fala dessa união maravilhosa que temos em Cristo. Neste texto fala da videira verdadeira e os ramos. Quando o ramo está ligado a videira, a seiva, ou a essência da vida sai da videira, que é Cristo, e entra nos ramos, que são os crentes. Estamos ligado a Cristo através da fé. É pela fé que Deus nos incorpora a Jesus. Assim tudo o que é dele se torna nosso. Nós participamos dos tesouros que ele conquistou na cruz. Assim somos membros da videira verdadeira que é Jesus Cristo. Somos chamados a produzir frutos. Quando um galho não está produzindo nada, ele é cortado e lançado fora. Porque quem não estar unido com Cristo vai ser lançado fora. Será lançado no fogo do inferno para sofrer.

Porque a verdadeira fé que é criada pelo Espírito Santo, ela abraça a Cristo e o aceita como seu Salvador e Senhor. Pela fé o crente se torna participante dos bens que Jesus conquistou na cruz.

  1. A Fé Que Nos Salva dos Nossos Pecados – É Uma Fé Que Nos Faz Confiar nas Promessas de Deus

Irmãos, a fé verdadeira nos unem a Cristo. Ela aceita tudo o que Cristo conquistou na cruz como seu. Através da fé nos apropriamos das bênçãos espirituais que Deus nos concede. Pela sua graça, Ele coloca em nossas mãos os bens conquistado por Jesus Cristo na cruz. Deste modo nós temos a certeza de que tudo o que Jesus fez foi por nós. Nós que somos os seus escolhidos. Nós que fomos salvos no sacrifício de Jesus Cristo. O poder do sacrifício de Cristo é infinito e pode salvar todos os homens da terra. Porém, esse beneficio só é direcionado aos seus eleitos. Como Jesus Cristo mesmo disse em sua oração sacerdotal em João 17.9: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”. Jesus mesmo está dizendo que não roga, nem intercede pelo mundo inteiro. Mas apenas pelos eleitos, os filhos de Deus. São os eleitos que Deus predestinou para receber a vida eterna através do sacrifício de Cristo. O sacrifico de Jesus Cristo tem poder para salvar o mundo inteiro. Contudo, esse sacrifício é direcionado apenas aos eleitos. Só para os eleitos é destinado esse beneficio da vida eterna.

A fé é o meio pelo qual Deus concede os bens de Cristo. Por isso que o catecismo pergunta: “O que é a verdadeira fé?”. O catecismo quer saber o que é uma verdadeira fé. Porque no mundo existe uma fé falsa. Uma fé que confia nas coisas do mundo. A fé falsa não aceita a palavra de Deus como faz a verdadeira fé. A Bíblia diz que uma fé sem obra é morta (Tg 2.20). Uma vida longe de Cristo é uma vida sem fé. Uma vida sem vida. Mergulhada na angustia e desespero. Destinada ao castigo eterno. Porque a fé dessas pessoas são falsas. Isto nós podemos ver em Mateus 13. Aonde Jesus fala da parábola do semeador.

O primeiro tipo de fé falsa é aquela em que a semente cai na estrada. Ela não protesta contra a palavra de Deus. Acredita como nós em alguma coisa. Mas não muda, não tem reação e não se converte. Deixam a palavra de Deus e vão embora. O segundo tipo de fé falsa é aquela que causa entusiasmo nas pessoas. São aquelas que a semente caiu sobre a rocha. Elas acham o conteúdo da Bíblia lindo e até gostam de conversar sobre ela. Mas, falta profundidade. O seu coração não se converteu ao Senhor. E quando surge as primeiras dificuldades abandonam a Palavra de Deus. É somente uma fé temporária. O terceiro tipo de fé é aquela que caiu na terra entre os espinhos. Elas até crêem que coisas milagrosas podem acontecer. Porém, seu coração está lá fora no mundo. Essas pessoas acham mais importante as coisas que o mundo oferece do que servir e se dedicar a Deus. Nunca tem tempo para fazer alguma coisa na igreja. Nunca se importa com as coisas espirituais. Mas, quando se fala em coisas do mundo sempre estão dispostas a fazer o máximo para participar. E com todo esse cuidado pelas coisas do mundo, abandonam a verdade e se desviam. Se desviam porque seu coração nunca esteve em Cristo.

Entretanto, o catecismo destaca duas coisas importante em uma verdadeira fé: O conhecimento firme e a plena confiança. O conhecimento firme não é um conhecimento teórico. Mas, é um conhecimento em amor. Por esse conhecimento nós aceitamos tudo o que Deus revelou em sua palavra. Nós aceitamos que por Deus todas as coisas foram formadas. E esse conhecimento não duvida do que Deus revelou em sua santa Palavra. O crente tem esse conhecimento que Deus é verdadeiro. Que Deus revelou só a verdade. Ele tem firmeza em seu conhecimento e pode dizer amém, as coisas revelada pelo Senhor.

A outra coisa é a plena confiança. Mas, essa plena confiança não vem separada do firme conhecimento de que é verdade tudo o que Deus revelou em sua Palavra. A plena confiança sabe que Deus concedeu a remissão dos pecados, a justiça eterna e a salvação através de Cristo. É uma convicção nas promessas feitas por Deus. E essa verdadeira fé não é abalada por nada. Mas, continua firme nas promessas do Senhor. Ela não duvida em nada do que o Senhor prometeu em seu evangelho. É exatamente por isso que o catecismo no domingo 7 pergunta: “Em que um cristão deve crê?”. E a resposta é: “Em tudo o que nos é prometido no evangelho”. A nossa fé deve ser posta nas promessas de Deus. Em nada duvidando mas confiando mesmo sem ver. Hebreus 11.1 diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. Isso é fé nas promessas do Senhor. Isto podemos ver na vida de Abraão. Romanos 4.18 diz: “Abraão, esperando contra esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência”. Por esse ato de fé, ele foi considerado o pai de todos os crentes. Ele creu naquilo que não viu. Ele esperou nas promessas de Deus. Ele tinha o conhecimento de que Deus é fiel e a plena confiança nas promessas de Deus. Ele sabia que Deus não o deixaria na mão. Isto é verdadeira fé. Isto é confiar e não duvidar. É crer naquilo que o mundo não tem esperança.

Fé é acreditar de tal maneira que não duvida em nada do que Deus prometeu em sua palavra. Ele prometeu a todos os que crêem em Cristo, que terá vida eterna. Terá o descanso eterno. E nós cremos nisso e podemos dizer é verdadeiro o que Deus prometeu. Nós confiamos e confessamos que Deus nos salva dos nossos pecados e nos torna unidos em Cristo através da fé. Assim recebemos seus bens e temos a certeza da vida eterna.

Amém.

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Alexandrino Moura

É formado pelo Centro de Estudos Teológicos das Igrejas Reformadas do Brasil. Serve à Igreja Reformada do Grande Recife (PE) como Ministro da Palavra e dos Sacramentos.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.