Dia do Senhor 02

Leitura: Romanos 03:19,20
Texto: Dia do Senhor 02

Amada congregação do Senhor Jesus,
Vocês são pecadores miseráveis!

Essa é a revelação que a Lei de Deus traz para todos os homens.

A igreja em Roma estava sofrendo com pessoas que pregavam que o homem poderia ser justificado pelas obras da lei. Essa mensagem ameaçou a igreja em Roma. Então, o apóstolo Paulo, depois de mostrar a depravação total do homem (Rm 3.9-18), disse à igreja (Rm 3.19,20): “Ora, sabemos que tudo que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”.

A doutrina do apóstolo mostra que não há vantagem de ser judeu ou grego. A verdade é que todos estão debaixo do pecado. Todos os homens são pecadores miseráveis. E quem revela essa culpa de todos os homens? A lei!

Amados irmãos, para gozarmos da consolação que há somente em Cristo, então, prego o evangelho no seguinte tema:

Tema: Para vivermos e morrermos na consolação em Cristo precisamos saber que somos pecadores miseráveis

  1. A lei nos revela que somos pecadores miseráveis
  2. A lei exige de nós o amor
  3. A lei que não conseguimos guardar perfeitamente
  4. A lei nos revela que somos pecadores miseráveis

A lei não é um dom de Deus para nos revelar a salvação. A lei nos revela o nosso pecado. Nós conhecemos a cobiça, porque a lei diz: “Não cobiçarás” (Rm 7.7,8). A lei, por causa de nossa fraqueza, desperta em nós toda sorte de desejo maligno. Assim, a lei que é vida se torna morte para nós e mostra toda força e toda a malignidade de nosso pecado (Rm 7.10,13).

A lei não aponta para a cura. Ela somente diz que o homem é maldito. A lei não nos dá força para sairmos do nossos estado de miséria. Ela dá força ao pecado. A lei apenas nos acusa e nos condena diante de Deus (Rm 7.24).

A lei faz tudo. Assim, a lei conhecemos e reconhecemos a nossa culpa diante de Deus.. A lei cala a nossa boca diante de Deus, tirando de nós toda auto- justificação e auto-glorificação. A lei revela que somos pecadores miseráveis.

O apóstolo usou a lei para mostrar que não havia vantagem alguma para os judeus e legalistas, pois: não há quem faça o bem. Não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e se fizeram imprestáveis para Deus. Não somos justos diante de Deus.

O Catecismo ensina sobre a lei com esse mesmo objetivo, para mostrar a nosso pecado e miséria, que nos impedem de cumprir as exigências da lei.

Agora, a pergunta é: o que a lei exige de nós? Veja o que o Catecismo diz no DS 2, P. e R. 4). Jesus resumiu todos mandamentos em duas grandes exigências. O primeiro grande mandamento é amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Jesus nos ensina que todo o nosso ser: todas as palavras, todos os sentimentos e disposições do nosso ser devem trabalhar juntos para manifestar amor a Deus.

Nós fomos criados para “amar a Deus de coração, e viver com Ele em eterna felicidade para O louvar e glorificar”. Então, a primeira grande exigência é amarmos a Deus acima de todas as coisas: “acima de nossos pais, de nosso cônjuge, de filhos, de parentes, de amigos, de dinheiro, acima de nossa própria vida!” A primeira e grande exigência da lei é amar a Deus com todo, todo e todo o nosso ser!

Portanto, a nossa adoração, nosso culto, nosso testemunho e nosso tempo deve expressar amor a Deus. A lei não permite um amor parcial para Deus. A lei não permite um amor apenas externo para Deus. A lei exige que todas as nossas partículas amem ao Senhor Deus acima de todas as coisas. Essa não é uma boa exigência? Não é simples para entendermos?

  1. A lei exige de nós o amor

Agora, o segundo mandamento é “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Esse mandamento novamente requer amor. A lei exige que amemos nosso próximo como a amamos a nós mesmos.

O nosso próximo é a imagem de Deus. Por isso, podemos dizer que nosso amor pelo próximo é fruto de nosso amor por Deus. Onde não existe amor por Deus não existe amor pelo próximo.

O nosso amor pelo próximo é fruto do nosso amor por Deus. Quem ama obedece. É desejo de Deus que amemos o próximo. Então, quem ama a Deus ama seu próximo.

A falta de amor no mundo se explica nessas bases. O mundo não ama a Deus. Por isso, o mundo negou e matou a Cristo. O mundo não ama a Deus, por isso, tanto ódio no coração, violência e morte no mundo. O mundo não ama a Deus, por isso, nega-se a obedecê-lo.

Na igreja também vemos a nossa fraqueza em amar os nossos irmãos na fé. Caímos no pecado de amar aqueles que nos amam. Isso também mostra a nossa fraqueza em amar a Deus. Não é sem motivo que o evangelho advirta os crentes (1 Jo 4.20,21): “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”.

Veja o que Cristo disse: “Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e Os Profetas”. O que significa isso? Tudo no Antigo Testamento falava do amor de Deus: A criação, a aliança, os mandamentos, as profecias, as promessas, o culto e todas as cerimônias. Toda revelação da Escritura falava do amor de Deus e que Ele deve ser amado pelo homem. Dessa forma, toda Escritura nos ensina o amor de Deus e a frutificar esse amor, amando o nosso próximo conforme a Palavra de Deus. Se os fariseus estavam interessados tanto na lei e nos profetas, mas se eles não mostrassem amor a Cristo e ao irmão, nada valeria a pena!

As palavras de Jesus revela que o discurso do mundo sobre amor é insuficiente e falso. O mundo prega o amor entre os homens, mas não prega o amor que devemos a Deus! O mundo fala de amar o próximo, mas muitas vezes de um modo que é contra Deus.

Vejam a justificativa do mundo para impor o casamento homossexual. Diz o mundo: “amar não é pecado”! Mas, o sentimento homossexual não é amor e sim cobiça maligna, uma perversão da criação e a negação da vontade de Deus para a família. Não é amor pelo próximo, pois homossexualismo leva homens para o inferno.

O mundo fala de amor pelos filhos tentando retirar dos pais o direito de educar suas crianças. Vejam essa lei contra a palmada pedagógica. A frase de efeito é: “Quem ama não bate”. Mas, o Deus que nos ama nos disciplina. Ele nos ensina a, com amor, disciplinarmos os nossos filhos. Nos disciplinamos nossos filhos por amor a Deus e a eles e para evitar a ida deles para o inferno (Pv 13.24; 23.13,14).
O mundo fala de amor pelo próximo, mas promovendo as pesquisas com embriões humanos. Essas pesquisas matam crianças que são a imagem de Deus.

Toda a pregação do mundo que fale de um amor que não honra a Deus e a Sua Palavra não é o verdadeiro amor. O amor verdadeiro e que nos traz felicidade é o amor vem de Deus. Esse amor nos leva a amar a Ele acima de todas as coisas. Esse amor nos leva a amar o nosso próximo da forma que Deus revela em Sua Palavra.

Amados irmãos, Jesus resumiu os mandamentos em dois: Amar a Deus com todo o nosso ser e amar o próximo. Se não há amor por Deus, então, quebro a Lei. Meu culto, minhas ofertas, minhas obras de caridade, minha religião não valem nada para Deus (1 Co 13).

Amados irmãos, resumindo esse ponto, a lei exige de nós amor. O apóstolo Paulo disse que o cumprimento da lei é o amor (Rm 13.8-10). As exigências da lei não são simples e clara? Será que precisamos sermos grandes cientistas para entendermos a exigência da lei? Não. Até nossas crianças podem entender o que a lei exige do homem. Então, você pode guardar as exigências da lei perfeitamente? Você cumpre cada letrinha da lei, suas vírgulas e pontos?

Essa é a pergunta 5 do Catecismo. Ela é um grande divisor. Ela divide os homens do mundo inteiro. Em verdade, há apenas duas religiões no mundo. A religião que diz que o homem não é tão mau e que pode se salvar pelas boas obras. A outra religião é aquela que diz que o homem é um pecador miserável e incapaz de cumprir perfeitamente a lei.
A falsa religião dirá: “Sim!”.

  1. A lei que não conseguimos guardar perfeitamente

Porém, o Catecismo confessa, conforme a Escritura: “Não conseguimos guardar a lei perfeitamente. Por que não? A resposta da verdadeira religião é: “Sou, por natureza, inclinado a odiar a Deus e ao meu próximo”. Nossa incapacidade de amar perfeitamente a Deus e ao próximo é uma questão de nossa natureza!

O homem perdido precisa entender e aceitar que a nossa natureza foi corrompida no Éden e o homem se tornou inimigo de Deus. Nós assim somos inclinados a odiar a Deus. Essa é uma das consequências do pecado original que herdamos de nosso pai Adão: Somos incapazes de guardar perfeitamente a lei, pois somos inclinados a odiar a Deus e ao nosso próximo.

Nossos pecados e fraquezas é uma questão de incapacidade! Essa é explicação para todo pecado e fraqueza que vemos no mundo e em nossas vidas cristãs.

Se alguém se diz cristão e não se considera um pecador miserável, então, então, sua fé é a mesma fé dos judeus e legalistas a quem Paulo combateu em Roma. Em verdade, se alguém nega a depravação total do homem confessa a mesma doutrina da salvação confessada pelos mulçumanos, pelos hindus, pelos espíritas, pelos mórmons e as pelas demais falsas religiões do mundo. Todas essas religiões pregam a bondade natural do homem e a capacidade do homem de se justificar pelas boas obras.

O cristianismo confessa (Rm 3.10,19,20,23): “Não há um justo, nem um sequer … Ora, sabemos que tudo que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado … pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. O ensino do verdadeiro cristianismo é: “Mas, agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, …”.

Se você quer levar pecadores a viverem e morrerem sem consolo, então, diga a ele: “Você não é tão mau! Você pode amar a Deus por suas forças e se salvar por boas obras”. Se alguém crê nesse falso evangelho, então, somente uma mentirinha é necessária para tirar a paz do coração do pecador. Mentira é pecado. Os mentirosos não entrarão no Reino dos céus. Então, somente uma mentirinha acabará com toda esperança e consolo na vida e na morte do pecador. O falso evangelho, a mensagem de desespero, era pregado pelos legalistas dos dias do Apóstolo Paulo e em nossos pela maioria das ditas igrejas!

Agora, você quer ver um pecador consolado na vida e na hora da morte? Então, fale da lei e apresente o evangelho de Cristo ao pecador. Com oração e humildade, diga ao descrente: Você é um pecador miserável. A lei mostra isso a todos nós. Você, por causa da queda, não consegue guardar a lei. Não há condição de você se salvar por suas obras, mas confie em Cristo Jesus somente! Ele cumpriu perfeitamente a lei para nossa salvação! Jesus é a nossa justiça perfeita diante de Deus. Creia nEle e receba de Deus a justiça e a salvação da perdição eterna! Essa mensagem está na Escritura. Ela traz consolo ao pecador nessa vida e na hora da morte!

A lei nos revela que somos pecadores miseráveis. Mas, o Evangelho nos revela o amor gracioso de Deus em Cristo Jesus. O Evangelho diz que Deus “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). O Evangelho diz que o Senhor Deus “prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Por isso, nós, igreja do Senhor, reconhecendo nossa incapacidade de guardar perfeitamente, podemos lutar contra o pecado e, ao mesmo tempo, vivermos consolados na vida e na morte, pois, “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!”

O Espírito Santo usa a lei para revelar a miséria do pecador, mas, o mesmo Espírito, usa o Evangelho para apresentar Cristo e nos levar a Ele que é o Justo e Único Salvador.

O Espírito com a lei nos mata e nos arruina. Mas, o Espírito Santo, com Seu poder, através do evangelho, nos dá a fé, a vida e a glória em Cristo Jesus.

O Espírito com a lei tira de nós toda esperança de salvação pelas boas obras. Mas, o Espírito, pelo evangelho nos dá a esperança de sermos salvos somente pelos méritos de Cristo.

A lei é usada pelo Espírito Santo para nos levar a agonia da perdição por causa dos nossos pecados. Mas, o Evangelho de Cristo é usado pelo Espírito para nos dar a consolação nessa vida e na hora da morte!

Você já parou para pensar nessas palavras de Deus? Você já parou para pensar que Deus ama você, um pecador miserável? Você já parou para pensar que os dons de Deus, incluindo o sacramento da santa ceia, são dados a você que não consegue amar perfeitamente a Deus e ao seu próximo? Ouça a forma da ceia. Será que você tem dignidade, em si mesmo, para tomar o pão e o vinho?

Concluindo:
Então, qual a sua conclusão diante da lei e do evangelho? É reconhecer que Deus é amor! De fato, Deus nos ama em Cristo Jesus. Em verdade, em Cristo, Deus ama seu povo, a igreja!

Então, qual a sensação que você pode ter ao conhecer a lei e o evangelho? É gratidão a Deus, é amor por Deus, é reconhecer que por amor devemos amar a Deus e ao nosso próximo.

Amados irmãos, se Deus nos amou quando éramos seus inimigos, quanto mais agora que, pela graça e verdadeira fé em Cristo, somos parte de Sua amada congregação?

Se ele não nos deixou no estado de pecado e miséria em Adão, mas quis nos perdoar e nos salvar em Cristo, então, como posso temer perder a minha salvação?

Se Ele, quando nós estávamos mortos no pecado, nos ressuscitou com Cristo, dando-nos a justiça de Cristo, concedendo-nos uma nova vida para vivermos em gratidão e obediência a ele, então, como podemos pensar que Ele nos rejeitará?

Amada congregação, agora, sabendo da lei e do evangelho, qual o sentimento que enche o nosso coração? Consolo por pertencemos a Cristo Jesus! Então, por causa do evangelho, só nos resta vivermos uma vida e morrermos uma morte consolados em Cristo Jesus.

Amém.

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Adriano Gama

Ministro da Palavra das Igrejas Reformadas do Brasil (IRB). Mora em Curitiba e serve como missionário na Igreja Reformada Ebenezer (Colombo – PR)

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.