Dia do Senhor 02

Leitura: Marcos 07.20-23
Texto: Dia do Senhor 02

Amados irmãos no Senhor,

A cada dia, nós ficamos chocados com tanta maldade praticada pelo ser humano. Os telejornais estão repletos de notícias ruins mostrando pessoas roubando, agredindo, traindo, iludindo, extorquindo, estuprando, sequestrando, torturando e assassinando seus semelhantes. Diante de cada perversidade que surge a cada dia, as demais pessoas costumam dizer: “Eu pensei que já tinha visto de tudo!”.

Entretanto, a maldade dos seres humanos não é somente vista nesses casos extremos. Muitos outros exemplos de maldade podem ser vistos no nosso dia-a-dia: Desrespeito, desobediência, desprezo, zombaria, fofocas, calúnias, intrigas, desentendimentos, mentiras, maus tratos, infidelidade e outras coisas mais.

Diante deste quadro terrível, muitas pessoas tentam descobrir a origem da maldade humana. Alguns podem pensam que o ser humano nasce moralmente neutro, isto é, o homem não nasce bom e nem mau. Mas, com o passar do tempo, ele começa a receber influências ruins do seu meio social, passa por sofrimentos, privações e decepções, e adquire sentimentos de agressividade e revolta.

Outros talvez acreditem que tudo é uma questão de genética, ou seja, que uma pessoa já nasce predisposta fisicamente para ser assim. Outros podem concluir que o problema está na ação de demônios ou em distúrbios emocionais e mentais. Alguns também podem imaginar que o ser humano é fruto de um processo evolutivo, e por isso ele ainda estaria se desenvolvendo tanto física e quanto moralmente. E ainda há aqueles que podem defender a ideia de que a raiz do problema está na falta de educação e de melhores condições de vida.

Estas são apenas algumas hipóteses que podem passar pelas cabeças das pessoas quando elas tentam encontrar a origem da maldade humana. Porém, nenhuma delas está correta. Pois, as Sagradas Escrituras mostram que o ser humano é mau por causa do veneno do pecado que contamina o seu corpo e a sua alma. Todos os homens e mulheres que nascem neste mundo trazem consigo a culpa e a natureza pecaminosa herdada dos nossos primeiros pais: Adão e Eva.

Esta herança faz com que o coração do homem seja desesperadamente corrupto desde a sua mocidade (Jr 17.9). O homem é mau porque o seu coração é mau. A verdade desta afirmação fica ainda mais evidente quando nós olhamos para as palavras de Jesus Cristo em Marcos 7.20-23. E é com base nelas que eu vos proclamo a palavra de Deus por meio do seguinte tema:

JESUS CRISTO MOSTRA A MALDADE QUE EXISTE NO CORAÇÃO DOS HOMENS.

Irmãos, as palavras de Jesus Cristo em Marcos 7.20-23 são bem claras em denunciar nossos pecados e miséria. Elas surgiram num contexto de acusação feita por um grupo de líderes religiosos de Israel contra os discípulos de Jesus Cristo. Este grupo de líderes religiosos era formado por fariseus e doutores da lei enviados de Jerusalém. O intuito deles era investigar e encontrar alguma falha no ensino ou na conduta de Jesus.

E foi assim que eles viram os discípulos de Jesus praticando uma coisa terrível aos seus olhos. Os discípulos de Jesus comeram sem lavar as mãos. A questão em si não era uma possível falta de higiene dos discípulos. A acusação dos escribas e fariseus estava relacionada com a quebra das leis de purificação da tradição religiosa inventada por seus antigos mestres. Além da purificação das mãos antes de comer, a tradição dos mestres de Israel exigia a purificação de copos, jarros, vasos de metal e até das suas camas!

Os escribas e fariseus pensavam que tocar em objetos ou em pessoas impuras fazia com que eles ficassem contaminados espiritualmente diante de Deus. Então Jesus mostrou que eles estavam não somente enganados, mas também que estavam negligenciando e invalidando a lei de Deus com suas invenções religiosas. Por exemplo, os mestres de Israel inventaram um tipo de voto, chamado Corbã, no qual alguém consagrava seus bens a Deus, desobrigando-os de ajudarem os seus pais em caso de necessidade. E ao fazerem isso, eles estavam quebrando o quinto mandamento, desonrando seus pais no momento em quem mais eles precisavam.

E no caso específico aqui, ou seja, a acusação de que os discípulos de Jesus estavam quebrando a lei das purificações, os mestres de Israel estavam ensinando uma grande tolice. Jesus explicou aos seus discípulos que as coisas deste mundo não podem contaminar espiritualmente o ser humano, muito menos os alimentos por eles ingeridos. O que contamina espiritualmente o ser humano é aquilo que sai de dentro dele, isto é, aquilo que sai do seu próprio coração. Pois o coração é a fonte de todos os pecados.

Nas Sagradas Escrituras, o coração do homem é considerado o centro da alma. É dele que vêm todos os maus pensamentos, maus desejos e todas as atitudes de desobediência a Deus. Para exemplificar isso, Jesus Cristo menciona uma lista de pecados que têm sua origem no coração humano: Os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura.

Essa lista não tem pretensão de ser completa. Existem muitos outros males que vêm do coração. O que Jesus Cristo fez foi dar um exemplo de como o mal procede do coração humano. E ao fazer isso, Jesus Cristo estava mostrando nossos pecados e miséria, pois o mal faz parte da natureza humana. O mal está no mais íntimo do nosso ser.

O mal não pode ser arrancado cirurgicamente do nosso coração. Ele não pode ser corrigido por meio de um processo de reeducação. Não há remédio deste mundo e nem outro tipo de tratamento clínico que possa resolver a miséria do coração humano. Nenhum ritual religioso de purificação cerimonial pode dar jeito no coração corrompido dos seres humanos. O homem não tem nenhum poder em si mesmo que possa destruir os maus desígnios do coração.

Meus irmãos, Jesus Cristo sentiu na própria pele a verdade de suas palavras. Quando esteve neste mundo, o Senhor Jesus sofreu horrivelmente nas mãos dos seus agressores. Ele foi alvo dos terríveis efeitos do pecado que existem no coração dos homens. Aqui na terra, ele foi odiado, ofendido, humilhado, escarnecido, caluniado e agredido fisicamente até a morte. Jesus experimentou o poder das trevas que existe dentro do coração dos homens.

Mas isso não era nenhuma novidade para o Senhor Jesus. Junto com o Pai e com o Espírito Santo, Jesus Cristo tem presenciado a maldade dos homens desde a queda dos nossos primeiros pais no jardim do Éden. Jesus viu a maldade de Caim contra Abel. Ele viu os pecados e a miséria da humanidade que acarretaram a destruição dos homens por meio do dilúvio. E, mesmo depois do dilúvio, o ser humano continuou vivendo em seus caminhos de maldade: Prostituição, adultério, traição, idolatria, malícia, ódio, inveja, cobiças, injustiças e assassinatos.

Desde o Éden, o ser humano tem quebrado os mandamentos da lei de Deus. Todos os homens são indesculpáveis diante de Deus, pois todos possuem os preceitos morais da lei de Deus gravados em seus corações (Rm 2.14,15). Mas, ainda assim, eles continuam vivendo no pecado, pois os homens são, por natureza, inclinados a odiar a Deus e ao seu próximo. A lei de Deus não pode ajuda-los na salvação. Ela apenas mostra o tamanho dos pecados e da miséria dos seres humanos. Portanto, o homem por si mesmo não tem nenhuma chance de salvação. A salvação precisa vir da parte de Deus.

É por esta razão que o Senhor Jesus Cristo já sabia antes da fundação do mundo que Ele seria o Salvador dos eleitos de Deus. Antes da fundação do mundo, Jesus Cristo já era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo: 1 Pedro 1.18-20. É por isso que a vinda de Jesus Cristo foi anunciada pelos profetas do Antigo Testamento.

Não existe salvação sem Jesus Cristo. Somente o seu sangue pode purificar um coração cheio de pecados. Somente Jesus Cristo pode acabar com o estado de miséria dos seres humanos. O Messias, Jesus Cristo, é a única esperança do povo de Deus. Ele sempre foi aguardado com grande expectativa pelos crentes do Antigo Testamento.

Nós podemos constatar isso, ao lermos no evangelho de Lucas sobre o dia em que o menino Jesus foi apresentado no Templo de Jerusalém. Naquele lugar, estava o justo e piedoso Simeão. Simeão tinha recebido uma revelação de Deus de que ele veria o Messias antes de morrer. Então, no dia da apresentação do menino Jesus no Templo, Simeão tomou o Filho de Deus em seus braços e disse as seguintes palavras de grande alegria (Lc 2.29-32):

“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.”

As palavras de Simeão mostram a expectativa que existia no meio dos filhos de Deus a respeito do Salvador. Ele não era somente a esperança de Israel, mas a esperança de todos os povos. E assim, para aqueles que vivem em seus pecados e miséria, Jesus Cristo continua a dizer ainda hoje as seguintes palavras (Lc 5.32):

“Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.”

Jesus não veio chamar justos porque neste mundo não existe ninguém que obedeça completamente a Deus. Jesus veio a este mundo para chamar pecadores ao arrependimento. Se alguém deseja ter a vida eterna, então precisa reconhecer seus pecados e miséria, arrepender-se da sua rebeldia contra Deus e ter fé exclusivamente no seu Filho.

Ter fé em Jesus é acreditar que ele não é somente homem, mas também é Deus. Ter fé em Jesus é dar crédito às palavras que ele disse. Ter fé em Jesus é confiar plenamente na obra da salvação que Ele realizou para o seu povo. Ou seja, é confiar que ele foi até a cruz do calvário a fim de receber o castigo de Deus por nossos pecados. Se alguém de fato crer desta maneira, então ele tem a vida eterna e estará preparado para o dia do julgamento e para entrar no reino de Deus preparado desde a fundação do mundo.

Que o SENHOR nos abençoe.

Amém.

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Laylton Coelho

É Bacharel em Direito pela UEPB, e Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Evangélico Congregacional de Campina Grande-PB (STEC). Serviu inicialmente como ministro da Palavra na Igreja Batista durante cinco anos na Paraíba. Foi pastor na Igreja Reformada do Brasil em Esperança-PB, e atualmente é ministro da Palavra na Igreja Reformada do Brasil no IPSEP (Recife-PE). 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.