2 Reis 21

Leitura: 2 Reis 21
Texto: 2 Reis 21


Irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo,

Este aqui é o ponto mais baixo em todo o livro de 1 e 2 Reis. O pior capítulo. Já tivemos alguns capítulos ruins, especialmente quando vimos a vida de Acabe no Reino do Norte; e também os últimos momentos do Reino do Norte ao cair em anarquia e caos logo antes de serem levados para a Assíria. Mas a diferencia é que aqui estamos tratando de Judá! Temos aqui um rei igualmente mal como aqueles, mas ele é um filho de Davi, da linha da promessa!

Para ter ideia de quão triste este período foi, imagine da perspectiva da igreja. Dos fieis que estavam em Judá. Quando Acabe e os demais reis do norte caíram nesta decadência espiritual, os fieis pelos menos poderiam dizer, “Bem, este é o Norte. Pelo menos não está acontecendo em Judá.” Em Judá, ainda tinha a linha de Davi, e embora era longe de ser perfeito, ainda foi bem melhor do que em Israel do Norte. Para a igreja daquela época, isto era um grande consolo. A linha de Davi estava no trono. O templo estava lá em Jerusalem. Deus ainda estava no meio deles. Os fieis poderiam ir ao templo e levar suas orações e preocupações, e saber que Deus os ouviu e iria preservar sua aliança.  

Já tivemos momentos tristes também em Judá, mas podemos dizer que este momento foi o pior. Mansassés é descrito como pior de todos os reis que vieram antes dele e depois dele. E este mal é multiplicado pelo fato que ele reino 55 anos (a maior parte da vida de uma pessoa). Então não é somente a profundeza da idolatria em que Manassés caiu e levou o povo de Judá a cair, mas também o longo tempo que seu reino durou, e esta idolatria não foi impedida. Podemos bem imaginar a degradação espiritual e moral em Judá durante estes anos, e como isto teria entristecido a igreja daquela época.

A vida de Manassés também nos força a pensar sobre a importância de comunicar a nossa fé para a próxima geração. É difícil imaginar como Manassés poderia ser o filho de Ezequias! Será que Ezequias o discípulo mesmo? Será que ele estava tão ocupado com a administração do reino que ele não prestou atenção à condição espiritual de seus filhos? Não sabemos, a bíblia não diz. Mas podemos dizer: nada do bem que Ezequias realizou em todo o seu reinado era mais importante de que a instrução e discipulado de seu filho. O dano que Manassés fez já foi muito maior de que todo o bem que Ezequias fez. Todo o seu legado foi destruído por seu filho.

Também tem o papel da mãe, que o livro de Reis destaca—pelo menos mencionado o nome da mãe. Nós não sabemos se ela era uma mulher piedosa, mas obviamente ela também falhou em instruir o filho no caminho do Senhor. É claro, nós não sabemos como foi o esforço e fidelidade dos pais. Só sabemos do resultado. Não temos como garantir a conversão e fidelidade dos nossos filhos, e no final das contas, Manassés é responsável por suas próprias ações. Ao mesmo tempo, nós somos responsáveis pelo uso ou não dos meios ordinários que Deus nos deu, pelo ensino, pela disciplina, e pelo exemplo que deixamos para nossos filhos.

A maior contribuição que podemos dar ao Reino de Deus são os filhos e filhas que criamos, instruímos, disciplinamos, e treinamos no caminho do senhor para os apresentar a Deus como flechas para a batalha.

Mais uma coisa sobre Manassés. Se lemos o relato da sua vida em 2 Crônicas 33, tem um capítulo final de sua vida que não é contada aqui no livro dos Reis. No final de sua vida, quando ele foi levado preso para a Assíria temporariamente, ele se arrependeu por sua vida ímpia. Diz ali que ele “se humilhou muito diante do Deus de seus pais” e ele até voltou para Jerusalém e removeu os ídolos que ele tinha colocado. O livro de Reis não conta esta parte final da vida dele. Em geral, o livro de Reis o livro de reis se interessa mais no reino em geral de que na vida particular do rei. O arrependimento final de Manassés não mudou o seu legado. Pode ser que ele pessoalmente foi perdoado por Deus, mas o seu legado já foi feito. As consequências dos pecados dele e o dano que estes fizeram não foram desfeitos pelo arrependimento no final. 

Isto traz uma lição sóbria também para nós, nas esferas onde Deus tem nos dado responsabilidade: como pais e mães, como presbíteros ou pastores, o onde for. Um legado duradouro dificilmente sai de uma conversão tardia e repentina. Flui de uma vida inteira de piedade e fidelidade. O arrependimento de Manassés não desfez o dano que ele fez.

E seu filho Amom seguiu o exemplo de seu pai. Agora, diferente de seu pai, ele reinou por apenas 2 anos, e foi assasinado. Se alguém imaginava que os longos anos que Deus deu a Manassés foi indicação de sua benção, basta ver o reino de seu filho Manassés. Não devemos tomar conclusões dos caminhos misteriosos da providência de Deus—que às vezes deixa o pecador prosperar por muitos anos sem sofrer a consequência de seus pecados, e às vezes leva dificuldades para o justo—mas devemos ouvir o que Deus diz em sua palavra e o obedecer, sabendo que eventualmente o pecador vai pagar por seus pecados, ou nesta vida ou na vindoura. 

Resumindo: nossas vidas, e o nosso legado, estão sendo escritos agora. No momento. Nosso legado está sendo formado agora, como cimento molhado, que depois endurece e não muda mais. Então devemos nos perguntar se estamos sendo fieis, se estamos vivendo o legado a qual Deus nos chamou; e se há necessidade de correição, não devemos esperar para o futuro.

Na história da redenção, tem muitas personagens, bons e ruins; fieis e covardes; alguns servindo a Deus e trabalhando para o crescimento de seu reino; outros servindo a si mesmos e desprezando as bençãos do reino. Alguns sacrificando suas próprias vidas para o reino, outros sacrificando a vida dos outros para construir seu próprio reino. Quem é você nesta história? Quem você será?

Os autores de Reis não poupam Manassés ao tratar seu legado, mesmo que ele se arrependeu no final.

Tem algumas coisas aqui que merecem atenção especial:

Primeiro, o dano foi espiritual mais do que qualquer outra coisa. 

O foco neste capítulo é na idolatria e decadência espiritual que Manassés introduziu. Versículos 1-9 descrevem pelo menos sete atrocidades espirituais que Manassés cometeu. Então poderíamos ficar surpresos ai chegar a versículo 16 que também menciona, como se fosse uma reflexão tardia:

“Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez pecar a Judá, praticando o que era mau perante o Senhor.”

Se nós tivéssemos escrito sobre o legado de Manassés, provavelmente nós teríamos mencionado isso em primeiro lugar. Teríamos falado sobre os abusos contra os direitos humanos, enchendo Jerusalém com o sangue dos inocentes. E provavelmente estes inocentes eram justamente os nossos irmãos—os fieis em Judá, esperando o reino de Deus, que se opuseram às idolatrias. Mas este capítulo dedica apenas um versículo para isto. O resto fala sobre as consequências espirituais do reino de Manassés.

Isto não é porque Deus não se importa com a vida humana. Quando você lê os relatos dos profetas daqueles dias, eles se preocupavam muito com a opressão dos pobres, o abuso das viúvas e órfãos, as violações de justiça. Agora, não sabemos de quase nenhum profeta que profetizou durante o reino de Manassés, e certamente isto seria devida a severa perseguição. A tradição judaico diz que foi justamente Manassés que matou o profeta Isaías, serrando-o pelo meio. 

Não, Deus se importa sobre a vida humana, e se ofenda muito com a opressão e violência. Podemos ver isso nos salmos também. Mas mesmo assim, no relato do reino de Manassés que é cheio de opressão e violência, o foco fica no dano espiritual que ele causou. Isto porque o dano foi espiritual em primeiro lugar. A orientação mais profunda do coração do homem é para com Deus, e quando isto é pervertido, todo tipo de mal procede do coração. Provérbios diz que o coração é a “fonte da nossa vida.” Então se poluímos as aguas desta fonte com idolatria, então esta perversidade espiritual fluirá para todo o resto da nossa vida. 

Os abusos dos direitos humanos não acontecem do nada. Hoje em dia, a mídia e os políticos tendem a falar sobre “valores democráticos,” mas isto não existe. Não existem tais valores. Democracia é um sistema de governo, não um conjunto de valores. Os “valores democráticos” que nós conhecemos são de fatos os traços e remanescentes dos valores cristãos em nossa cultura que estão rapidamente sendo erodidas. Quando o temor de Deus desaparece, podemos ter certeza que todo tipo de mal se manifesta, e a “democracia” em si não vai fazer nada para impedir isto—pelo contrário, acelera a degradação da sociedade, porque democracia nada mais é de que a supremacia da “vontade do povo”. 

Então devemos ter esta mesma perspectiva. Não é que não nos importamos com questões de direitos humanos; mas reconhecemos o que precede isso, e onde deve ser a nossa prioridade e o nosso foco. Todo o resto—toda a crueldade praticada no mundo antigo, na assíria e na babilônia, e imitado pelos reis locais na Síria, Edom, Israel, e Judá, eram consequências da depravação espiritual e do falto de temor a Deus. É isto que acontece quando o homem está determinado a ser Deus para si mesmo.

Então este capítulo foco nos males espirituais que aconteceram no reino de Manassés: (1) Ele reconstruiu os altos que seu pai Ezequias havia removido. (2) Ele ergueu altares para Baal. (3) Ele fez um poste-ídolo—cujo culto normalmente envolvia culto de prostituição. (4) Ele adorou todo o exército do céu e os serviu. (5) E ele até construiu altares na casa de Deus. (6) Ele até queimou o seu filho como oferta a Moloque. Os adoradores a Moloque torraram seus bebês vivos no metal em brasa. Mais uma vez vemos como as violações da vida humana são consequências da depravação espiritual. Os que hoje defendem o aborto também não vejam problema em sacrificar a vida dos seus filhos e filhas indefesas no altar de suas carreiras e desejos materiais. (7) Ele também usou adivinhação e presságios e tratava com médiuns (bruxas) e necromantes (magia negra envolvendo comunicação com os mortos), semelhante ao que os Espíritas fazem hoje. É uma apostasia total.

Versículos 7-8 enfatizam a importância histórica-redentor de tudo isto. Talvez seja difícil compreender o peso disto, agora de nossa perspectiva tão afastada, mas tentar ouvir isto da perspectiva dos nossos irmãos em Judá que passaram por isso:

“Também pôs a imagem de escultura do poste-ídolo que tinha feito na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre; e não farei que os pés de Israel andem errantes da terra que dei a seus pais, contanto que tenham cuidado de fazer segundo tudo o que lhes tenho mandado e conforme toda a lei que Moisés, meu servo, lhes ordenou.”

Esta lembrança é colocada aqui porque esta era a questão principal. Manassés desprezou totalmente o chamado de Judá para ser um povo santo, para ser o lugar onde todas as nações poderiam ir para conhecer o Deus verdadeiro. Esta era a raison d’être de Judá—o objetivo de sua própria existência. E Manassés desprezou isto totalmente. Ele jogou todas as promessas de Deus no lixo.

Segundo, devemos observar que o dano que Manassés fez foi irreversível. Mesmo que ele se arrependeu no final de sua vida, ele sempre será lembrado como o pior rei que Judá já teve, e as consequências de suas decisões eram irreversíveis. 

Vemos isso no filho de Manassés, Amom. O arrependimento de Manassés não fez nada para desfazer o dano espiritual que ele causou em seu filho. O que ele plantou já tomou raiz e cresceu, e a esperança de desviar seu filho do mau caminho já se passou. Versículo 20 diz simplesmente, “Fez o que era mau perante o Senhor, como fizera Manassés, seu pai.”

E quanto a nação de Judá, tudo que ele plantou, a nação colheu. Quem semeia vento, colhe tempestade. Manassés levou Judá ao ponto de não ter mais volta. Até agora, nunca ouvimos palavras tão duras sobre Judá quanto versículos 10-15. Até agora, sempre diz que Deus poupou a Judá por causa de sua promessa feita a Davi; sempre Deus reteve sua mão para não destruir a Judá. Manassés levou Judá para além desta misericórdia. Aqui Deus promete um castigo como nunca houve antes. 

Deus usa quatro imagens pesadas em versículos 10-15. 

  • Primeiro, ele diz, “Eis que hei de trazer tais males sobre Jerusalém e Judá, que todo o que os ouvir, lhe tinirão ambos os ouvidos.” Ou seja, aqueles que ouvirão sobre o julgamento tremerão de terror—aquele reação fisiológica quando pensamos sobre algo tão horrível que não aguentamos ouvir. 
  • Segundo, ele diz, “Estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo da casa de Acabe.” O cordel e o prumo são usados para garantir que a construção seja perfeitamente reta; produzem um padrão perfeito pelo que podemos alinhar a nossa obra. Como a balança cega da justiça, elas são perfeitas: não tem pena pelo pedreiro, não se curavam ao redor dos defeitos de sua obra, mas condenam sem misericórdia todos os defeitos do seu trabalho. Então Deus está dizendo, assim como este foi meu padrão para julgar a Samaria e a Acabe, acabando com eles completamente por não se adequar à minha justiça, agora chegou a hora de medir Judá pela mesma medida. No passado, Deus tolerou os defeitos de Judá, por causa de sua promessa a Davi. Agora sua linha vai cortar diretamente pelo meio deles, e tudo que for fora da linha será cortado fora.
  • Terçeiro, Deus diz: “eliminarei Jerusalém, como quem elimina a sujeira de um prato, elimina-a e o emborca.”
  • E finalmente ele diz, “Abandonarei o resto da minha herança, entregá-lo-ei nas mãos de seus inimigos; servirá de presa e despojo para todos os seus inimigos.” Talvez esta seja a palavra mais dura de todas. A única razão que Judá sobreviveu até agora é por causa da fidelidade de Deus às suas promessas a Abraão e Davi. Agora, Deus declara que Judá—debaixo da liderança de Manassés—quebrou a aliança tão gravemente que não tem como consertá-la, e Judá será absolutamente abandonada como Israel foi uma geração atrás. 

O dano que Manassés fez foi irreversível. Passou a linha onde não tem volta. O povo de Judá que tinha a aliança de Deus como seu refúgio e proteção, agora enfrentaria a justiça sozinho, sem a expiação dos seus pecados. 

Devemos tremer ao ler este pronunciamento de Deus, pois, como diz o autor aos hebreus: Heb. 10:26–27: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.” Quando persistimos em oposição contra o Senhor, com mão levantada, recusando de mudar a atitude, podemos acabar removidos da aliança, e lá fora, debaixo da plena justiça de Deus, sem a cobertura do sangue de Cristo.

O momento de se arrepender é sempre agora, enquanto podemos. E a necessidade do arrependimento é muito mais urgente pelo fato que não sabemos quando Deus dirá, “já basta com este pecador que não se arrepende,” e retira o seu espírito completamente. O fato que a iniquidade de uma nação pode chegar ao ponto de a colocar além da esperança de se recuperar, o juízo de Deus sendo irreversível; e o fato que não sabemos até que ponto Deus tolerará aquela noção; isto deve nos dar sobriedade e deve nos levar a arrependimento desde já.

Que nós sempre vivamos, irmãos, com uma consciência sensível, corrigível, capaz de ser convicto pelo pecado, e pronto a se arrepender imediatamente, sem deixar o arrependimento para amanhã, já que não sabemos se amanhã vem, ou se nossa dureza vai nos levar a um ponto amanhã em que arrependimento não é mais possível. 

Então, o dano que Manassés fez foi primeiramente espiritual, e o dano foi tragicamente irreversível. 

Finalmente, não obstante tudo isso, devemos observar a misericórdia de Deus

Não estou dizendo que o julgamento pronunciado aqui foi uma ameaça vazia. Deus cumpriu sua palavra, e fez tudo que ele disse que iria fazer. Ele sim abandonou o remanescente de sua herança (no caso Judá). A profecia de Jeremias relata como Deus, mesmo depois de deixar um remanescente de Judá na terra, eventualmente também abandonou aquele remanescente, porque até estes não se arrependeram, e confiaram no socorro de Egito em vez de voltar a Deus. 

Mesmo assim, Deus os lembrou novamente. E ali nós vemos a misericórdia de Deus. Depois do divórcio, Deus promete que haverá um novo casamento. A primeira aliança foi quebrada além do reparo. Mas mesmo assim, depois de os afastar de sua presença, Deus promete que um dia ele estabelecerá uma Nova Aliança com eles. 

Agora, isto não deveria ser um falso consolo para os não-arrependidos. Até então, muitas gerações do povo de Judá foram perdidas eternamente. Pereceram no exílio, persistentes em sua idolatria, até o fim—e depois perdidos eternamente nas trevas do inferno. A fidelidade de Deus a sua aliança não quer dizer que cada último membro da aliança será perdoado e restaurado. Mesmo assim, Deus é fiel às suas promessas. 

Este capítulo não fala nada desta esperança, mas teremos algumas dicas ainda no final do livro. Mas quando lemos os profetas que vieram depois de Manassés, eles nos lembram ainda da fidelidade de Deus às suas promessas:

Jer. 31:35–37: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor.”

Embora Deus corte fora, ele não esquece. Embora muitos indivíduos e às vezes até gerações sejam perdidas eternamente, e a aliança seja quebrada além do reparo, mesmo assim Deus não esquece de suas promessas, e ele antecipa o dia em que estabelecerá novamente a aliança com seu povo. 

Os homens podem quebrar a aliança, mas Deus realizará seus planos de salvação. Esta é a mensagem que devemos lembrar aqui neste capítulo mais triste do Livro dos Reis. 

Vamos nós, por nossa parte hoje, levar a sério as consequências para aqueles que abandonam a aliança. Seus julgamentos são reais, e são eternos. 

Ao mesmo tempo, achamos consolo nele mesmo, porque ele é longânime e assaz benigno. Quando ele pronuncia julgamento, ele sempre oferece perdão para o pecador. Até Manassés, embora suas ações levaram Judá à condenação, ele pessoalmente encontrou perdão. Não há pecado tão grande que a misericórdia de Deus não supera, quando há verdadeiro arrependimento. 

Esta justiça de Deus e misericórdia de Deus se encontram na cruz de Cristo, prefigurado naquele antigo templo que Manassés profanou. Era ali que Deus mostrou o caminho de salvação. Vamos nós não profanar este sangue da aliança. Mas vamos nos refugiar neste sangue derramado por nós, porque realmente foi derramado por nós, os membros da aliança, para que nós sejamos perdoados e restaurados.

E assim, olhando para frente, vamos considerar com sobriedade o legado que nós estamos deixando, como um povo pertencendo a ele e santificado pelo sangue de Cristo. Qual será o nosso legado? Que não seja um legado de idolatria, decadência espiritual, paixão pelas coisas do mundo, ou desinteresse e ingratidão pela herança que temos em Cristo. Que seja um legado como foi deixado por nossos irmãos que foram martirizados por Manassés: de poder no Espírito Santo, de gratidão pela salvação e herança que temos em Cristo, de obediência ao Senhor—para que possamos, com eles, receber no final a coroa da glória, e ter a satisfação, no final das nossas vidas na terra, que já corremos a corrida pela graça de Deus, e fomos usados por Deus para promover a glória e honra do nome dele.

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Jonathan Chase

Jonathan Chase

O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020. 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.