Jó 23.01-07; 31.35-37

Leitura: Jó 22.01-14; 31.16-40
Texto: Jó 23.01-07; 31.35-37

Amada Congregação de Nosso Senhor Jesus Cristo,

Nós ainda estamos ocupados no livro de Jô. Ainda estamos envolvidos neste conflito sobre-humano entre Deus e o diabo. Onde Satanás tenta Jó a abandonar seu Deus, enquanto o Senhor deixa que Jó tenha todas as suas bênçãos terrenas roubadas. Tudo isso para provar sem sombra de dúvida que o plano de redenção de Deus será realizado. E que é possível, neste mundo pecaminoso, pessoas amarem a Deus por causa de Sua graça e misericórdia. E é possível confiar em suas promessas de salvação enquanto tudo parece fugir de nós.

A batalha é travada de uma forma dura e incansável. Satanás lança tudo o que tem para humilhar e derrotar a Deus. E seu último esforço é certamente não o menos perigoso. Juntando verdades e mentiras, o mestre das estratégias usa os amigos de Jó na intenção de que ele desista. Ele usa os sofrimentos contra Jó e ainda usa a bem educada porém devastadora teologia de seus amigos para derrubar a sua resistência no final. Com o objetivo de demolir sua fé e levá-lo a amaldiçoar a Deus.

Até agora Jó tem permanecido fiel a Deus. Claro que ele teve momentos difíceis. Ele amaldiçoou o dia em que nasceu, e chamou a Deus de seu inimigo. Especialmente no capítulo 19 ele usa palavras muito duras. Lá ele diz que Deus deixou trevas sobre seu caminho. Retirou dele sua glória e tirou a coroa de sua cabeça. O quebrou por todos os lados e lançou sua ira contra ele. Mas no mesmo capítulo, Jó confessou a sua fé no seu redentor! E na ressurreição dos mortos! Quando ele verá a Deus face a face. Percebe-se que Jó está caminhando entre dois lados. Algumas vezes ele está muito perto de desistir e do outro ele está segurando em seu Deus com tudo o que tem! E não há nenhuma surpresa nisto sobre Jó, pois a fé em Deus é geralmente acompanhada de batalhas cruéis. O evangelho não tem a promessa de que crer em Deus fará tudo ser uma “benção”, como se ensina por aí. Principalmente no caso de Jó, que está sendo usado por Deus para confortar todos os filhos de Deus, em qualquer situação que venham a passar, o Senhor nunca abandonará os seus eleitos. Ele é digno de nossa confiança, até mesmo quando todo o nosso mundo entra em colapso.

Em nosso texto desta noite, Jó chega ao ponto mais baixo. No capitulo 22 nós temos a última palavra de Elifaz na qual os desafios estão se realizando. Ele menciona um catálogo completo dos pecados de Jó e acusa seu amigo de atribuir injustiça a Deus. E Jó está cansado! Terrivelmente cansado! Ele tinha refutado a lógica cruel de seus amigos mais de uma vez. Ele negou que a vida fosse tão simples e direta como eles tinham dito. Onde o bom é recompensado e o mal destruído.

Jó nunca entrou na armadilha de Satanás de que seus sofrimentos são o resultado de seus próprios pecados. Ele não tinha algum pecado não confessado que estava provocando o Senhor a puní-lo. Mas, sobre o resto ele não sabia de mais nada. Ele não poderia seguir o seu Deus! Ele estava completamente perdido para explicar tudo o que estava experimentando. Ele estava cansado. Terrivelmente cansado! E era por este momento que o diabo estava esperando. Pois quando sua guarda está baixa, quando você está na linha da desistência, quando até seus amigos mais chegados tentam colocar você no canto com meias verdades, então fica muito mais fácil para cair. E dizer o que não deveria ser dito. E fazer o que nunca deveria ser feito.

E é isto o que acontece no nosso texto! A vida de Jó está uma perturbação. E sentindo pena de si mesmo, e desencorajado, e depressivo e embaraçado, Jó se torna intransigente, ressentido e crítico. Não, ele não abandona sua integridade e justiça. Ele ainda afirma ser inocente diante de Deus. Mas ele se esquece que está é uma justiça que vem pela fé somente! E pela Graça somente! Ele se torna tão obcecado por sua justiça, como se fosse algo que procedesse dele, que começa a exigir de Deus em lugar para disputa. Ele chama Deus para uma prestação de contas e quer forçá-lo a mudar sua sorte.

E o diabo com isso sorri. Ele chega perto do seu objetivo, que é que Jó amaldiçoe a Deus. Pois Satanás sabe muito bem que Deus não se deixa tomar para prestação de contas pelas suas criaturas. Nem mesmo pelos seus amados filhos. Por isto que esta auto-justiça de Jó talvez o leve a amaldiçoar a Deus quando ele voltar de mãos vazias. É isto o que o diabo está esperando. Mas graças a Deus o diabo não vai ter sucesso em seus planos. Eu proclamo a palavra de Deus sob seguinte tema:

Tema: Jó desafia a Deus a vindicá-lo.

  1. Este desafio é ocasionado pelo seus sofrimentos;
  2. Está baseado em sua inocência;
  3. É exigido em sua ignorância.
  4. É ocasionado pelo seu sofrimento

Elifaz jogou suas palavras de fogo no capítulo 22 e deixou Jó sem necessidade de dar respostas, já que ele já tinha refutado Elifaz uma vez. De fato, às vezes devemos ficar calados quando confrontados com uma teologia que é baseada na lógica humana, ao invés da revelação de Deus. Pois estas foram as palavras de Elifaz. Meias verdades são freqüentemente mais perigosas que mentiras abertas. E Jó deve ter sentido isto. Em tudo isto ele manteve que seus sofrimentos não eram resultado de um pecado secreto. Eles também não eram a punição de Deus sobre os males cometidos por Jó. Pois ele amava o Senhor como ninguém mais e caminhava em seus caminhos.

Entretanto havia uma aspecto nas palavras de seus amigos que não deixavam Jó em paz. Repetidas vezes eles disseram que o pecador seria punido. Que um santo e justo Deus não deixaria um pecador prosperar. E Jó conhecia o bastante a respeito do Senhor para não discordar sobre este assunto. Entretanto a verdade bíblica está sendo contradita pelos fatos. No capítulo 21 Jó disse para Zofar que o pecador freqüentemente vive uma vida de paz. Muitas vezes eles são saudáveis e prósperos e alegram-se em uma vida longa sem calamidades. Jó viu isto mais de uma vez. Não havia como negar tudo isso. E isto se tornou um problema que o pressionava bastante. Como poderia esta situação estar adequada com as regras de um Deus justo e santo? Isto se tornou um profundo problema para ele; esta era a questão sem resposta que este filho de Deus tinha que enfrentar. E que aumentou seus sofrimentos tremendamente.

Isto era precisamente um mistério. Isto parecia uma grande injustiça que levou Jó a desafiar a Deus a vindicar o seu nome. Jó teve problemas com a providência de Deus! Ele lutou com esta questão: por que os ímpios prosperam? Por que um Deus justo permite que pecadores vivam suas vidas sem a presença das calamidades? Jó queria entender a Deus, ao invés de simplesmente crer nEle. Jó não estava satisfeito com o que Deus havia revelado a ele, mas ele queria saber mais. Tanto é que ele repete este assunto algum tempo depois. Ele não podia permanecer com sua boca fechada. Ele queria uma resposta para aquela pergunta que não saía de sua cabeça: por que Deus governa este mundo como ele governa?

É por isto que muitas traduções ficam um pouco sem lógica quando intitulam este capítulo, o 23, de “Jó responde a Elifaz”. Pois de fato Jó se dirige diretamente a Deus e indiretamente ao seu amigo. E como ele faz isto, irmãos e irmãs? Ele usa uma linguagem muito pesada. Ele descarrega sua ira e emoções. Ele está perturbado! De um lado ele está com as respostas superficiais de seus amigos, as quais rejeitou com todo o seu coração, mas por outro lado ele está sendo confrontado com um enigma que se repete sempre: quem é Deus? Por que Ele não intervém? Por que Ele permite que este mundo ande como anda, às vezes sem punir os pecadores mas deixando os filhos de Deus carregarem muitos sofrimentos?

E esta questão, este enigma, este mistério sobre o governo de Deus se torna o cúmulo da miséria de Jó e uma tentação que o tortura bastante. Ele não consegue fazê-la desaparecer! Em sua pobreza e terrível doença, em sua solidão, e com sua fé sob um constante ataque, a vontade de saber este mistério torna-se uma obsessão para ele. Ouça-o dizer: Minha queixa está em amargura! “Rebelião” seria uma melhor tradução. Sua mão pesa sobre o seu clamor. Ou seja: eu quero me manter calado mas não consigo. Oh, se somente eu soubesse onde encontrá-lo! Oh, se eu pelo menos pudesse entrar em sua habitação! O lugar onde Ele reside e de onde Ele dispensa toda a justiça. Em outras palavras: ele queria estar diante de seu trono real, a sala de julgamento.

Vocês estão ouvindo o desafio que Jó está fazendo a Deus, irmãos e irmãs? Ele está batendo contra o muro. Seus amigos não o ajudam, e Deus parece distante dele. As coceiras são terríveis e sua fé está quase sendo traída. Vamos lá, Deus, me dê uma resposta! Se você não vai terminar com meus tormentos físicos, pelo menos dê um fim aos sofrimentos mentais. Mostre-me por que você governa o mundo deste jeito! Responda a minha mais perturbadora questão, dando-me uma prestação de contas de suas ações.

Nosso texto está cheio de termos legais. Jó dirigi uma queixa em direção a Suprema Corte do universo. É lá onde ele apresenta seu litígio! Diante do Senhor da justiça do mundo! E ele tenta se defender com sua suposta lista de justiça própria! Se ele pudesse ter uma audiência com Deus, certamente colocaria seu caso diante dEle. E ele não precisaria de um advogado! Ele tem muitos argumentos que certamente ganhariam o caso para ele.

Quão profunda é a queda de Jó aqui! E quão perto ele está dos objetivos de satanás! Não sejamos tão duros com ele, irmãos e irmãs! Nem mesmo o Senhor foi duro com ele, como revela o último capítulo. Depois de tudo, o que ele tinha para resistir? Ele não tinha uma Bíblia para se prostrar e consultar, ele perdeu suas posses, seus filhos, sua esposa e sua saúde. E ele tem estado de pé por muito tempo. Rejeitando as heresias e insinuações de seus amigos e mantendo a bondade de Deus. E ele ainda amava o Senhor a despeito de seus sofrimentos.

E o diabo o sabe como ninguém. Ele continua cansando Jó. Incitando-o em seu desafio pecaminoso. Dizendo: vamos lá Jó, você é justo, não é? Se alguém tem o direito de saber como Deus governa o mundo, este é você, Jó! Se alguém deveria ter dito o por quê de você sofrer o que você sofre, este é você, Jó!

Vocês podem sentir o desafio pecaminoso de Jó aqui, irmãos e irmãs? Vocês nunca se sentiram ressentidos? Vocês nunca disseram coisas que não deferiam ser ditas a Deus, irmãos e irmãs? Você, com sua Bíblia para consultar e com seus irmãos para ajudar? Você, com seu esposo ou esposa, ou filhos e amigos verdadeiros? Não, não estamos encobrindo o desafio pecaminoso de Jó e encobrindo sua linguagem audaciosa. Mas será que esta situação não nos lembra que muitas vezes questionamos a providência de Deus? Questões que muitas vezes se tornam em acusações? Perguntas tais como: por que você me deu tudo isto para eu carregar? Por que você não tira esta tristeza de mim.

Houve somente um que nunca questionou o amor de Deus, mesmo nas profundezas de seus sofrimentos. E nunca deixou de crer nEle. Somente um. Que nunca desafiou a sabedoria de Deus e a sua justiça. E este foi o salvador de Jó e nosso, Jesus Cristo! Mesmo na cruz, totalmente abandonado por todos, ele nunca duvidou que o Senhor fosse bom. E que o vindicaria em seu próprio tempo! Com base em sua perfeita obediência. A única base para a vindicação de Jó e nossa.

  1. O Desafio de Jó é baseado em sua inocência

Uma vez que se está inclinado a cair, não demorará muito a acontecer — e isto parece verdade na situação de Jó. Ele não está satisfeito com uma justiça pela fé somente, não está contente com as promessas de Deus. Jó quer entender ao invés de crer. Isto está errado, isto é pecaminoso, mas devemos ser os últimos a condená-lo, irmãos e irmãs. Nossas aflições e problemas, nossas dores e tristezas não podem ser comparadas com as dele! Jó está na corda-bamba! Ele está ansioso buscando um lugar firme e seguro onde possa colocar seus pesos, seus sofrimentos. Mas ao invés de crer nas promessas de Deus e descansar em Seu amor incondicional, Jó quer mais. Ele quer ver, entender, ser iniciado nos mistérios da providência de Deus. A fim de aliviar seus sofrimentos.

Oh, se ele pudesse apresentar sua causa diante de Deus! Somente ter uma discussão face a face com Ele. Então ele poderia ser absolvido. Declarado inocente e vindicado diante de seus amigos. Jó estava tão certo disto que nem mesmo considerou que a majestade e poder de Deus poderia vencê-lo, lança-lo fora. Não, Deus teria que escutá-lo. Ele seria compelido a concordar com Jó. Os fatos não falam por si mesmos? Jó não está livre de qualquer pecado secreto? Ele não tem provado sua inocência em todo instante? Ele não é justo? E isto não o faria receber um tratamento diferente do que este que ele está recebendo? Se somente pudesse aparecer diante da sala da justiça divina, na suprema corte do universo, então seu caso estaria resolvido.

Que palavras presunçosas, irmãos e irmãs! Aqui está Jó, desafiando a Deus e sua justiça! Questionando seu governo! Exigindo uma audiência onde o resultado está completamente sem conclusão para ele. Ele está tão convencido de seu caso que para ele nem mesmo Deus teria outra opção a não ser declará-lo inocente. E no capítulo 31 ele usa mais linguagem pesada. O diálogo entre Jó e Bildade o convenceu ainda mais de sua inocência. E isto fez o mistério da justiça de Deus ter mais pressão sobre ele.

Ouçam-no dizer: “oh, se eu tivesse alguém para me ouvir”. Na verdade, o que ele quer é estar na presença de Deus. Seus documentos legais estão todos em ordem e devidamente assinados. Agora é com o juiz! Jó não tem nada mais a apresentar. Sua defesa está perfeita! Ele não está com medo das acusações de seus acusadores. E para Jó não importa quantas tenham, ele está completamente seguro de sua inocência.

O que tudo isto significa para nós, irmãos e irmãs? Não é verdade que Jó é um homem justo? Íntegro e reto? Não disse isto o Senhor nos capítulos 1 e 2? Não é ele o homem que mais serve a Deus em toda a terra? Sim, tudo isto é verdade, amados! Mas está justiça é uma justiça imputada! Colocada na conta de Jó. Pois na verdade está é a justiça de Jesus Cristo. O qual é o único justo que permite a um pecador aparecer no julgamento de Deus sem sentir nenhum temor.

Mas é exatamente disto que Jó parece estar esquecido. Ele se tornou tão obcecado com o desejo de ser vindicado que perdeu completamente a visão da graça de Deus. Ele argumenta sobre a base de uma inocência como se esta fosse sua própria inocência! E isto se torna uma tentação satânica. Uma armadilha devastadora que a velha serpente jogou para Jó.

Isto vem subitamente na palavra traduzida como “assinar”, no versículo 35. Outras traduções trazem assinatura. O que nos faz ler o texto da seguinte forma: eu ponho minha assinatura embaixo de minha defesa. A palavra original é TAW! A qual é também a última letra do alfabeto hebraico. E quando você considera que toda letra hebraica também tem um significado particular, como A substitui por “boi” e B substitui por “casa”, o TAW substituiu a palavra “cruz”. No hebraico antigo isto era mesmo escrito na madeira de uma cruz. Em outras palavras, Jó assinou sua própria defesa com uma cruz. Sua própria cruz, a qual substitui sua assinatura.

Agora, se isto for tudo o que conhecemos, devemos parar aqui e não começar a especular. Mas em Ezequiel 9:4 nós lemos que Deus mandou seu anjo marcar as testas dos crentes remanescentes com um sinal. Para que eles escapem do julgamento divino. Mas este sinal ou marca era um TAW, irmãos e irmãs! Agora, nós temos que ser cuidadosos quando lermos a Bíblia. Ela não é um livro de enigmas a serem decifrados. Ao contrário, ela é a palavra de Deus e devemos nos curvar ao que ela diz. Mas é exatamente por causa da inspirada palavra de Deus que sabemos que não há coincidências nela. E isto se refere a esta palavra TAW, este sinal ou assinatura na madeira de uma cruz é tremendamente importante aqui! Pois expressa o pecado de Jó aqui.

Não é a assinatura de Jó, ou a cruz de Jó, mas a assinatura de Jesus Cristo ou a cruz de Jesus Cristo que permite a um homem se aproximar de Deus sem sentir medo. Mas Jó está tão convencido de sua própria justiça e inocência que ousa chamar a Deus a uma prestação de contas. Ele ultrapassa o limite entre o criador e a criatura. Oh, é verdade, irmãos, que Jó conhecia bem tudo isto. Ele havia provado disto mais de uma vez. No capítulo 23:13. Mas seus terríveis sofrimentos e seus problemas agonizantes em relação ao jeito de Deus dispensar sua justiça o levaram a esta reação. Ele temporariamente perdeu a visão da graça de Deus e de sua misericórdia! Ele se esquece momentaneamente que sua inocência não é uma obra sua, mas ela é imputada a ele. E isto não dá a ele o direito de questionar o governo de Deus sobre o mundo.

Pois Jó permanece o vaso e Deus o oleiro! Jó quer entrar na vontade secreta de Deus ao invés de permanecer com o que Deus havia revelado a ele. Jó responde a Deus! Ele não está satisfeito com as promessas de Deus, mas, ao contrario, quer e exige saber o que Deus reservou para si mesmo. Mas Jó parece esquecer que o homem nunca pode aparecer diante de um Deus santo, nem mesmo exigir ser ouvido com uma lista de ofensas. Ele está completamente esquecido do que Jesus diz em Lucas 17:9 e 10 (LER ESTES VERSOS). Acaso nossa obediência e comprometimento nos autorizam a termos privilégios? Nós temos o direito de saber o que Deus nunca prometeu?

Irmãos e irmãs, vocês vêem, como Jó cambaleia e cai aqui? E consegue realizar os desejos do diabo de roubá-lo de sua fé e derrotar o plano de Deus de redenção? A Bíblia deixa claro que Deus não quer ser entendido mas crido! A religião cristã não dá a você um detalhe de como Deus governa e por que Deus governa este mundo complicado e nossa atribulada vida e inexplicáveis circunstâncias. Jó é verdadeiramente um homem justo, mas pela fé somente. E do mesmo jeito nós também, quando cremos em Cristo e em seu sangue puro. Mas está justiça nunca nos dá o livre acesso a ser informados a respeito de todos os assuntos que o Senhor manteve somente para Ele. Nossa justiça que vem de Cristo não nos garante respostas curtas e claras a respeito de todas as questões do por quê Deus nos traz tristezas e por que ele não tira os problemas de nossos ombros. Para Jó e para nós, é suficiente sabermos que Deus ama seus filhos, os que crêem nEle. E que Ele usa toda tristeza e a mais terrível dor para o nosso bem.

  1. O Desafio de Jó é exigido em sua arrogância

Jó ainda não terminou. Ele está tão seguro de seu caso que ousa usar uma linguagem ainda mais ousada. A última coisa que parece amedrontá-lo são as acusações de seus acusadores ou adversários. Pois para ele é Deus o seu oponente. O único que se recusa a dar a ele o que lhe é devido. Pelo fato de não vindicar sua inocência diante de seus amigos. Ouça o que ele diz: deixe meu acusador colocar suas acusações por escrito. Certamente eu as usarei sobre os meus ombros, para todos verem, usarei como uma coroa.

Muitas pessoas não vêem nada de glorioso em uma acusação. Mesmo quando elas são infundadas. Estas pessoas prefeririam esconder a acusação do que mostrar aos outros. Prefeririam queimá-las ao invés de exporem-nas. Mas não no caso de Jó. Pois agora ele está tão tomado por seu desejo de ser apontado como justo que nada mais importa! E suas últimas palavras são ainda mais concludentes. Elas excedem a tudo. “Mostrar-lhe-ia o número de meus passos”. Que significa: minha vida é um livro aberto. Não tenho nada a esconder. Isto me deixará mais perto do todo-poderoso. O supremo juíz dos céus e da terra.

Se Ele somente permitir que o meu caso seja ouvido, se Ele me receber em sua sala de julgamento, eu me aproximarei dEle como príncipe. E a palavra para “príncipe” freqüentemente significa um príncipe coroado ou até mesmo um rei! Está palavra é usada para Salomão e Davi, que eram reis soberanos apontados por Deus para regerem o povo de Deus.

Que arrogância, irmãos e irmãs! Que orgulho! Que presunção! Jó exige uma audiência com o todo-poderoso. Diante do Senhor soberano que criou e governa o universo inteiro, Jó coloca a si mesmo como soberano em sua própria justiça. Sua arrogância não tem limites quando chega junto da sala de julgamento do Altíssimo! Este é o mesmo homem dos capítulos 1 e 2? Aquele que confessou: o Senhor deu o Senhor tomou, bendito seja o nome do Senhor?

Sim, este é o mesmo homem, irmãos e irmãs! Nenhuma surpresa que muitos comentadores tentem enfraquecer as palavras de nosso texto e explicam-nas dizendo que Jó aqui se apoiou em sua justiça imputada ou numa justiça dada por Deus. Mas este não é o caso! No último capítulo do livro, Jó se arrepende destas palavras arrogantes no pó e na cinza. Ele implora pelo perdão quando percebe que falou do que não entendia.

Certamente, há uma circunstância delicada aqui. Quem negaria isto? Quem tem sido tentado como este filho de Deus? Quem já sofreu como ele? Quem já teve a fé atacada como a dele? Com nada em que se segurar? E quem tinha mais razão em desejar que seu nome fosse vindicado do que ele mesmo? E quem mais precisava ouvir que o Senhor ainda o amava? E que nunca iria abandoná-lo?

Ao mesmo tempo, isto não escusa a Jó! Deus quer ser crido, não compreendido. É exatamente isto o que Jó estava fazendo. Ele não creu em seu Pai incondicionalmente. Ele não estava satisfeito com a sua justiça pela fé, o que é tudo o que o crente precisa. Ele queria entrar no governo providencial de Deus. Ele exigiu respostas onde nada disto foi um dia prometido. O seu temor foi a base para a qual ele apelou e pela qual tentou forçar Deus a dar-lhe uma prestação de contas do por quê tratar Jó como tratava.

E por trás de tudo isto nós ouvimos o diabo sorrindo a sua gargalhada infernal. Pois ele sabe muito bem que nenhum pecador tem direito diante de Deus. E que o todo-poderoso não está para ser chamado a prestar contas pelas suas criaturas. Que até mesmo seus filhos nunca devem desafiá-lo com base em sua própria fé, mas somente podem aparecer diante dEle por causa da fé obtida pelo seu salvador. Certamente eles são justos! Mas, ao mesmo tempo: direitos concedidos e direitos limitados. Perdão dos pecados e vida eterna são os direitos pactuais imputados de todos os crentes. Em um certo sentido eles são sem limites. Eles são tão amplos e grandes quanto os céus e a terra. E eles têm tudo o que um pecador necessita para esta vida e para a vida por vir.

Por outro lado, estas promessas de vida eterna e justiça nunca prometeram dar a vocês respostas sobre o governo secreto de Deus. Estas promessas não explicam a você por que uma coisa acontece ou o por quê delas ocorrerem. Deus é Deus. Nós somos criaturas. Deus exige fé e nós queremos entender. Deus nos dá a promessa mas freqüentemente gostamos de mais. Deus aponta para o sangue de Cristo, mas gostaríamos de que nos fosse dito o que Ele manteve para si mesmo. E freqüentemente isto se torna uma grande tentação. Não somente para Jó mas para muitos dos filhos de Deus. Pois quando os sofrimentos vêm, quando tudo está sem sentido, quando você não vê mais nada e se sente abandonado e rejeitado, então nós fazemos o que Jó fez em nosso texto.

Então lançamos nossos porquês aos céus. Então desafiamos a Deus. Então queremos respostas onde nunca conseguiremos. E isto pode nos levar a abandonar a Deus. A virar nossas costas a Ele. A desistir e deixarmos a fé. A dizermos: para que continuar a crer? Pois quando o sangue de Cristo não é o suficiente, ou tudo em nossas vidas, ou a única coisa em nosso viver, então duas coisas podem acontecer. Ou nos tornamos indiferentes com o Senhor e passamos a viver os nossos próprios caminhos, ou passamos a dar muita importância à nossa própria justiça, santidade e serviço ao Senhor, e com isto achamos que podemos exigir de Deus que Ele nos dê uma resposta. Quase exigindo que Ele mude a nossa sorte.

Isto era o que o diabo estava esperando. Esta foi a tentação satânica que Jó estava enfrentado. Mas graças a Deus e a sua fidelidade. Graças ao Senhor Jesus cristo, que morreu pelos nossos pensamentos rebeldes e palavras arrogantes, Jó não amaldiçoou a Deus. Ele não desistiu de Deus. Mesmo quando o Senhor não aceitou o desafio de Jó. Ao contrário, no fim de nosso texto, o estágio da batalha entre Deus e o diabo começa a mudar.

A resposta a questão de Jó e de seus sofrimentos serão dadas no seu devido tempo. Deus não deixa seu filho indiferente. Mas isto é dado nos termos de Deus e não nos termos do homem. E isto se aplica a nós, amados. Nós, que vivemos distantes da era de Jó. Nós que temos visto o que Jó somente enxergava vagamente. No nascimento e morte de Jesus cristo. O único homem que poderia aproximar a si mesmo do seu juíz como um príncipe ou rei. Com sua cabeça erguida e sem nenhum temor! Nos mesmos termos de seu Deus. Sabendo que sua justiça era tão perfeita e completa que todas as acusações e escritos contra os pecados de seu povo perderam toda a sua validade quando Ele foi pregado na cruz, à vista de todos.

E esta justiça de Cristo tornou-se a nossa própria justiça. O resultado de sua obediência em vida e perfeito sacrifício. Por cada um que crer nEle. Garantindo, assegurando, confirmando que o Senhor é bom! E gracioso! E cheio de compaixão! Segurando em você e em seus filhos não importando o que aconteça. Mesmo quando você não consegue seguí-lo. Quando as leias da sua Providência deixam você com muitas perguntas. Pois quando você vê e crê que o sacrifício de Cristo permanece sendo o centro de tudo o que Deus faz, você é confortado com esta divina promessa de Efésios 1:9,10 (LER ESTES VERSOS). O que significam estes versos senão que o governo de Deus neste mundo e sobre a sua igreja e sobre você pessoalmente servem para a salvação final. E que tudo o que acontece conosco está servindo para o nosso bem e a glória de seu nome.

O livro de Jó não nos deixa entrar em desespero e desesperança. Não importando quão difícil possam ser os tempos. Pois o Senhor é bom! Ele ama seus filhos. Por causa de Cristo. Tudo o que ele exige é fé. E mesmo se você não pode seguí-lo e está na corda-bamba e não pode entender sua Providência e por causa disto as questões se multiplicam, mesmo assim ele diz: confie em mim, meu filho! Segure em minhas promessas! Pois eu lhe sustentarei! E nunca deixarei você cair! Não importa o que você esteja passando.

Foi assim que Ele tratou com Jó. E é assim que Ele trata conosco. Graças ao sangue de Cristo. Não, ainda assim continuaremos sem entender muitas coisas. Freqüentemente seremos questionados. Muitas coisas ainda parecerão inconsistentes. Muitas coisas nunca serão explicadas. Mas isto nós sabemos, nós cremos pela graça de Deus: em Cristo somos mais que vencedores.

LER OS VERSOS DE ROMANOS 11: 33-36.
Amém.

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Garrelt Wieske

O pastor Garrelt Wieske nasceu na Holanda em 1939. Foi ordenado Ministro da Palavra em 1985, e serviu às igrejas em Lincoln, Ontario; Neerlandia, Alberta; Chatham e Spring Creek, Ontario. Desde sua aposentadoria, em 2003, tem se dedicado a auxiliar igrejas no Canadá e Austrália que estão temporariamente sem ministo. Ele é pai do pastor Kenneth Wieske, que serviu muitos anos como missionário nas Igrejas Reformadas do Brasil. 

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.