Leitura: 2 Reis 20, Isaías 38
Texto: 2 Reis 20
Irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo,
Ao chegarmos perto do final do livro de Reis, as conclusões finais do livro são cada vez mais destacadas. O propósito do Espírito Santo em inspirar este livro fica mais evidente. As lições que devemos aprender ficam mais claras. E vamos ver que um destes propósitos, especialmente evidente aqui perto do final, é de preparar os corações do povo de Deus para esperar o Messias, o prometido filho de Davi.
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A primeira observação que podemos fazer deste capítulo é de quão rapidamente a vida de Ezequias mudou. Durante os primeiros 14 anos, Deus o abençoou e prosperou, dando bom êxito em tudo que ele fez. E então, estas coisas aconteceram: ele ficou com uma doença terminal, e então aconteceu ainda a invasão assíria. Então os próximos 15 anos de sua vida foram radicalmente diferentes do que os primeiro 14. A gente não sabe quais “capítulos” Deus tem preparado por nós. Podemos dar graças a Deus pelos períodos de prosperidade e benção, mas devemos sempre estar preparados para lidar com uma realidade muito mais dura no futuro. E pode ser que aquele período é o que mais molda e refina a nossa fé.
Podemos bem imaginar aquela noite que Ezequias passou chorando amargamente. Mas é notável o que Ezequias diz, em seu cântico sobre isto em Isaías 38:17. Falando sobre a amargura daquele momento, ele diz, Is. 38:17: “Eis que foi para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados.” Deus usou aquela experiência para o ensinar e o humilhar, e também para o levar a um conhecimento mais profundo dos seus pecados e de sua necessidade para salvação.
Neste sentido, Ezequias nos lembra de Davi. Davi também passou pela disciplina de Deus para o levar a arrependimento quando estava em pecado (salmo 32) e também passou por aflições que o humilhou e ensinou a confiar em Deus. Semelhante a Ezequias, Davi diz em Psa. 119:71: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos.”
Então esta é a nossa primeira observação. Não sabemos o que Deus tem planejado por nós, mas tudo é para o nosso bem e o nosso crescimento na fé.
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Segundo: nós já vimos como Ezequias é apresentado como um homem segundo o coração de Davi, e já refletimos sobre como isso é uma benção maravilhosa. Finalmente, após séculos, nós temos um rei que podemos dizer que é tudo que Davi foi.
Porém, vemos neste capítulo alguns aspectos que nos levam a pensar: talvez Ezequias é um pouquinho semelhante demais a Davi. Se estávamos esperando nada mais que um segundo Davi, então aqui o temos, e vemos a dura realidade que Davi, também, não era um homem perfeito. Muito longe disso.
Veja aqui algumas semelhanças a Davi.
Primeiro, um aspecto positivo. Veja a reação de fé de Ezequias quando ele recebe a notícia de Deus que ele vai morrer. Nós não sabemos a natureza da doença—envolvia algum tipo de furúnculo ou abcesso—e Deus mandou Isaías a ele para trazer a notícia de que ele não iria se recuperar. E a palavra foi bem enfático e definitivo: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.”
Mas Ezequias não simplesmente aceitou esta palavra. Ele foi para seu quarto, chorou, e orou a Deus a noite inteira, rogando por misericórdia.
Agora, poderíamos questionar: se Deus já falou definitivamente, ele não deveria ter simplesmente aceito a palavra de Deus? Não. Nem sempre. A fé bíblica não é fatalista. Deus não é como as leis da natureza, frias e impessoais, fixas e indiferentes. Ele é o nosso Pai, e ele promete ouvir e responder às nossas orações. Quando Deus falou para Abraão que ele iria destruir a cidade de Sodoma, Abraão não simplesmente aceitou a palavra, mas implorou a Deus por misericórdia, e Deus aceitou o pedido de Abraão de poupar a cidade se tivesse 10 homens justos dentro dela. Quando Deus falou para Moisés que iria destruir o povo de Israel e criar uma nova nação por meio de Moisés, Moisés não simplesmente aceitou isso, mas implorou a Deus para não fazer isso, e Deus ouviu sua oração e poupou o povo. E quando Deus disse definitivamente a Davi que o filho dele a nascer de Batseba iria morrer, Davi passou sete dias orando, chorando, e jejuando, dizendo (2 Sam. 12:22) “Quem sabe se o Senhor se compadecerá de mim, e continuará viva a criança?”
Agora, no caso de Davi, isso não salvou a criança. Mas Davi estava respondendo pela fé. E ele tinha razão. Ele não se arrependeu por ter orado e buscado “mudar a decisão do Senhor,” por assim dizer, e ele não foi repreendido por isso.
E aqui, o caso de Ezequias prova a razão desta resposta de oração. Deus ouviu sua oração, e prolongou sua vida.
Irmãos, Deus responde às nossas orações. Mesmo quando a situação parece definitiva, a oração e jejum tem peso. Deus não é um ser distante, transcendental, e indiferente; às vezes quando Ele nos aflige, Ele chama a nossa atenção e nos desperta da nossa letargia espiritual, e quando oramos e buscamos a sua misericórdia, ele responde às nossas orações. O apóstolo Tiago diz a mesma coisa em Tiago 5:16, James 5:16: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.”
Mesmo que Deus é soberano, e que Ele sempre realiza seus planos secretos, Deus se compadece de nós quando oramos, e ele usa as nossas orações para realizar seus planos. Ele nem sempre dá aquilo que pedimos. Às vezes, como no caso de Davi, ele não salva a pessoa. Às vezes ele não cura a doença. Podemos pensar no caso também do apóstolo Paulo, e como Deus não tirou o “espinho” no corpo dele. Mas nesta terra, não sabemos. Vale a pena orar.
Já conheci pessoas que desistiram de orar pela salvação de seus filhos, porque já “descansaram” no fato de que a pessoa não vai mudar, e assim “descansam” falsamente na soberania de Deus, dizendo que “se Deus vai salvar a pessoa, então Deus vai salvar a pessoa; e se não, então não.” Sim, mas você não sabe. E suas orações e súplicas são um instrumento que Deus usa. Não é melhor ser como Davi e Ezequias, rogando, jejuando, suplicando a Deus por misericórdia? Você não sabe.
Quanto ao sinal que Deus deu para confirmar a sua palavra, não tem muito o que falar. O Rei Acaz (pai de Ezequias) teve um relógio de sol. Deus deu a Ezequias a opção de fazer a sombra avançar para frente (talvez de forma acelerada, senão não seria sinal nenhum), ou para trás. Ezequias escolheu que avançasse para trás, sendo a coisa mais difícil. E assim Deus fez.
Agora, isto significa que o sol também reverteu seu caminho e foi contramão? Eu acho que não. É verdade que Deus uma vez fez o sol parecer parado no céu, na batalha em Ai em Josué cap. 10. Mas aqui, não se fala do sol, mas apenas da sombra. Nós também não lemos nada sobre este evento nos anais históricos das outras nações, e certamente as nações de Assíria e Babilônia teriam escrito algo sobre isso, porque eram obcecados com os movimentos do sol e das estrelas. O livro de Crônicas, em cap. 32, nos diz que a visita da comissão babilônica era em parte para investigar este evento—então eles ouviram falar—mas o fato que eles mandaram uma comissão para Jerusalem já demonstra que era um evento local, que aconteceu em Jerusalém e não em todo o mundo.
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Então nós chegamos à visita da comissão babilônica. E aqui mais uma vez vamos ver uma semelhança com Davi, mas não muito boa.
Versos 12-13 dizem:
“Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente. Ezequias se agradou dos mensageiros e lhes mostrou toda a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos finos, o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros; nenhuma coisa houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio que Ezequias não lhes mostrasse.”
Agora, esta visita pode parecer inocente—qual o problema?—até que perguntemos, por que Ezequias queria mostrar todos os seus tesouros? Por que ele fez isso? E a única resposta que podemos achar é que ele fez isso porque ele queria. Era seu orgulho.
Devemos reconhecer que a esta altura na história, a Babilônia ainda não era um império, nem um grande poder militar. Babilônia ainda era uma cidade dentro do império assírio. Isto aconteceu em torno do ano 700 a.c., quase sem anos antes de Babilônia conquistar o capital da assíria, Níneve, e se tornar o novo império. Então Ezequias não estava querendo formar alguma aliança militar, ou coisa assim. Os babilónios, como já falei, vieram visitá-lo por causa do milagre da sombra, e nada mais. Era uma visita amigável, e ele aproveitou para mostrar seus tesouros. Diante destas pessoas “importantes” de uma das grandes cidades do mundo, ele não resistiu a tentação de se mostrar um pouco para ser respeitado pelo mundo. Foi seu orgulho, e temos que ver isso como um lapso de sua fé. Ele esqueceu que tudo que ele tinha era a benção de Deus, e que o povo de Deus—especialmente o rei—não deveriam tentar buscar a aprovação do mundo. Ele estava começando a se comparar com as outras nações, algo que o povo de Deus, como nação santa e separada, não deve fazer.
E isso não lembra você de Davi?
Em 2 Samuel 24, durante um dos momentos mais prósperos do reino de Davi, quando tinha paz de todos os inimigos ao redor, Davi ordenou fazer um censo dos exércitos de Israel. E isso foi um lapso na sua fé. Era tão fora do caráter de Davi que até Joab, o comandante do exército (e não um homem piedoso), o questionou: 2 Sam. 24:3: “Por que tem prazer nisto o rei, meu senhor?” Até Joabe reconheceu o que levou Davi a fazer isto. Não tinha necessidade de fazer um censo. Ele fez porque quis. Porque se orgulhou. E porque começou a se comparar com os reinos do mundo, e se medir pelas coisas materiais.
Depois, ele se arrependeu por isso, mas Israel sofreu as consequências.
Então vemos esta semelhança entre Ezequias e Davi.
E tem outro, que vemos na resposta de Ezequias depois que Deus o repreendeu por ter mostrado seus tesouros aos babilônios. Isaías o confrontou, e disse, em vs. 17:
“Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.”
Agora veja como Ezequias respondeu a esta palavra. Versículo 19:
“Disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do Senhor que disseste. Pois pensava: Haverá paz e segurança em meus dias.”
Que resposta é essa??
Alguns comentários tentam retratar isso de uma forma mais positiva. Não sabia qual foi seu tom. Talvez ele estava grato pelo atraso do juízo, não por motivos egoístas, mas por amor a Judá. Mas sua reposta diz claramente qual foi seu motivo: “haverá paz e segurança em meus dias.”
Agora, você poderia dizer, “mas ele não estava simplesmente se submetendo à palavra de Deus? Afinal, Deus já falou, não tem o que fazer.”
Mas espera aí. Né? Quando Ezequias foi confrontado com o decreto de Deus em versículo 1, ele chorou e jejuou e orou a noite toda. E Deus ouviu sua oração e prolongou sua vida. Então onde está o choro e pranto e oração agora, diante dessa palavra de Deus?
E nisto também, infelizmente, Ezequias nos lembra de Davi. Qual foi a resposta de Davi ao castigo de Deus por ter feito o censo do exército? Deus o deu três opções: (1) três anos de fome; (2) três meses de fugir dos seus inimigos; ou (3) três dias de pestilência na terra. E Davi aceitou uma das opções (1) ou (3). Ele disse (2 Sam. 24:14): “Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu.” Ele tentou justificar sua decisão pela misericórdia de Deus, mas é claro que ele preferiu que todo o povo sofra por seus pecados, de que ele somente. Foi uma decisão egoísta.
E isto fica claro depois. Quando Davi viu a severidade da pestilência, ele se arrependeu de sua decisão. 2 Sam. 24:17: “Vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao Senhor e disse: Eu é que pequei, eu é que procedi perversamente; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai.”
O ponto é este: embora nós possamos dar graças a Deus por finalmente ter um rei com um coração semelhante ao de Davi, que realmente amou a Deus de verdade—era isso que estávamos esperando—mesmo assim, um coração semelhante ao de Davi ainda é um coração muito humano, isto é, pecador, egoísta. Ele não se colocou no lugar do seu povo, para levar nele mesmo a sentença que eles mereciam, mas ele estava disposto a deixar eles sofrerem as consequências pelo pecado dele. Ele não é o marido como Cristo que entregou sua vida por sua noiva, mas é mais semelhante a Adão, que entregou sua noiva para salvar si mesmo. Ele não é o pai que se entregou para salvar seus filhos, mas se contentou pelo fato que seus filhos iriam sofrer e não ele mesmo. Isto é muito triste, mas isto nos lembra que estamos lidando com um ser humano. Os melhores dos humanos ainda são muito humanos. Então se Ezequias já foi o melhor rei que poderíamos esperar, então temos que aumentar ainda muito as nossas esperanças. e buscar um rei ainda muito melhor. Com um coração totalmente diferente ainda de Davi e Ezequias.
Estamos no final da vida de Ezequias, e o que podemos dizer? Se o primeiro Davi falhou em estabelecer o Reino de Deus, um reino de justiça que permaneceu mais de que uma geração… o que de fato esperávamos com um segundo Davi?
Então, irmãos, estou convencido que este capítulo está aqui para ensinar o povo de Deus a buscar Cristo. Para reconhecer a sua necessidade por um Rei que seja não somente o filho de Davi, mas também o filho de Deus. Podemos dar graças a Deus por homens como Ezequias. Eles nos refrescam e animam. Mas não serão suficientes para nos trazer o reino de Deus.
Assim, este capítulo nos direciona para Cristo. Cristo é o rei que precisamos. Vemos em Cristo a perfeição das virtudes de Daví e Ezequias: ele demonstrou em toda sua vida a sua confiança no Pai e disposição de seguir a vontade do Pai, até mesmo para a cruz. Mas vemos em Cristo também o oposto das falhas e fraquezas de Davi e Ezequias. Ele permaneceu firme onde eles fracassaram. Ele, embora justo, deu sua vida para salvar o seu povo do pecado deles, em vez de deixar o povo sofrer pelos pecados dele. Ele assumiu a posição de redentor, e se colocou diante de Deus e sua noiva, e disse, “Aceite o sacrifício do meu corpo, para que ela seja poupada.” Ele assumiu responsabilidade por sua família, como um pai perfeito, levando em si mesmo as consequências pelas ações de seus filhos, para que eles sejam salvos. Ele disse a seus discípulos (Mc 10:45): “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
O apóstolo Paulo escreve maravilhado sobre isso. Rom. 5:7–8: “Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”
Este, irmãos, é o tipo de Rei que este capítulo nos ensina a buscar. Não um rei como nós. Nem um rei segundo o coração de Davi, como Ezequias. Mas um rei, justo, perfeito, e disposto a entregar a sua vida para a salvação do seu povo. Somente um rei assim pode estabelecer o reino de Deus, o reino de justiça e misericórdia. É uma lição que os judeus até hoje precisam levar a sério, porque eles ainda estão esperando aquele rei semelhante a Davi: Os melhores dos homens nem chegam perto do que é necessário para estabelecer o reino de Deus. Ele somente é a esperança do Povo de Deus, e deste mundo inteiro.
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Obviamente, este capítulo tem bastante implicações para a nossa visão da política e dos políticos que devemos levar a sério. Podemos dar graças a Deus pelos bons presidentes, governadores, e políticos que Deus possa levantar. Mas devemos ser bem realistas, e devemos estar bem firmados no reconhecimento de que eles, em si mesmos, não trarão o reino de Deus que estamos buscando. Não devemos nos iludir. Os melhores dos homens ainda são muito humanos. Não é por nada que os salmos sempre nos lembram: “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação” e Psa. 108:12: “Vão é o socorro do homem.” É uma benção receber da mão de Deus homens piedosos para governar o nosso país, e devemos lutar para isso e fazer tudo dentro do nosso poder para garantir isso. Não estou querendo desestimular isso, porque é uma atitude justa e piedosa. Mas devemos saber muito bem onde está a nossa esperança, e não é no homem. Os homens—até os melhores—decepcionam; mas Cristo é o nosso Rei e a nossa esperança.
Também, irmãos, devemos lembrar que Cristo agora está nos transformando, por seu Espírito, para crucificar aquele velho homem, e viver como o novo homem. Ele não somente se colocou em nosso lugar para levar em si mesmo o castigo que nós merecemos, mas ele também nos une com Ele mesmo e nos transforme do mais interior. Então não estamos condenados a repetir os mesmos erros e praticar o mesmo egoísmo e covardice que nós vemos—com todo respeito—em alguns momentos da vida de Davi e Ezequias. Nós que somos maridos somos chamados a amar as nossas esposas como Cristo amou a esposa dele (a igreja), entregando sua vida por ela santificando-a pela Palavra. Nós que somos pais e mães somos chamados a assumir responsabilidade por nossos filhos, suportando em nós mesmos a dor a dificuldade de os instruir e os disciplinar no temor do Senhor, para sua salvação. Não é fácil—doe, e às vezes nos causa tristeza e frustração—mas aceitamos este trabalho e esta dor para salvar suas vidas do inferno. Nós que somos pastores e presbíteros somos chamados a nos entregar pelas ovelhas, a nos colocar entre elas e os lobos, e a suportar até as mordidas e chutes delas mesmos para as salvar dos precipícios e as levar aos pastos verdes. Até nós que somos apenas irmãos ordinários da igreja, somos chamados a interceder uns pelos outros, a suportar as feridas dos outros, e intervir para salvar a vida daquele que está em pecado. Isto leva tempo e trabalho, e muitas vezes causa dor e frustração, mas aceitamos isto alegremente porque é isso que Cristo fez—e faz—por nós. Então não estamos condenados a ser as mesmas pessoas medrosas, egoístas, indiferentes, ou letárgicas que éramos por natureza. Cristo é o nosso Rei, e Cristo está nos fazendo novas criaturas. Demos graças a Deus por isso! Nós, hoje vivemos já no Reino de Cristo, que ele está edificando, pondo ao fim o pecado, salvando pecadores da miséria do seu pecado, e trazendo justiça, retidão, bondade, e misericórdia agora e eternamente.
Jonathan Chase
O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.