Leitura: 1 Reis 22.51, 2 Reis 1.18
Texto: 2 Reis 1
Irmãos e irmãs em nosso Senhor Jesus Cristo,
Antes de estudar este texto, vamos só tomar um momento para lembrar de nossos objetivos em estudar o livro de Reis:
- Queremos ver a mão de Deus trabalhando na história. É pra isso que o livro foi escrito, para mostrar a mão de Deus, ativa e soberana, realizando suas propostas por meio de uma história que pode parecer caótica e bagunçada.
- Assim também queremos aprender ver a mão de Deus em nosso tempo – em um capítulo diferente, mas na mesma história. Não é que vamos entender exatamente o que Deus está fazendo, porque seus planos são misteriosos e muitas vezes surpreendentes, mas queremos aprender a fé de que Deus está governando a história, em nosso tempo também, realizando suas boas propostas.
- Queremos aprender das lições e avisos que esta história apresenta. Como vai a ditada, os que não aprendem sua história são condenados a repetí-la. E certamente uma das propostas deste livro é apresentar sérias advertências para a igreja de hoje para não cair na mesma descrença e idolatria da igreja daquela época.
- E finalmente, queremos ver como Deus estava preparando o caminho para a vinda de Cristo, e como este livro mostra a nossa séria necessidade para a salvação e justiça que somente Cristo, o cumprimento das promessas feitas para Davi, pode fornecer. Seguindo os exemplos de fé dos nossos irmãos e irmãs daquela época, queremos fixar os nossos olhos em Jesus, o autor e consumador da fé deles e da nossa.
Em 2 Reis 1, encontramos mais um capítulo difícil, desconhecido e misterioso que nos deixa com muitas perguntas e sem saber o que que Deus pretende nos ensinar. Da maneira como a história é contada, quase soa como uma piada – mas no final é mortalmente sério.
Tudo começa com Acazias. Ele é filho de Acabe e Jezabel. Nesse ponto, finalmente, pelo menos, o reinado perverso de Acabe acabou. Mas agora percebemos rapidamente, com seu filho Acazias, a maçã não caiu longe da árvore. 1 Reis 22 nos diz que “Acazias fez o que era mau aos olhos do Senhor e andou no caminho de seu pai e no caminho de sua mãe Jezabel e no caminho de Jeroboão, filho de Nebate, que fez com que Israel pecasse”. Infelizmente, tudo começa de novo com Acazias.
2 Reis 1 é o único capítulo que temos que nos fala sobre a vida de Acazias. Mas, em vez de focar no que ele realizou como rei, o capítulo apenas fala sobre os últimos dias de sua vida e o que eles nos dizem sobre seu relacionamento com Deus. E a expectativa do autor é que, ao olharmos para isso, não aprendamos apenas sobre Acazias; mas, o que é mais importante, aprendemos algo sobre Deus – e como ele espera que nos relacionemos com ele. E é aí que encontramos a lição central. Então vou pregar o texto com o seguinte tema: O único Deus verdadeiro espera nossa confiança mais profunda e exige nossa entrega completa. Notaremos quatro pontos no texto:
- Esquecer de Deus é imperdoável
- Opor-se a Deus é perigoso
- Render-se a Deus é necessário
- Evitar a Palavra de Deus é fútil
1. Esquecer de Deus é imperdoável
A história começa com Acazias caindo pela treliça de uma janela em seu quarto no palácio em Samaria. Você sabe como sua mãe sempre lhe dizia para não se recostar na cadeira, porque as cadeiras não são feitas para se recostar? Bem, o mesmo aplica à uma treliça de janela. Mas Acazias recostou-se nele, e a treliça quebrou, e ele caiu pela janela. Obviamente, foi uma queda muito grave – ele deve ter batido com a cabeça, quebrado as costas ou o pescoço – porque mandou alguém para saber se ele se recuperaria ou não.
Mas o chocante é onde Acazias busca esta resposta. Certamente o autor aqui espera que ficamos chocados. Versículo 2, ele diz: “Ide e consultai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.”
Veja a apostasia que aconteça em uma geração só, quando os pais abandonam o verdadeiro adoração de Deus. Um filho da aliança, buscando respostas de Baal-Zebube.
Não que Acazias não soubia melhor. Acredito que ele sabia. Mesmo que os pais adoravam Baal, e Acazias também adorava Baal, mas ele tinha também algum conhecimento de Deus e da sua identidade como Israelita. Vemos isso até em seu nome: Acazias, que significa “nas mãos de Javé.” Seu nome não era Acaz-Baal, era Acaz-yah. Em nome, ele era um adorador de Javé.
Mas ele não buscou Javé, o Deus verdadeira, o Deus da aliança, quando precisava de respostas. Ele buscou Baal-Zebube, o deus de Ecrom – que ficava no interior do território filisteu. Baal-zebub, aliás, não era realmente o nome desse deus – eles realmente o chamavam de Baal-zebul, com um L, que significa “Senhor dos príncipes”, mas o autor de Reis nem mesmo pronunciar ou escrever seu nome, então ele o chama de “Baal-zebub”, que significa “Senhor das moscas.”
O texto não diz por que Acazias foi para aquele deus em vez do Deus verdadeiro. Talvez ele tivesse ouvido algum boato de que esse deus era particularmente poderoso para curar doenças ou ossos quebrados. Talvez ele simplesmente não acreditasse que Javé fosse um deus de verdade. Ou talvez ele fosse como seu pai – ele sabia que qualquer profeta sério de Javé não teria boas notícias para ele, porque ele estava vivendo em rebelião. O texto não diz.
Mas o que podemos ver é que Acazias agiu de acordo com suas crenças. E isso é importante notar. Em seu leito de morte, ele não desenvolveu repentinamente a verdadeira fé, ou chegou a uma compreensão correta de Deus. Não, ele fez exatamente o que você esperaria que um adorador de Baal ao longo da vida fizesse. Ele se voltou para Baal.
- Qualquer pessoa que pensa que vai se acertar com Deus quando estiver mais perto de seu leito de morte está se enganando. É verdade que encarar a morte de frente nos deixa repentinamente muito sérios, mas, a essa altura, o arrependimento estará muito fora de nosso alcance. Aqueles que abordam o arrependimento dessa forma descobrem que não sabem mais como se arrepender. Se alguém nunca confiou em Deus durante sua vida, não há razão para pensar que o fará repentinamente ao morrer. É verdade, isso pode acontecer pela graça de Deus, como aconteceu com o ladrão na cruz, que se arrependeu nas últimas horas de sua vida – mas isso é inteiramente pela graça de Deus – não se esqueça, havia dois ladrões na cruz, e apenas um deles se arrependeu. Muitas pessoas presumem que se arrependerão e acreditarão quando ficarem mais velhas ou quando estiverem em seu leito de morte, e isso é loucura. O arrependimento é um dom de Deus que vem por Sua graça apenas para aqueles a quem ele deseja dá-lo. Se rejeitarmos a Deus agora, o que nos faz pensar que ele nos mostrará Sua graça depois? Naquele momento, podemos nem mesmo ter tempo para aprender o que significa arrepender-nos e crer em Cristo. É algo que Ele nos chama pra aprender agora.
Portanto, Acazias, em seu leito de morte, fez exatamente o que você esperaria que um incrédulo por toda a vida fizesse. Ele continuou em sua incredulidade e se voltou para todos os lugares errados em busca de respostas.
É uma cena muito triste. O rei de Israel, o povo de Deus, no leito de morte, buscando respostas para o deus-Baal dos filisteus.
E é por isso que Deus envia Elias com uma mensagem a Acazias. E a mensagem que ele traz também é claramente a grande mensagem do capítulo, já que é repetida 3 vezes, nos versículos 3, 6 e 16. A pergunta que Deus manda Elias fazer a Acazias é tão trágica e tão patética: “Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom? [PAUSA] O sarcasmo é tão óbvio, mas a tristeza também. Deus é o único Deus vivo verdadeiro, não apenas de Israel, mas de todo o universo; toda a terra deveria adorá-lo! Certamente então um rei israelita não se voltaria para o mundo ao redor que não conhece a Deus para obter respostas! Mas tragicamente, pateticamente, ele o faz.
Ele pode ter afirmado ser um adorador de Yahweh e também de Baal, mas na hora de necessidade, quando precisamos de respostas, a quem nos voltamos demonstra o que realmente acreditamos. É como o catecismo também ensina: “Pois das duas coisas, só uma é verdadeira: ou Jesus é um Salvador in- completo, ou aqueles que pela verdadeira fé aceitam esse Salvador têm que achar nEle tudo que é necessário para a sua salvação.” Cristo não estava exagerando quando disse que “um homem não pode servir a dois senhores; ou ele odiará um e amará o outro, ou será dedicado a um e desprezará o outro. ” Quando ele precisou de respostas, Acazias voltou-se para o lugar onde ele mais confiava que as encontraria. ”
Podemos ridicularizá-lo por pensar que um deus filisteu idiota seria o melhor lugar para procurar, mas era nisso que ele acreditava. A questão é: Onde nos voltamos para a verdade? Onde nos voltamos para obter respostas? A maneira como respondemos às situações demonstra que reconhecemos que o Deus vivo está em nosso meio? Porque para onde nos voltamos demonstra o que realmente acreditamos.
Por exemplo, com que frequência a oração é nossa primeira resposta quando surge uma crise ou quando as perguntas surgem em nossas vidas? Ou a oração é o último recurso? É algo que fazemos quando sentimos que todas as nossas outras opções secaram? É porque não há Deus em nosso meio que nossa vida de oração é tão atrofiada ou até mesmo ausente em nossas vidas?
Onde nos voltamos primeiro demonstra o que mais confiamos e o que realmente acreditamos.
Onde podemos buscar respostas para o declínio de nossa cultura? Nossa primeira resposta é orar ao Senhor soberano que governa as nações? Ou buscamos refúgio na política, colocando nossa confiança em príncipes e políticos? Porventura, não há Deus sobre nossa nação?
Para onde nos voltamos quando buscamos respostas sobre nossa existência? Sobre a natureza humana? Para os cientistas que negam a sua existência? Porventura, é porque Deus não falou, que buscamos respostas dos sacerdotes do darwinismo?
O que Elias diria àqueles que recorrem aos horóscopos para descobrir o que o dia reserva para eles? É porque não há Deus em sua vida que você se volta para as estrelas em busca de respostas?
Diante deste virus de Covid, onde você tem buscado refúgio? O mundo, paralisado por medo da morte, tem lançado todas as suas esperanças em governantes e fabricantes de drogas e vacinas, apegando-as por salvação. Mas nada garante que você não morra. Nem de Covid, nem de qualquer outro motivo. A onde você busca salvação?
Em crises mentais, em depressão, em ansiedade, onde é que você busca respostas? Não poucos cristãos, nestes momentos, confiando em papeis credenciais do governo, tem corrido para aconselhadores, psiquiatras, treinados em secularismo, materialismo, freudianismo para respostas. Muitos cristãos, que caem na mentira do “profissionalismo” e dos graus de governo, preferem ir a um conselheiro secular em vez de um conselheiro cristão, porque acreditam que os “profissionais” credenciados pelo estado têm a resposta. A religião serve para o domingo, mas eles confiam no mundo para as respostas sobre a vida real. Para eles, a Bíblia pode encorajar as pessoas comuns, mas problemas sérios exigem psicólogos seculares profissionais.
Não estou dizendo que não há um lado médico das coisas. Há. É por isso que os conselheiros cristãos também são treinados nessas áreas.
Mas o campo da psicologia é um campo religioso. É um campo espiritual. O nome “psicologia” significa literalmente “o estudo da alma.” E abordagens inteiras da psicologia são baseadas na suposição de que não existe Deus e nem o pecado. Eles estão determinados a não ver o quebrantamento em relação a Deus como um fator no quebrantamento de nossas vidas. Esses são conselheiros que irão, em alguns casos, encorajar seus aconselhados a seguir estilos de vida pecaminosos como uma solução para seus problemas.
Onde nos voltamos primeiro demonstra em que confiamos e em que acreditamos. Esquecer de Deus é indescupável. Deus se recusou a tolerar o fato de que Acazias buscou algum outro deus em vez dEle. Não é que não se possa buscar respostas no mundo que Deus criou. Mas isso só pode ser feito no contexto de aceitar, confiar e crer no que Deus nos diz em Sua Palavra. E confiando Nele. Voltando-se primeiro para Ele em oração. Se confiarmos nas respostas de religiões ou filosofias sem Deus acima de Sua Palavra, isso é idolatria. E Deus é um Deus zeloso.
Então esse é o nosso primeiro ponto: Esquecer de Deus é indescupável.
2. Em segundo lugar, vemos que se opor a Deus é perigoso. É isso que Acazias faz. Nesse aspecto, ele é até um pouco diferente de seu pai, Acabe. Quando Elias confrontou Acabe depois de executar o inocente Nabote, Acabe se arrependeu e Deus teve misericórdia dele. Agora, quando Elias confronta Acazias, ele envia soldados para prendê-lo. Talvez Acazias pensasse que seu pai era fraco e muito mole com esses profetas de Deus.
Os soldados encontram Elias sentado no topo de uma colina. O capitão ordena que ele, em nome do rei, desça. Elias responde: “Se eu sou um homem de Deus, desça fogo do céu e consuma você e seus cinquenta”. E o texto diz que foi exatamente isso que aconteceu.
Surpreendentemente, o rei envia outro capitão com cinquenta homens. É difícil imaginar o que se passava em suas mentes. Claro, eles não viveram em uma época como a nossa, onde os próprios milagres eram questionados. Eles estavam acostumados com a idéia de que os deuses tivessem esse tipo de poder. E então, talvez eles pensassem, este profeta de Javé havia usado todo o poder de seu deus.
Em qualquer caso, a ordem do segundo capitão é ainda mais ousada. Ele diz, com toda a autoridade do estado: “O Rei diz, desça rapidamente!” Elias responde da mesma maneira a ele, e novamente o fogo desceu do céu e queimou os homens até a morte.
Algumas pessoas objetarão que isso é matéria de lenda. Que não poderia realmente ter acontecido. E porque vivemos em nossa era moderna de ciência e ceticismo, pode ser tentador ver isso como uma mera lenda.
No final, tudo se resume ao que acreditamos sobre Deus. Acreditamos no Deus que criou este universo e tudo que nele existe, e atua para cumprir Seus propósitos, às vezes enviando fogo, às vezes enviando seus anjos, às vezes cegando os olhos de seus inimigos? O fato é que esse é o Deus da Bíblia, do começo ao fim. Se estivermos lendo nossas Bíblias com os olhos mesmo meio abertos, podemos reconhecer que esse é o mundo em que a Bíblia nos mostra que vivemos. E, portanto, não há razão para ver esta passagem como uma lenda.
E, de fato, não há nenhuma razão para supor que Deus não continua operando de maneiras surpreendentes e milagrosas. Em nosso tempo “moderno” e “secular,” talvez nossos olhos podem ser cegados pelo ambiente constante de ceticismo em relação a todas as coisas espirituais. Talvez já vimos muito abuso e fraude, e por isso temos uma tendencia a descontar todas as milagres. Mas não devemos. Do início ao fim, o Deus que encontramos na Bíblia é um Deus que age no mundo que Ele criou, e toda a história cristã também testemunha a este fato.
Agora, algumas pessoas não lutam tanto com a qualidade lendária deste capítulo tanto quanto com os problemas éticos deste capítulo. Muitas pessoas, quando lêem uma passagem como esta, objetam que ela desvaloriza a vida humana.
Mas Acabe não estava mandando estes soldados apenas para conversar com Elias. Ele mandou estes homens para matá-lo ou pelo menos prendê-lo, ou, em outras palavras, ele mandou estes homens para calar a boca do profeta de Deus.
Com esses soldados, Acazias estava declarando guerra a Deus e seu profeta. E todo ser humana que se posiciona contra Deus, se coloca em grande perigo.
Ah, mas, você diz, estes soldados estavam apenas seguindo as ordens. Estavam apenas fazendo seu trabalho.
No final das contas—bem como os oficiais da cidade de Nabote que seguiram as ordens de Jezabel—cada homem, cada mulher, cada soldado e cada policial vai ter que decidir qual pessoa ele será. Não vai poder passar a responsabilidade para os outros, vai responder por suas próprias ações. Sendo mandado para prender a porta-voz de Deus, estes soldados precisavam sair da linha. Chega a hora de decidir se vai servir a Deus ou aos homens. Não tem desculpa não.
Portanto, um capítulo como este pode nos incomodar, mas esta é a dura realidade: aqueles que fazem guerra a Deus fazem a custa da sua própria vida.
3. O que nos leva ao nosso terceiro ponto. Render-se a Deus é obrigatório. O terceiro capitão faz o que os dois primeiros deveriam ter feito. Observe como ele é o único que reconhece o valor da vida humana – e então ele implora a Deus: “Que nossas vidas sejam preciosas aos seus olhos.”
A vida humana é valiosa – sagrada, até – porque somos feitos à imagem de Deus. Mas os seres humanos que fazem guerra a Deus, eles perdem o valor de suas próprias vidas – eternamente. Então o capitão faz o que os outros dois deveriam ter feito. Ele se rende a Deus. Ele implora a Elias,
Versículo 13: “Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta, teus servos; pois fogo desceu do céu e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com os seus cinquenta; porém, agora, seja preciosa aos teus olhos a minha vida.”
Isto que é render-se a Deus. Ele implora por misericórdia. Ele reconhece e admite a realidade do julgamento de Deus, e não o nega. E ele implora a Deus para valorizar sua vida.
Agora observe que ele diz: “a minha vida e a vida destes cinquenta, teus servos.” Não “estes cinquenta, meus servos” ou “estes cinqüenta, servos de Acazias,” mas “estes cinqüenta, teus servos.” Essas são palavras de rendição. Ele estava reconhecendo que Deus tinha mais autoridade sobre ele do que Acazias, seu próprio rei. Ele está dizendo a Elias, “estamos às tuas ordens.”
Quando governantes iníquos se posicionam contra Deus, então aqueles que estão sob eles, especialmente aqueles no governo que têm homens ou mulheres sob seu comando, têm o direito e até mesmo o dever de obedecer a Deus e não ao homem.
É por isso que, na época da Reforma, os Reformadores tinham o que se chama da “doutrina dos magistrados inferiores,” o que significava que funcionários do governo, como magistrados municipais ou estaduais ou oficiais do exército ou escrivães em tribunais, tinham o dever dado por Deus de obedecer a Deus em vez do homem, e podem recusar-se a obedecer às ordens que são contrárias à lei de Deus. Durante esta pandemia, vimos muitos policiais e xerifes de policiais nos Estados Unidos declarando publicamente que não vão cumprir ordens que não somente vão contra a constituição a qual eles juraram fidelidade, mas também contra a lei de Deus. Muitos fizeram a custa do seu emprego. Mas eles decidiram que homens eles serão, e qual seria seu legado aqui na terra.
Cristo é o Rei acima de todos os Reis. Seu governo está sobre todos os governos. Os oficiais que estão no governo são obrigados por Deus não apenas a cumprir seus juramentos para defender a constituição, mas ainda mais seriamente, a jurar sua maior lealdade a Cristo. Isso é o que este capitão faz.
——
Então o anjo do Senhor disse a Elias: “Desce com este, não temas.” E Elias foi. E é surpreendente como a história simplesmente termina depois disso. No próximo versículo, Elias aparece diante do Rei e lhe diz exatamente a mesma mensagem que ele já ouviu no versículo 6, palavra por palavra – a mesma mensagem que levou Acazias a enviar esses soldados para prender Elias. E então, o próximo versículo nos diz, Acazias morreu de acordo com a Palavra do Senhor. O fim.
4. Este é o último ponto desta história: Evitar a Palavra de Deus é fútil. Depois de todo o esforço que Acazias fez para arrastar Elias para sua presença, ele recebe exatamente a mesma mensagem que já recebeu no versículo 6. É como se o autor tivesse deixado outro versículo ali dizendo: “Ora, o que você achou que iria acontecer ? ” A Palavra de Deus o chamou ao arrependimento; a resistência não o levaria a lugar nenhum. Ele poderia resistir à palavra de Deus com todos os seus esforços e ameaçar o profeta e prendê-lo e levá-lo à força para seu palácio – se Deus o permitisse – e não faria nada para mudar a Palavra de Deus. Ele já deveria saber disso desde a vida de seu pai, depois que seu pai ameaçou e prendeu Micaías e foi morto no campo de batalha porque ele se recusou a ouvi-lo.
E a mesma é verdade para nós também, e para nossos governantes, e nossos vizinhos, e todos os cidadãos deste país que pertence a Cristo. A Palavra de Deus, anunciada no evangelho, nos chama ao arrependimento; a resistência adianta nada. Podemos agora resistir à Palavra de Deus. Podemos dar desculpas para nós mesmos. Podemos tentar redefinir a lei de Deus de acordo com nossos valores. Podemos tentar chamar o pecado de outra coisa. Podemos apontar para o hebraico ou grego e argumentar que a palavra de Deus não diz realmente o que diz. Podemos tentar argumentar por que Deus não vai nos castigar. Podemos tentar argumentar por que ainda somos pessoas muito boas. É o mesmo espírito de Acazias, resistindo à palavra de Deus em vez de se arrepender quando Ele nos chama ao arrependimento. Mas tudo isso não adianta nada no dia final, quando chegaremos diante do trono de Deus, e daremos contas pelo homem ou mulher que somos. Que nunca aconteça para nós naquele dia que Ele simplesmente repita a mesma mensagem que há anos tentamos ignorar, e então faça exatamente o que Ele disse que faria. Ele julgará com justiça perfeita, segundo a sua justiça e não a nossa.
O espírito de Acazias faz guerra ao mensageiro em vez de se submeter à mensagem. Mas o resultado é o mesmo de qualquer maneira. Mesmo se conseguirmos silenciar o mensageiro e convencer nossa consciência de que a palavra de Deus não se aplica a nós, isso tornará a mensagem menos verdadeira? Será que nos fará algum bem se, no dia do julgamento, Deus disser: “Não, eu quis dizer exatamente aquilo que eu disse”? O que adianta resistir a palavra de Deus? O que adianta brigar com os oficiais da igreja? O que adianta sair e procurar uma igreja que tolera o seu pecado? O que adianta todos os argumentos sofisticados que você tenha para escapar a palavra de Deus, se, no dia final, não ganha nada? Não podemos mudar a mente de Deus. Só podemos nos arrepender quando ele nos chama ao arrependimento. Essa é nossa única opção. Arrependimento e perdão em Cristo—agora, antes que seja tarde demais.
É por isso que Ele nos dá sua palavra e o Evangelho agora, porque suas promessas são tão sinceras quanto suas ameaças. Qualquer pessoa que abandonar o pecado e colocar sua fé em Cristo – confessando-O como Senhor e buscando Sua misericórdia – receberá o perdão em Seu nome.
Is. 55:7: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.”
Ele nos dá Sua Palavra agora para nos advertir, porque ele leva a sério suas promessas com a mesma seriedade com que leva a sua lei e suas advertências. Ele não nos avisa para nos condenar. Ele nos avisa para fazer-nos voltar para Ele em arrependimento. E aqueles que pertencem a ele, que são suas ovelhas, se voltarão a ele.
——
Acazias não era uma dessas ovelhas, pelo que sabemos. E o resto da história de Reis mostra uma espiral descendente contínua. É doloroso de ler.
Mas mesmo naqueles tempos sombrios, Deus estava trabalhando. Ele trabalhou por meio de seus servos como Elias e muitos outros que não dobraram os joelhos a Baal. Imaginem, irmãos, quanto aqueles homens e mulheres, nossos irmãos em Cristo daquela época, oraram por seu país neste tempo sombrio, sem saber o que Deus faria para salvar sua nação perdida.
Eles oraram para que o Messias viesse. E os profetas que escreveram este registro dos reis de Israel, eles também esperaram ansiosamente para aquele Messias. Eles confiaram na promessa de Deus que Ele viria.
Cristo, o Messías, o filho de Daví e o filho de Deus, é única resposta para todas estas esperanças. Ele que veio para salvar seu povo rebelde. Ele que viveu uma vida de obediência a Deus, e deu sua vida em resgate pelo povo de Deus; e Ele que agora está reinando nos céus, construindo sua igreja, e chamando este mundo inteiro a arrependimento.
É pela graça de Deus que nós o conhecemos como nosso salvador e rei. Por nossa própria natureza, não somos diferentes de que Acazias. Resistimos a palavra de Deus. Recusamos nos submeter. Aparte da graça de Deus nos convertendo, dado a oportunidade, nós também perseguiríamos os profetas de Deus. Mas por sua graça, pertencemos a seu povo redimido—redimido dos nossos próprios pecados—e santificados para servir a Ele como Senhor e Rei.
Portanto, vamos olhar para ele, confiantes de que Seu reino é o único que permanecerá a eternidade. Como membros desse reino, vamos nos submeter toda parte das nossas vidas a ele, mantendo nossos corações e mentes sensíveis à Sua Palavra e abertos à sua repreensão. Muito melhor que ele nos repreenda agora e nos devolva a Ele, do que perecermos em nossa teimosia. Ele espera nossa confiança mais profunda e exige nossa rendição completa e, quando o fazemos, temos o privilégio e o prazer de fazer parte desse glorioso reino.
Jonathan Chase
O pastor John Chase é Missionário de Aldergrove Canadian Reformed Church nas Igrejas Reformadas do Brasil. B.A., Western Washington University, 2012; M.Div., Canadian Reformed Theological Seminary, 2016. Serviu anteriormente como pastor da Igreja Reformada de Elora em Ontario, Canadá nos anos 2016-2020.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.