Mateus 22:01-14

Leitura: Mateus 22:01-14
Texto: Mateus 22:01-14

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo

É a última semana de Jesus na terra e ele tinha acabado de entrar em Jerusalém em meio ao louvor da multidão que cantava: “Hosana ao que vem em Nome do Senhor” (Mt.21.9). Ali, o Senhor purificou o templo dos comerciantes e curou muitos enfermos (Mt.21.12-14). Isso provocou a admiração de muita gente, mas também a indignação dos principais sacerdotes e escribas (Mt.21.15). Esses líderes religiosos tinham rejeitado Jesus como Messias e, portanto, vinham alimentando ódio contra o Senhor. Aqui no contexto, eles questionaram a autoridade com que Jesus realizava suas obras (Mt.21.23).

Nesse contexto de rejeição por parte dos líderes religiosos de Jerusalém, o Senhor ensina três parábolas a respeito deles. O Senhor menciona a atitude errada de rejeição e ódio que eles manifestaram contra Ele mesmo como o Filho de Deus. Na parábola dos dois filhos, aqueles líderes religiosos foram representados pelo primeiro filho que disse ao seu pai que ia trabalhar na vinha, mas não foi (Mt.21.28,29). Da mesma forma, aqueles líderes, que afirmavam conhecer e praticar a lei de Deus, rejeitaram a palavra de Deus ensinada por João Batista e Cristo.

Na parábola dos lavradores, Jesus expõe o ódio daqueles líderes ao compará-los com os lavradores maus que espancaram e mataram os servos e, por fim, assassinaram também o filho do dono da vinha (Mt.21.33-39). Percebam que eles compreenderam que Jesus tinha falado a respeito deles (v.45), mas não se arrependeram, pois procuravam uma ocasião para prender o Senhor (v.46). Por fim, Jesus conta a parábola das bodas (Mt.22.1-14). Nessa parábola, os líderes religiosos de Israel que rejeitaram Jesus são representados pelos homens que foram convidados pelo rei para a festa de casamento do seu filho, mas não aceitaram o convite e também com o homem que entrou na festa sem vestes nupciais. Todos ficaram fora da festa, pois não eram dignos.

Contudo, irmãos, não devemos pensar que estas parábolas se constituem apenas numa repreensão aos líderes religiosos incrédulos de Jerusalém. Nada disso. Essas parábolas de Jesus nos apresentam o evangelho da salvação. Elas nos falam da graça de Deus em chamar pecadores ao arrependimento e fé em Jesus Cristo para sua salvação. Elas nos revelam que enquanto alguns rejeitam a Cristo, outros o abraçam com fé e são salvos. O segundo filho da parábola aponta para publicanos e prostitutas que creram em Jesus e estavam entrando no reino (Mt.21.31,32). Na parábola dos lavradores maus, o Senhor afirma que o reino de Deus será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos (Mt.21.43). E na parábola das bodas, o rei não deixou de celebrar a festa do seu filho por causa da recusa dos seus convidados. Ele convidou pessoas das mais diversas classes sociais e os fez participar da sua festa (Mt.22.9,10).

Quero chamar sua atenção para algumas surpresas que encontramos na parábola das bodas. Nestas surpresas nos é revelado o evangelho da salvação em Jesus Cristo. Vamos perceber que o Senhor tem um chamado urgente para cada um de nós aqui nesta noite, seja você membro ou não. Ele nos chama a aceitar o seu convite e participar da sua festa. Ele nos chama para a salvação e o seu chamado é para todos.

Há pelo menos três surpresas nesta parábola.

A primeira surpresa se acha na recusa ao convite do rei por parte dos seus convidados. O rei estava muito feliz porque seu filho ia se casar e resolveu fazer uma grande festa (v.2). Ele queria compartilhar sua alegria com os nobres do seu reino e mandou convidá-los. Era costume naqueles dias, entregar o convite nas mãos dos convidados alguns dias antes da festa e também lembrá-los do acontecimento no dia da festa. Tudo isso foi feito pelos servos do rei (vss. 3,4). Até aqui tudo bem e normal. O estranho foi a reação dos convidados. Ao receberem o primeiro convite, eles não mostraram nenhum interesse em participar da festa (v.3). O rei ficou sabendo disso, mas insistiu em chamá-los de novo no dia da festa. Desta vez informando que o banquete já estava preparado. O propósito do rei com este banquete não era simplesmente satisfazer os apetites dos seus convidados, mas desfrutar de sua companhia e amizade. Porém, aqueles convidados não se importaram com a festa do filho do rei. Desprezaram os dois convites. Menosprezaram o rei!

Que surpresa desagradável para o rei! Aqueles a quem ele considerava e com quem desejava compartilhar a sua alegria pelo casamento do seu filho, não mostraram nenhum amor por ele e por seu filho a ponto de rejeitar o seu convite. Pessoas de alta posição no reino recusaram-se a honrar o rei com sua presença no casamento do príncipe. O convite do rei era uma obrigação e recusá-lo era uma atitude gravíssima! Isso mostrava que os convidados não tinham apreço pelo príncipe e que não manteriam sua fidelidade ao rei. Eles revelaram grande desprezo ao rei a ponto de cuidarem apenas dos interesses próprios e até matar alguns dos enviados que lhes convidaram. Diante de tão grande insulto, o rei exerceu sua autoridade. Com justiça, Ele ficou irado e mandou matar aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade (7).

Os ouvintes de Jesus entenderam que ele estava se referindo ao fato histórico de Israel em rejeitar a mensagem do SENHOR trazida pelos profetas. Isso aconteceu várias vezes no AT, e estava acontecendo agora com a rejeição do ensino de Jesus pelos judeus e líderes incrédulos de Jerusalém. E o que acontece quando se rejeita a palavra de Deus? Qual a conseqüência de desprezar o chamado do Senhor? Juízo! Os que rejeitam o evangelho de Cristo para seguirem seus próprios caminhos, os que preferem cuidar dos seus próprios interesses sem levar Deus em conta, colocam-se debaixo da sua ira.

É verdade que Deus é paciente e misericordioso. Ele não tem prazer na morte do pecador, mas em que ele se arrependa e viva. Por isso, ele manda seus servos pregarem a sua palavra várias vezes. Ele está chamando pecadores para desfrutarem da festa da salvação do seu Filho. Mas se o pecador rejeita os seus convites e permanece em seus pecados, colherá o juízo divino. O que se mantém rebelde contra o Filho sobre ele permanece a ira de Deus (Jo. 3.36). O Deus paciente é também fogo que consome e horrível coisa é cair em suas mãos por causa de rebeldia e incredulidade. Portanto, se hoje ouvirdes a voz do SENHOR, não endureçais o vosso coração (Hb. 3.8).

Meus irmãos! Quantos judeus, inclusive muitos sacerdotes, não pereceram em seus pecados por desprezarem a Jesus! Muitos que lhe cantaram “Hosana”, logo depois gritaram para crucificá-lo. Foram convidados para a festa, mas não creram e, portanto, ficaram fora do reino de Deus, pois não eram dignos (Mt.22.8). Tenhamos cuidado, irmãos, com um coração incrédulo e rebelde! Tenhamos cuidado com que nossos interesses sufoquem a nossa fé em Deus! Atentemos para a exortação do escritor aos hebreus que disse: (ver Hb. 3.12-14)! Cabe a nós confiar e amar de todo coração o Pai e o Filho que nos chamam cada vez de novo a sermos firmes e alegres na sua salvação!

A segunda surpresa da parábola se acha na decisão do rei em convidar pessoas das mais diversas classes sociais para a festa e também em prover tudo que os convidados precisavam para celebrar o casamento (Mt.22.9-11). O rei já tinha executado sua justiça sobre os que rejeitaram seu convite e mataram seus servos. Contudo, a festa já estava pronta e o banquete preparado! O rei não iria estragar comida e nem deixar de festejar o casamento do seu filho porque seus convidados não vieram. Ele poderia realizar uma festa apenas com seus familiares e as pessoas mais chegadas à família real! Mas o que o rei faz? Aqui está a segunda surpresa da parábola! O rei manda seus servos às esquinas da cidade a fim de chamarem a todos que pudessem encontrar para virem à festa. Pessoas das mais diversas classes sociais atenderam o convite do rei e a sala do banquete ficou repleta de pessoas. Houve festa e todos puderam celebrar o casamento do filho do rei com grande alegria.

O que Jesus nos ensina com isto? Que o convite da salvação é estendido a todos e aquele que aceitar o convite, independente de sua raça ou classe social, pode participar da festa. O rei dessa parábola é um retrato da misericórdia de Deus estendida aos pecadores. O rei não fez acepção quanto aos convidados. Pessoas boas e más estavam dentro do salão. Qualquer um que atendeu o convite entrou na festa. Meus irmãos, a salvação vem dos judeus, mas não é só para eles. É para todo pecador de qualquer raça ou nação que se arrepende dos seus pecados e crê em Jesus Cristo. Muitos judeus desprezaram o reino de Deus trazido por Jesus com sua incredulidade. Enquanto isso, muitos gentios estavam entrando no reino e sendo salvos. Esse sempre foi o propósito de Deus: estender sua salvação em Cristo a todos os povos. Por isso, que Jesus mandou seus discípulos pregarem o evangelho a toda criatura e fazerem discípulos de todas as nações (Mc. 16.15; Mt.28.19; ver também Mt.8.11).

Que oportunidade preciosa você tem ao ouvir essa mensagem hoje! O Senhor está estendendo o convite da salvação a você! Na festa do rei há lugar para todos e um banquete suficiente para todos desfrutarem! Mas você não tem uma roupa limpa e apropriada para chegar à festa e nem um presente para oferecer ao filho do rei. Você se sente sujo e indigno de estar diante do rei. O que fazer então? Aceite as vestes oferecidas pelo rei e participe da festa! Notem que os convidados receberam vestes nupciais e participaram sem impedimento algum da festa. O rei providenciou não só o banquete, mas também as vestes do casamento.

Vestindo o traje nupcial, ninguém mostrava sua pobreza ou miséria. Cada um dos convidados podia esconder sua condição social e econômica atrás das roupas oferecidas pelo rei. As vestes eram brancas e simbolizavam pureza e alegria. Todos podiam estar diante do rei e desfrutar de sua festa desde que estivessem devidamente vestidos com as vestes brancas providenciadas pelo rei.

Meus irmãos! Nessa surpresa da parábola brilha o evangelho de Cristo. As vestes brancas providenciadas pelo rei apontam para a justiça de Cristo, pela qual somos perdoados de todo pecado e aceitos sem impedimento algum na presença de Deus. Jesus sabe do que está falando. Ele está a poucos dias de ser entregue na cruz para derramar o seu sangue e nos purificar de todo pecado. Quem deseja ser salvo e entrar no reino de Deus precisa ser levado no sangue de Cristo! Cristo é a provisão de Deus para nossa salvação! Sua justiça são as vestes brancas que Deus nos oferece para estarmos na sua presença (Ap.3.18). Estas vestes é pra você que está sujo em seus pecados! Pra você que se sente indigno de estar diante de Deus! Cristo veio salvar pecadores como você! Ele cobre a miséria do teu pecado com as vestes brancas de sua justiça e te chama a cear com ele no banquete da salvação. A santa ceia é pra você que está coberto pelo sangue de Cristo, sangue precioso que te torna mais alvo que a neve e justo diante de Deus.

E finalmente, a última surpresa da parábola se acha na presença de um convidado na festa sem a veste nupcial (v.11,12). Já vimos que o rei providenciou roupas brancas para todos os convidados. Porém, um dos convidados entrou na festa, mas recusou-se a vestir os trajes oferecidos pelo rei. Ao entrar na sala do banquete, o rei examinou com alegria todos os convidados que estavam com vestes brancas. Porém, ficou surpreso e indignado ao ver um dos convidados sem a veste apropriada para a festa. “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial?”, perguntou-lhe o rei. O homem nada respondeu. Permaneceu calado. Por quê? Estava envergonhado na frente de todos os convidados por ter recusado as roupas oferecidas pelo rei. O rei, então, indignado com o insulto do tal homem, ordenou que o lançassem para fora, nas trevas. O rei não aceita ninguém na sua presença que rejeite os recursos que ele oferece para todos.

Meus irmãos! O convidado que não estava usando a veste branca representa todo pecador que busca a salvação por suas próprias obras. É o retrato daqueles que acham que podem entrar no céu por seu mérito e não pelo sangue de Cristo. Esse era o problema dos judeus naqueles dias. Eles não se sujeitaram a Cristo, a justiça estabelecida por Deus para salvação, mas quiseram estabelecer sua própria justiça (Rm. 10.3). Eles não se revestiram do sangue de Cristo, mas queriam estar diante de Deus do seu próprio modo.

Porém, ninguém pode chegar ao Pai senão por Cristo. A salvação não depende do que fazemos, mas do que Deus fez por nós em Cristo. Nossas melhores obras são como trapos de imundícia. Notem que até pessoas consideradas boas tiveram de vestir as roupas oferecidas pelo rei. Somente as vestes providenciadas por Deus, ou seja, o sangue de Cristo que nos purifica, nos dá a graça de estar diante de Deus.

Saiba que não é por você ser batizado ou ter feito profissão de fé, não é por conhecer toda a Bíblia, participar da igreja, fazer boas obras, cantar louvores, celebrar a ceia e até ser um líder na igreja que você será salvo. Tudo isso é importante, mas não garante nossa salvação. A justiça de Cristo é a garantia da nossa salvação. A graça de Deus em Cristo é quem nos leva para o reino de Deus!

Notem que Jesus conclui a parábola dizendo: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (14). O evangelho é pregado a todos, mas nem todos se arrependem e crêem. Aqueles que recusam o convite e não aceitam as vestes oferecidas pelo rei não fazem parte dos escolhidos. Por outro lado aqueles que aceitam o convite do rei e se vestem com as roupas brancas da justiça de Cristo crendo em Jesus como único caminho de salvação, estes, pela graça de Deus, são destinados para a vida eterna (At.13.48). Deus abre corações e conduz pecadores ao céu. Portanto, ouça o seu chamado! Aceite o seu convite! Abandone seus pecados e qualquer caminho de se chegar a Deus que não seja Cristo. Mas vista-se com as roupas brancas da justiça Cristo! Creia nele e desfrute da festa da salvação desde agora e para sempre!

Amém.

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Elissandro Rabêlo

Bacharel em Teologia pelo CETIRB – Centro de Estudos de Teologia das Igrejas Reformadas do Brasil (Atual Instituto João Calvino) (1999-2004). Fez Convalidação de Teologia na Universidade Mackenzie em São Paulo (2017). Ministro da Palavra e dos Sacramentos da Igreja Reformada do Grande Recife (PE), servindo como Missionário da Igreja Reformada em Fortaleza (CE).

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.