Leitura: Mateus 05.21-26
Texto: Mateus 05.21-26
Amada congregação do Senhor Jesus,
O texto que lemos está dentro do grande sermão de Jesus que foi conhecido como sermão do monte. Jesus já havia ensinado as bem-aventuranças reservadas para os discípulos d’Ele. Jesus disse o que eram os discípulos d’Ele: sal da terra e luz do mundo. Os discípulos de Jesus deveriam brilhar no mundo. Viver as boas obras de tal forma que os homens glorificassem a Deus. Jesus chamou também seus discípulos para viverem os mandamentos de Deus de modo completo. Ele disse (Mt 5.20): “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus. Depois dessas palavras, então, Jesus passou a ensinar sobre os mandamentos da Lei.
O nosso texto mostra o ensino de Jesus sobre o sexto mandamento. Quando pensamos no sexto mandamento não pensamos logo no culto a Deus. Pensamos nos assassinos, nos homicídios nas ruas e nas casas. Mas Jesus ensinou o sexto mandamento, fazendo uma ligação do mandamento com o culto a Deus. É bom ouvirmos o que Jesus nos ensina sobre o sexto mandamento e as consequências dele na nossa vida de adorador. Então, prego a seguinte mensagem:
Tema: Jesus nos ensina a cultuarmos a Deus, cuidando de obedecermos o sexto mandamento.
Amados irmãos e irmãs, vamos para o texto (v. 21). Jesus Cristo falou do sexto mandamento da lei: “Não matarás” (Êx 20.13). Jesus trouxe à memoria dos seus discípulos a interpretação dada pelos rabinos. Por isso, Jesus diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. A interpretação dos rabinos parecia limitar o mandamento ao homicídio. Pois somente quem matar será condenado à morte (este é o sentido).
Mas, o que Jesus fez?
Jesus ensinou a profundidade do sexto mandamento (veja v. 22): “Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento (a condenação); e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal (tribunal dos judeus – o sinédrio); e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”. Esse ensino era muito forte para uma geração acostumada com o legalismo dos judeus e em que somente se aprendia a letra da Lei.
Imagine as palavras de Jesus sendo ouvidas por seus ouvintes originais. A minha fúria contra meu irmão já me faz merecedor de morte? Mas, não somente isso: Se eu, movido por ódio, chamo meu irmão de estúpido, então, já mereço ser condenado pelo sinédrio (tribunal supremo dos judeus)? Mas também, se eu detrato meu irmão, chamando a ele de idiota, sou merecedor do inferno de fogo? Que ensino é esse? Nunca ouvimos nada semelhante – podem ter pensado os discípulos de Jesus. Mas, essa é a verdade de Deus no sexto mandamento.
Nós temos uma visão muito rasa e legalista da lei de Deus. Mas, Jesus nos ensinou a profundidade e o espírito da Lei de Deus. A lei já dizia (Lv 19.16-18): “Não andarás como mexeriqueiro (difamador, detrator, fofoqueiro); não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR. Não aborrecerás (odiarás) teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira (esconder rancor no coração) contra os filhos do teu povo; mas, amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.
Não sou digno de morte se apenas derramar o sangue de meu próximo. A minha fúria, o meu ódio, as minhas palavras ofensivas e detratoras me tornam digno da morte eterna. O ensino de Jesus diz que a ira, o ódio, a detração é homicídio para Deus. Por isso, o apóstolo disse (1 Jo 3.15): “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si”. O Senhor Jesus disse (Mt 5.21,22): “… todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento (a condenação); e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”. Ou seja, é culpado de homicídio.
Agora, Jesus ligou o sexto mandamento ao culto que prestamos a Deus (veja os vs. 23,24). Jesus disse (v.23,24): “Se, pois, ao trazerdes ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro te reconciliar com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.
Não parece uma mudança no ensino que há nos vs. 21,22?
Por que Jesus fez isso?
Que relação há entre o culto e o sexto mandamento?
Pergunto: O primeiro homicídio não estava relacionado ao culto? Sim. Caim não foi bem sucedido no seu culto a Deus. Caim era religioso. Ele não amava a Deus e nem amou o seu irmão Abel. A oferta de Caim e o assassinato de Abel mostraram que Caim era do Maligno (Gn 4; 1 Jo 3.11,12). Jesus faz uma ligação que já conhecemos na Escritura: o culto e o sexto mandamento, amor ao irmão e adoração, homicídio e culto.
Jesus também toca na hipocrisia que sempre tenta se firmar na igreja. Os crentes facilmente podem cair em hipocrisia. Podemos nos apresentar no culto tão bem, mas, em nossas casas, no trabalho, na escola, em outros lugares, temos ferido nossos próximos, não tratamos as nossas ofensas aos nossos irmãos. Por exemplo: Quantos casais dentro da igreja vêm para o culto cheios de mágoa no coração? O marido e a esposa passaram a semana se ferindo. Mas, no culto, são tão sorridentes. Ninguém pode imaginar que o casamento deles é uma arena. Quantos de nós ficamos nos enganando: Sei que feri fulano, mas amanhã eu trato o problema com ele. Um amanhã que é uma desculpa para manter o meu pecado, pois é um amanhã que nunca chega. Irmãos e irmãs, viver assim é hipocrisia. Viver assim é ferir o ensino de Jesus acerca do sexto mandamento e o culto.
Devemos romper com a hipocrisia dos fariseus. Jesus nos ensinou o sexto mandamento para que a nossa justiça exceda a dos fariseus (v.20). Jesus não nos dá uma opção. É um mandamento dado a cada um de nós. É um dever para eu cumprir, um dever particular. Devo parar e pensar se tenho ofendido algum irmão. Devo, como diz a forma da santa ceia, fazer o autoexame. Se detecto alguma pendência com algum irmão, então, devo deixar minha oferta diante do altar. Devo ir em busca de meu irmão. Devo fazer as pazes com meu irmão ferido. Depois, volto para adorar a Deus, oferecer a Deus meu culto, minha oferta, meu sacrifício. Essa deve ser a disposição de quem quer adorar a Deus conforme o ensino de Cristo, conforme o sexto mandamento.
Agora, quando devo buscar meu irmão ofendido?
O mais rápido possível. Jesus usou uma ilustração que fala de urgência (v. 25,26). A ilustração nos ensina a buscarmos resolver o problema antes de sermos denunciados pelo adversário ao juiz. Não é assim na vida real? Não buscamos acordos para evitarmos o julgamento no tribunal? Se sou culpado e deixo o julgamento chegar, então, não conseguirei me justificar. Se for preso, não terei condições de pagar a dívida. Jesus ensina a urgência de tratarmos nossas pendências com quem ofendemos. Não posso deixar passar dias, meses e anos! Devo ir logo em busca do meu irmão, tratar logo a minha dívida com ele.
Concluindo:
Jesus ensinou o sexto mandamento. Ele relacionou o sexto mandamento ao culto. Devo aborrecer as raízes do homicídio: ira, ódio, devo ver insultos e difamação como homicídio. Não devo gostar desses sentimentos e nem de ações que firam meu próximo. Devo chegar no culto com o coração cheio de amor por Deus e meu próximo. Devo estar disposto a buscar meus irmãos ofendidos para ser um adorador sincero. Se sei que tenho ofendido meu irmão, preciso buscar o ofendido rápido. Essa busca não depende do ofendido. Não devo ficar esperando o ofendido chegar a mim. É um dever meu, como servo de Cristo.
Mas, lembre-se: Quem de nós consegue cumprir essas palavras de Jesus? Quem de nós pode cumprir o sexto mandamento?
Nós sabemos das nossas fraquezas e pecados. Não temos condições de cumprir toda a exigência da Lei. Se a aceitação do nosso culto dependesse da nossa perfeição, então, todo esse culto seria abominável.
Nós adoramos a Deus confiando na promessa de Jesus. Ele prometeu cumprir toda a Lei (v. 20). Ele cumpriu sua promessa. Jesus cumpriu a Lei de Deus em todos os aspectos dela. A justiça de Jesus superou a justiça dos escribas e fariseus. O culto de Jesus foi perfeito, pois seu amor foi perfeito. O amor de Jesus pelo Pai foi perfeito. O amor de Jesus por nós foi perfeito. Ele deu a sua vida por nós. A vida de Jesus foi a oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. Por isso, como o apóstolo Paulo disse em Ef 4.31-5.2: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.
A obra sacrificial de Jesus é que nos dá acesso seguro ao Pai. Através do sangue e da pessoa de Cristo, temos coragem de estar na presença de Deus. É a obra de Cristo que nos faz almejar o culto, congregar e viver com nossos irmãos em comunhão amorosa, no SENHOR Jesus.
Se compreendemos a obra de amor de Cristo em nosso favor, se compreendemos o culto a Deus, se compreendemos o quanto custou a nossa comunhão com Deus e com nossos irmãos, então, buscaremos oferecer o culto que agrada a Deus. Se compreendemos o amor de Deus e o que Cristo fez por nós, então, será mais fácil buscarmos a quem ofendemos. Por isso, estimulados com a palavra de Jesus acerca do sexto mandamento, cultuemos a Deus, cuidando de obedecermos o sexto mandamento. Vamos acabar esse sermão lendo a passagem de Hebreus 10.19: … (o amém virá após a leitura).
Amém.
© Toda a Escritura. Website: todaescritura.org.Todos os direitos reservados.
Este curso é gratuito. Por isso, apreciamos saber quantas pessoas estão acessando cada conteúdo e se o conteúdo serviu para sua edificação. Por favor, vá até o final dessa página e deixe o seu comentário.
* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.