Mateus 05:06

Leitura: 1ª João 03:07-10; Mateus 05:01-06
Texto: Mateus 05:06

“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos” (Mt. 5.6)

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,

A fome e a sede são duas necessidades básicas para a existência de todos os seres humanos. Todos conhecemos a sensação de ter fome e sede, pois Deus nos criou com a natureza de sentir fome e sede. A cada dia sentimos fome e sede e, portanto, precisamos de alimento e água para fortalecer nossos corpos e assim nos mantermos vivos.

Em vários lugares na Bíblia lemos sobre a sensação de ter fome e sede. Na maioria das vezes, o sentido de ter fome e sede é literal (natural). Por exemplo, tanto Jesus quanto os seus discípulos, sendo seres humanos, logicamente sentiram fome (Mt 4.2,12.1). Jesus também alimentou uma multidão que estava faminta e todos se fartaram (Mt 14.20-21). No entanto, é interessante observar que a Bíblia também usa os termos “fome” e “sede” no sentido figurado. Por exemplo, Davi e os filhos de Coré tinham sede da presença de Deus, ou seja, o forte desejo de estar perto de Deus. (Sl 63.1; tb. 42.1-2). No nosso texto, Jesus usa os termos “fome” e “sede” no sentido figurado: “Felizes os que têm fome e sede…”. Jesus fala sobre a sensação de ter fome e sede. Mas o Senhor Jesus não está falando da fome e sede naturais que todos os seres humanos têm por alimento e água, mas de uma fome e sede espirituais. Jesus está falando de uma qualidade espiritual que caracteriza os súditos do seu reino e esta qualidade espiritual é ter fome e sede de justiça. Todos os homens têm fome e sede naturais de comida e bebida, mas a fome e sede de justiça não é comum a todos. Somente os verdadeiros crentes, aqueles que nasceram de novo pela obra do Espírito Santo, têm a qualidade espiritual de ter fome e sede de justiça. Na quarta bem-aventurança, nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina que:

Tema: O verdadeiro crente tem fome e sede de justiça

Na quarta bem-aventurança o Senhor dá mais um passo em seu ensino acerca do caráter e da conduta cristã dos seus discípulos. Quando afirma: “Felizes os que têm fome e sede de justiça…”, ele está chamando nossa atenção para o aspecto positivo da vida cristã. Como cristãos, somos chamados por Cristo nas bem-aventuranças, não somente a reconhecer e chorar por nossos pecados a fim de odiá-los e abandoná-los, mas também a agir positivamente, a buscar com toda força a prática da justiça. É como se ele nos dissesse: “Não somente reconheça e deixe o mal e o pecado, mas busque o bem, faça o que é certo, obedeça a Deus”. Aquele que nasceu de novo é motivado pelo Espírito Santo não somente a sentir uma tristeza profunda pelo pecado e a vontade de odiá-los e evitá-los, mas também o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras (CH, perguntas 89 e 90). Esse estilo de vida caracteriza todo aquele que é nascido de Deus, conforme lemos em 1João 3.9: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando porque é nascido de Deus”; e o verso 7 diz: “…aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo”. Os que nasceram de novo, portanto, são justos e, portanto, têm fome e sede de justiça.

O que significa ter fome e sede de justiça? Antes de tratarmos dessa questão, precisamos definir o significado da palavra justiça, para então entendermos o que significa ter fome e sede de justiça. Na Bíblia, a palavra “justiça” é usada em pelo menos dois sentidos básicos: 1) Justiça imputada ou justificação: o ato de Deus pelo qual nos liberta da culpa do pecado e nos declara justos em virtude da obra redentora de Cristo. 2) Justiça ética (santificação): conduta íntegra de conformidade com a lei de Deus e que agrada a Deus. Devemos definir o significado da palavra justiça dentro do contexto em que ela é usada. Para isso, é importante olharmos para a palavra justiça como Jesus a usou dentro do sermão do monte. Além do nosso texto, o termo justiça aparece por mais quatro vezes no Sermão do Monte. Veja os textos: Mt. 5.10: os cristãos sofrerão perseguição por causa da justiça, por fazerem o que é certo; Mt. 5.20: a justiça dos cristãos deve exceder a dos escribas e fariseus (justiça externa e egocêntrica); Mt 6.1: o propósito da prática da justiça na vida do crente é a glória de Deus e não os elogios dos homens; Mt 6.33: a prioridade do crente que confia em Deus e não vive ansioso é a busca pela justiça e pelo reino de Deus. No sermão do monte, o Senhor Jesus chama a atenção dos seus discípulos para a ética do reino de Deus (prática da justiça). Podemos dizer então que, ao usar o termo justiça no sermão do monte, Jesus está se referindo especialmente ao aspecto ético da justiça bíblica; ele está enfatizando a santificação, a prática da justiça na vida cristã, um viver reto.

O que então significa ter fome e sede de justiça? Ter fome e sede de justiça significa ter o desejo intenso e contínuo de viver conforme a vontade de Deus revelada em sua lei. Ao usar os termos “fome” e “sede”, Jesus tinha a intenção de ensinar aos seus discípulos que eles devem ter em primeiro lugar um desejo profundo (intenso) por justiça. Ambas as palavras que Jesus usou indicam uma sensação de fome e sede tão profundas que precisam ser satisfeitas. Jesus fala de um desejo muito forte e incansável. Com isso, nosso Senhor quer nos ensinar e motivar para que nós, como cristãos, busquemos intensamente e mais do que tudo na vida um viver justo e íntegro diante de Deus e dos homens. Em segundo lugar, na quarta bem-aventurança Jesus chama a nossa atenção para o aspecto contínuo desse desejo por justiça. Literalmente ele está dizendo: “Felizes os que estão tendo continuamente fome e sede de justiça”. O próprio Senhor estabelece um padrão de vida contínuo para nós que somos seus discípulos. Significa, portanto, que a nossa fome e sede por justiça não deve ser momentânea nem deve depender das circunstâncias, mas contínua. Devemos ter fome e sede de justiça todos os dias de nossa vida. Portanto, uma das características essenciais dos cristãos é buscar intensa e continuamente a prática da justiça. E esse seu desejo intenso e contínuo por justiça o leva à prática da justiça.

A justiça pela qual devemos ter um intenso e contínuo desejo está relacionada com a obediência à lei de Deus. Ter fome e sede de justiça é ter prazer em obedecer à lei de Deus que é perfeita e justa. A prática da justiça que agrada a Deus é aquela que busca a glória do seu nome e está baseada na sua lei. O Senhor Deus nos deu a sua lei, especialmente os dez mandamentos, nos quais nos aponta o caminho da justiça que devemos buscar continuamente. Em sua lei, Deus nos ensina a fazer o que é certo e o certo é amar a Deus sobre todas as coisas e amar o nosso próximo como a nós mesmos. Assim como o pecado é a transgressão da lei (1Jo 3.4), o amor é o seu cumprimento (Rm 13.10). A justiça, portanto, é caracterizada pelo amor a Deus e ao próximo. O contrário também é verdade, pois em 1João 3.10b lemos que “todo aquele que não pratica a justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão”. Os crentes, por sua vez, amam a Deus e ao próximo e, portanto, praticam a justiça; eles buscam agradar a Deus vivendo em obediência à sua lei; eles anelam por um viver reto e justo que glorifica a Deus.

Nesse momento, quero chamar sua atenção para algo muito importante que nós aprendemos nas bem-aventuranças. Ao nos dar as bem-aventuranças, o Senhor Jesus tinha também como propósito nos revelar o grande contraste que existe entre a atitude cristã por ele estabelecida e a atitude do mundo. Nas bem-aventuranças aprendemos que existe uma grande diferença entre os cristãos e os incrédulos quanto ao seu caráter e conduta. Veja essa diferença nas primeiras quatro bem-aventuranças: O verdadeiro crente reconhece sua miséria e clama pela ajuda de Deus; o incrédulo não enxerga o pecado em sua vida nem busca a misericórdia de Deus. O verdadeiro crente chora por seus pecados e procura abandoná-los; o incrédulo se diverte com o pecado e procura praticá-lo cada vez mais. O verdadeiro crente é manso, ele não paga na mesma moeda a ninguém quando é injustiçado, mas entrega sua causa com confiança nas mãos de Deus; o incrédulo, por natureza, procura causar dano a quem lhe prejudicou e não deposita sua confiança em Deus.

Agora veja esse contraste detalhadamente na quarta bem-aventurança. O verdadeiro crente tem fome e sede de justiça, ele tem prazer em obedecer aos mandamentos de Deus. Mas qual é a fome e sede dos incrédulos? O que as pessoas que não conhecem a Deus buscam tão desesperadamente? As pessoas do mundo, que não conhecem a Deus, não buscam a vontade dele, mas se entregam aos seus próprios desejos e práticas pecaminosos. Não há neles fome e sede de justiça, mas um desejo intenso e contínuo pela prática do pecado. Vejamos alguns exemplos: 1) O que vemos no mundo é fome e sede de dinheiro e riquezas e muitos nessa cobiça cometem toda sorte de injustiça para satisfazer seus maus desejos (roubo, suborno, corrupção). O verdadeiro crente, porém, tem fome e sede de justiça: ele adquire seu dinheiro de forma justa, isto é, por meio de um trabalho honesto e, além disso, ele se contenta com tudo que Deus lhe dá. Seu principal desejo e objetivo é buscar o reino de Deus e sua justiça na certeza de que Deus lhe dará tudo o que precisa (Mt 6.33). 2) Vemos também no mundo fome e sede por sexo ilícito. Muitos buscam intensamente satisfazer os desejos de sua carne mediante prostituição, adultério, pornografia e outras imoralidades sexuais. O verdadeiro crente, porém, não somente foge da impureza sexual, mas também tem fome e sede de justiça nessa área: ele anela pela pureza sexual e almeja um namoro, noivado e casamento dignos diante de Deus. 3) Muitos outros também têm fome e sede por prestígio e fama diante dos homens. O crente, porém, não anda a procura de grandes coisas para sua própria glória, mas se importa mesmo é em fazer a vontade de Deus, custe o que custar.

Os incrédulos acham que buscando sua satisfação no pecado encontrarão a verdadeira felicidade. Puro engano e ilusão. Eles estão gastando seu dinheiro naquilo que não é pão e o seu suor naquilo que não satisfaz (Is 55.2). Aqueles que buscam a satisfação em coisas erradas e no pecado, além de se iludirem, colherão destruição e morte para suas almas. Eles não têm a verdadeira felicidade; porém, acerca deles, Cristo profere a seguinte maldição: “Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome” (Lc 6.25).

Infelizmente temos visto em muitas igrejas que se dizem cristãs e evangélicas, uma fome e sede por coisas erradas. Existe uma busca intensa por prosperidade material. É triste vermos em nosso país o grande número de pessoas que se dizem crentes e que, ao mesmo tempo, estão buscando intensamente a satisfação material e não espiritual. Existem muitos falsos pregadores que estão enganando estas pessoas ao lhe oferecerem um evangelho barato e distorcido: o evangelho da prosperidade material, da satisfação dos desejos terrenos. Estes falsos pregadores dizem aos seus ouvintes: “Deus vai te dar um bom emprego; uma casa, um carro novo; ele vai satisfazer todos os desejos do seu coração!” Não é de surpreender que seus prédios estejam lotados, porque é esse tipo de satisfação que as pessoas estão buscando. Mas onde está a fome e sede de justiça? Onde está o desejo profundo e contínuo de obedecer a Deus? Irmãos! O evangelho do Senhor Jesus Cristo não é o da prosperidade material, mas é o evangelho da satisfação espiritual, que nos chama a ter fome e sede de justiça. O próprio Senhor Jesus, certo dia, alimentou uma grande multidão com pão e peixe. No dia seguinte toda aquela multidão estava à sua procura. Por qual razão eles o procuravam? O próprio Senhor responde: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais… porque comestes dos pães e vos fartastes”. Eles estavam atrás de Jesus por causa da comida material e não em busca da comida espiritual. Infelizmente é esse tipo de atitude que vemos também em nossos dias: Muitos têm buscado na igreja algum benefício material e não o Cristo e seu evangelho que nos chama a ter um sincero desejo de praticar a justiça.

Muitos outros têm buscado intensamente na igreja experiências místicas com Deus. Estes se esforçam para receber de Deus o dom de falar em outras línguas e novas revelações do Espírito, achando que a essência da vida cristã consiste nestas coisas. Estão enganados. Podem ter até o zelo, mas falta-lhes o entendimento. O senhor não quer que corramos atrás dessas coisas, mas que vivamos uma vida justa e íntegra com Deus e com os homens.

Como cristãos devemos dar ouvidos e viver conforme o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Todos devemos buscar aquilo que é essencial para nós: o desejo de praticar a justiça, o prazer de fazer a vontade de Deus e fazê-la, pois aquele que faz a vontade de Deus viverá eternamente (1Jo 2.17). Então, irmãos! Como está o nosso apetite espiritual? Temos fome e sede da coisa certa? Desejamos a justiça? Temos prazer na lei de Deus? O desejo profundo e contínuo do nosso coração é obedecer a Deus, praticar a justiça? Lembrem-se: Somente os que vivem para Deus e buscam a sua justiça são verdadeiramente felizes, pois serão plenamente fartos (satisfeitos).

Em seu evangelho, Jesus nos chama a ter fome e sede da coisa certa: de justiça. E não somente isso. Ele próprio nos deu o grande exemplo de tal atitude em sua vida e obra nesta terra. Nosso Senhor Jesus Cristo, mais do que todos e de forma perfeita, teve fome e sede de justiça e, portanto, praticou a justiça tanto no seu relacionamento com Deus quanto no seu relacionamento com os homens. Ainda no início do seu ministério, ele afirmou o seguinte aos seus discípulos: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4. 26). A vontade de Deus, a prática da justiça, foi o desejo intenso e contínuo do nosso Senhor Jesus Cristo. A fim de satisfazer a justiça de Deus para nossa salvação, ele abandonou sua glória e se humilhou, tornando-se homem e morrendo na cruz. Ele viveu em perfeita justiça e santidade diante de Deus e dos homens. Seu prazer estava na lei de Deus e ele cumpriu perfeitamente todos os mandamentos desta lei. Ele amou a Deus sobre todas as coisas e também ao próximo como a si mesmo. Em tudo que fez ele agradou seu Pai, pois sua fome e sede, o alvo de sua vida foi a justiça, isto é, fazer aquilo que agrada a Deus. Deus Pai ficou satisfeito com seu Filho e por causa de sua justiça nos garante a salvação. Devemos dar graças a Deus por tudo que Cristo fez por nós e também seguir o seu exemplo de ter fome e sede de justiça, de buscar a vontade de Deus acima de qualquer coisa.

O que o Senhor Jesus promete àqueles que têm fome e sede de justiça? “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos”. Jesus promete satisfazer o desejo dos que têm fome e sede de justiça. Uma vez que a fome e sede de justiça é um desejo espiritual, também a satisfação desse desejo é espiritual. A expressão “serão fartos” indica que é o próprio Deus quem nos dá a satisfação de nossa fome e sede de justiça. “Deus, por sua graça, dessedenta nossa alma sequiosa e farta de bens nossa alma faminta” (Sl 107.9). Essa satisfação que Deus nos dá já acontece nesta vida, no entanto, será plena e total na vida porvir.

Como é que Deus satisfaz nossa fome e sede de justiça? Deus já nos declara justos mediante a justiça de Cristo que nos é imputada. Isso é nossa justificação: Somos satisfeitos por Deus com a justiça de Cristo. E ligado à nossa justificação está nossa santificação. Jesus enfatiza nossa santificação na quarta bem-aventurança; ele chama nossa atenção para a prática da justiça em nosso viver. É somente pela obra santificadora do Espírito Santo que nós somos satisfeitos de nossa fome e sede de justiça. O Espírito que habita em nós não somente nos faz sentir o desejo pela prática da justiça, mas também satisfaz o nosso desejo. A obra do Espírito Santo em nossas vidas é progressiva. Ele nos torna cada vez mais santos e justos em nosso caráter e conduta. Ele está nos aperfeiçoando já nesta vida para a perfeição que alcançaremos na glória. Pelo Espírito estamos sendo transformados de glória em glória. Não seremos plenamente satisfeitos com a justiça e a perfeição de Deus ainda nesta vida. Enquanto aqui vivermos nunca seremos totalmente justos, uma vez que possuímos ainda uma natureza pecaminosa e o pecado não foi ainda extinto deste mundo.

Porém, isso não deve deixar-nos desanimados ou relaxados com o pecado, mas deve motivar-nos ainda mais a ter fome e sede de justiça, pois temos plena certeza da promessa de Cristo de que seremos totalmente satisfeitos da justiça que tanto desejamos quando ele voltar. Nossa fome e sede chegarão ao fim quando nosso Senhor voltar. Ele nos dará, por seu poder e graça, um corpo perfeito e glorificado, totalmente livre do pecado. Na glória seremos totalmente justos, pois Deus nos satisfará totalmente com a sua justiça. Felizes os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos! A plenitude dessa promessa se repete em Apocalipse 7.16 e 17 na visão que João teve dos glorificados no céu, os quais tiveram fome e sede de justiça enquanto viveram na terra. Ali está escrito acerca deles: “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda a lágrima”.

Amém.

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Elissandro Rabêlo

Bacharel em Teologia pelo CETIRB – Centro de Estudos de Teologia das Igrejas Reformadas do Brasil (Atual Instituto João Calvino) (1999-2004). Fez Convalidação de Teologia na Universidade Mackenzie em São Paulo (2017). Ministro da Palavra e dos Sacramentos da Igreja Reformada do Grande Recife (PE), servindo como Missionário da Igreja Reformada em Fortaleza (CE).

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.