Mateus 27:45-50

Leitura: Mateus 27:11-61
Texto: Mateus 27:45-50

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo,

Hoje nós estamos comemorando a paixão de Cristo como é chamada. Isso mesmo! Nós estamos comemorando a sua morte. Comemorando o dia em que Jesus Cristo morreu. Este dia é muito alegre para nós cristão. É o dia em que lembramos o que nosso salvador fez por nós. Entregando-se para nos livrar da morte eterna. Nos dando prazer em viver. Em adorar a Deus. Porque Ele abriu o santo dos santos para entrarmos nele e estarmos na presença do Pai Celestial. Vejamos mais de perto o que Jesus fez para comemorarmos este dia maravilhoso.

O dia da crucificação de Jesus é um marco na história da humanidade. Foi na cruz que o Bom Pastor, Jesus Cristo deu sua vida pelas suas amadas ovelhas. Jesus tinha sido levado para o Calvário. Ele foi pregado na cruz e levantado. As pessoas que iam passando blasfemavam dele, balançando a cabeça (Mt 27.39), desprezando-o. Ele é morto como um criminoso. Alguém maldito. Ele foi morto e ninguém dava a mínima. Porém, aquele que estava na cruz não era qualquer um, Ele era o Filho do Deus altíssimo.

Irmãos, nosso texto mostra as últimas horas da vida de nosso Senhor Jesus. É um pequeno texto, porém, riquíssimo para dar conforto aos cristãos de todas as épocas e lugares. O verso 45 diz: “Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda terra”. O texto diz que Jesus foi Crucificado ao meio dia. E sua agonia só terminou ás três horas da tarde. Durante este período de tempo, o Senhor Jesus Cristo sofreu mais do que durante toda a sua vida na terra.

Quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado ao meio dia, provavelmente era um dia de sol sem nenhuma nuvem no céu. Um dia ensolarado. Mas, ao meio dia houve trevas sobre toda terra”. Por que a Bíblia faz questão de mencionar isto? Para mostra que não era um acontecimento simples o que estava acontecendo. Pois era a morte do Filho de Deus, Jesus Cristo. Além do mais, ao meio dia é o horário que o sol está mais forte. E provavelmente, não havia nenhuma nuvem nos céus. Porém, de repente o céu claro se tornou em densas trevas. As pessoas ficaram pensando até que o mundo estava acabando. Todo o país ficou debaixo de uma escuridão amedrontadora. De uma hora para a outra o tempo mudou. Passou de um dia claro para um dia de escuridão. Mas, por que ficou escuro? Tem algum significado isto na Bíblia? Ficou escuro porque o Filho de Deus estava sendo crucificado. Ele ficou pendurado no madeiro durante três longas horas sofrendo. Sofrendo pelos pecados dos seus escolhidos. Ele como o bom Pastor entregou sua vida por amor de seu povo.

As trevas tem um significado importante na Bíblia. Porque as trevas mostra o Dia do SENHOR. O Dia do SENHOR na Bíblia é descrito como um dia de sofrimento para os pecadores inconversos. Pessoas que não querem servir a Deus, mas vivem se rebelando contra o SENHOR. Amós 8.9 diz: “Sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro”. Este texto fala do juízo do SENHOR sobre Israel. O povo não estava guardando as ordenanças do Senhor. O SENHOR disse a Amós: “Chegou o fim de Israel, o meu povo; não mais o pouparei. Naquele dia, declara o SENHOR, o Soberano, as canções no templo se tornarão lamentos. Muitos, muitos serão os corpos, atirados por todos os lados! Silêncio! Ouçam, vocês que pisam os pobres e arruínam os necessitados da terra, dizendo: Quando acabará a lua nova para que vendamos o cereal? E quando terminará o sábado para que comercializemos o trigo, diminuindo o preço, enganando com balanças desonestas e comprando o pobre com prata e o necessitado por um par de sandálias, vendendo até palha com o trigo?” (Am 8.2-6). Amós está mostrando ao povo que o dia do SENHOR é dia trevas. É um dia de julgamento e castigo para os rebeldes. Naquele dia, o SENHOR derramará sua ira sobre os incrédulos. O profeta Amós também tinha dito ao povo: “Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia trevas e não de luz”. O Dia do SENHOR é trevas, porque naquele dia será castigado os ímpios.

Lembrem-se da nona praga do SENHOR sobre o Egito. O SENHOR estendeu a mão sobre o Egito de tal maneira que o país ficou escuro. As pessoas passaram três dias sem sair de casa e nem se levantar. Porque ninguém conseguia ver nada. As trevas foi o julgamento do SENHOR sobre os egípcios, porque Faraó não deixou o povo ir adorar ao SENHOR. Ezequiel 30.3 diz: “Porque está perto o dia, sim, está perto o Dia do SENHOR, dia nublado; será o tempo dos gentios”. Este é o dia de julgamento. E foi exatamente este dia que chegou na crucificação de Jesus. O julgamento e castigo de nossos pecados.

O dia do SENHOR é um dia trevas sobre a terra. Porque Ele estará castigando os rebeldes. E na morte de Cristo, Deus estava castigando Jesus Cristo em nosso lugar. Ele se fez pecado por nós. Ele se fez maldito por nós (Gl 3.13). Assumiu o nosso pecado e carregou sobre si o castigo destinado a nós. Deus não estava olhando para seu Filho como alguém santo. Mas, estava olhando para ele como um pecador maldito. Assim como Deus odeia o pecado e castiga-o, assim Deus não pôde olhar com amor para o seu Filho. Porque ele se fez pecado por nós. Ele na cruz carregou todos os pecados de todos os eleitos de Deus sobre si, como diz Isaías 53.4-6: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassados pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos”.

Isso foi o que Cristo sentiu durante toda sua vida. Durante toda sua vida ele levou sobre si os nossos pecados. A sua vida inteira foi uma vida de entrega total a Deus. Ele se encarregou de sofrer o nosso castigo. Seu Pai o castiga em lugar dos pecadores. A ira de Deus caiu sobre Ele. Ele tem que suportar o peso da ira de Deus sobre sua carne e espírito como o castigo pelos pecados de todos os pecadores do mundo que são seus eleitos. Os meus e os seus pecados estavam também naquele momento sendo castigado.

No verso 46 mostrar a angústia de Jesus sendo castigado. Ele grita muito alto: “Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Este versículo é citado do Salmo 22. Davi clamou por Deus em meio ao sofrimento. Ele tinha sofrido terríveis angústias e tormentos em alto grau. Ele olha todo seu estado de angústia e sofrimento, vendo os seus adversários atribulando-lhe. Mas, ele não vê nenhum sinal de que Deus irá livrá-lo da angústia. Parece que Deus esqueceu dele. Porém, Deus estava com Davi. Mesmo em meio de sofrimentos, ele diz que o SENHOR o ouviu quando ele gritou por socorro. Esse foi o conforto de Davi. Por causa de sua natureza fraca e pecaminosa, ele ficou em desespero. Porém, por causa da sua fé, ele conseguiu permanecer firme confiando no SENHOR. E aprouve ao Espírito Santo usar essas mesmas palavras para expressar o sofrimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

A vida de Jesus que é uma entrega pelos nossos pecados, culminou na sua morte na cruz. O sofrimento foi tão grande que gritou por Deus. Esse brado de Cristo quer mostrar alguma coisa. Pois durante toda sua vida ele sofreu. Ele veio para o seu povo, mas o seu próprio povo o rejeitou. Não creram em suas palavras e nem em seus sinais. Antes o rejeitaram. Escarneciam dele. Diziam que Ele estava possuídos por demônios. Foi considerado como falso profeta. Foi traído por um dos seus discípulos por trinta moedas de prata. O preço pago por um escravo. Foi tratado como algo sem valor. Seu discípulo que disse que nunca o negaria, o negou na primeira tentação. Os outros fugiram com medo de serem presos e morrerem. Foi preso e arrastado pelos soldados. Foi espancado na cabeça e colocado uma coroa de espinho na cabeça até que saísse sangue. Foi motivo de zombaria e escárnios por todos. Sozinho sofreu. Nenhum dos seus amigos estavam ali para o encorajar. Foi julgado inocente, mas foi condenado a morte. Porque seu próprio povo preferiu libertar um assassino, em vez dele. Depois de ter sido chicoteado até sangrar a ponto de quase morrer. Sozinho, desamparado, não abriu a boca. Como uma ovelha muda foi levada perante os seus tosquiadores.

Depois de tamanha desonra, ainda teve que levar a cruz em que iria morrer. Teve que carregá-la até ao lugar de sua morte. Ele se tornou um verme e não um homem. Foi considerado como algo desprezível. Ninguém o reputava como gente, mas como malfeitor que merecia ser crucificado. As pessoas foram para ver a sua morte. Para aquelas pessoas era um espetáculo a morte de Jesus, o Nazareno. Ele tinha que morrer pelos seus crimes hediondos. O espetáculo já estava pronto. Ele foi deitado sobre a cruz e os soldados começam a cravar os pregos em suas mãos. Em seguida em seus pés. Mas, ele não abriu a boca. Ele é erguido à vista de todos. Fica exposto a todos os que passam pela estrada. Aqueles que passam balançam a cabeça e zombam. Os soldados também zombam e até deitam sorte sobre suas vestes. E os judeus, ficam também zombando, dizendo: “Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele” (Mt 27.42). Mesmo sofrendo e sendo rejeitado, o Senhor Jesus Cristo continua mostrando seu amor. Orando para Deus não imputá-lhe aquele pecado (Lc 23.34). Percebendo que ao Seu lado havia uma ovelha sua e dizendo as palavras mais belas que aquele malfeitor havia ouvido: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).

Tudo isto suportou como ovelha muda. Porém, no último ato de sua vida, ele gritou e disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Este é o grito agonizante de Jesus. O que Cristo sofreu naquela cruz, não se pode explicar. Não há palavras para exprimir seu últimos instantes de vida. Porque naquele momento as trevas que cobriu o país, “significaram juízo, o juízo de Deus sobre os nossos pecados, Sua ira como se ardesse no coração do próprio Jesus, de tal modo que ele, como nosso substituto, sofreu a mais intensa agonia, uma dor indescritível, uma solidão e um abandono terríveis. Naquele dia o inferno veio ao Calvário e o Salvador a ele desceu e sofreu seus horrores em nosso lugar, por nós”. Quando Ele estava na cruz o Seu Pai amado virou as costas para Ele. Ele ficou sozinho. Os seus discípulos e amigos já tinham o abandonado. E agora é o Seu Pai que o abandona. O Seu Pai não está olhando mais para Ele. Mas o deixa sozinho para sofrer as angústias e o tormento do inferno. Ele foi desamparado por seu Pai para nos amparar. Para nos dá vida em abundância.

Enquanto os guardas ficam zombando do brado de Cristo na cruz dizendo: “Ele chama por Elias. Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo” (Mt 27.47, 49). Jesus Cristo dá mais um grande grito e morre (Mt 27.50). Mas, essa não foi uma morte qualquer. Foi a morte do Filho do Deus bendito, que foi assassinado por homens cruéis e ímpios. Satanás pensou que tinha vencido o Cristo. Usou de todas as suas artimanhas para matar o Filho de Deus e quando pensava que conseguiu, descobre que apenas contribuiu para os planos de Deus para salvar a humanidade mergulhada no pecado e perdição.

Irmãos, Jesus entregou sua vida por nós. Ele mesmo quis ser nosso salvador. Em João 10.17-18 diz: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”. Ele próprio já tinha dito que ninguém poderia tirar sua vida sem que Ele quisesse. Por isso Ele depois de dizer que estava tudo consumado (Jo 19.30), Ele entregou seu espírito nas mãos do seu Pai (Mt 27.50). Ele consumou, terminou a missão que o seu Pai confiara em suas mãos de ser nosso Salvador. Como Isaías 53.12 diz: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”. E também Mateus 20.28, comprova que Ele veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”.

Irmãos, nós estávamos lá. Nós estávamos lá naquela cruz, sendo crucificados junto com Jesus Cristo. A nossa vida e salvação estavam e estão naquele ato redentivo de Jesus Cristo na cruz. Os tormentos e as angústias do inferno veio até Jesus. Ele ali sofreu tudo por nós. Nosso destino estava no Calvário. Não houve outro meio de Deus perdoar nossos pecados. O pecado tinha de ser punido. Nós desonramos a Deus e fomos punidos por Deus EM Cristo. Isso é muito importante irmãos. Nós somos salvos EM Cristo. Quer dizer, fora de Cristo Jesus, não HÁ salvação. Fora do ato redentivo de Jesus Cristo na cruz do calvário, NÃO HÁ esperança para nós. Hoje nós comemoramos a morte de Cristo. Não simplesmente porque Ele morreu. Mas, pelo que Ele fez por nós. A morte dele não foi uma morte vazia e em vão. Mas é a redenção da criação de Deus. Para os descrentes a palavra da cruz é loucura, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus (1 Co 1.18). Para o mundo é apenas mais uma data festiva qualquer. Mas, para nós significa a salvação. A reconciliação com Deus. Um Deus que estava irado com nós pecadores. O grito da agonia de Cristo na cruz é o grito da nossa salvação. Graça a nosso salvador que resolveu ficar em nosso lugar.

Você hoje tem a vida eterna, porque foi Cristo que te deu esta nova vida através do seu sangue derramado no calvário. Morreu e ressuscitou no terceiro dia para mostrar que ele tem o domínio sobre a morte e o inferno. Nos dando a vida eterna.

Amém.

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Alexandrino Moura

É formado pelo Centro de Estudos Teológicos das Igrejas Reformadas do Brasil. Serve à Igreja Reformada do Grande Recife (PE) como Ministro da Palavra e dos Sacramentos.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.