Mateus 07:01-06

Leitura: Mateus 07:01-06
Texto: Mateus 07:01-06

Irmãos,

Daqui a pouco vamos celebrar a santa ceia. Vamos nos sentar à mesa do Senhor. E na semana passada nós nos preparamos para isso. Nós nos purificamos espiritualmente. Nos examinamos conforme a palavra de Deus. Conforme a palavra do apóstolo Paulo. Ele disse em 1Coríntios 11.27: “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice”. O apóstolo fala sobre o autoexame, que cada um deve fazer antes da celebração da Santa Ceia. “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”, ele diz. Então, nós não devemos examinar os outros, mas primeiramente e, principalmente, a nós mesmos. Às vezes isso não é tão fácil. Às vezes as pessoas na igreja estão examinando os outros membros, especialmente se eles não gostam daquelas pessoas. Às vezes, as pessoas dizem: se fulano participar na santa ceia, eu não participarei.

A respeito disto, é bom meditarmos sobre uma outra palavra, que foi dita pelo nosso Senhor Jesus. Encontramos essa palavra em Mateus 7.1-6. Lá está escrito: Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.”

Há pessoas que usam essa palavra para dizer: “ninguém pode julgar”. Devemos ser tolerantes. Há pessoas que usam essa palavra quando alguém faz algo de errado. Eles aceitam isso, e ficam calados, pois Jesus disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Mas o que Jesus realmente queria dizer com isso?

Para entender isto devemos ler tudo. Jesus disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Para que não sejais julgados. Por quem? Pelas outras pessoas ou por Deus? E como isso combina com o resto do que Cristo está dizendo. Com as palavras sobre “o argueiro” e “a trave”? Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.

Parece que Jesus quer dizer: tem cuidado! Pois podes ter o mesmo problema que o seu irmão. Às vezes podemos julgar uma pessoa por causa dum pecado, mas como está a nossa própria vida? Somos puros, perfeitos? Às vezes estamos vendo claramente o pecado na vida dos outros, mas somos completamente cegos para o grande pecado na nossa própria vida. O que Jesus quer dizer é isto: Começa primeiramente consigo. “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”. Já é difícil demais para se examinar; para descobrir o pecado na própria vida. E ninguém pode dizer “que não temos pecado nenhum.” Se dissermos isso, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós (João 1.8). A palavra de Deus deixa bem claro que todo homem é pecaminoso. Isso é “a trave” na nossa vida. Devemos primeiramente tirar esta “trave” e depois ajudar o nosso irmão tirando “o seu argueiro”.

Então Jesus não está nos ensinado a “julgar”, mas a “ajudar” as outras pessoas. E para poder ajudar, devemos primeiramente curar a nossa vida. Não é verdade? Imagine que um pastor visita uma jovem da igreja que está namorando um rapaz fora da igreja. Mas, aoo mesmo tempo, o pastor está cometendo adultério com uma mulher dentro da igreja. O que essa moça vai dizer? Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? E ela não tem razão?

O que Jesus quer dizer é: tem cuidado! Ele não quer dizer: você não pode julgar ninguém! Pode. Mas se fizer isso, o teu julgamento pode voltar sobre sua própria cabeça. Como está escrito no Antigo Testamento. Em Deuteronômio 19.16-21 encontramos um caso que é mais ou menos igual. É uma lei contra o testemunho falso. E esta lei diz: “Se a testemunha for falsa e tiver testemunhado falsamente contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e assim, exterminarás o mal no meio de ti”. O julgamento podia voltar sobre a própria cabeça. Isso foi no caso dum testemunho falso.

Aqui, Jesus não fala sobre um testemunho falso, mas sobre um julgamento em geral. “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.”

É melhor não “julgar”, mas ajudar. Como Paulo diz em Gálatas 6,1: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”.

Isso é verdade, irmãos. Cristo não nos julgou, mas nos ajudou. Ele falou sobre isso e disse: “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.” (João 12,47). Seria fácil para Jesus julgar, pois ele estava sem pecado. Se uma pessoa tinha o direito de julgar, e julgar com olho claro, com certeza era Jesus Cristo. Mas, como ele diz, não veio para julgar, mas para salvar.

E assim devemos seguir Jesus Cristo. Nós não podemos tirar a “trave” no nosso olho. Precisamos de um médico para isso. Um médico especial. Como Jesus disse: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.” São os pecadores que têm “a trave” nos olhos, e só Jesus pode tirar essa trave. Ele pode nos curar. Por isso ele veio. Ele não veio para dizer: “Tu que estás julgando o seu irmão, tu tens uma ‘trave’ no próprio olho!” E basta. Mais nada! Nada disso! Cristo quer nos ajudar, quer tirar esta trave, a fim de que possamos ver claramente e para que possamos ajudar os nossos irmãos a ver claramente. Pois de quem foi tirada a “trave”, esse pode ajudar o seu irmão. Quem encontrou Jesus Cristo, e foi justificado, purificado pelo sangue de Cristo. Ele ou ela sabe o que aconteceu na sua vida. Como é bom ser salvo. Ser curado espiritualmente. Ter uma vida nova. E quem tem isso, não tem mais este vontade de julgar, mas de ajudar. Pois nada melhor do que quando os seus irmãos experimentam a mesma coisa. Que eles conheçam a Jesus Cristo e ele tira “o argueiro” dos seus olhos; quando Cristo tira o pecado da vida deles, os cura, os purifica e justifica! Quando Jesus Cristo os salva.

Esta é a nossa alegria nesta mesa: Que Jesus Cristo nos salvou. Ele não nos julgou, mas nos salvou. A todos nós. E ele quer salvar outros. Todos que estão sentados nessa igreja, e que ainda não participam nesta mesa. Ainda não. Cristo quer que eles participem também. Ele está tirando “o argueiro” dos olhos deles.

E nós podemos ajudar, como Paulo disse: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”.

Devemos corrigi-los com espírito de brandura. Assim devemos viver na igreja: membros e congregados. Há uma diferença, mas somos também iguais. Conhecemos os nossos pecados e conhecemos o salvador. Os membros já foram ajudados por Jesus, e ele está ajudando todos os outros aqui presentes. E vamos ajudar também com espírito de brandura. Vamos orar uns pelos outros. Não julgar, mas orar! Esta é a lei de Cristo.

Amém.

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Abram de Graaf

O pastor Abram de Graaf é “Doctorandus” (Drs) em Teologia e um dos professores do Instituto João Calvino (Aldeia, Camaragibe-PE). Ele é pastor da Igreja Reformada de Hamilton, Canadá, enviado como missionário às Igrejas Reformadas do Brasil, desde o ano 2000. É Diretor do Projeto Dordt-Brasil. Ele mora em Maceió e também desenvolve projetos nessa cidade. Acesse o site graafeditora.com

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.