Marcos 07.01-23

Leitura: Marcos 07.01-23
Texto: Marcos 07.01-23

Amada Congregação do Nosso Senhor Jesus Cristo:

Muito pode mudar ao longo de dois mil anos. Uma das coisas que precisamos lembrar quando lemos a Bíblia é que estamos lendo uma coleção de escritos que foi completada há quase dois mil anos. De muitas maneiras, vivemos num mundo diferente – socialmente, tecnologicamente, culturalmente. Muitas coisas mudaram desde o tempo do ministério terreno de nosso Senhor Jesus. Outra coisa que precisamos ter em mente é a diferença cultural entre a Palestina dos dias de Jesus e o Brasil no século XXI. Vivemos num tempo diferente, num lugar diferente, e isso significa que precisamos fazer algum trabalho quando lemos a Bíblia. Precisamos nos lembrar do contexto original, do público original, da situação original, se quisermos aprender da Palavra de Deus e aplicá-la a nós mesmos em nosso contexto.

Pense na questão da lavagem das mãos, por exemplo. Parece ser um exemplo bastante mundano, mas foi a lavagem das mãos que levou à controvérsia sobre a qual lemos em Marcos 7, e foi a lavagem das mãos que levou Jesus a fazer uma declaração que revelou a verdadeira natureza de seu ministério e sua vocação.

Podemos olhar para a preocupação dos fariseus com a lavagem das mãos antes de comer como algo estranho. Então, vamos comparar a lavagem das mãos no Brasil do século 21 com a lavagem das mãos na Palestina do século 1. Quando você entra em muitos lugares públicos, vai encontrar dispensadores de desinfetante para as mãos – vemos em hospitais, shoppings, supermercados… E uma das primeiras coisas que as crianças aprendem na escola é que elas precisam lavar as mãos regularmente para evitar germes.

Muitas coisas podem mudar ao longo de dois mil anos. Mas às vezes as coisas não são tão diferentes, afinal. Dois mil anos atrás, os fariseus também estavam muito preocupados em ter mãos limpas. Pode pensar que nós somos bastante farisaicos em nossa preocupação por mãos limpas também!

Portanto, há uma semelhança entre a Palestina de 2000 anos atrás e o Brasil de hoje. Mas há uma diferença muito importante também. Estamos preocupados com germes. Estamos preocupados com a saúde. Nossa obsessão com a limpeza não é cerimonial, pelo menos no exterior – é puramente científica. Nossa lavagem das mãos não é necessariamente uma cerimônia religiosa em si – a menos que, como grande parte de nossa sociedade secular, a preocupação com a saúde física e a longevidade se torne uma religião, com seu próprio conjunto de práticas e rituais. A grande diferença entre o nosso mundo e o mundo da Bíblia é que nossa práticas não mais refletem um conjunto de crenças transcendentes, um conjunto de crenças que têm a ver com a eternidade e as verdades eternas. Os ritos e rituais da nossa cultura estão se tornando completamente “deste mundo.”

Os fariseus estavam preocupados em ter mãos limpas. Eles não sabiam sobre germes. Eles não estavam preocupados com a propagação da doença. Eles não eram exemplos de uma versão antiga do transtorno obsessivo-compulsivo. Os fariseus viam lavar as mãos e lavar as xícaras e os talheres e as cadeiras e sofás como uma questão religiosa importante – como resultado prático de suas crenças religiosas. Eles haviam desenvolvido um conjunto de tradições, baseadas nas leis da pureza e da impureza da Bíblia, destinadas a manter a nação de Israel pura. Suas tradições foram feitas para manter uma distinção – uma distinção que eles acreditavam ser muito importante, fundamental na verdade, para sua fé. E essa distinção era a distinção central da Antiga Aliança – a distinção entre o povo da aliança de Deus e todos os demais.

Lavar as mãos era como o sábado, como as outras leis de pureza, como as outras práticas religiosas dos judeus – para os fariseus, a importância central dessas coisas era a separação que elas encorajavam. Numa nação ocupada, onde os líderes não estavam mantendo as distinções que os fariseus acreditavam serem tão importantes, essas coisas eram de particular importância. Então, quando os guardiões religiosos enviados pelos fariseus viram que os discípulos de Jesus não estavam lavando as mãos antes de comer, suas antenas subiram. Esta foi uma atividade perigosa. Se esse tipo de comportamento continuasse, se fosse encorajado, era apenas mais um deslize pela ladeira escorregadia da acomodação com os gentios, com os romanos e com todos os outros povos não-judeus que ameaçavam a nação judaica.

E Jesus responde em termos inequívocos. Ele não começa respondendo a pergunta dos fariseus. Em vez disso Ele vai para a ofensiva. O que é mais importante para Jesus é revelar a atitude que levou à questão em primeiro lugar. Ele cita uma declaração do profeta Isaías. Ele dirige essa citação para um grupo de pessoas que Ele chama de “hipócritas.” Ele diz a eles que, apesar de toda a sua suposta preocupação com a Lei, eles de fato abandoram a lei de Deus – eles alegavam ser defensores da Lei, as eles estavam vivendo de uma forma que mostrava que eles realmente a rejeitaram.

E isso leva Jesus a um exemplo muito específico de como a tradição dos fariseus prevaleceu sobre os verdadeiros mandamentos de Deus. O quinto mandamento é claro: Honra teu pai e tua mãe. Para os judeus, isso signficou que, quando seus pais envelheceram e não puderam cuidar de si financeiramente, você tinha a responsabilidade de cuidar deles. Não havia previdência ou sistema socialista, não havia asilos para idosos onde você pudesse trancar seus pais e pedir que alguém cuidasse deles. Você deveria usar seus próprios recursos para sustentar seus pais, como muitos têm que fazer em nosso país. Isso era uma parte importante de honrar seu pai e sua mãe.

Mas as pessoas não eram diferentes das pessoas hoje em dia. Alguns aceitariam pronta e alegremente a responsabilidade, e fariam todos os sacrifícios que precisassem fazer para cumprir seu dever. Mas outros não queriam pagar o preço. Eles sabiam que tinham uma responsabilidade técnica para com seus pais, sabiam o que deveriam estar fazendo, mas ou por causa da simples ganância, ou por causa do egocentrismo e falta de amor a compaixão por seus pais, eles tentaram encontrar uma saída.

E os fariseus haviam fornecido essa saída. Se os pais de alguém se encontraram sem condições, e se isso significasse que o filho deles teria que vender parte de sua propriedade para sustentar, o filho poderia ir ao sacerdote e dedicar essa propriedade para serviço religioso – tornou-se “corbã,” “oferta para o Senhor.” E isso não significava que o homem teria que dar a propriedade aos sacerdotes ou às autoridades do templo – poderia ser algum tipo de voto vago, talvez que a propriedade fosse entregue ao templo depois que a pessoa morresse. Mas dessa forma, o filho poderia dizer aos seus pais: “Gostaria ajudar vocês, realmente, mas o que eu poderia ter dado, se eu pudesse, eu já dediquei a Deus. Então desculpe, vocês vão ter que procurar outra pessoa para ajudar.”

Foi um ponto de direito técnico. Dedicar propriedade, ou mesmo uma pessoa, ao serviço do Senhor, era uma coisa boa, se fosse pelas razões certas, no contexto certo. Mas os fariseus haviam desenvolvido essa maneira de sair das obrigações pessoais, usando esse ponto técnico de direito para evitar ter que cumprir uma obrigação verdadeiramente fundamental – a obrigação que toda pessoa tinha de honrar seu pai e sua mãe – para guardar o quinto mandamento.

Era hipocrisia pura e simples. E foi com isso que Jesus teve dificuldade, em primeiro lugar e acima de tudo – a hipocrisia dos líderes religiosos. Repetidas vezes, Ele os atacaria no mesmo ponto – eles não praticavam o que pregavam. Ele não começa dizendo que eles estavam sendo excessivamente escrupulosos sobre esse negócio de lavar as mãos. Ele não diz, “Não se preocupe com essas pequenas coisas.” Ele vai diretamente ao cerne da questão. Os fariseus falavam muito bem. Mas suas ações mostraram que seus corações não estavam nem perto de estar no lugar certo.

E agora Jesus realmente começa a abordar a pergunta que os líderes estavam fazendo. Ele não respondeu à pergunta até agora – Ele simplesmente falou com os questionadores. Deixando de lado o fato de que Jesus os chamava de hipócritas e pessoas que estavam desonrando a Deus, os fariseus não teriam ficado satisfeitos com a primeira parte da resposta, porque não explicou por que os discípulos estavam desrespeitando as tradições dos anciãos.

Mas agora, em versículo 14, Ele chama o povo para escutar. Ele não está apenas se dirigindo aos questionadores, Ele está falando com todos. Este é um importante anúncio que Ele está prestes a fazer – uma proclamação do evangelho, um anúncio do Reino. Jesus vai corrigir o pensamento das pessoas sobre sua interpretação do Antigo Testamento e sobre a maneira como estão vivendo como resultado dessa interpretação. E ao fazê-lo, Ele lhes dará um dos pontos centrais no programa do seu reino.

Os fariseus acreditaram que podiam permanecer puros lavando as coisas – as mãos, os copos, as panelas, os leitos. Eles pensaram que, enquanto o povo judeu fizesse todas essas coisas, eles poderiam permanecer imaculados. Eles poderiam permanecer santos. Eles poderiam permanecer separados e distintos. Mas havia um problema com esse modo de pensar. Porque os fariseus pensavam que eles e o povo só precisavam permanecer santos – que eles estavam começando de um ponto de santidade, e que qualquer tipo de mancha ou impureza só poderia vir a eles do lado de fora. Eles acreditaram que a contaminação vinha de fora de uma pessoa, de uma fonte externa.

Mas Jesus corrige esse tipo de pensamento. A contaminação, Ele diz, não vem de fora de uma pessoa, mas de dentro. A fonte da impureza que contamina não está nas coisas externas a nós – a fonte é o nosso coração.

Para esclarecer isso, vamos voltar à prática moderna de lavar as mãos. Eu poderia usar todo o desinfetantes para as mãos do mundo, mas se eu já estivesse com gripe, nenhuma quantidade de lavagem das mãos vai mudar isso até que o vírus siga seu curso. O problema não está nas coisas que estou tocando, o problema já está presente dentro de mim. Eu já estou doente, e nenhuma quantidade de desinfetante vai mudar isso.

É exatamente isso que Jesus está dizendo aqui aos fariseus. Você pode se manter cerimonialmente puro. Pode lavar as mãos e os copos e as cadeiras o quanto quiser, para evitar ser contaminado por algo fora de si mesmo. Mas esse não é o seu grande problema. O seu problema é você. Seu problema mais básico e fundamental está dentro de você. Seu problema é seu coração. É o coração que precisa de limpeza. Seu coração é a fonte da impureza, não as coisas fora de você.

O que vem do coração humano? Pensamentos maus. Imoralidade sexual. Roubo. Assassinato. Adultério. Cobiça. Maldade. Engano. Sensualidade. Inveja. Calúnia. Orgulho. Loucura. Estas não são apenas ações pecaminosas – elas também são atitudes pecaminosas. E não podemos culpar ninguém por elas, não podemos procurar por uma fonte fora de nós mesmos, não podemos culpar ninguém ou qualquer outra coisa. O apóstolo Tiago nos diz exatamente o que precisamos fazer, e diz isso em termos muito semelhantes aos termos que Jesus usa:

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração” (Tiago 4.8).

E é isso que as leis de pureza do Antigo Testamento tratam. Elas apontavam para uma lavagem que precisava acontecer, uma lavagem profunda e perfeita, uma purificação do coração, a purificação que só pode acontecer aproximando-se de Deus, buscando a purificação dele. As leis de pureza nunca foram destinadas a ser um fim em si mesmas. Jesus não disse o que muita gente gostaria de pensar que Ele disse. Ele não disse: “O que realmente importa é o que está dentro, e o que você faz não é tão importante assim, desde que seu coração esteja no lugar certo.”

Pessoas que dizem ser “espirituais” e não “religiosas” gostam de pensar nesses termos. Eu posso ser “espiritual” e não me preocupar muito com a maneira como vivo. Eu posso ser “espiritual” e não me preocupar com coisas externas mesquinhas, como ser sexualmente puro e responsável com minhas finanças e frequentar a igreja e servir os outros. Eu posso ser “espiritual” apenas sentindo-me de certo modo em meu coração, e isso é muito mais simples do que ter que me preocupar com um monte de ações externas.

Mas Jesus não está substituindo uma religão externa do Antigo Testamento por uma religião interna do coração do Novo Testamento. As leis de pureza eram importantes, e a quantidade do tempo que Deus passou ensinando-as a seu povo sob a Antiga Aliança mostra quão importantes elas eram. Mas é aí que o aspecto do anúncio do Reino vem à tona. Jesus não diz isso explicamente aqui, mas a mensagem está chegando – aquele a quem todas as leis de pureza do Antigo Testamento apontavam chegou. As leis do limpo e impuro serviram ao seu propósito e agora estavam saindo. As sombras tinham feito o seu trabalho, e agora aquele que estava representado naquelas sombras havia entrado no mundo. Esta foi a nova criação. O velho estava passando, e o novo estava chegando.

E essas leis também apontavam para a separação que estava passando também – a separação entre judeus e gentios. Isso era difícil para os fariseus, porque essa separação era o foco de sua vida e ministério. Tudo o que faziam, todos os aspectos de seus ensinamentos, todas as tradições, pretendiam manter essa divisão. Mas assim como Jesus era quem providenciaria a limpeza que as leis de pureza apontavam, Jesus também seria aquele que derrubaria o muro que existia entre o povo da aliança e as nações ao seu redor. Aquele muro não era mais necessário. As coisas mudaram.

Todos os alimentos eram limpos, porque a nação física de Israel não mais teria um status único no mundo. De agora em diante, a característica definidora do povo da aliança de Deus não seria mais sua etnia. A Igreja, composta de pessoas escolhidas de todas as tribos e nações, seria o Israel de Deus. Todos aqueles que se confiaram ao Senhor Jesus seriam enxertados, se tornariam filhos de Abraão, o homem de fé. As bênçãos que Israel havia sido chamado para trazer ao mundo seriam trazidas por aquele que era o verdadeiro Israel, a semente de Abraão, através do qual todas as nações do mundo seriam abençoadas.

Isso é muito mais do que um argumento sobre a importância da Escritura e da tradição, como se Jesus fosse protestante e os fariseus fossem católicos romanos. Esta não é uma história que nos diz que a religião do Novo Testamento tem a ver com o interior, enquanto a religião do Antigo Testamento foi focada completamente nas coisas externas. Este é outro indicador para a obra de mudança do mundo do Senhor Jesus Cristo.

Há muitas maneiras pelas quais podemos aplicar essas verdades às nossas vidas hoje, mas esse fato é central. Jesus, seu ministério, sua obra de purificação, seu ministério de mudança do mundo, fica no centro. Ele providenciaria a limpeza do coração de que todos precisam. Ele derrubaria o muro divisório de hostilidade que existia entre os judeus e os gentios. Ele ficou no centro da história, e seu ministério mudaria o mundo de uma maneira que os fariseus e seus seguidores se recusariam a entender.

Mas também podemos aplicar essa passagem mais pessoalmente. Os fariseus estavam se recusando a confrontar a fonte de seus problemas, o problema fundamental do mundo. Eles estavam tentando curar uma doença mortal com um band-aid. Era como se eles estivessem tentando consertar o dano causado por uma explosão com um rolo de fita adesiva. Eles viam a origem de seu problema como sendo exterior a si mesmos, então se recusaram a ver que precisaram de uma cura que fosse muito mais profunda do que qualquer remédio externo pudesse fornecer.

E nós podemos fazer exatamente a mesma coisa. Podemos nos concentrar nos externos, em fazer as coisas certas, em acreditar nas doutrinas corretas, em adorar na maneira certa, em governar a igreja de uma maneira particular, em entender a predestinação e a perseverança dos santos, em guardar o dia do Senhor, em ir à igreja, ter uma visão correta de qualquer que seja nossa doutrina de estimação, e podemos imaginar que, ao fazer essas coisas, estamos fazendo o que precisamos fazer para estarmos certos com Deus.

E todas essas coisas são importantes. Mas se tivermos todas as práticas corretas, se estivermos fazendo o equivalente de manter nossas mãos limpas e nossos copos limpos e nossas cadeiras limpas, mas se nosso coração não estiver no lugar certo, então não seremos melhores do que os fariseus. Eles honravam a Deus com seus lábios, mas seus corações estavam distantes dele. Não é que eles precisassem parar de honrar a Deus com seus lábios, que eles precisavam parar de se preocupar com os “externos.” Eles precisavam continuar honrando a Deus com seus lábios, mas eles precisavam fazer isso enquanto se aproximando a Deus com seus corações.

Meus irmãos, o mesmo vale para nós. Nossa preocupação com a realização prática da vida cristã precisa vir de corações próximos de Deus. O autor de Hebreus coloca desta forma:

“E tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10.21-22).

Nossos corações precisam ser purificados. Nossos corpos precisam ser lavados. Essa aspersão, essa lavagem, é simbolizada por nosso batismo. E essa limpeza vem somente de Jesus Cristo. Então, fluindo desse coração puro, vêm as ações externas, o resultado dessa relação renovada com Deus em nossa vida. O coração puro é a fonte, o coração que foi purificado, de uma vez por todas, pelo sangue de Cristo. Podemos parecer fazer todas as coisas certas do lado de fora, mas Salmo 24 nos mostra como podemos fazer essas coisas e tê-las realmente significativas, não apenas um curativo auto-administrado numa ferida que ameaça a vida:

“Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente” (Salmo 24.3-4).

A pureza do coração leva à pureza da ação. Um relacionamento vivo com aquele que purifica leva a um modo de vida que não é uma tentativa de resolver o problema que temos, mas sim uma resposta a esse problema que está sendo resolvido. Não podemos resolver o problema do pecado nós mesmos – mas somos chamados a levar uma vida de obediência grata, em resposta à grande solução que nosso Senhor Jesus Cristo providenciou.

“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pedro 1.22-23).

Comecei esta mensagem falando sobre o quanto as coisas podem mudar ao longo de dois mil anos, e como nossa sociedade é diferente de Israel nos tempos do Novo Testamento. Mas as semelhanças são muito mais importantes do que as diferenças, e essa palavra é tão significativa, e aplicável, para nós hoje como foi para as pessoas que a ouviram pela primeira vez. As pessoas são as mesmas hoje como eram dois milênios atrás.

Os fariseus precisavam entender que a fonte de sua impureza estava dentro de si mesmos, em sua própria natureza pecaminosa, e precisavam ver que não podiam consertar as rachaduras em suas paredes colocando papel de parede sobre elas. Precisamos ver a mesma coisa. Nosso problema é nosso próprio pecado. A solução para esse problema só pode ser encontrada em Cristo. Somente unindo-nos a Ele pela fé podemos ter nossos corações purificados de sua impureza grosseira. Somente Ele pode prover nossa necessidade central. Só Ele pode nos purificar. E somente Ele pode nos dar a esperança da eternidade de pureza perfeita, na presença amorosa do nosso Pai celestial.

Amém.

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Jim Witteveen

Pr. Jim Witteveen é ministro da Palavra servindo como missionário da Igreja Reformada em Aldergrove (Canadá) em cooperação com as Igrejas Reformadas do Brasil. Atualmente é diretor e professor no Instituto João Calvino.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.