1 Coríntios 7

Leitura: 1 Coríntios 7
Texto: 1 Coríntios 7

Amada congregação de Nosso Senhor Jesus Cristo,

Todo mundo quer ficar livre para tomar as suas próprias decisões na vida. Queremos controlar o nosso próprio destino. Queremos determinar os nossos próprios caminhos. Pelo menos, isso é o que nós dizemos.

Mas o fato é, em muitos casos, é muito mais fácil para nós sermos ditos o que devemos fazer. É mais fácil ser empregado de ser empregador. O chefe deve tomar as decisões, ele deve fazer escolhas baseadas em muitos fatores, e aquelas decisões podem ser decisões difíceis, com muito risco. Pode ser muito em jogo, e por isso, ser empregador é estressante. O trabalhador, por outro lado, simplesmente deve fazer o que o chefe exige.

E se você estiver trabalhando, e tiver uma certa quantidade de liberdade para escolher como você vai realizar a sua tarefa, ou quais são as tarefas que você vai realizar, existe um nível de estresse mais alto que você vai enfrentar. E há sempre a possibilidade que você vai fazer uma escolha errada, ou não fazer escolha nenhuma – e simplesmente não realizar nada. Algumas vezes, é difícil lidar com a liberdade.

Por isso, para algumas pessoas, as seitas são tão atraentes. Há uma pessoa que tem toda a responsabilidade, alguém que toma todas as decisões, e os seguidores não precisam assumir esses riscos. E por isso, também, para algumas pessoas, viver no presídio é mais simples do que viver livre. Não apenas por causa da comida grátis e a cama onde pode dormir, mas também porque a sua vida é completamente direcionada para você. Acordar num momento determinado, comer num momento determinado, ir dormir num momento determinado. A rotina remova toda a incerteza da vida, e não precisa assumir a responsabilidade pelas suas próprias ações.

Muitas pessoas que cresciam numa ditadura, sob governo totalitário, têm o mesmo tipo de experiência quando o sistema muda – quando elas devem enfrentar liberdade pela primeira vez. Pode pensar nos escravos que foram libertados aqui no Brasil, e nos Estados Unidos. Muitos ex-escravos preferiam a vida de escravidão na fazenda mais do que a vida livre – porque a vida na fazenda foi previsível, segura, e pareceu muito menos arriscada do que a alternativa.

Pode ser que nós pensamos na Bíblia, ou no ensino Cristão, na mesma maneira. Simplesmente diga o que é errado, o que é certo, dê-me uma pauta clara, diga sim, faça isso, não faça aquilo. Porque isso simplifica tudo. Remova a responsabilidade das minhas mãos, elimina muito risco. Se alguém pudesse me dizer o que eu devo fazer, qual decisão eu preciso tomar, como eu preciso responder numa situação, a vida seria muito mais simples.

Em 1 Coríntios 7, uma pessoa buscando um mandamento absoluto sobre as escolhas de vida pode ficar um pouco frustrada. Porque neste capítulo, Paulo faz muitas declarações absolutas, mas imediatamente ele acrescenta qualificações:

“E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.” (v.8,9).

“Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.” (v.10,11).

“Foste chamado, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se ainda podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade.” (v.21).

“Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento. Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos.” (v.27,28).

“A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica libre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor. Todavia, será mais feliz se permanecer viúva, segundo a minha opinião; e penso que também eu tenho o Espírito de Deus.” (v.39,40).

Então: eu preciso casar? Ou deveria permanecer solteiro? Eu preciso buscar a minha liberdade? Ou deveria casar novamente? Se você está procurando um mandamento absoluto sobre as decisões específicas que você precisa tomar na sua vida, você vai ter dificuldade em encontrar elas no nosso texto. Paulo dá conselho inspirado pelo Espírito, que ao mesmo tempo permite diferentes formas de responder às situações específicas desta vida. Esta noite vamos olhar aos princípios gerais que Paulo nos dá sobre o casamento, e, na verdade, sobre a vida em geral. As nossas vidas são cheias de decisões que devemos tomar, cada dia. Precisamos tomar essas decisões nós mesmos. Mas a pergunta importante que Paulo faz aqui é essa: Quais são os critérios que nós Cristãos precisamos usar para tomar as decisões que devemos tomar?

É difícil determinar quais foram as questões que Paulo estava respondendo nesta parte da sua carta. Lembre-se, quando lemos a epístola aos Coríntios (e todas as epístolas), nós estamos, na verdade, lendo ocorreio de outras pessoas. E quando você ler o correio de uma outra pessoa (não que isso seja algo que vocês fariam), você está recebendo apenas um lado da conversa. Então, devemos trabalhar para reconstruir o que é que o outro participante na conversa estava dizendo, baseado no que temos na carta que estamos lendo. E temos que fazer isso com este capítulo. Paulo está respondendo a uma carta que ele recebeu dos Coríntios, e naquela carta, havia uma questão – se os Cristãos devem se abster de relações sexuais, ou não.

É claro que isso foi um diferente grupo do que ele endereçou nos capítulos anteriores. Alguns dos Coríntios foram prontos demais para usar a sua liberdade Cristã para fazer qualquer coisa que queriam, na sua atividade sexual, e nas outras esferas das suas vidas. Mas parece que existia na igreja um outro grupo na igreja que argumentavam que os Cristãos não devem participar em relações sexuais, se casados ou não – que os membros da igreja precisavam ficar celibatos.

Existem muitas teorias sobre por que este grupo argumentou em favor de ceticismo. Talvez eles queriam criar uma distinção óbvia entre a igreja e o mundo ao seu redor. Ou, talvez, alguns deles se tornaram gnósticos no seu pensamento – acreditando que o corpo físico é inferior, e que as pessoas “espirituais” precisam ignorar os desejos físicos. Diversas teorias dizem que alguns dos Coríntios eram estóicos, ou cínicos – membros de duas escolas rivais da filosofia grega, que tinham entendimentos opostos a respeito de sexualidade.

Mas no final das contas, podemos supor, mas não sabemos com certeza. Então precisamos trabalhar com o que nós sabemos, e proceder a partir daí. Sabemos que Paulo estava respondendo a esta questão. E enquanto não sabemos exatamente o que esta questão foi, nós sabemos exatamente a resposta de Paulo. E a sua resposta é a seguinte: atividade sexual não é, em si, má, ou perversa. De fato, ele argumenta que é uma parte necessária do relacionamento matrimonial. Talvez um casal pode se abster por um período, para se devotar à oração, mas aquele período não duraria para sempre. E quando Paulo permite aquele período de abstinência, ele faz claro que ele não está argumentando que cada casal deve fazer isso, mas que seja permissível. “Isto vos digo como concessão e não por mandamento,” ele diz.

Paulo mesmo era solteiro. Provavelmente, como homem com uma posição de poder na comunidade Judaico, antes da sua conversão, ele tinha sido casado, porque para ser rabino, o casamento era requisito. Mas, por qualquer motivo, se porque a sua esposa tinha falecida, ou talvez o abandonou quando ele se tornou Cristão, ele não era casado agora. E como um homem solteiro, ele tinha o dom de auto-controle. Ele não era o tipo de homem que queimava com paixão, então sua status como solteiro não o levou a tentação. “Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou,” ele escreveu, “no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.” Então, seria bom permanecer solteiro, mas casar não é mal.

Paulo já falou sobre as relações sexuais dentro do matrimônio como um aspeto fundamental do relacionamento entre marido e mulher. E quanto a instituição de matrimônio, ele apoia o que o Senhor Jesus ensinava – que uma mulher não deve divorciar o seu marido, e um marido não deve divorciar a sua esposa. Mas ele continua a abordar questões específicas que o Senhor Jesus não abordou. Um homem casado com uma mulher descrente – o que ele deveria fazer? Deveria divorciar-se ela? Ou deveria permanecer casado?

Então Paulo diz, “digo eu, não o Senhor.” Ele não significa que é simplesmente sua própria opinião pessoal, como se não precisamos levar as suas palavras aqui a sério, como as palavras do Senhor Jesus Cristo. Ele vai dizer que ele está falando como alguém que tem o Espírito do Senhor – por isso, este ensinamento é igualmente autoritário do ensino de Jesus. Mas o Senhor Jesus não falava sobre esta questão especificamente; então Paulo tira as suas próprias conclusões, inspirado pelo Espírito Santo, conclusões baseadas no outro ensinamento do Senhor.

Quando uma pessoa se torna Cristão, mas seu esposo não é convertido a Cristo, o esposo Cristão não deve iniciar um divórcio, se o casamento permanece pacífico. Se o esposo incrédulo toma a decisão de abandonar o casamento, o esposo crente não fica sujeito à servidão – a implicação aqui é que o crente foi livre para recasar, se ele queria.

E as últimas palavras de Paulo são dirigidas a pessoas noivadas. E mais uma vez, embora ele apresenta as suas conclusões da perspectiva de uma pessoa que não tem mandamento do Senhor, não podemos entender isso como se isso for nada mais do que uma opinião pessoal que podemos ignorar. Ele significa, simplesmente, que o Senhor Jesus não abordava este assunto no seu ensino durante a encarnação. Por causa da angustiosa situação presente, ser bom para o homem permanecer assim como está.

Não sabemos o que esta “angustiosa situação presente” era, exatamente – alguns acreditam que foi a perseguição, ou talvez um faminto, mas não temos certeza. Mas existia algum tipo de situação catastrófica, acontecendo, ou prestes a acontecer. O conselho de Paulo, em consideração dos eventos atuais, foi isso: Cristãos noivados não deveriam quebrar o noivado, e aqueles que não estavam noivados não deveriam buscar o noivado. Em ambos os casos, não era pecado. Mas Paulo oferece um aviso: Se você casar, não vai ser simples. Na situação atual, o casamento complicaria a vida. Mas não importa a situação, se uma época de angustia ou se uma época de paz, o casamento adiciona desafios que não são enfrentados pelos solteiros.

Em breve, isso é um resumo da instrução de Paulo sobre o casamento neste capítulo. Mas quais são os princípios usados por Paulo?

O primeiro princípio é esse: qualquer seja a sua decisão, deve ser uma decisão que não vai se causar a quebrar um dos mandamentos do Senhor. Se você escolher permanecer solteiro, mas não tem o dom de autocontrole, você está se colocando em risco. Ser solteiro não é inerentemente melhor do que casar-se, mas nem é algo para desprezar.

O que é realmente importante para o Cristão, casado ou solteiro, é viver conforme a vontade de Deus, revelada na Sua lei. O mesmo se aplica às relações sexuais dentro do casamento. O sexo não é apenas o meio de procriação. É, em si mesmo, um aspeto vital do relacionamento matrimonial. O sexo, dentro do casamento, é bom – e usar ele como entendido por Deus vai se ajudar a viver em obediência à vontade de Deus.

O segundo princípio é esse: qualquer seja a sua decisão, ela deve promover a paz. Se alguém converta a Cristo, se torna crente, e a sua esposa permanece descrente, se eles ainda se relacionarem bem um com o outro dentro daquele casamento, aquele relacionamento harmonioso não deve ser quebrado.

O marido crente não precisava se preocupar que continuar no seu casamento com uma mulher incrédula se faria imundo. De fato, o oposto é verdadeiro. Sob a antiga aliança, foi a impureza que espalhou – pode ver isso nas leis de pureza em Levítico. Qualquer coisa que tocou uma coisa imunda se tornou imunda também.

Mas na Nova Aliança, após a vinda de Cristo, é a limpeza que espalha, e não a imundícia. O Senhor Jesus toca uma mulher imunda, e Ele não se torna imundo – em vez disso, ela se torna limpa! Então, de qualquer maneira, a santidade do esposo crente vai afeitar a vida do esposo descrente, se o crente viver em acordo com sua profissão de fé.

Tornar-se Cristão não significa que deve criar desarmonia onde desarmonia não existia. Claro, relacionamentos podem ser quebrados quando familiares incrédulos odeiam o estilo de vida e as palavras do novo crente na família, e podem quebrar o relacionamento. Mas precisamos nos lembrar: Deus vos tem chamado à paz. Precisamos nos lembrar este chamado à paz em todas as nossas decisões.

O terceiro princípio é encontrado na parte do capítulo que parece não se encaixar com o resto da passagem. Versículos 17 a 24 parecem deslocados na discussão de casamento e o estado de solteiro, e o noivado e a sexualidade. Por que Paulo parece mudar o assunto de repente, e iniciar uma discussão sobre a circuncisão e a incircuncisão, sobre ser escravo ou livre? Mas o fato é que estes versículos não formam uma digressão, e esta passagem é, na verdade, central ao argumento completo: Irmãos, cada um permaneça naquela vocação em que foi chamado.

O que Paulo está fazendo aqui? Ele está relativizando cada relacionamento humano. A circuncisão foi sinal de um certo status – e ela era uma questão muito importante na igreja antiga, por causa do novo relacionamento desenvolvendo entre os judeus e os gentios. Ser escravo, ou ser livre, era claramente um outro tipo de status humano. Paulo está dizendo que não existe um status nesta vida, se escravo ou livre, circuncisão ou incircuncisão, tão importante quanto o novo status que temos em Jesus Cristo. Se você era escravo quando chamado por Deus, pode permanecer neste estado – não vai fazer uma diferença no seu relacionamento com Cristo, e não deveria fazer qualquer diferença no seu relacionamento com o povo de Deus. Você pode buscar a libertação, mas novamente, não é uma questão importante. O que é importante é a liberdade que você tem em Cristo. O nosso status humano não é nada em comparação com o novo status que recebemos em Cristo.

Podemos aplicar essa mensagem aos casados e aos solteiros. Nas igrejas reformadas, muitas vezes parece que temos problemas lidando com os solteiros. Se uma pessoa fica solteira depois uma certa idade, algumas vezes é difícil achar um lugar na comunidade. Às vezes não sabemos o que devemos fazer com essas pessoas estranhas entre nós, especialmente quando os solteiros são contentos com o estado de ser solteiro. E também, eu sei que muitos jovens Reformados pensam sobre casamento como o tempo em que eles vão levar a sério a fé. Muitas vezes o pensamento é que os solteiros não devem ser tão dedicados a serviço do Senhor, à vida da aliança dentro da igreja. A moda de pensar é que isso é a tarefa dos casados, os casais. Paulo não pensava no assunto nessa maneira. O casamento é bom, mas é bom também ser solteiro – se seu casamento é casamento no Senhor, e se seu estado de ser solteiro é usado em serviço ao Senhor.

Na verdade, pode ser benéfico ser solteiro, porque o foco do solteiro não é dividido. Para uma pessoa piedosa, dedicada a servir a Deus, ser solteiro pode ser uma grande benção, se pode ficar solteiro e não “viver abrasado,” como Paulo diz em versículo 9. Pense no que os solteiros podem fazer na igreja – não somente como pastores ou missionários, ou trabalhando num ministério de tempo inteiro, mas em cada área da vida. Há liberdade que os solteiros têm, com tempo, energia, recursos – e aquela liberdade pode ser usada para realizar coisas grandes, quando é dirigida ao alvo correto – à gloria de Deus e ao serviço de Deus.

Simplesmente, Paulo diz, celibato forçado não pode ser a norma. Mas ao mesmo tempo, o casamento não é a mais importante coisa nesta vida. Se você permanece solteiro ao longo da sua vida, não é fracasso em termos de sua realização de sua vocação como servo de Cristo – de fato, pode ser uma grande benção. É assim como nós na igreja precisamos entender a questão – se na maneira em que nós ensinamos as nossa crianças sobre o casamento, ou se for como nós relacionamos com os solteiros na congregação, ou se for a maneira em que os solteiros na congregação usam seu tempo e recursos.

E o último princípio que devemos nos lembrar quando pensamos em sermos solteiros, ou sermos noivados, ou sermos casados é esse: se lembre que este mundo não é tudo que existe. Não viva apenas no presente. Usando as palavras de Eclesiastes, não esqueça que há vida após a vida debaixo do sol. Lembre-se de pensar escatologicamente – manta esta vida na perspectiva correta – lembre-se que o fim está chegando. O tempo se abrevia, Paulo diz.

Quando Jesus Cristo realizou o seu trabalho na sua incarnação, ele realizou o que os Judeus pensavam aconteceria somente no fim dos tempos. O fim é em vista. Em Cristo, o fim entrou no presente. Agora, nós vivemos num novo relacionamento com o tempo e a eternidade. O futuro é claramente visível. Aqueles que têm um futuro definitivo e vêem claramente vivem no presente com valores alterados radicalmente com respeito ao que importa, e o que não importa… Cristãos podem discernir o que importa, na verdade, e eles devem viver com isso em mente (Gordon Fee).

O que realmente importa? O que importa são as coisas que nunca vão desaparecer. O casamento não é uma instituição permanente – é temporário. Quando você morrer, seu casamento vai acabar. Seu casamento pode durar cinquenta ou até sessenta anos – mas o seu relacionamento com Cristo vai durar para sempre. Em eternidade, a instituição de matrimônio será cumprida na união perfeita entre Jesus Cristo e Seu povo. Quando a realidade é completa, os símbolos não serão necessários. Então, se o casar é o seu objetivo nesta vida, o objetivo que consuma seus pensamentos, seus esforços, tudo da sua vida, sua meta é muita pequena. Seu objetivo final deve ser servir a Deus de todo o coração, não importa sua posição – casado ou solteiro.

Então, Paulo não diz que os casados devem permanecer celibatos, quando ele diz que os casados sejam como se o não fossem. É claro, um pouco anteriormente ele disse, O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. O que ele está dizendo é: casar não é o último bem. A felicidade nesta vida não é nosso objetivo final. Comprar coisas e possuir coisas não são nossos objetivos maiores.

Tudo isso vai desaparecer junto com a forma presente deste mundo. Não porque estas coisas são ruins em si mesmos. O sexo não é pecado, no contexto correto, no casamento – é uma benção de Deus. Posses, emoções, casamentos, todos são dons de Deus, destinados a serem apreciados no seu devido lugar. Não são ruins em si mesmos, contanto que eles não são nosso objetivo final. Nosso objetivo final é pertencer a Cristo, servir a Cristo, viver para Cristo. E experimentar glória eterna e bençãos eternos com Ele.

Veja só: se você busca para respostas absolutas sobre as escolhas que você deve tomar nesta vida, pode ter dificuldades em encontrar uma resposta que toma a sua decisão para você. Deus não quer que nós sejamos robôs, maquinas que aguardam o mandamento de Deus sobre o que devemos fazer em cada situação. Ele nos dá orientações gerais que precisamos usar quando tomamos as decisões – se elas são as grandes decisões da vida, quem devemos casar, ou se devemos casar, qual tipo de trabalho devemos escolher, se podemos comprar uma casa ou não, ou um carro – ou se elas são decisões com menos importância que devemos tomar no dia-a-dia. Nós também, como Paulo, temos o Espírito de Deus! Temos recebido sabedoria, em Cristo – sabedoria para buscar a nossa orientação na palavra de Deus, para tomar as nossas decisões na luz da Palavra de Deus.

Então, como pessoas que pertencem a Cristo, somos livres – livres para tomar decisões que dão glória a Deus, que concordam com a vontade revelada de Deus. Precisamos lembrar que essa vida não é tudo, e precisamos lembrar nosso destino eterno. Precisamos ter em mente que enquanto os dons criados que Deus nos dá são bons, eles não chegam aos pés do maior bem. E quando nós temos aquelas coisas em mente, quando tomamos as nossas decisões com oração, com conhecimento, podemos viver em confiança, ainda quando as escolhas que fazemos nos levam a lutar, ainda quando essas escolhas causam medo, ainda quando não sabemos o resultado final das nossas escolhas. Tomamos as nossas decisões em fé. O que Deus realmente quer, mais do que qualquer outra coisa, é que nós confiarmos nEle, não importa as circunstâncias de nossa vida. Isso é a verdade para os casados, os solteiros, os noivados, isso é a verdade para cada pessoa.

Nessa maneira, podemos ver que ser servo, ou escravo, de Jesus Cristo é, na verdade, libertador. Nos liberta da escravidão às coisas desse mundo, e nos liberta para servir a Deus, confiando absolutamente que a vontade de Deus é perfeita, o maior bem, e bom para nós também. Quando entendemos a liberdade verdadeira de Cristo, somos motivados a continuar na palavra de Deus, a continuar em oração, a avançar nessa vida em confiança completa. Vamos orar para que a mensagem desse capítulo possa causar os resultados pretendidos por Paulo: promovendo ordem na igreja e na vida, garantindo nossa devoção exclusiva ao Senhor.

Amém.

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Jim Witteveen

Pr. Jim Witteveen é ministro da Palavra servindo como missionário da Igreja Reformada em Aldergrove (Canadá) em cooperação com as Igrejas Reformadas do Brasil. Atualmente é diretor e professor no Instituto João Calvino.

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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.