Sermão preparado pelo pastor Marcel Tavares
Leitura: At 1.1-11
Texto: Dia do Senhor 18
Amada igreja do nosso Salvador Jesus Cristo,
A doutrina a qual confessamos, de que Cristo subiu ao céu deve ser entendida dentro de um contexto maior no nosso catecismo. Antes da sua encarnação o Filho de Deus estava no céu junto com o Pai. Lá Ele era adorado com a mesma majestade do Pai. Ele estava cercado por incontáveis hordas de anjos que clamavam incessantemente Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos. Ele não precisava de nada. Toda a riqueza estava em suas mãos. Colossenses1: 16, 17 –Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
Mas o Filho de Deus, poderoso e majestoso, que não precisa de nada se humilhou. Ele se fez homem (DS 14). Ele precisou de um lugar para nascer e não havia. Ele teve fome, sede e frio. Ele foi traído. Padeceu sob Poncio Pilatos. O rei do universo foi julgado por um juiz terreno, como um malfeitor (DS 15). Ele ficou desamparado. Ele foi morto e sepultado. Sofreu no corpo e na alma agonias indescritíveis. Isto foi a sua descida ao inferno (DS 16).
No DS 17 começa a sua subida. Ele começa o caminho de volta a sua majestade infinita. O começo da sua subida começa na ressurreição. Ele se levanta da sepultura. Ele mostra o seu triunfo sobre a morte e nossos pecados. Ele mostra as marcas de sua vitória aos seus discípulos. Ele volta ao céu como um rei vitorioso. Não é o céu como vemos, as núvens e o universo onde estão os planetas, mas o lugar da habitação de Deus, santo, separado do pecado, o qual não podemos conhecer ainda. Imagine o retorno de Cristo a este lugar. Ele adentra os palácios eternais. Todos os santos anjos estão prostrados diante dele, enquanto ele caminha para se assentar no trono da sua glória. Ele é o último Adão. Alguém de carne, sangue e ossos, 100 % homem e 100 % Deus, subiu ao céus e está governando todas as coisas.
Mas, por que este rei vitorioso não pode ficar aqui conosco? O céu é o lugar onde ele deve estar para o nosso benefício. Por isso, eu vou prego as boas novas da ascensão de Cristo, resumido no seguinte tema: Cristo subiu ao céu para o nosso benefício.
Esse benefício pode ser visto de três maneira (do céu):
1) Cristo é o nosso Advogado
2) Cristo é o nosso cabeça
3) Cristo nos envia seu Espírito
Cristo é o nosso Advogado
Amados irmãos, depois de sua ressurreição, Cristo ficou 40 dias entre seus discípulos. Mais de 500 irmãos o viram após a sua ressurreição. Ele falou das coisas concernentes ao reino de Deus. Ele fortaleceu a fé daqueles que ainda tinham dúvida. Ele comeu com seus discípulos. Ele mostrou que tinha uma humanidade verdadeira. Mas, ele não veio para ficar entre nós para sempre. Na verdade nós iremos a Ele. Cristo desceu dos céus para cumprir uma missão. O seu nome, Jesus, que quer dizer salvador, e seu ofício, Cristo, que quer dizer ungido, já nos informam que Cristo recebeu um missão. Ele cumpriu este mandato na terra, entre nós, quando nasceu, viveu e morreu entre nós. Agora, ele cumpre este mandato nos céus e é lá que é necessário ele estar para o nosso benefício até que venha novamente para julgar os vivos e os mortos (P/R 46). Então, se ele está nos céus para o nosso benefício, a nossa atitude em relação a sua ascensão deve ser de alegria, conforme o relato de Lucas 24.42 (sobre a ascensão) – Então, eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo. Um destes benefícios, que deve nos encher de júbilo, é que ele é o nosso advogado diante do Pai (P/R 49).
O que faz um advogado? No tribunal, um advogado defende seu cliente diante do juiz. A função do advogado é provar diante do juíz que seu cliente é inocente. O advogado tem que conhecer bem das leis e deve argumentar pelo seu cliente em conformidade com esta lei. Além, disso o advogado precisa mostrar provas concretas de que seu cliente não cometeu algo que o condene. Mas, nem sempre o advogado vai tentar provar a inocência do seu cliente. Às vezes, as provas são muito fortes contra o réu, de forma que o advogado apenas tentar amenizar o castigo do seu cliente. Infelizmente, há muita corrupção entre estes homens, de sorte que vemos maus juízes e advogados deixando-se subverter pelo dinheiro. O resultado é que culpados são feitos inocentes e inocentes são feitos culpados.
Mas, Cristo é o nosso advogado diante do Supremo Juiz. O Supremo Juíz é perfeitíssimo no julgar. Ele é Santo, assim como sua Lei, e Nenhum ser humano pode esconder sua culpa. A Lei de Deus é perfeitíssima para nos condenar. As provas que existem contra nós são a nossa natureza pecaminosa e os nossos pecados diários. Quem diz que não peca está enganado e é um mentiroso (1 Jo 1. 8). Além disso, quando dizemos que não temos pecado chamamos o supremo juiz de mentiroso (1 Jo 1.10). Então, por natureza somos culpados diante de Deus . E se somos culpados, então precisamos de um advogado. Este advogado subiu aos céus para interceder por nós diante do Pai. Este advogado conhece completamente Deus e o homem, pois ele é Deus-homem.
Agora, como este advogado pode nos inocentar diante deste Juíz?
Em primeiro lugar ele tem que argumentar baseado na Lei. Ele tem que mostrar que pela Lei somos inocentes. A maioria das religiões entendem um pouco disto. Por isso, elas baseiam a sua salvação em conjunto de regrinhas, sem a qual a pessoa não pode ser salva. A religião de muitas pessoas se baseia em obras. Mas, Deus requer de nós que a sua Lei seja cumprida a risca para que sejamos salvos. Nós não conseguimos cumprir esta Lei perfeitamente. Na verdade, esta Lei deixa todos os seres humanos debaixo de maldição. Então, como seremos considerados inocentes baseados nesta Lei? O nosso advogado nos céus argumenta diante do Supremo Juíz baseado em sua própria obediência a esta Lei. Ele transfere esta obediência para nós e somos considerados justos diante de Deus. E como você é considerado justo diante de Deus? Quando você cre no evangelho!. Crendo no evangelho você é considerado inocente, cumpridor da Lei. Pela obra de Cristo, você foi coberto com a justiça de Cristo na sua morte. Ele veio para cumprir a Lei perfeitamente em nosso lugar.. Ele veio para ser maldito de Deus em nosso lugar, pendurado no madeiro, pagando o preço requerido pelo pecado. Aquela era a nossa maldição, pois maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei para praticá-las (Gl 3.10). Além disso, A ressurreição de Jesus é uma confirmação de que Deus aceitou a morte substitutiva de Cristo. Ele ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25). Agora, toda a obediência de Cristo, sua obediência perfeita a todos os mandamentos são colocados em tua conta. Isto é o evangelho! Não foi por obras para que ninguém se orgulhasse, mas foi pela graça (Efésios 2). O nosso advogado diante do Pai nos defende baseado em sua própria justiça e na sua obra substitutiva por nós. A justiça de Cristo é a nossa justiça.
Em segundo lugar, as provas da nossa inocencia que o nosso advogado traz diante do juíz estão em seu próprio corpo. Isaías viu de antemão estas provas (Is 53.4-5). O Filho de Deus assumiu a natureza humana para sofrer como homem, pelos homens. Ele tem as marcas dos pregos e o furo da lança. Ele tem as provas da nossa inocência. Ele tem as provas de que o preço do nosso resgate foi pago, cravado na cruz. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Em terceiro lugar, o nosso advogado, Deus verdadeiro e homem verdadeiro, intercede por nós. Nós fomos justificados, considerados justos, mas sabemos que cometemos pecados diariamente. João diz em sua carta: Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (1 Jo 2.1b). Então, sempre que pecarmos não precisamos nos desesperar, mas confiar firmemente que temos um advogado que nos ama e nos conhece muito bem. Ele nos intercede por nós. Temos este benefício jurídico, forense, nos céus. Diante do tribunal de Deus você é considerado inocente por causa de Cristo.
Ele é o nosso cabeça
O segundo benefício que temos por Cristo estar nos céus é orgânico. A nossa relação com Cristo é comparada a um corpo. Ele é o nosso cabeça. Nossa cabeça está agora nos céus, no lugar da majestade de Deus, fora deste mundo de pecado, enquanto o corpo, a igreja, está na terra, lutando contra muitas tentações e pecados. Isto tem conseqüências para nós. A primeira conseqüência é que, Cristo no céu, a nossa cabeça, é nossa garantia de que vamos sobreviver a este mundo de pecado e suas tentações. Você já viu alguém entrar no mar ou na piscina e começar a morrer afogado porque seu corpo está debaixo da água? Não! A cabeça fora da água é a garantia de que esta pessoa vai sobreviver, embora seu corpo esteja debaixo da água. O nosso cabeça nos céus é a garantia da perseverança dos santos. A segunda consequência é que, se a nossa cabeça já está nos céus, nos podemos ter a certeza que estaremos dentro em breve com ele. O corpo está unido com a cabeça. Onde a cabeça vai o corpo vai atrás. A terceira consequencia é que o fato de termos a nossa cabeça nos céus nos revela que já somos cidadãos do céus. Se parte de nós já desfruta da eternidade, nós começamos desde agora a desfrutar da eternidade. Se a cabeça controla todo o corpo, então, começamos a ter um comportamento de cidadãos dos céus já neste mundo cheio de pecados. Embora estejamos lutando contra o pecado e as tentações e muitas as vezes pecando contra os mandamentos, temos um leve começo da obediência a todos os mandamentos. Cristo nos céus como o nosso cabeça nos levará, sua igreja, para estar junto dele nos céus. Ele está neste momento nos preparando para este grande encontro. Ele está preparando morada para nós: Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (Jo 14.2b-3).
Cristo nos envia seu Espírito
Será que Cristo quando subiu nos deixou sozinhos? Não! Embora Cristo não esteja corparalmente entre nós, ele envio o seu Espírito para que assim ele sempre esteja conosco. João 14.25…..
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