Pregação preparada pelo Pr. Elissandro Rabêlo
Leitura: Mateus 16:13-17; João 01:01-18
Texto: Dia do Senhor 13 (Pergunta 33)
Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo e prezados ouvintes,
A Bíblia toda (AT e NT) aponta para Jesus e nos ensina acerca de sua Pessoa e obra. O próprio Jesus confirmou isso quando disse: “Examinem as Escrituras porque elas mesmas testificam de mim” (Jo. 5.39). As Escrituras ensinam que Jesus é o Salvador, Aquele veio ao mundo salvar o seu povo dos pecados deles (Mt.1.21); que Jesus é o Cristo, Aquele que foi escolhido e ungido por Deus Pai para exercer os ofícios de Profeta, Sacerdote e Rei e assim redimir um povo para Deus. Além disso, a Bíblia afirma que Jesus é o Filho de Deus e Nosso Senhor, Aquele que é Verdadeiro Deus com o Pai e o Espírito Santo e, portanto, poderoso para nos salvar.
Se desejamos conhecer Jesus como Ele é e desfrutar de sua salvação temos de olhar para a Bíblia e crer no que ela diz sobre Cristo. Não devemos dar ouvidos às opiniões humanas sobre Jesus. Alguns dizem que Jesus foi apenas um grande profeta, um bom homem que ajudou muitas pessoas ou até um revolucionário político e social. Esses conceitos errados sobre Jesus o esvaziam da sua glória e divindade. Na época em que Jesus andou entre os homens, as pessoas já tinham essas opiniões humanas sobre ele. Muitos achavam que ele era apenas mais um profeta em Israel (Mt.16.13,14).
Mas o que Pedro e os discípulos confessaram acerca de Jesus? “Tu é o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt.16.15,16). Note que essa confissão de Pedro foi aprovada por Jesus e revelada a Pedro pelo Pai (Mt.16.17). Os cristãos de hoje também fazem essa confissão bíblica e apostólica para a sua salvação: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor”. Eu vos proclamo a palavra de Deus no seguinte tema:
Tema: O Crente Confessa que Jesus Cristo é o Único Filho de Deus
- 1. O que Essa Confissão Significa para Cristo
- 2. O que Essa Confissão Significa para o Crente
1. O que Essa Confissão Significa para Cristo
Aqui no domingo 13 do catecismo encontramos a explicação bíblica dos títulos “único filho de Deus” e “nosso Senhor”. Estes nomes são atribuídos a Jesus na Bíblia e confessados pelos crentes no credo apostólico. Ambos apontam para a divindade de Jesus, mas hoje vamos nos limitar ao termo “único Filho de Deus” à luz da pergunta e resposta 33 (ler).
A expressão “filho de Deus” é usada na Bíblia de modo geral para falar da posição de Jesus e dos crentes em relação a Deus. João Batista testificou que Jesus é o Filho de Deus (Jo. 1.34) e o próprio Cristo chamou Deus de Pai e declarou-se Filho de Deus (Jo. 10.36,37). A Bíblia também chama os cristãos de filhos de Deus (Jo.1.12; Gl.3.26). Sendo assim, por que confessamos que Jesus é o único filho de Deus, se nós também somos filhos de Deus? O que esta confissão significa pra Jesus? O que diz a Bíblia?
Em primeiro lugar, Cristo é o Único Filho de Deus no sentido de possuir a mesma natureza do Pai. Somente Cristo é, por natureza, o Filho eterno de Deus. A expressão “por natureza” indica que Jesus é da mesma essência do Pai, que ele possui a divindade e é verdadeiro Deus. Jesus não é um ser criado assim como Adão e nós somos. Ele é eterno e já existia antes de nós. Ele estava com o Pai na eternidade e todas as coisas foram feitas por meio dele (Jo. 1.1-3). O AT afirma que Jesus é o pai da eternidade e que suas origens são desde os tempos da eternidade (Is. 9.6; Mq. 5.2). O próprio Cristo deu testemunho da sua divindade como Filho eterno de Deus afirmando que já existia antes de Abraão (Jo. 5.58) e que desfrutava da glória com o Pai antes que houvesse mundo (Jo. 17.5,24). E Paulo afirmou que Cristo existe antes de todas as coisas e nele habita toda a plenitude da divindade (Cl. 1.17; 2.9).
Por causa desse testemunho bíblico, a igreja fiel de Cristo sempre confessou que Jesus é por natureza, o Filho eterno de Deus. O Credo Niceno, por exemplo, descreve com detalhes a filiação única e divina de Cristo: “Cremos em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Verdadeiro Deus de Verdadeiro Deus, gerado, não criado, de igual substância do Pai”. Cristo possui todos os atributos da divindade tais como onipotência, onisciência, onipresença, santidade perfeita, majestade e eternidade. É verdade que ele se tornou homem e veio habitar entre nós. Ele se humilhou ao assumir a natureza humana, mas não deixou de ser verdadeiro Deus. Ele é o primogênito de Maria e, ao mesmo tempo, o Unigênito de Deus Pai (Jo. 1.14,18). Esse termo “Unigênito do Pai” significa que Jesus é nascido do Pai não no sentido de ter sido criado, mas no sentido de que ele mesmo na eternidade decidiu em conselho com o Pai e o Espírito vir a este mundo e ser gerado no ventre de Maria a fim de se tornar homem para salvar pecadores (Jo. 3.16).
Irmãos! A glória de Jesus como Filho eterno de Deus é uma doutrina que enche nosso coração de alegria e esperança. Se Jesus fosse apenas um simples profeta ou um homem bom que morreu nas mãos de pecadores, não haveria esperança de salvação para nós. Mas ele é o Filho de Deus! Ele é o Deus Eterno! Aquele que suportou a ira de Deus em nosso lugar e nos trouxe a vida por meio da sua morte! Ele é unigênito do Pai cheio de graça e verdade! É um Salvador completo e suficiente em quem encontramos tudo que é necessário para nossa salvação (Jo. 1.16; I Co. 1.31). Ele é a luz que resplandece nas trevas! A vida está nele! Quem nele crê terá a luz da vida, a vida eterna (Jo. 3.16; 8.12).
Em segundo lugar, Cristo é o único Filho de Deus no sentido de ter um relacionamento íntimo com o Pai. Na verdade, o Deus Triúno – Pai, Filho e Espírito Santo desde a eternidade vivem juntos em plena harmonia e comunhão. Há um relacionamento íntimo de amor e cooperação entre as três pessoas da trindade. A criação do universo, a redenção da igreja são obras planejadas e realizadas pelo Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto, mesmo tendo se tornado homem, o Filho não deixou de ser amado pelo Pai e nem deixou de amar o Pai. Ambos têm um relacionamento de amor e trabalham juntos pela salvação de pecadores ao lado do Espírito Santo.
João testemunha acerca dessa relação de amor e comunhão entre o Pai e o Filho ao afirmar que o Verbo (Cristo) estava com Deus (na eternidade – Jo.1.1,2) e que o Deus unigênito está no seio do Pai (hoje na glória – Jo.1.18). O próprio Jesus tinha consciência de sua relação com o Pai enquanto esteve aqui na terra. Ele afirmou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) e “quem me vê, vê o Pai” (Jo l4. 9,10). Ele também disse que “tudo lhe foi entregue por seu Pai e ninguém conhece Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt.11.27). O Pai o chamou de seu Filho Amado e tinha prazer nele (Mt.3.22).
Qual a importância desse relacionamento de amor entre o Pai e o Filho? Por amor ao Pai, Jesus cumpriu prontamente a sua vontade para nossa salvação (Jo.4.34). E por amor ao Filho, o Pai lhe deu como herança a igreja. O amor do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai é um amor tão grande que se estendeu a nós pecadores. Por causa do amor de Deus fomos feitos seus filhos amados e herdeiros da vida eterna (I Jo.3.1).
2. O que Essa Confissão Significa para o Crente
Embora Cristo nos chame de seus irmãos e a Bíblia afirme que somos filhos de Deus, não somos iguais a Cristo. Ele é Deus com o Pai e o Espírito e já existia antes de nós. Ele é o Criador e Sustentador e nós somos criaturas fracas e dependentes do seu poder. Jesus é o Único Filho eterno de Deus. Aquele que crê nessa verdade bíblica é ricamente abençoado por Deus com todas as bênçãos que Cristo ganhou na cruz (perdão, santificação, vida eterna, etc.). Dentre estas bênçãos está a benção da adoção em Cristo, o que significa que Deus nos dá o privilégio de sermos seus filhos por meio da fé em Cristo (ler Jo.1.12,13; Gl.3.26; Ef.1.5,6).
Ninguém pode se tornar filho de Deus sem estar ligado à Cristo pela fé. Aqueles que rejeitam a Cristo como o Salvador não têm parte na família de Deus e nem desfrutam das bênçãos da salvação. Os próprios judeus que não receberam a Cristo ficaram de fora da salvação e pereceram em sua incredulidade e rebeldia (Jo.1.10,11). Mas os que creram, independente de raça ou posição social, Deus os tornou em seus filhos. Por isso confessamos que “somos filhos adotivos de Deus, pela graça, por causa de Cristo”.
Observe que nossa adoção é resultado da graça de Deus em Cristo. O Filho de Deus foi entregue pelo Pai como sacrifício pelos nossos pecados (Jo. 3.16; I Jo. 4.9,10). O Pai não foi obrigado a entregar o Filho, mas ele o entregou por graça, por amor a nós pecadores. Ser filho de Deus pela obra de Cristo não é algo que escolhemos ou merecemos, mas é fruto da graça de Deus. O Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu ser também o Nosso Pai. Ele nos adotou em sua família sem mérito algum da nossa parte. Ele nos ama da mesma forma que ama o seu Filho.
Ser filho de Deus em Cristo é realmente um grande privilégio. Não há maior benção para o pecador do que ter Deus como Pai. Nossos pais terrenos podem nos desapontar e falhar conosco. Mas nosso Pai Celeste jamais. Ele nos ama com amor eterno e nos cobre com suas ricas bênçãos. Podemos nos dirigir a ele em oração na certeza de que nos ouve e atende nossos pedidos. Podemos contar com seu apoio e proteção em nossa peregrinação na terra. Podemos contar com sua correção paterna quando falhamos. Podemos contar com seu Espírito que nos fez nascer de novo e nos ajuda a andar em novidade de vida e perseverar até o fim no caminho da salvação.
E além destas bênçãos que desfrutamos aqui na terra como filhos de Deus em Cristo, Nosso Pai Celeste tem reservado para nós uma herança eterna (Rm. 8.17). Somos peregrinos em terra estranha e o nosso lar está nos céus, onde o Pai aguarda seus filhos amados em Cristo Jesus. O Pai não gera filhos para depois abandoná-los ou deixá-los perecer no inferno. Ele lhes dá nova vida em Cristo e os leva à glória. A verdade é que todos os filhos de Deus por sua graça em Cristo terão corpos semelhantes ao de Cristo (Fp. 3.21) e reinarão com ele por toda a eternidade no novo céu e na nova terra (II Pe.2.13; Ap.21.1-5).
Você que crer em Jesus Cristo como único Filho de Deus, saiba que Deus faz de você um filho amado dele por pura graça. Ele te dá esta bênção em Cristo Jesus! Qual tem sido a sua resposta ao amor de Deus revelado a você em Cristo? Você vive como um filho de Deus? Tem sido grato pelas suas bênçãos? Ama o Seu Pai que está no céu e obedece à sua palavra? Confia em Deus? É contente com o que ele te dá? Reflita na sua vida como filho de Deus e honre o Seu Pai com seus atos e palavras.
E quanto a você que ainda não recebeu Jesus pela fé como Seu Salvador? Saiba que fora de Cristo não há salvação pra você. Sem entregar sua vida a Cristo você não pode se tornar um filho de Deus e ser salvo. Oh! Pecador! Até quando permanecereis em vossos pecados? Não vale a pena a vida sem Cristo. Quem vive sem Cristo hoje, viverá sem ele na eternidade. É isso que você deseja pra sua vida? Viver debaixo da ira de Deus e ser condenado eternamente? Hoje é o dia da salvação! Corra para Cristo! Creia nele! Ele é o Filho eterno de Deus, o Unigênito do Pai que foi entregue na cruz para que todo o que nele crê não pereça, mas se torne um filho amado de Deus e receba de graça o perdão dos pecados e a vida eterna!
Amém.
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* Este sermão foi originalmente escrito para uso do pastor e não passou por correção ortográfica ou gramatical.