Vestida como uma mulher

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mulher olhando para a rua

Eu gostaria de escrever sobre uma controvérsia. Eu espero que se algumas pessoas discordarem de mim ou quiserem comentar sobre o que eu escrevi, que eles tirem o tempo para responder. O assunto é: brincos. Em particular, o assunto é sobre homens que usam brincos na orelha. Minha opinião é que esta prática é inapropriada entre os homens cristãos. Eu sei que não existe um texto que proíbe especificamente o uso de brincos masculinos. Contudo, eu acredito que a Escritura em geral indica que esta prática é inapropriada.

A cultura unissex

Pelas Escrituras nós sabemos que no início, Deus fez o homem à Sua própria imagem. Macho e fêmea os criou. Homens e mulheres foram feitos para refletir a glória e santidade do Senhor.

Diante de Deus, eles são iguais em valor e dignidade, ambos completamente e maravilhosamente humanos. Homens e mulheres são iguais, mas ainda assim diferentes. A biologia e psicologia deles são diferentes.

Deus também deu para cada um, um papel único para desempenhar no desenvolvimento da criação. Esses papéis não podem ser mudados sem a violação da ordem da criação.

Devido a essas diferenças criadas entre homens e mulheres, as sociedades humanas quase sempre têm criado seus meninos e meninas de forma diferente.

Desde a primeira infância, as crianças foram encorajadas a expressar sua singular masculinidade ou feminilidade. Meninos jogavam jogos de meninos e vice-versa.

Os meninos iam pescar. Meninas brincavam de casinha com bonecas.

As diferenças claras de sexo e as distinções de função também foram expressas no modo de vestir. Havia uma maneira masculina única de vestir e um estilo feminino único de adorno.

Essas distinções variaram entre diferentes culturas, mas sempre expressaram a dualidade masculina/feminina essencial da raça humana. Essa distinção de vestimentas foi aceita e celebrou as diferenças entre homens e mulheres.

Atualmente, no entanto, vivemos em uma cultura cada vez mais unissex. Sob a influência do feminismo, é considerado por certo que as distinções do papel sexual são completamente artificiais. Eles não são produto da criação, mas da cultura. O feminismo argumenta que, além de realidades estritamente biológicas, como a paternidade e o gerar filhos, os papéis de homens e mulheres são completamente intercambiáveis.

Para uma feminista, a igualdade entre homens e mulheres significa semelhança entre homens e mulheres. As feministas afirmam que tudo o que for apropriado para um homem também é apropriado para uma mulher. Para dizer que certos tipos de trabalho e certos papéis dentro da família, igreja e estado são particularmente apropriados para homens ou mulheres é uma opinião amplamente considerada discriminatória. Atualmente, portanto, tanto na política governamental como na convenção social, há um estresse na troca de papéis masculino e feminino. O que vemos neste desenvolvimento é uma verdadeira rebelião contra o Criador que deu a Sua criação uma certa ordem. A rebelião contra o Criador traz consigo a rebelião contra a ordem criada e a estrutura da vida. Assim, em nossa era irreligiosa, vimos um aumento da homossexualidade pública e do feminismo militante. Ambos os movimentos representam um desafio evidente ao modo como Deus criou o mundo.

Podemos acrescentar, que, porque o feminismo é contrário à ordem criada, também está condenado a falhar.

Acreditando estar isento da lei da gravidade, um homem iludido pode se atirar de um prédio alto. No entanto, bastante indiferente à sua ilusão, a lei da gravidade continua a ser a mesma. O homem perecerá em sua ilusão. Da mesma forma, uma cultura feminista pode fingir que os papéis do sexo são completamente intercambiáveis. Novamente, no entanto, bastante estranho a essa insensatez, a biologia e as distinções sociais do masculino/feminino permanecem. Nenhuma opinião de uma feminista pode destruir a criação. O feminismo será precipitado nas duras rochas da realidade.

Enquanto isso, porém, os ideais unissex do feminismo (pelo contrário, o feminismo é uma filosofia defendida pelos homens) ainda têm seus efeitos sobre a nossa cultura. Esses efeitos são imensos, tocando educação, sistemas de tributação, políticas de contratação de universidades e, sobretudo, códigos de vestimenta de milhares.

Vestes refletem identidade

É verdade que ainda existem amplas diferenças na forma como homens e mulheres se vestem e se apresentam ao mundo. Homens se barbeiam. Mulheres na América depilam as pernas e as axilas. Os homens evitam a maquiagem, enquanto as mulheres usam rímel, batom e esmalte. As mulheres às vezes usam vestidos em ocasiões formais, enquanto os homens usam ternos e gravatas. Em geral, as mulheres deixam o cabelo crescer mais do que os homens.

No entanto, o código de vestimenta masculino e feminino convergiu em grande medida nas últimas décadas. Eu moro do outro lado da rua onde fica uma escola do Ensino Médio e, portanto, tenho a chance de testemunhar dos estilos contemporâneos. O que vejo é que homens e mulheres usam jeans, camisetas, blusas e assim por diante. Não existe um estilo masculino ou feminino reconhecível. A irregularidade de estilos também é notada na utilização generalizada de brincos nas orelhas masculinas. As tendências que descrevo também são bem visíveis em algumas igrejas reformadas.

Eu afirmo que essa mistura de estilos masculino e feminino é lamentável e indicativa da conformidade com o mundo.

Permita-me explicar por que eu acredito nisto.

Em Deuteronômio 22:5 nós lemos essas palavras surpreendentes:

“A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o Senhor, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede.”

Subjacente a este mandamento é o desejo do Senhor de que Seu povo respeite a ordem dada na criação e distinção dos sexos. Eles não devem tentar fazer o mesmo do que Deus fez de forma drasticamente diferente. No entanto, a referência específica neste versículo é provavelmente sobre vestidos de travestis que era e é comum entre uma certa classe de homossexuais.

A palavra abominação também é usada em Levítico 18:22 e 20:13 para descrever a aversão do Senhor ao comportamento homossexual.

No nosso tempo também, a associação entre homossexuais e o uso de brincos é bem conhecida e deve fazer qualquer homem que esteja pretendendo furar as orelhas, parar pra pensar.

Em 1 Coríntios 11: 2-16, o apóstolo Paulo trata sobre a questão de como as mulheres devem se apresentar nas reuniões dos crentes. Ele não está interessado em fornecer diretrizes específicas para um código de vestimenta. Um código de vestimenta não é o ponto aqui. O que Paulo insiste nesta seção é que as mulheres devem se conformar com a expressão predominante da feminilidade quando se reúnem para o culto. Na cultura de Corinto, um cobertura da cabeça era um símbolo normal de adorno feminino, modéstia e sujeição ao homem como cabeça.

Algumas mulheres da igreja de Corinto, aparentemente, consideraram que, como mulheres cristãs livres, não eram obrigadas a vestir essa cobertura da cabeça durante a oração e profecias.

Paulo responde ensinando que a redenção em Cristo não neutraliza a ordem de criação. Sim, é claro, as mulheres são iguais em valor e dignidade. É verdade, elas são co-herdeiras junto com os homens de uma salvação comum. E sim, elas têm, juntamente com os homens, um glorioso lugar na comunhão e culto cheios do Espírito do Novo Testamento. No entanto, mesmo entre os redimidos, as mulheres continuam sendo mulheres e devem manifestar isso também em sua maneira de vestir. Paulo argumenta que, mesmo no culto da Igreja do NT, os homens devem aparecer como homens e mulheres como mulheres.

No versículo quatro de 1 Coríntios 11, Paulo diz que “qualquer homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra sua cabeça”. Por que Paulo diz isso? A resposta é simples: na cultura oriental dessa época, cobrir a cabeça era uma forma feminina de se adornar e, portanto, vergonhosa para um homem. Paulo assume neste versículo que um homem retrocede instintivamente do adorno que é explicitamente feminino.

Nos versos cinco e seis, Paulo continua dizendo que “e toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça; pois é como se a tivesse rapada.

Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o cabelo; se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado ou raspado, ela deve cobrir a cabeça.”

Paulo está sendo um pouco sarcástico aqui. Seu ponto é que, se uma mulher quer parecer como um homem, então ela também pode ir até o fim e cortar todo o cabelo (que é a sua glória feminina). É sugerido por Paulo, o pensamento de que a mulher não pode ter as duas coisas. Ela não pode ser feminina no cuidado de seus cabelos, mas não-feminina na oração e profecia.

A natureza ensina…

Nos versículos 13-15 de 1 Coríntios 11, encontramos uma revelação adicional que é muito útil para o nosso tópico.

Paulo pede aos leitores coríntios que consultem seu próprio senso interior sobre o que é apropriado. Ele escreve:

“Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta?
A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido, e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado como manto.”

Nossa preocupação aqui é esta: como a “natureza” ensina que os cabelos longos são degradantes para um homem, mas é o “orgulho de uma mulher?” Como podemos obter esses conhecimentos da própria natureza? Para entender esses versículos, precisamos ver que Paulo usa a palavra “natureza” em um sentido especial. Neste caso, a palavra “natureza” refere-se a sentimentos naturais e atitudes inatas de homens e mulheres. Paulo usa esta palavra para descrever “o sentido natural e instintivo do certo e errado que Deus plantou em nós, especialmente em relação à sexualidade”.

Essa sensação do que é apropriado ou inapropriado foi implantada nos seres humanos desde a criação. O ponto é que, quando tudo está bem, um homem instintivamente se cala ao ter que fazer qualquer coisa que sua cultura aponte como feminina. Por exemplo, nos dias de Paulo e durante a maior parte da história humana, foi considerada uma marca de feminização para os homens usar cabelos longos, enquanto que para uma mulher, o cabelo mais longo era considerado uma linda cobertura.

Nesse uso, é óbvio que o que a “natureza” ensina, muda de uma geração para outra e de uma cultura para outra. A “forma que esses sentimentos assumem é necessariamente determinada em grande parte pela educação e pelo hábito”.

No entanto, em cada geração, a “natureza” ensina que é vergonhoso para um homem se vestir como mulher e mulher como homem. A diferença criada por Deus entre homens e mulheres encontra uma expressão natural em diferentes adereços e o modo de se vestir.
Assim, em 1 Corinthians 11, Paulo resiste a uma ruptura das diferenças entre os sexos nas reuniões dos crentes.

Ele ensina que o uso de dons espirituais na adoração não anula o fato de ser um homem ou uma mulher nem o requisito de se vestir como um homem ou uma mulher.

É verdade que em Cristo não há homem nem mulher (Gálatas 3:28). No entanto, a redenção não ignora, mas renova a distinção criada entre os homens e as mulheres.

Paulo não está ensinando isso em todas as gerações vindouras, que todas as mulheres cristãs devem usar uma cobertura para a cabeça. Em Corinto, a falta de um revestimento de cabeça enviou uma clara mensagem cultural de rebelião contra decoro feminino e liderança masculina. Em nossa cultura, a falta de um revestimento de cabeça não envia essa mensagem. O princípio, entretanto, permanece para todas as idades: as mulheres devem se vestir de uma maneira que não desafia a liderança masculina e não faz com que se pareçam do sexo oposto.

Conclusão

Na minha opinião, a “natureza” em 1994 ensina que é vergonhoso para um homem usar brincos. A grande maioria dos homens na América evita brincos por ser algo feminino. A maioria dos membros da igreja masculina e feminina é ofendida pelo uso brincos masculinos. A tendência para os homens usá-los surge de uma subcultura decadente influenciada pelo unissexismo, pelo travestismo e pelo feminismo. Com ou sem a sua consciência, esses jovens estão enviando uma mensagem para outros de desafio contra a ordem criada. Seus brincos formam uma declaração. Assim, eles trazem vergonha sobre suas cabeças. Não estou dizendo que todo jovem que usa um brinco está conscientemente em revolta contra Deus. Estou dizendo que seu comportamento reflete mais o espírito deste mundo do que o Espírito da Escritura. A palavra de Deus diz:
Que os homens se gloriem em sua masculinidade e mulheres em sua feminilidade.


Tradução: Alice Tainara.

Revisão: Iraldo Luna.

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