Gênesis 2 e o Dia do Senhor. Permita-me oferecer minha explicação de Gênesis 2:3. Lá diz: “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.”. Em um mundo perfeito, Deus abençoou aquele sétimo dia, mas não os outros seis. Num mundo perfeito, Ele tornou esse dia santo, mas não os outros seis.
Isso deveria chamar nossa atenção, pois no paraíso todos os dias já trariam louvor perfeito a Deus. Durante seis dias, cada golpe da enxada, cada corte da foice, cada sacudida da ameixeira madura seria realizado para a glória de Deus. Qualquer coisa que Adão e Eva fizessem em qualquer momento glorificaria a Deus. Eles tinham tudo o que precisavam para servi-lo completamente. No entanto, Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque suas próprias atividades mudaram naquele dia. Ele descansou em vez de criar.
Deus queria que o sétimo dia fosse diferente ou santo. O que é santo é dedicado a Deus de uma maneira especial. Isso só pode significar que todo sétimo dia seria usado pela humanidade puramente para a comunhão com Deus, sem qualquer trabalho consumindo seus pensamentos e energia. Naquele dia, eles descansariam, assim como Deus fez. Não seria um dia para pecar menos, pois não havia pecado. Seria um dia para cessar o trabalho e dedicar o dia a conhecer a Deus ainda mais. Dessa forma, muito mais fruto espiritual viria daquele dia, mais do que dos outros dias – é isso que significa ter “abençoado” aquele dia em particular.
Se, na santa perfeição do paraíso, Deus já havia ordenado um dia de cada sete para tal propósito, seu ato precisa ter grande peso em nossa discussão sobre o Dia do Senhor. Não estamos falando então de uma ordenança para o Israel do Antigo Testamento, mas de uma ordenança criacional que vincula o mundo inteiro a adorar e a descansar.
Tradução: Letícia Côrtes.
Revisão: Yuri Costa.
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