Colhendo o fruto das apostas

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Os jogos de azar ou apostas organizadas pelo Estado tem estado conosco desde 1969, quando o mesmo se tornou legal. As finanças dos estados não poderiam mais ser pensadas sem esses dólares fáceis das loterias estaduais e cassinos de apostas. Embora houvesse escrúpulos expressos publicamente, pouco disso é ouvido hoje em dia. Parece haver pouca determinação política para impedir a procriação desta galinha dos ovos de ouro que é a renda que estes jogos de azar dão. Mais cassinos continuam a ser construídos e a venda de bilhetes de loteria continua tão desavergonhada como sempre. O público parece mais obrigado a ajudar a preencher os cofres do governo desta forma, os quais estão em dificuldades financeiras. Então, por que não continuar?

Alguns frutos

No entanto, há um preço muito alto que um dia precisará ser pago para promover o jogo. Um especialista da Nova Escócia foi citado pela imprensa secular, analisando os efeitos do tremendo crescimento dos jogos, combinados com uma crescente confiança dos governos em gerar receita desta maneira. Ele analisa que tal  cenário está levando a sociedade para uma catástrofe na próxima geração. Ele também vê a próxima geração aprisionada “em um mundo ilusório de realidade quase virtual, em que tudo é um jogo e todo jogo pode ser ganho ou perdido. O jogo e a peça têm um preço. Estamos dispostos a pagar por isso?” Mostrou que são especialmente os jovens que estão se tornando viciados em jogos de azar. Esses jovens são os primeiros a crescer em uma época de jogos patrocinada pelos estados. Jogos que são socialmente aceitáveis. Isso significa, por exemplo, que sua perspectiva de vida é diferente daquela de uma geração anterior. A ética do trabalho costumava ser geralmente aceita. Na década de 1960, quase 60% acreditava nisso. Agora, apenas um em cada três acredita que o trabalho árduo vale a pena. O que acontecerá com essa geração que está sendo ensinada a sonhar com uma vitória impossível na loteria e que, portanto, não está sendo preparada para o mundo real? Mais e mais especialistas estão aumentando o alarde das contas não pagas do vício dos jogos que serão cobradas da sociedade no futuro.

Há outros frutos sombrios da colheita da loteria que já estão sendo colhidos. A loteria promove a cobiça e o desejo por algo que normalmente não faria a mente desejar. Quanto mais se leva a sério a loteria, mais frustrante se torna a vida por não ganhar nela. Considerando que as chances de ganhar estão tipicamente em torno de 14 milhões para um, há muitas pessoas que estão ou estão geralmente insatisfeitas com a vida. Muitas dessas pessoas, no entanto, continuarão a injetar um número incalculável de dólares, que não podem pagar, pelo sonho que desejam. Em última análise, a escassez resultante de dinheiro e até a pobreza leva a tremendas pressões e conflitos que podem destruir famílias inteiras e levar à devastação de todos os envolvidos. Investigações mostraram que as famílias patrocinarão no futuro a reabilitação de um viciado como o viciado em álcool. Mas quando uma família está financeiramente arruinada, a resposta dos afetados é muito negativa e há pouco apoio para a reabilitação.²

Apostar é pecado

Os frutos sombrios dos jogos de azar não devem ser uma surpresa para aqueles cujo guia para a vida é a Palavra de Deus. Tais jogos são pecados por várias razões.

Em primeiro lugar, Deus nos ensinou a não desejar e coletar posses dessa maneira. Devemos usar os dons que Deus nos confiou, nossa saúde, oportunidades de educação e trabalho, e nossos bens materiais como mordomos fiéis (cf., por exemplo, 1 Tessalonicenses 4:11; 2 Tessalonicenses 3:12). Não desperdiçar para um sonho, mas usar nossos recursos com sabedoria e produtividade. Na parábola dos dez talentos, um servo recebe um talento. Em nosso contexto, um detalhe é digno de nota no relato dessa história como tal. Mesmo que este servo não tenha desperdiçado de forma imprudente ou gasto o único talento, mas o enterrou no chão por segurança, ele foi punido por pelo menos não trabalhar com o dinheiro produtivamente, depositando-o com os banqueiros por juros (Mt. 25: 24-30).

Em segundo lugar, como cristãos, sabemos que não é o acaso (a sorte), quem governa todas as coisas, mas sim Deus, nosso Pai celestial. Nem mesmo um cabelo pode cair de nossas cabeças sem a vontade do nosso Pai celestial. (Pense no Dia do Senhor 1, 9, 10 e 13.) Agora, um incrédulo não tem dificuldade em apostar em loterias, pois acredita que o acaso governa todas as coisas. Mas como pode um filho de Deus jogar na loteria, ou participar de uma rifa com a esperança fervorosa e desejar que ele ganhe? Um crente sabe que Deus dirige a loteria (Provérbios 16:33).³ Por esta razão, é uma grave afronta a Deus tentar usar a direção da loteria para tentar ganhar dinheiro ou um prêmio às custas de outra pessoa. Tal comportamento facilmente se torna aditivo e o desejo alimenta o desejo, violando o décimo mandamento. Esse tipo de estilo de vida só pode colher o fruto de um eventual afastamento de Deus. Não se pode tentar usar o governo de Deus em todas as coisas com motivações egoístas e materialistas. Isto não fica impune. Há um preço, uma penalidade por não honrar a Deus como DEUS. O salário do pecado é a morte. A essência deste castigo é o afastamento do Deus da vida.

Conclusão

Para nos opormos ao espírito de jogo de nossos dias, precisamos começar em casa, reexaminar nossas próprias atitudes para com esse mal e renovar nosso comprometimento sincero com um estilo de vida que esteja de acordo com o que Deus revelou sobre Si mesmo e seu domínio também sobre o “acaso”. Tal exame é necessário porque, pode ser que, antes de conhecê-lo, nos tornemos influenciados pelo mundo ímpio do materialismo à nossa volta e não vermos nada de errado com loterias e rifas.

Também temos a obrigação de deixar que aqueles que têm autoridade sobre nós saibam que é imoral promover o jogo. Os governos não podem absolver-se da sua responsabilidade ao fatorar como custo a reabilitação de jogadores compulsivos dos cassinos. O fim (conseguir dinheiro fácil) não justifica os meios (mais cassinos de jogo).

Notas de rodapé
¹ The Globe and Mail, 19 de setembro de 1995.

² Christianity Today, 8 de abril de 1996, p. 12.

³ Deus usou o sorteio para dividir a herança de Canaã entre as tribos (Josué 18:10), para designar o primeiro rei de Israel (1 Sm. 10: 20-21, 24) e para organizar o serviço sacerdotal na terra. templo (1 Cr. 24: 5-19).


Tradução: Marcel Tavares.

Revisão: Thaís Vieira.

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