O Vingador Perdoador

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Salmo 99.8: “Tu lhes respondeste, ó Senhor, nosso Deus; foste para eles Deus perdoador, ainda que tomando vingança dos seus feitos.”

Se alguém lhe pedisse para descrever um dos seus professores, poderá dizer que ele é rigoroso, rígido, ou disciplinador. Por outro lado, você pode descrevê-lo como relaxado ou tranquilo. Mas você nunca o descreveria como um “tranquilo disciplinador.” É uma contradição em termos. Como ele poderia ser rigoroso e descontraído ao mesmo tempo?

Obviamente, todas as pessoas podem ser (e geralmente são) inconsistentes em suas ações. É raro conhecer alguém verdadeiramente consistente. Esperar comportamento perfeitamente consistente de outra pessoa nesta vida é esperar o impossível. O melhor que podemos esperar é que o comportamento de uma pessoa seja razoavelmente consistente.

Portanto, quando lemos o oitavo versículo de Salmo 99, esse versículo que descreve o Senhor como o Deus perdoador, e ao mesmo tempo como o vingador de transgressões, pode ser difícil conciliar esses dois atributos de Deus. Da mesma forma, quando o Senhor se descreve como “Senhor, Senhor Deus com passivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração” (Êxodo 34.6-7), esses dois lados de sua personalidade são difíceis de entender.

Há duas razões para isso. Antes de tudo, nós somos criaturas limitadas, e o Senhor é infinitamente perfeito. Ele é perfeitamente justo e, ao mesmo tempo, perfeitamente misericordioso. Ele é amoroso, mas também é irado. Ele perdoa, mas também vinga. E ele é todas essas coisas ao mesmo tempo, imutável e eterno.

Em segundo lugar, nós somos criaturas pecaminosas. Nossa experiência é em lidar com outras criaturas pecaminosas. Elas são, como nós, imperfeitas e inconsistentes. Essas perfeições de Deus são difíceis de entender, e por isso enfatizamos uma ao mesmo tempo em que minimizamos outra, focando no amor de Deus e esquecendo sua ira, ou vice-versa.

Mas Deus revelou-se como perdoador, e ao mesmo tempo como vingador dos feitos dos transgressores. Ele é as duas coisas, ao mesmo tempo, perfeita e eternamente. E só podemos entender essa verdade na cruz de Cristo. É aí que a ira perfeita e justa de Deus contra o pecado se encontra com seu perfeito perdão e amor. Na cruz, o Deus perdoador derramou sua ira sobre seu Filho, tomando vingança dos nossos feitos pecaminosos. Ele é misericordioso, e ele é justo. Podemos ter dificuldades entendendo isso, mas é verdade. E isso mostra a verdadeira grandeza do nosso Deus.

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